João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do
IHGRN e do INRG.
Meus trisavós, Alexandre Avelino
da Costa Martins e Anna Francisca Bezerra, tinham uma filha de nome Agostinha
Maria Martins Bezerra, que foi casada com Manoel Antonio da Costa Monteiro,
filho de Antonio Caetano Monteiro e Olímpia Maria da Conceição. Deve ter
recebido seu nome em homenagem a mãe de Anna Francisca, que se chamava
Agostinha Monteiro de Souza. Esta, que foi casada com o tenente-coronel Antonio
Francisco Bezerra da Costa, era filha de João Manoel da Costa e Angélica Maria
da Conceição. Faleceu nova, com 33 anos, de parto, aos dois de julho de 1827.
Esse nome Agostinha Monteiro de
Souza, aparentemente, não tem nada a ver com o nome dos pais. De onde surgiu,
pois? Entre seus irmãos, listamos Manoel Vieira da Costa, João Manoel da Costa
e Mello, e Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’. Como de costume, esse “e
Mello” denuncia junção de duas famílias, e, portanto, o Mello deve ter vindo
dos pais de Angélica Maria da Conceição. Nos registros, encontrados até agora,
um casal que gerou Antonio de Souza Monteiro foi José Antonio de Mello e
Mathildes Quitéria Xavier da Cruz. Ela, filha de Francisco Xavier da Cruz e Lourença
Dias da Rosa, e prima legítima de Agostinha. Quanto a José Antonio de Mello, na
árvore genealógica desenhada do escritor Afonso Bezerra, ele aparece com filho
de Thomaz e F. de Tal. Pode ser que o pai de José Antonio fosse um Thomaz
Vieira de Mello.
Aqui na Freguesia de Nossa
Senhora da Apresentação, encontramos uma Agostinha de Souza Monteiro. Vamos
aproveitar esse problema, na minha família, que ainda não foi resolvido, para
apresentar seu casamento.
Aos sete de janeiro de mil
setecentos e cinquenta e dois, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação do
Rio Grande, feitas as denunciações nesta Matriz e nas partes necessárias, sem
haver impedimento, como dos banhos que se acham correntes, consta, de um
mandado nas partes do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador, se casaram
solenemente em face da Igreja, por palavras de presente, Joam Martins de Sá,
filho legítimo de Francisco Pires de Macedo, e de sua mulher Maria do O’, já
defuntos, e Agostinha de Souza Monteiro, filha legítima do capitão José
Monteyro, e de sua mulher Hylena de Souza, moradores na Ribeira de Mipibú,
desta Freguesia, e logo lhes deu as bênçãos conforme os ritos da Santa Madre
Igreja, do que mandou o muito Reverendo Senhor Doutor Visitador fazer este
assento em que assinou. Marcos Soares de Oliveira. Nesse registro, meio
confuso, não aparecem as testemunhas.
Segue o casamento de uma irmã de
Agostinha: Aos dezessete de dezembro de mil setecentos e cinquenta e um, na
Capela de Nossa Senhora do O’ do Papari, da Ribeira do Mipibu, da Freguesia de
Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande, feitas as denunciações costumadas,
nas Igrejas necessárias, sem haver impedimento algum, como dos banhos, que se
acham correntes, consta, de licença do Muito Reverendo Senhor Doutor Visitador
Frey Manoel de Jesus Maria, em presença do Reverendo Padre Antonio de Araújo e
Souza, capelão da dita capela, e das testemunhas o capitão-mor Joam de Oliveira e Freitas, casado e morador
na dita Ribeira, o sargento-mor Domingos Pinto Zório, casado, e morador na dita
Ribeira, pessoas conhecidas, se casaram solenemente em face da Igreja, por
palavras de presente, Felizardo Vieira de Mello, filho legítimo de Manoel
Vieira, e sua mulher Thereza de Jesus, já defuntos, e Florência Pires de
Macedo, filha legitima do capitão Joseph Monteiro, e sua mulher Hylena de
Souza, todos naturais desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e logo
lhes deu as bênçãos na forma dos ritos da Santa Madre Igreja, de que mandou o
Muito Reverendo Visitador, fazer este assento em que assinou. Marcos Soares de
Oliveira, Visitador.
É estranho que uma filha de José
Monteiro e Helena de Souza seja Florência Pires de Macedo. Na verdade, o marido
de Agostinha era filho de um Pires de Macedo. Nos livros de registros há outra
pessoa com o mesmo nome dela, que foi casada com Agostinho de Souza.
Desse casal, encontramos os
batismos de dois filhos: Thereza de Jesus que foi batizada aos 15 de junho de
1756, tendo como padrinhos Simão Vieira de Mello, e a viúva Joana da Rocha; e
Antonio, batizado aos 29 de setembro, de 1754, tendo como padrinhos o capitão
José Monteyro e sua mulher Elena de Souza.
Há alguma relação entre essas
duas Agostinhas, ou temos somente meras coincidências?
Árvore Genealógica do escritor Afonso Bezerra |