João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor de Matemática da UFRN e membro do INRG
No dia 13 de maio o capitão José
da Penha, se vivo fosse, completaria 136 anos de idade. No dia 19 de maio seria
a vez do jornalista Pedro Avelino completar, caso fosse vivo, 150 anos. Essas
duas figuras, que foram homenageadas com nome de duas cidades do Rio Grande do
Norte, tiveram uma participação muito ativa na História do Rio Grande do Norte.
Os dois, além de cunhados, tinham
outra relação de parentesco. Pedro Avelino que casou com Maria das Neves, irmã
de José da Penha, e, por isso, eram parentes por afinidade, tinham ascendentes
comuns. O casal João Barbosa da Costa e Damásia Soares estava na ascendência
dos dois. Esse casal gerou os irmãos João Manoel da Costa e Francisco Xavier da
Cruz.
No começo do século XIX,
Francisco Xavier da Cruz foi patenteado com o posto de alferes por conta de uma
vaga que surgiu quando seu irmão, João Manoel da Costa, foi promovido de
alferes para tenente. João era casado com Angélica Maria da Conceição, e
Francisco com Lourença Dias da Rosa, esta última descendente de famílias de
Utinga, em São Gonçalo. O primeiro casal gerou Vicente Ferreira Xavier da Cruz
e o segundo Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’.
Vicente Ferreira Xavier da Cruz
casou duas vezes: a primeira com Maria Francisca Duarte e a segunda com Maria
Ignácia Rosalinda Brasileira, filha de Cosme Teixeira de Carvalho, natural de Caicó.
Foi desse segundo casamento que nasceu, entre outros filhos, Maria Ignácia
Teixeira do Carmo, a mãe de José da Penha. Ela era casada com José Francisco
Alves de Sousa, natural de Sousa, na Paraíba.
Vicente Ferreira da Costa e Mello
do O’, por sua vez, casou com Joaquina Maria do Rosário, filha de Antonio
Martins do Santos e Felippa Maria Duarte, esta última filha de Antonio Lopes
Viégas e Anna Barbosa da Conceição. Antonio Lopes Viégas é considerado o
fundador de Angicos, e sua esposa, Dona Anna Barbosa da Conceição era uma das
filhas de João Barbosa da Costa, ascendente comum do capitão José da Penha e do
jornalista Pedro Avelino. Pois bem, Vicente e Joaquina, tiveram entre outros
filhos, o tenente Alexandre Avelino da Costa Martins.
Alexandre, antes de casar com a
prima, Anna Francisca Bezerra, teve um relacionamento com Maria Rodrigues da
Costa e daí nasceu, em 23 de janeiro de 1837, Vicente Ferreira da Costa
Avelino, que, posteriormente, trocou o Ferreira por Maria. A data do nascimento
de Vicente Maria só tomei conhecimento depois de ver uma foto dele oferecida ao
Barão do Assu, Luiz Gonzaga de Brito Guerra, datada 1870. Quem me encaminhou a dita
foto foi Luiz Fernando Pereira de Mello.
Vicente Maria casou em 1857 com
Anna Bezerra da Natividade, filha do Professor Matheus da Rocha Bezerra e dona
Anna Angélica Bezerra, tendo como uma das testemunhas Vicente Ferreira Xavier
da Cruz, avô do Capitão José da Penha e de Maria das Neves, futura esposa do
jornalista Pedro Avelino. Em 1861, nascia Pedro Celestino da Costa Avelino, que
no batismo recebeu como padrinho o Barão do Assu.
Tanto os pais do capitão José da
Penha como os de Pedro Avelino tiveram mais de 20 filhos.
Pedro casou em 27 de outubro de
1885. Quanto a José da Penha não descobri o registro do seu casamento. Sei que
era casado com Altina Santos, falecida em 1905, filha do capitão Francisco
Pedro dos Santos, veterano da guerra do Paraguai.
Os filhos de Pedro Celestino da
Costa Avelino e Dona Maria das Neves Alves de Sousa eram: o senador Georgino
Avelino que dá nome, como seu pai, a um
município do Rio Grande do Norte; Camilo Lutero que residia no Rio de Janeiro;
Vicente que foi diplomata, autor do livro Ideário, publicado em Paris; Maria Albertina Leite, esposa do Dr. Leite
Junior; e Isolina Avelino Waldvogel, casada com o engenheiro e autor de
diversos livros, entre eles Homens que fizeram o Brasil.
Os filhos de José da Penha Alves
de Sousa e Dona Altina dos Santos eram: Anita, Zaíra e o Major do Exército
Murilo Penha que serviu na 25ª Circunscrição Militar, em Fortaleza.
No blog: http://trindade.blog.digi.com.br,
apresento uma das biografias do capitão J. da Penha. Ela foi escrito por Hugo
Victor Guimarães no livro: Deputados provinciais e estaduais do Ceará. Também, no
blog, apresento o discurso de posse de
Antonio Alves de Oliveira na Academia Potiguar de Letras, extraído da Revista
do Instituto do Ceará, ano 1993. Ele falou sobre o patrono da cadeira de nº 6,
Pedro Celestino da Costa Avelino.