O que nos falta
é ciência e tenência
Tomislav R. Femenick – Mestre em economia e contador
Desde a década de 1990 que o Brasil está situado
entre as dez ou quinze maiores economia do planeta, mas não conseguimos entrar
no seleto clube das potencias do primeiro mundo. Estamos quase chegando lá, sem
nunca chegar. Sempre ficamos da fila do gargarejo. A pergunta inevitável é: O
que acontece e qual é causa? Talvez a resposta esteja nas notícias divulgadas
recentemente, que colocam o Brasil entre as nações com menor qualidade de
ensino e menor índice de produção científica e registro de patentes de novas
descobertas. Então o que nos falta? Obstinação para buscar e ciência para
alicerçar o nosso desenvolvimento. Sem ciência não há como chegarmos ao céu do
primeiro mundo. Somente para confirma essa afirmação, convido os leitores para
um passeio pela história do nascimento da ciência.
Os primeiros estudos científicos foram desenvolvidos
pelos filósofos que se dedicavam à filosofia da natureza. A história
aponta os gregos e chineses como os precursores desses estudos. Podemos dizer
que o ponto de partida foi dado quando Leucipo de Mileto (460-380 a.C.)
e Demócrito de Abdera (cerca de
460-370 a.C.) desenvolveram a teoria de que todas as matérias são compostas por
átomos, cujas propriedades seriam: forma, tamanho, impenetrabilidade e
movimento. Até então a opinião predominante era que as matérias eram compostas
de terra, água, fogo e ar. Quatro pensadores gregos deram a base para a
separação entre o “raciocínio simplesmente lógico” e o “raciocínio lógico
ordenado”. Tales de Mileto (624-548 a.C.) exclui os deuses da origem da
natureza, Pitágoras (580-507 a.C.) concebeu a relação matemática como base das coisas,
Parmênides (515-540 a.C.) criou a lógica formal (alicerçada no princípio da não
contradição, segundo o qual o “ser” é e o “não-ser” não é) e Demócrito (460-370
a.C.) formulou a teoria sobre a constituição da matéria. Eles geraram o embrião
da ciência atual.
Os chineses da antiguidade adotavam a ideia de cinco
elementos básicos: terra, água, fogo (em comum com os gregos), metal e madeira.
Essa teoria foi sistematizada pelo filósofo, historiador, político,
naturalista, geógrafo e astrólogo Zou Yan, ou Tsou Yen (305-240 a.C.), tido
como o fundador de todo o pensamento científico chinês. Das especulações
teoréticas, os gregos e chineses migraram para o uso prático.
Na Grécia as descobertas foram o relógio de água, as
máquinas movidas com força motriz hidráulica ou de ar comprimido. No campo das ciências
naturais, as pesquisas se expandiram pela astronomia, geografia, zoologia, botânica e medicina etc.
Na
China antiga os estudos teóricos eram voltados para conceituações morais
(confucionismo, taoismo etc.), porém a ação era principalmente voltada para a
exploração do mundo natural. As pesquisas no campo da física e da química resultaram
na invenção da pólvora, do balão de ar quente e da bússola magnética. Os
estudos sobre mecânica levam à construção da besta e do sismógrafo. Na medicina
testaram o tratamento da malária. Também, estudaram e fizeram aplicação prática
com elementos de engenharia hidráulica, botânica e astronomia.
Outros
povos da antiguidade também enveredaram nos estudos das ciências. Na
Mesopotâmia e no Egito houve importantes estudos no campo da engenharia de
construção, medicina, matemática e astronomia.
Por que
não aprendemos com a história? Se quisermos entrar no maravilhoso mundo dos
países desenvolvidos há que se melhorar o ensino em todos os níveis, fazer
pesquisas e criar condições concretas para uma ciência verde-amarela, sem
xenofobismo.
O Mossoroense. Mossoró, 20 dez.
2013.