domingo, 21 de junho de 2015

Agostinha Monteiro de Souza


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Meus trisavós, Alexandre Avelino da Costa Martins e Anna Francisca Bezerra, tinham uma filha de nome Agostinha Maria Martins Bezerra, que foi casada com Manoel Antonio da Costa Monteiro, filho de Antonio Caetano Monteiro e Olímpia Maria da Conceição. Deve ter recebido seu nome em homenagem a mãe de Anna Francisca, que se chamava Agostinha Monteiro de Souza. Esta, que foi casada com o tenente-coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa, era filha de João Manoel da Costa e Angélica Maria da Conceição. Faleceu nova, com 33 anos, de parto, aos dois de julho de 1827.

Esse nome Agostinha Monteiro de Souza, aparentemente, não tem nada a ver com o nome dos pais. De onde surgiu, pois? Entre seus irmãos, listamos Manoel Vieira da Costa, João Manoel da Costa e Mello, e Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’. Como de costume, esse “e Mello” denuncia junção de duas famílias, e, portanto, o Mello deve ter vindo dos pais de Angélica Maria da Conceição. Nos registros, encontrados até agora, um casal que gerou Antonio de Souza Monteiro foi José Antonio de Mello e Mathildes Quitéria Xavier da Cruz. Ela, filha de Francisco Xavier da Cruz e Lourença Dias da Rosa, e prima legítima de Agostinha. Quanto a José Antonio de Mello, na árvore genealógica desenhada do escritor Afonso Bezerra, ele aparece com filho de Thomaz e F. de Tal. Pode ser que o pai de José Antonio fosse um Thomaz Vieira de Mello.

Aqui na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, encontramos uma Agostinha de Souza Monteiro. Vamos aproveitar esse problema, na minha família, que ainda não foi resolvido, para apresentar seu casamento.

Aos sete de janeiro de mil setecentos e cinquenta e dois, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande, feitas as denunciações nesta Matriz e nas partes necessárias, sem haver impedimento, como dos banhos que se acham correntes, consta, de um mandado nas partes do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador, se casaram solenemente em face da Igreja, por palavras de presente, Joam Martins de Sá, filho legítimo de Francisco Pires de Macedo, e de sua mulher Maria do O’, já defuntos, e Agostinha de Souza Monteiro, filha legítima do capitão José Monteyro, e de sua mulher Hylena de Souza, moradores na Ribeira de Mipibú, desta Freguesia, e logo lhes deu as bênçãos conforme os ritos da Santa Madre Igreja, do que mandou o muito Reverendo Senhor Doutor Visitador fazer este assento em que assinou. Marcos Soares de Oliveira. Nesse registro, meio confuso, não aparecem as testemunhas.

Segue o casamento de uma irmã de Agostinha: Aos dezessete de dezembro de mil setecentos e cinquenta e um, na Capela de Nossa Senhora do O’ do Papari, da Ribeira do Mipibu, da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande, feitas as denunciações costumadas, nas Igrejas necessárias, sem haver impedimento algum, como dos banhos, que se acham correntes, consta, de licença do Muito Reverendo Senhor Doutor Visitador Frey Manoel de Jesus Maria, em presença do Reverendo Padre Antonio de Araújo e Souza, capelão da dita capela, e das testemunhas o capitão-mor  Joam de Oliveira e Freitas, casado e morador na dita Ribeira, o sargento-mor Domingos Pinto Zório, casado, e morador na dita Ribeira, pessoas conhecidas, se casaram solenemente em face da Igreja, por palavras de presente, Felizardo Vieira de Mello, filho legítimo de Manoel Vieira, e sua mulher Thereza de Jesus, já defuntos, e Florência Pires de Macedo, filha legitima do capitão Joseph Monteiro, e sua mulher Hylena de Souza, todos naturais desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e logo lhes deu as bênçãos na forma dos ritos da Santa Madre Igreja, de que mandou o Muito Reverendo Visitador, fazer este assento em que assinou. Marcos Soares de Oliveira, Visitador.

É estranho que uma filha de José Monteiro e Helena de Souza seja Florência Pires de Macedo. Na verdade, o marido de Agostinha era filho de um Pires de Macedo. Nos livros de registros há outra pessoa com o mesmo nome dela, que foi casada com Agostinho de Souza.

Desse casal, encontramos os batismos de dois filhos: Thereza de Jesus que foi batizada aos 15 de junho de 1756, tendo como padrinhos Simão Vieira de Mello, e a viúva Joana da Rocha; e Antonio, batizado aos 29 de setembro, de 1754, tendo como padrinhos o capitão José Monteyro e sua mulher Elena de Souza.

Há alguma relação entre essas duas Agostinhas, ou temos somente meras coincidências?
Árvore Genealógica do escritor Afonso Bezerra