João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do
IHGRN e do INRG.
Recebi do Dr. Pares Ferreira
Pompeu de Sousa Brasil, o seguinte e-mail: Caro Professor João Felipe da
Trindade. Lí com especial interesse seu artigo sobre o testamento de D.Clara
Joaquina escrito pelo Senador Thomaz Pompeu de Sousa Brasil. Causou-me grande
surpresa o comentário sobre a avó do senador que seria Joanna de Melo, casada
com o Cel. Antonio José de Sousa Oliveira, filho de Francisco de Sousa e
Oliveira e Tecla Rodrigues Pinheiro.Em todos os trabalhos sobre o assunto
sempre vejo como esposa de Antonio José a senhora Ana Teixeira de Melo. Gostaria
de saber de seu estudo sobre o nome de Joana de Melo, com sobrenome muito parecido
com o de Ana Teixeira de Melo, seriam filhas do mesmo casal?
Para resolver as dúvidas de
Pares, enviei imagens do casamento de Antonio José com Joanna Ferreira, como
também do batismo de Thomas de Aquino, filho desse casal, e pai do senador.
Pelo registro de casamento,
Antonio José de Souza e Joanna Ferreira contraíram matrimônio, em 21 de maio de
1779, sendo ele filho de Francisco de Souza e de Tecla Rodrigues, e ela de
Francisco Pinheiro Teixeira e Dona Bonifácia Antonia de Mello. Foram
testemunhas o tenente e capitão-mor José Baptista Freire, solteiro, e Antonio
Carneiro Gondim de Albuquerque.
O registro de batismo de Thomas
de Aquino traz os nomes mais completos: Thomas, filho legítimo de Antonio José
de Souza e Oliveira, e de Joanna Ferreira de Mello, neto pela parte paterna de
Francisco de Souza e Oliveira, e de Tecla Rodrigues Pinheiro, pela materna de
Francisco Pinheiro Teixeira e Dona Bonifácia Antonia de Mello, viúva, todos
naturais desta Freguesia, nasceu aos sete de março de 1780, batizado pelo Vigário
de Extremoz Francisco Nunes de Souza (o mesmo que casou Antonio e Joanna), na
Matriz; foram padrinhos o Padre Bonifácio por procuração do Vigário desta
Freguesia, Pantaleão da Costa de Araújo, e Bonifácia Antonia de Mello, aos 20
do mesmo mês e ano.
O nome Joanna Ferreira de Mello
foi herdado da avó, mãe de Dona Bonifácia, que era casada com Estevão Velho de
Mello. Dona Bonifácia faleceu aos 4 de fevereiro de 1807, com 80 anos. Pouco
tempo depois, em 2 de abril de 1807, falecia o capitão Antonio José de
Souza. Maria Joaquina de Souza, que
nasceu em 1782, uma irmã de Thomas de Aquino, casou em 1804, com Estevão José
Dantas, filho do coronel Miguel Ribeiro Dantas e de Antonia Xavier de Barros.
Getrudes Tereza de Souza, outra irmã de Thomas de Aquino, foi casada com o
primo, Antonio Bezerra Cavalcante, filho de João Cavalcante Bezerra, natural de
Olinda, e de sua segunda esposa, Getrudes Tereza Ignácia de Oliveira. Esta
Getrudes era irmã de Antonio José de Souza e Oliveira.
Escreveu depois Pares: consta no
diário do senador Pompeu que seu pai Thomaz de Aquino faleceu, se não me engano
em Guaraciaba do Norte-Ce em 23 de novembro de 1839. Saberia algo mais sobre
Francisco de Sousa Oliveira, pai de Antonio Jose de Sousa e Oliveira que alguns
colocam ainda o Catunda como último sobrenome.
Em seguida, encaminhei para Pares
a imagem do casamento de Francisco de Sousa e Oliveira, que transcrevo para cá:
Aos dezessete de janeiro de mil setecentos e trinta e cinco anos, na
capela do Senhor Santo Antonio do Potegy, desta Freguesia de Nossa Senhora da
Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações nesta Matriz, e na
dita Capela, e na do Senhor São Gonçalo, lugares próximos aonde são moradores os
contraentes, e na Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Jaguaribe, onde foi
morador o contraente, sem se descobrir impedimento, sendo presentes por
testemunhas o coronel João Pereira de Veras, casado, o capitão Theodósio da
Rocha, viúvo, Dona Theodósia da Rocha, filha do dito, e Paula Barbosa, dona
viúva, pessoas todas conhecidas, e moradores desta dita Freguesia, de licença
minha, o padre Miguel Pinheiro Teixeira assistiu ao matrimônio que entre si
contraíram o tenente Francisco de Sousa de Oliveira, morador que foi na Ribeira
do Jaguaribe, viúvo, que ficou da defunta Izabel da Costa, filho legítimo do
capitão Felis de Souza e de sua mulher Antonia Leite de Oliveira, já defuntos,
e Tecla Pinheiro de Barros, filha legítima de Francisco Pinheiro Teixeira e de
sua mulher Maria de Barros da Conceição, natural desta Freguesia e nela todos
moradores, e lhes deu as bênçãos, guardando-se em tudo a forma do Sagrado
Concílio Tridentino, e pelo assento que veio do dito Padre, mandei fazer este
assento em que por verdade assinei. Manoel Correa Gomes.
Valéria Ferreira, uma filha do
tenente Francisco de Souza e de Tecla, casou com Antonio Teixeira Coelho, filho
do português Antonio Teixeira Coelho e de Ignácia de Abreu. Em 1765, nasceu
Mariana filha desse casal, que teve como padrinhos o tenente Francisco Pinheiro
Teixeira, casado, e Antonio José de Sousa, solteiro. O padre Pantaleão reclamou
do fato de serem padrinhos duas pessoas de mesmo sexo o que contrariava o
disposto nos Concílios e Constituição.
Vamos encontrar Felis de Sousa,
o pai de Francisco, em 1692, como padrinho de Antonia, filha do capitão Manoel
da Costa Bandeira e de Anna Gomes da Costa, na Matriz de Nossa Senhora da
Apresentação.
Em 14 de julho de 1697, Felis de
Souza e sua esposa Antonia Leite batizaram o filho Felis, tendo como padrinhos
João de Souza Pereira Catunda e Antonia Ferreira; em 16 de maio, batizaram, na
Capela Santo Antonio do Potengi, João, sendo padrinhos o padre Francisco
Bezerra de Góis e D. Margarida da Rocha, filha do capitão Theodósio da Rocha;
em 22 de agosto, na mesma capela, batizaram Pascácio, sendo padrinhos Francisco
Barbosa e Joanna de Freitas, filha do capitão João da Costa de Almeida.
Esse João Pereira de Souza
Catunda, em 14 de dezembro de 1692, foi padrinho, junto com Dona Antonia Leite
de Oliveira, de Lautério, escravinho de Jerônimo Cesar e Águeda de Albuquerque;
em 1697, foi padrinho de Maria, filha de Paschoal de Freitas Costa e Anna Gomes
de Almeida.
Thomas de Aquino, pai do senador
Pompeu, era primo legítimo de Frei Miguelinho.
Jazigo de Thomaz Pompeu de Souza Brasil