segunda-feira, 27 de maio de 2013

Genealogia, Matemática e existência




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Cada indivíduo, que está na terra, neste momento, tem uma quantidade significativa de ascendentes, que a partir dos seus pais, cresce em progressão geométrica, se desprezarmos os casamentos entre parentes. Os pais são dois, os avós já são quatro, os bisavós, em número de 8, e os trisavós (ou terceiros avós) são 16.  É uma progressão geométrica de razão 2 que começa com dois e  que se expressa, em cada geração de ascendentes, como uma potência de 2. Assim, a quantidade de trisavós, que são dezesseis, é representada por 2 elevado a quarta potência. Quando você chega aos seus nonos avós, eles já são 1024 (2 elevado a 10 potência). Imagine a quantidade de ascendentes, em todo o mundo, se você recuar muitos anos atrás. Você, talvez, prefira que seu sobrenome seja Miranda Henriques, mas com certeza, você tem, através dos seus ascendentes passados, milhares de sobrenomes.

Qualquer que seja o evento acontecido anos atrás, você ou um seu ascendente estava vivo. Assim, quando Buda nasceu, existia em algum lugar do mundo, um ascendente seu, contemporâneo do mestre, que talvez até tenha convivido com ele. Da mesma forma quando Jesus foi crucificado, alguém, que está na sua ascendência, era vivo nesta terra, e talvez estivesse lá, naquela hora.

Em 1706, meus hexavós, João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, batizavam uma filha em São Gonçalo do Potengi, com o nome de Felizarda. Alguns dos ascendentes desses meus hexavós, podem ter presenciado o massacre de Uruassú, em 1645; Quando invadiram a Ilha de Manoel Gonçalves, em 1818, meu tetravô João Martins Ferreira, estava lá presente.

Acredito, pois, que carregamos dentro de nós, a história da humanidade desde o seu início. Muitas vezes, fico me perguntando se alguns fenômenos que ocorrem com algumas pessoas não são frutos desses conhecimentos que vão passando de geração a geração, através de suas descendências. A holografia revela que a parte contém o todo. Na Matemática descobrimos que um segmento de reta contém a mesma quantidade de pontos que a própria reta. Assim, creio que toda vez que um ser é gerado, traz consigo informações do mundo passado. Nosso DNA pode ser mais valioso do que pensamos!

Li durante muitos anos sobre diversos assuntos, sem nenhum preconceito científico ou de outra natureza. Mesmo como matemático que sou, li sobre astrologia, numerologia, quiromancia, rabdomancia, radiestesia e outras coisa mais. Interessei-me por espiritismo, reencarnação, zen, ioga, psicografia, e múltiplas personalidades. Sempre gostei de biografias, de estudar sobre gênios, escritores, pintores e músicos famosos. 

Muitos gênios falam de suas experiências relatando que alguns escritos, quadros, descobertas ou músicas surgiam como um todo nos seus cérebros. Por que algumas crianças se tornam geniais com poucos anos de vida? Como surge essa genialidade neles?

Quando Chico Xavier psicografava, o que acontecia de verdade dentro do seu cérebro? Quando alguém faz regressão de vidas passadas, que partes do cérebro são ativadas que dão acesso as informação por elas relatadas? Como elas conseguem descrever paisagens, costumes, roupas de uma certa época do passado?
Por que, de repente, uma pessoa, com múltiplas personalidades, acessa dentro de si, um indivíduo que fala inglês, se ela mesma não conhece nada dessa língua? O que de fato acontece lá dentro do seu cérebro que ativa um personagem, aparentemente, inexistente? De onde vêm tais informações ou ações?

O hinduísmo fala em Registos Akáshicos, uma espécie de Biblioteca Virtual, que cada indivíduo possui, onde estão registradas todas as ações pretéritas. Mas, os estudos genealógicos me convencem, a cada dia, que tudo que existia, na época dos nossos ascendentes, vai passando de geração a geração para seus descendentes. Mas, a nossa educação, ao contrário do que devia acontecer, vai podando nossas potencialidades e dificultando nossa capacidade para acessar essas informações. A ciência e a religião, muitas vezes, ao longo do tempo, mutilaram nossas capacidades naturais, tratando com desprezo e preconceitos nossas percepções. 

