Por João Felipe da
Trindade
Pela internet, se percebe que algumas pessoas
confundem dois Amaros, um pernambucano, Amaro Carneiro, e outro norte-rio-grandense, Amaro Cavalcante. O nosso é natural de Jardim de Piranhas,
como seu, irmão, também famoso, o Padre João Maria, um santo em vida.
Hoje, transcrevo para cá, os batismos dos
irmãos célebres, lá de Jardim de Piranhas. Seus batismos foram extraídos dos
registros digitalizados dos mórmons, e pertencem a Freguesia de Caicó.
João, filho legítimo de Amaro Soares de Brito,
e de Ana de Barros, naturais e moradores, nesta Freguesia, nasceu aos 23 de
junho e foi batizado com os santos óleos, aos 14 de julho de 1848, na Capela de
Jardim, filial desta Matriz, pelo Padre Domingos Pereira de Oliveira, de minha
licença, foram padrinhos Antônio de Barros Cavalcante Junior e Felicidade
Francisca, solteiros, do que para constar mandei fazer este assento que assino,
Manoel José Fernandes
Amaro, filho legítimo de Amaro Soares de Brito,
e de Ana de Barros Cavalcante, naturais e moradores desta Freguesia, nasceu aos
15 de agosto de 1849, e foi batizado, nesta Matriz, com os santos óleos, aos
vinte e cinco de outubro do mesmo ano, pelo Reverendo Coadjutor Francisco
Justino Pereira de Brito, de minha licença. Foram padrinhos o Padre Domingos
Pereira de Oliveira e Alexandrina de Barros Cavalcante, casada, moradores nesta
Freguesia; de que para constar mandei fazer este assento em que assino. Cônego
Vigário Manoel José Fernandes.
Algumas considerações a partir desses batismos.
Em primeiro lugar, nesses dois registros não comparece, no nome do pai, o sobrenome
Cavalcante, que me parece vem, unicamente, da mãe. Em segundo lugar, esse
padrinho de Amaro, que era solteiro, nesse batismo, pode ser, pelo sobrenome,
irmão de Dona Ana de Barros Cavalcante, e, por isso, talvez o pai dela se chamasse
Antônio Barros Cavalcante.
Talvez, o sobrenome Cavalcante, tenha se repetido,
no nome do pai do Padre João Maria e de Amaro Cavalcante, a partir do óbito
dele ocorrido em Natal, como segue.
Aos 21 de outubro de 1891, nesta cidade,
faleceu e foi sepultado no Cemitério Público, Amaro Soares Cavalcante de Brito,
natural do Seridó, morador nesta mesma cidade, viúvo, na idade de 75 anos,
recebendo os sacramentos da Santa Unção, e sendo encomendado. Do que mandei
fazer este assento. João Maria Cavalcante de Brito.
P. S.
Com a informação sobre a idade de Amaro, pai do Padre João Maria, fomos procurar seu batismo. Recuando no tempo, encontramos, inicialmente, o seguinte registro:
Joana, filha legítima de Antonio de Barros Cavalcante, e de Luciana Maria, naturais e moradores nesta Freguesia do Seridó, nasceu a quatorze de fevereiro de mil oitocentos e quinze, e foi batizada na Capela de Jardim, a vinte e seis do mesmo mês, pelo Padre José Moreira da Silva, de minha licença, que lhe pôs os santos óleos, sendo padrinhos Francisco de Resende de Carvalho e Paula Maria, solteira. do que para constar fiz este assento. Francisco de Brito Guerra.
Esse registro acima me animou, por dois motivos: primeiro, o pai de Joana era o mesmo pai do padrinho do Padre João Maria. Segundo, por que Monsenhor Severino, quando escreveu sobre o Padre João Maria, citou como avó dele, Dona Luciana. Fomos, pois, adiante, em busca do registro de batismo do pai do nosso padre.
Mais adiante, encontramos, o seguinte registro: Amaro, filho legítimo de Antônio de Barros, e de Luciana Maria, naturais e moradores neta Freguesia, nasceu em setembro de 1817, e foi batizado a nove de outubro do mesmo ano, na Capela de Jardim de Piranhas, pelo padre José Moreira, de minha licença, foram padrinhos José Maria de Mello, casado, e Dona Joana Baptista, viúva, do que para constar, fiz este assento, em que assino. O vigário Francisco de Brito Guerra.
Assim, diferentemente do que supunha, Antonio de Barros era avô paterno do Padre João Maria, e, tinha Cavalcante no sobrenome. Portanto, o pai do Padre devia ser parente da mãe dele.