Em umas das minha leituras de velhos jornais da Biblioteca Nacional, encontrei no "O Imparcial" a seguinte notícia, sobre a candidatura do tenente Leônidas Hermes da Fonseca, filho do Presidente Hermes da Fonseca, ao governo do nosso Estado, defendida pelo capitão J. da Penha:
Natal, 13 - A Liga Feminina pró-Penha de Natal, aplaude com entusiasmo a escolha do tenente Leônidas, cujo patriotismo lhe impõe acompanhar parte dos patrícios de sua idolatrada esposa, não havendo mister na parcialidade de seu benemérito progenitor, para que triunfe legalmente nas urnas essa candidatura de que não desistirão os rio-grandenses do norte, ameaçados de completar período inédito na história de 29 anos de oligarquia se fosse eleito o vaidoso e vingativo parasita da República de que o Estado só recebeu três benefícios quando governou, para entregá-lo pela primeira vez a Alberto Maranhão: surras em magistrados, apólices desautorizadas e ataques às casas dos seus inimigos. Seguiremos, quando necessário, o exemplo de nossos irmãos pernambucanos e cearenses, incitando esposos, irmãos e filhos para libertarem-se do jugo ignominioso dos exploradores da pátria rio-grandense do norte e também da República. Viva o tenente Leônidas Hermes!
Pela Liga, a diretoria: Cynira Vasconcellos, Octacília Leite, Apolõnia Noronha, Joanita Gurgel, Justina Rocha e Marcionilla Medeiros.
Até hoje, não entendi como surgiu essa candidatura de Leônidas. Mais tarde, o próprio Penha se decepcionou com o tenente, que não deu a mínima para a brava luta do capitão. Se fala muito que ele, Leônidas, era casado com uma norte-riograndense, mas isso não era credencial para uma campanha inédita como fez o capitão J. da Penha.