Um certo Cipriano Lopes
Ao longo das minhas pesquisas tenho encontrado diversas pessoas com o nome de Cipriano Lopes, sendo a maior parte descendente de Cipriano Lopes Pimentel. Um que parece não ter relação com esse ascendente mais antigo é o que também aparece algumas vezes com o nome Cipriano Raposo.
Cipriano, filho legítimo de Valentim Raposo e de Maria do Rosário da Silva, natural desta Freguesia, neto pela parte paterna de Miguel Raposo de Melo, natural da Ilha de São Miguel, e de Maria de Oliveira, natural desta Freguesia, e pela materna de Matias Ferreira da Costa, natural de Pernambuco, e de Luiza Maria do Desterro, natural desta Freguesia, nasceu aos 26 de setembro de 1768, e foi batizado na Matriz aos 10 de outubro do dito ano, sendo seus padrinhos o Padre Francisco Manoel Maciel de Melo e Dona Ana Maria, solteira, filha da viúva Margarida Maria do Espírito Santo.
Essa Ana Maria, filha de Antônio Álvares Pereira e Margarida Maria do Espírito Santo, se casou, em 25 de setembro de 1769, na Capela dos Santos Reis Magos da Fortaleza da Barra da cidade do Natal, com Jerônimo da Costa, filho de João da Costa de Almeida e Catarina de Oliveira e Melo, presentes o alferes Manoel Gonçalves Branco e o capitão João Duarte da Silva.
Dezoito anos depois Cipriano se casou: aos 29 de novembro de 1786, pelas 10 horas da manhã, nesta Matriz, em presença do Reverendo Padre Francisco Manoel Maciel de Melo, de licença minha, se receberam, nesta Matriz, Cipriano Lopes, filho de Valentim Raposo e de sua mulher Maria Rosaura (ou Rosário) da Silva, natural desta Freguesia, e Ana Maria da Assunção, natural do Assú, filha de Amaro José Duarte, e de sua mulher Inácia Gomes de Freitas, ambos moradores nesta Freguesia, corridos os banhos desta Freguesia, e dispensados os do Assú, pelo Reverendo Doutor Visitador Manoel Vicente de Lemos Sampaio.
Entre os filhos, anotamos: Antônio, nascido e batizado em 1790, tendo como padrinhos Antônio Guardiano e Silvana de Tal; José, nascido e batizado em 1788, sendo padrinhos Manoel Gonçalves Junior e sua irmã Ana, ambos solteiros; Francisco, filho de Cipriano Raposo e Ana Maria, neto paterno de Valentim Raposo e Maria do Rosário, e avós maternos incógnitos, sendo padrinhos Belchior Pinto e Florência de Jesus, solteiros; Úrsula, filha de Cipriano Raposo e Ana Maria, que nasceu e se batizou em 1802, sendo padrinhos Lourenço Gomes e Francisca Antônia, solteiros; Josefa Teresa, filha de Cipriano Raposo e Ana Maria, que se casou em 1825, com Manoel de Jesus;
Em 26 de novembro de 1836, na Matriz do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, na presença das testemunhas Manoel de Jesus, casado, e Francisco Pio do Nascimento, viúvo, Luiz José Teixeira, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, filho de Cipriano Raposo, se casou com Honorata Rodrigues da Silva, filha de Silvana Maria do Desterro.
Quem eram os pais de Cipriano Lopes ou Cipriano Raposo? Em 5 de julho de 1758, na Matriz de Nossa Senhora do Ó de Mipibu, se casaram Valentim Raposo de Melo, filho de Miguel Raposo e Maria José, falecida, com Maria do Rosário, filha de Matias Ferreira da Costa e Luiza Maria do Desterro, presentes o capitão Pedro Tavares Romeiro e José Batista Freire,
Ana, filha de Valentim Raposo de Melo e Maria Rosaura da Silva, neta paterna de Miguel Raposo de Melo, da Ilha de São Miguel, e Maria José, desta, e materna de Matias Ferreira da Costa, natural de Pernambuco, e Luiza Maria do Desterro, desta, nasceu e foi batizada em 1774, na Matriz, sendo padrinhos Miguel dos Santos, solteiro, e Teresa de Jesus de Melo, mulher de Antônio Raposo.
Rita Joaquina de Melo, parda, filha de Valentim Raposo de Melo e Maria do Rosário da Silva, se casou, em 13 de outubro de 1799, na Matriz, com Antônio Manoel Lopes, natural de Santa... Palmeira, Arcebispado de Braga, filho de Francisco José de Araújo Guimarães, falecido, e Josefa Maria Lopes, sendo testemunhas João Ramos e Antônio Manoel de Oliveira.
Matias Ferreira da Costa, filho de Dionísio da Costa, natural de Ipojuca, de idade de 18 anos, pouco mais ou menos, alto, seco de corpo, cabelo acastanhado e anelado, cara comprida trigueira, dentuço, olhos pretos, pouca barba, sentou praça, na Companhia do capitão Mateus Mendes Pereira, por sua vontade e despacho do Governador e capitão general de Pernambuco, Duarte Sodré Pereira Tibao, e intervenção do Provedor e Vedor Geral o capitão Domingos da Silveira, em 24 de outubro de 1730. Na mesma página consta a baixa do soldado Matias Ferreira, por morar 3 léguas fora desta cidade e ser remisso nas suas obrigações, em 1733.
