João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
A primeira aparição do Comissário José de Oliveira Velho,
nos meus apontamentos, é na data de 20 de janeiro de 1727, onde ele foi
testemunha, na Capela de Nossa Senhora do O’, da Ribeira de Mipibu, do
casamento de Antonio de Faria Landim, natural e morador de Mipibu, filho
legítimo de Manoel de Faria Landim, defunto, e Maria Vieira Tavares, com Leonor
Pereira de Requeixo, viúva, que ficou do defunto Leonardo Álvares de Carvalho,
natural de Alagoa do Sul. Neste casamento estiveram, ainda presentes, o
capitão-mor José Ribeiro de Faria, e Maria da Silva, mulher do coronel Manoel
da Silva Queiroz.
Nos anos de 1733 e 1740, reencontro o Comissário, através dos
casamentos das filhas Mariana e Felipa.
Em 25 de novembro de 1733, Mariana da Costa e Oliveira,
filha do Comissário José de Oliveira Velho e de Bernarda de Barros, já
defunta, casou, na capela de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga, com o
português da Freguesia de São Nicolau, Arcebispado de Lisboa, o tenente-coronel
José Nunes, filho de José Nunes Narvello e Maria D. Ferreira. Nesse casamento
estavam presentes o capitão-mor João de Barros Braga, o Reverendo Padre
Francisco Xavier de Barros, Izabel de Barros, mulher de Carlos de Azevedo do
Vale e Antonia da Silva, mulher do capitão Francisco Lopes de Macedo.
Em vinte e dois de fevereiro de 1740, na Igreja de Nossa
Senhora do O’, da Missão de Mipibu, na presença do Reverendo Padre Mestre, Frei Félix Maria, Superior desta Missão, de licença do Reverendo Licenciado João
Gomes Freire, e sendo presentes por testemunhas, o tenente-coronel José Nunes,
sargento-mor Hilário de Castro Rocha, D. Maria Madalena, mulher do dito, e
Joana Gomes Freire, dona viúva, se casaram o capitão Diogo Malheiros Rebouças,
filho legítimo de Diogo Malheiros Rebouças, já defunto, e de sua mulher Beatriz
de Abreu, viúvo que ficou de sua mulher Dona Jacinta de Vasconcellos, com Felipa Rodrigues de Oliveira, filha do Comissário Geral José de Oliveira Velho
e de sua esposa Bernarda de Oliveira, já defuntos, naturais e moradores da dita
Freguesia.
Do casal, capitão Diogo e Jacinta, sua primeira esposa,
encontro a filha Isabel de Barros Vasconcelos, que casou com Carlos Vital de
Oliveira, filho de Domingos Ferreira da Cunha e Francisca Rodrigues.
Em 1735, o Comissário pediu e recebeu terras na Ribeira do
Assú, no lugar chamado Caiçara, que disse possuir há mais de 40 anos. Em 1738, Felipa Rodrigues de Oliveira e José de Oliveira Velho requereram as terras, no
lugar chamado Riacho do Tapuia, da Ribeira do Assú, que foram adjudicadas nas partilhas, por falecimento do
pai deles, o Comissário José de Oliveira Velho.
Os assentos de praça trouxeram mais informações sobre os
Velhos.
José de Oliveira Velho, branco casado, natural e morador na
Freguesia de São José, filho legítimo de José de Oliveira Velho, de idade que
representa de trinta anos, pouco mais ou menos, seco de corpo, rosto comprido,
olhos grandes, sobrancelhas grossas, cor morena, cabelo preto, pouca barba, com
todos os seus dentes na frente, senta praça, por portaria dos sucessores do
governo José Baptista Freire, e o alferes Salvador Rebouças de Oliveira e
interseção do Vedor Geral o Dr. Antonio Carneiro de Albuquerque Gondim, aos 9
de março de 1776.
João Batista de Oliveira, branco, solteiro, natural e
morador da Freguesia de São José, filho legítimo de José de Oliveira Velho,
de idade que representa, de vinte e três anos, pouco mais ou menos, de estatura
ordinária, seco de corpo, rosto comprido, olhos grandes, sobrancelhas grossas,
cor morena, pronto de barba, cabelo preto, com todos os seus dentes, senta
praça, por portaria dos sucessores do governo, José Batista Freire e alferes
Salvador Rebouças de Oliveira, e intervenção do Vedor Geral o Dr. Antonio
Carneiro de Albuquerque Gondim, aos 9 março de 1776. Na lateral do registro a
informação: baixa a este soldado por ter já dois filhos soldados, neste
regimento, por despacho do senhor governador desta capitania e cumpra-se do
Doutor Vedor Geral, em 28 de fevereiro de 1804.
Pelas datas acima, João Batista de Oliveira e José de
Oliveira Velho não seriam filhos do Comissário, mas de José de Oliveira Velho(2º)
que requereu as terras no Riacho do Tapuia . O pai dos dois assentados poderia
ser o que aparece nos registros de batismos seguintes, de Luiza Maria e
Bernarda Teresa.
Aos vinte e sete de dezembro de mil setecentos e cinquenta e
três, de licença do Reverendo Padre Coadjutor, por vezes de Vigário, na Capela
de Nossa Senhora de Santa Ana da Aldeia de Mipibu, batizou e pôs os santos
óleos, o Reverendo Padre Frei Juvenal de Santo Albano, capuchinho, a Luiza
Maria, filha de José de Oliveira Velho e Joana Batista. Foram padrinhos
Lourenço Ferreira e Luiza Maria. Do que mandou lançar este assento o mui
Reverendo Senhor Doutor Visitador, que abaixo assina. Marcos Soares de
Oliveira.
Aos quinze de junho de mil setecentos e cinquenta e sete, de
licença do Reverendo Vigário, o Doutor Manoel Correia Gomes, na Capela da
Aldeia de Mipibu, batizou e pôs os santos óleos, o Reverendo Padre Frei Fidélis
de Parvanna, capuchinho, a Bernarda Teresa, filha legítima de José de
Oliveira Velho e Joana Batista . Foram padrinhos Francisco de Lira e Isabel
de Barros de Vasconcelos. Do que mandou lançar este assento o senhor Reverendo
Doutor Visitador que abaixo assina Marcos Soares de Oliveira.
Observe que a madrinha de Bernarda foi Isabel de Barros de
Vasconcelos, filha do capitão Diogo Malheiros e sua primeira esposa, Jacinta
de Vasconcelos.
Uma filha do capitão Diogo e de Felipa Rodrigues, portanto
neta do Comissário, de nome Mariana da Costa e Oliveira (mesmo nome de uma tia),
casou com o capitão Francisco Lopes de Vasconcelos, filho de Antonio Carvalho
de Vasconcelos e Isabel de Crasto Rocha, com dispensa de consanguinidade, em
1756. Em 1757, batizaram Diogo Félix, tendo como padrinhos os avós, Diogo e Felipa. Esse batizado deve ser Diogo Félix de Vasconcelos, que foi capitão-mor
de Ordenanças de Natal e Vila de São José.
Diogo Félix |