Por João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Nos inventários, busco as
relações de parentesco, as localidades, as datas, as convivências. Dou pouca
importância aos bens. Meu interesse inicial, pelo de João Gregório, se deu pelo
nome da sua última esposa, que tinha o sobrenome de minha tetravó, Josefa Clara
Lessa e, também, de José Álvares Lessa, que em 1810 vivia na Ilha de Manoel
Gonçalves. Tento descobrir seus parentes.
João Gregório Antunes, o
inventariado que apresento hoje, casou três vezes, deixando vivos desses
casamentos, quando faleceu, 13 filhos. Não encontrei, até o presente momento,
nenhum registro desses casamentos.
Em 31 de agosto de 1871, no
lugar Olho d’Água, do termo do Assú, em casa de residência da inventariante,
Maria Alves Lessa, a mesma informou que seu marido, João Gregório Antunes,
faleceu no mesmo lugar acima, no dia três de maio do dito ano de 1871, deixando
por seus herdeiros: Martiniano Antunes Bezerra, casado com Antonia Brasileira
Maria de Macedo, Josefa Maria Bezerra, casada com Zacharias Fernandes Junior e
Antonio Gregório Bezerra, solteiro de vinte e três anos de idade, filhos do
seus primeiro leito com Maria Bezerra; José Gregório Antunes, solteiro de vinte
e dois anos, Maria Umbelina da Encarnação, solteira de 20 anos, Emígdia Maria
da Conceição, solteira, de dezoito anos, Sabino Antunes Cabral, de dezesseis,
Anna Maria da Conceição, solteira, de quatorze anos, Francisco Gregório
Antunes, solteiro, de treze anos, Maria Francisca da Conceição, solteira, de
dez anos, Maria Francisca do Rosário, de cinco anos, filhos do seu segundo
leito com Francisca das Chagas; Luisa, de dois anos, e Manoel de um ano de
idade, do seu terceiro leito com a inventariante, todos moradores nesse mesmo
lugar.
Nos livros de batismos, encontro,
até agora, três filhos de João Gregório Antunes e de Francisca das Chagas de
Jesus. Vejamos os detalhes.
Emigdia nasceu aos 23 de março
de 1857, e foi batizada aos 31 de maio do mesmo ano, na Capela de Nossa Senhora
do Rosário da Várzea, tendo como padrinhos Vicente Rodrigues Ferreira e sua
mulher Maria Joaquina da Conceição, com procuração de Balthazar de Moura e
Silva e sua esposa Maria Fernandes de Moura.
Francisco nasceu em 1 de abril
de 1859, e foi batizado aos 25 de abril do mesmo ano, na mesma capela acima,
tendo como padrinhos Manoel Rodrigues Ferreira Jr. e sua esposa D. Belmira Amorosa da Silveira.
Maria nasceu aos 10 de dezembro
de 1862, e foi batizada aos 5 de abril de 1863, na Capela acima, tendo como
padrinhos Gabriel Soares Raposo da Câmara Sobrinho e Leocádia Maria de Oliveira
Cabral.
Como João Gregório Antunes não
deixou testamento, nem foi possível encontrar os registros dos seus casamentos,
não descobrimos quem eram seus pais. Entretanto, ele pode ter algum parentesco
com Gregório José Antunes, que faleceu em 17 de janeiro de 1845, com a idade de
50 anos. Este último foi casado com Maria Thereza da Conceição.
Anna Maria Vitória e Lourença
Maria de Araújo, filhas de Gregório e Maria Thereza, casaram, respectivamente,
com Domingos Fernandes Cruz e Manoel Ignácio da Rocha, a primeira em 1833, e a
segunda em 1834.
Quanto a minha tetravó, Josefa
Clara Lessa, suspeito que era filha de José Álvares Lessa. Por ser ele
representante de Bento José da Costa, português do Recife, imagino mais ainda,
que ele, José Álvares, seja o português, de Lessa da Palmeira, Arcebispado do
Porto, casado com a brasileira Francisca Xavier, que batizou em 1790, na Matriz
do Santíssimo Sacramento, do Bairro de Santo Antonio do Recife, sua filha Rita,
tendo como padrinho o capitão-mor José de Souza Rangel. O vigário encomendado
dessa Matriz, nessa época, era Feliciano José Dornelles, que foi, posteriormente,
vigário da nossa Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.