Alexandre Avelino da Costa Martins
O fato de a História ser reconstituída a cada momento é que faz com que, em algum momento, se possa fazer justiça, com alguns dos seus personagens. Muitos ficam durante anos e até séculos sem nenhum mérito perante a humanidade.
Nunca tinha ouvido falar no meu trisavô, Alexandre Avelino da Costa Martins. O nome que me passaram era outro. Somente a pesquisa genealógica que estou empreendendo repôs a verdade sobre isso. No livro Angicos de Aluizio Alves, há uma referência sobre ele, pelo fato de ser o pai do Cadete José Avelino. Há referência a Alexandre Avelino Bezerra que ergueu a capela de Nossa Senhora da Conceição em Carapebas no ano de 1894, mas esse é um dos seus filhos.
Os poucos livros da Câmara Municipal de Angicos que encontrei traz várias referências a ele. Os livros não são completos e só pudemos ver pedaços de informações referentes aos anos de 1855 e 1856. Em primeiro lugar, nessa legislatura que foi de 1853 até 1856, ele aparece como vereador da Câmara. Pela análise das sessões se verifica uma participação muito efetiva de Alexandre Avelino da Costa Martins nas discussões, nas observações e nas votações. Conhecido na Câmara por Costa Martins, sempre que era voto vencido tinha que assinar o nome completo e ao lado era colocado vencido. Por isso, conheci a sua assinatura completa. É notável suas intervenções a todo o momento.
Uma das discussões que participou foi já no fim do mandato e era referente à eleição para Juiz de Paz. Na data de 17 de novembro de 1856 a Câmara examinou a apuração da eleição realizada em 7 de setembro do mesmo ano. Os resultados para Juiz de Paz traziam os seguintes nomes e votação: Vicente Ferreira Xavier da Cruz, pela sorte, 238 votos, José Alexandre Solino da Costa, pela sorte, 238, João Miguel da Trindade com 236 e Gonçalo José Barbosa, 234. Os outros candidatos na seqüência obtiveram votos iguais ou inferiores a 78 votos. Alexandre Avelino e o vereador João Teixeira dos Santos deixaram de assinar os Diplomas por entenderem que houve falsificação na votação do cidadão José Alexandre Solino da Costa, e que este tinha obtido na verdade duzentos e quarenta votos. Reclamava Alexandre ainda, que mesmo os votos sendo iguais teria que ser desempatado através do voto. Pelo que se observa na ata o desempate era pela sorte. Do que resultou Vicente Ferreira Xavier da Cruz em primeiro. Os três primeiros tomaram posse.
Os personagens desse fato Alexandre Avelino, Vicente Ferreira Xavier da Cruz e João Miguel da Trindade eram meus trisavós e José Solino era tio de Anna Francisca Bezerra, esposa de Alexandre Avelino. Tempos depois, Claudiana filha de Solino casou em 1871, com José Avelino, filho de Alexandre Avelino. Miguel Trindade Filho, bisneto de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e de João Miguel da Trindade casou, em 1942, com Dalvanira bisneta de Alexandre Avelino.
Alexandre Avelino ocupou depois o cargo de Juiz de Paz, em 1861 e Delegado de Polícia em 1862. Informações anteriores a 1855 de sua vida profissional não foi possível localizar.
Era filho de Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’ e Joaquina Maria do Rosário. Era casado com Anna Francisca Bezerra, filha do Tenente Coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa. Descendia de João Barbosa da Costa e de Antonio Lopes Viégas. Registramos os filhos, Francisco Avelino da Costa Bezerra, Manoel Avelino da Costa Bezerra, José Avelino Martins Bezerra, Alexandre Avelino Martins Bezerra, Joaquim Avelino Martins Bezerra, Agostinha Maria Martins Bezerra, Joanna Martins Bezerra, Maria da Conceição da Costa Bezerra, Anna Jovina da Costa Bezerra, Maria Alexandrina Martins Bezerra, Vicente Maria da Costa Avelino e Guilherme Avelino.
Entre os seus descendentes em linha direta destaco os seguintes: o Jornalista Pedro Avelino, o ex-deputado estadual Emygdio Avelino, o senador Georgino Avelino, o poeta Edinor Avelino, o cadete e herói da guerra do Paraguai José Avelino, o cardiologista e ex-deputado estadual Teódulo Avelino, o Diplomata Vicente Avelino, o senador Carlos Alberto e filha deputada estadual Micarla de Sousa, o poeta Gilberto Avelino e sua esposa Gildegerce Avelino, o escritor Afonso Bezerra, o Monsenhor Lucilo Machado, os escritores José Bartolomeu Correia de Melo e Paulo de Tarso Correia de Melo, os Promotores de Justiça Pedro Avelino Neto e Afonso Ligório, o Procurador de Estado Vital Luiz, o Monsenhor Júlio Bezerra, Jacob Avelino, a poeta Isolina Avelino Waldvogel, Maria Albertina Avelino Leite, o pintor Roosevelt Avelino Trindade, o comerciante Vicente Avelino e o bancário Valdemar Avelino Trindade.
Não encontrei a origem desse sobrenome Avelino entre os ascendentes de Alexandre. A outra personagem da região que tinha esse sobrenome era João Avelino Lopes Viégas. Acredito que foi acrescentado ao nome sem nenhuma origem familiar. Fica aqui, para conhecimentos de todos os seus descendentes, o registro da participação de Alexandre Avelino na região de Angicos e Carapebas.