Acredito, também, que estamos em rede, uns com os outros. Quando alguém sente em uma determinada hora, que um parente ou amigo, que mora distante, faleceu, e depois isso se confirma, temos uma prova da existência dessa rede entre as pessoas. Por que algumas descobertas ocorrem simultaneamente em lugares distantes? Há plágio, sincronicidade, ou essas pessoas entram em rede? Por que gêmeos que foram criados em lugares diferentes tem as mesmas preferências?

A educação seria melhor se estimulasse nossas capacidades inatas. Pegue uma caneta ou um pincel, sem a menor preocupação, e, talvez você escreva uma bela poesia, um bom romance, ou pinte um quadro espetacular, sem precisar pegar carona em gente famosa que já faleceu.
Nossa existência não começou na vida presente. Estamos aqui desde o começo de tudo!






O 2º casamento de José Gomes de Mello Junior, Thomaz Salustino e Francisco Umbelino

Por João Felipe da Trindade

Os registros da Igreja de Currais Novos, disponibilizados pelos mórmons, na Internet, não são tão antigos, e por isso, algumas informações não estão ao nosso alcance. Além disso, em muitos registros de casamento não foram colocados os nomes dos pais dos nubentes. Uma lástima! Mas, é possível, com outras informações, encontrar elos entre o passado e o presente. Há boas informações no livro " No roteiro dos Azevedos", mas faltam datas e os nomes não são sempre os originais. Os registros da Igreja nem sempre são confiáveis, pois, o rodízio que fazem dos nomes das pessoas, dá um nó em qualquer pesquisador genealógico.

José Gomes de Mello Junior casou duas vezes. Vejamos o 2º casamento dele:

Aos oito de outubro de mil oitocentos e noventa e dois, no Sítio São Luiz, perante as testemunhas Antonio Xavier Dantas, Francisco Vicente Dias de Araújo, assisti ao recebimento matrimonial de José Gomes de Mello Junior, viúvo por falecimento de Maria Camilla Gomes Cortez, com Anna Cantionilla Dantas Cortez, filha legítima de Manoel Pegado Cortez, já falecido, e Maria Senhorinha Dantas Cortez. Os nubentes são naturais e moradores nesta Freguesia, e já estão dispensados no 1° grau, eq,l,s. de afinidade lícita. Do que mandei fazer este assento que assino. O Vigário José Antonio da Silva Brito.

A dispensa acima revela que a segunda esposa, Dona Anna Cantionilla Dantas Cortez, era irmã da primeira, Maria Camilla Gomes Cortez.

Para exemplificar a falta de nomes dos pais dos nubentes no registro, vejamos o casamento de Thomaz Salustino:

Aos vinte e um de setembro de mil novecenteos e quatro, no Sítio Aba da Serra, desta Freguesia, casa do Sr. José Bezerra de Araújo Galvão, perante as testemunhas Juvenal Lamartine de Faria, e Napoleão Bezerra de Araújo Galvão, assiti ao matrimônio de Thomaz Salustino Gomes de Macedo e Thereza Bertina de Araújo, meus paroquianos. Do que para constar, mandei fazer este termo que assino. Padre Ignácio Cavalcanti, Encarregado da Freguesia.

Observamos que na família dos Gomes de Mello, os sobrenomes, nos registros,  aparecem como Gomes de Mello ou Macedo Gomes. Não sei quem decide essa variação.

Outro registro, que encontramos dos Gomes de Melo, é o que se segue:
Aos quatro de setembro de mil novecentos, e um, de minha licença, o vigário Joel Esdras Lins Fialho, uniu em matrimônio os contraentes Francisco Umbelino de Macedo Gomes e Leopoldina Gomes, ele filho legítimo de Francisco Umbelino Gomes de Macedo, e de Felismina Sidalina de Jesus, ela filha legítima de José Gomes de Mello,  e Maria Guilhermina da Conceição, sendo testemunhas Francisco Dias de Araújo e Francisco Rodrigues de Freitas Filho; do que para constar fiz este assento, que me assino. O Vigário Marcelino Rogério dos Santos Feire.

2º casamento de José Gomes de Mello
Casamento de um Francisco Umbelino