Em 28 de janeiro de 1737, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, se casaram Matias Ferreira, filho legítimo de Dionísio da Costa e sua mulher Madalena Martins, e Luiza Maria do Desterro, filha legítima do Ajudante João Ferreira, já defunto, e de sua mulher, a viúva Teresa Maria de Jesus Andrade, presentes o coronel Teodósio Freire de Amorim, o coronel Carlos de Azevedo do Vale, e Dona Ana da Rocha, mulher do coronel João Pereira de Veras.
O que encontramos sobre os pai de Ana Maria, esposa de Cipriano? Manoel, filho legítimo de Amaro José e de Inácia Gomes, naturais desta Freguesia, neto paterno de Francisco Xavier e Ana da Rocha, e pela materna de Antônio Gomes de Freitas e de Maria de Andrade, todos naturais desta Freguesia, nasceu e foi batizado em 1785, tendo como padrinhos Dona Rosa Maria Bezerra, filha da viúva Joana de Albuquerque, desta Freguesia; Dona Inácia Gomes de Freitas, de idade de 40 anos, pouco mais ou menos, viúva que ficou de Amaro José, foi sepultada na Igreja de Santo Antônio dos Soldados.
Miguel Raposo de Melo, filho legítimo de João Cabral de Melo e de sua mulher Maria Pacheco, todos naturais da cidade de São Sebastião, Ilha de São Miguel, se casou, em 25 de outubro de 1723, na Matriz de N. S. da Apresentação, com Maria José de Oliveira, filha legítima do Ajudante Matias Quaresma, e de sua mulher Águida de Oliveira de Vasconcelos, natural desta Freguesia de N. S. da Apresentação, na presença do Reverendo Vigário, o Doutor Matias Florêncio, e do alferes Vicente Dias da Nóvoa, o capitão Pedro Gonçalves da Nóvoa, Dona Antônia da Silva, mulher do capitão Manoel Raposo da Câmara, e Inácia de Oliveira, mulher do cabo José da Rosa. Em 1766, nasceu e foi batizada Maria, filha do sargento Manoel de Araújo Baracho, natural de Muribeca, e Teresa Antônia de Jesus, desta cidade, neta paterna de Manoel de Araújo Luna, de Muribeca, e Antônia de Freitas, do Cabo, e materna Miguel Raposo de Melo, das Ilhas, e Maria José da Apresentação, do Recife, sendo padrinhos Antônio Raposo de Melo e sua mulher Teresa de Jesus de Melo. O cabo de esquadra Manoel de Araújo Baracho tinha se casado com Teresa Antônia, em 1755, depois de ficar viúvo de Brízida Ferreira.
Em 9 de maio de 1748, Miguel Raposo, natural da Ilha de São Miguel, viúvo de Maria José, Escrivão das Execuções da Fazenda Real, se casou com Catarina Pacheco, viúva do sargento Alves, filha do alferes-tenente Manoel Pacheco e sua mulher Dona Maria de Freitas, natural do Recife, sendo testemunhas o Doutor Inácio de Sousa Rocha Branco, Provedor da Fazenda Real, e o alferes-tenente Manoel Pacheco.
Um irmão de Cipriano, com o mesmo nome de um tio, Antônio Raposo de Melo, solteiro, filho de Valentim Raposo, natural desta cidade, de idade de 14 para 15 anos, de estatura baixa, sem ponta de barba, seco de corpo, cor trigueira, boca algum tanto pequena, olhos pardos, sobrancelhas grosas, com um sinal de uma cicatriz sobre a sobrancelha esquerda, cabelo preto e crespo, nariz ordinário, testa estreita, senta praça voluntário, por portaria do governador interino José Batista Freire, e intervenção do Vedor Geral Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim, em 7 de março de 1780. Ele deve ter nascido por volta de 1765.
Em 3 de junho de 1749, na Matriz, presentes Miguel de Oliveira e Melo e Miguel Raposo de Melo, se casaram Antônio Raposo de Melo, filho de Miguel Raposo de Melo e Maria José do Espírito Santo, e Teresa de Jesus de Melo, filha do capitão Francisco Pinto e Plácida Rodrigues de Melo.
Em 10 de fevereiro de 1769, Miguel de Oliveira e Melo, filho de Francisco Pinto e Plácida Rodrigues de Melo, se casou com Isabel Francisca de Jesus, filha de Antônio Batista Espínola e Francisca do Rosário, presentes Padre Bonifácio da Rocha Vieira, e Antônio Raposo de Melo, casado.
Em 19 de março de 1805, faleceu Antônio Raposo de Melo, de 60 anos de idade, casado com Ana Soares de Amorim, deixando testamento, onde instituiu como sua herdeira universal, sua esposa. No seu testamento informou que era filho de Miguel Raposo de Melo, natural da Ilha de São Miguel, e de Maria José de Oliveira, que foi casado com Teresa de Jesus de Melo, de quem não teve filhos, que depois se casou com Ana Soares de Amorim, não tendo também filhos. Essa idade de Antônio Raposo contém erros, pois ele se casou em 1749. Devem ter confundido com a do sobrinho.