segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um poema para Francisco, meu tio-avô

O poema abaixo foi escrito por Leonardo Cavalcanti, e foi dedicado ao seu primo Luiz Carlos Avelino da Trindade. Faz parte do livro "Poesia sem perdão", editado em Recife, 1998. Leonardo é filho do Doutor Francisco Ivo Cavalcanti e Martha Trindade. Francisco, que dá título ao poema, era irmão de meu avô Miguel Francisco da Trindade e de André Avelino Trindade, ambos filhos de João Felippe da Trindade e Francisca Ritta Xavier da Costa. Gente de Angicos.
Luiz Carlos é filho de André Avelino da Trindade, segundo do nome, e Lourdes Batista.
André completa em 2013, a idade de 102 anos, muito lúcido.

De Maria da Penha, meu avô teve quatro filhos.
Viúvo dela, da Penha, com Izabel teve muitos.
João morreu ao casar-se, em plena lua-de-mel, 
e a viúva Pureza (pureza de corpo e alma)
preservou-se - vive pura.
Alfredo foi de Chiquinha,
Francisca, de Zacharias,
Onofre casou com Ana Firmino
e ao depois com Concebida,
que naqueles ermos fôra, 
é possível e é provável, 
concebida sem pecados.
José, chamado Dedé, esposou sua Didi.
David dormiu com Margot
durante anos seguidos.
Pedro desposou Betinha e André, Lourdes Batista,
que, vejam (mundo pequeno), era prima do meu pai.
Mário se deu a Tereza,
irmã da moça Elita com que se casou Joaquim.
Manoel encarou Judith, 
durou pouco, não deu certo
-deu certo com Nazareth.
Josefa ficou viúva bem cedo, fatalidade,
e destinou-se com Cícero.
Maria Rita, que teve na hora de seu batismo
o nome da sua avó,
aboliu Rita do nome,
casou com Antonio Tibúrcio,
mas foi sempre e só Trindade.
Maria tem sete filhos,
meus primos apreciados.
Martha, a caçula, se uniu ao doutor Francisco Ivo,
homem maduro e preclaro.
Miguel firmou com Lourdinha,
depois de rodado e gasto,
pacto perante o juiz.
Mas foi a irmã Izabel, 
por batismo é Anna,
quem deu o lance mais certo
-entregou-se a Jesus Cristo,
homem declarado e visto
como o dono do universo.
Cinco manos teve ele, meu avô André Trindade:
Miguel, Joaquim, Francisco, Ana e Maria Rosa. 
Francisco nasceu doente,
menino ausente ou distante do mundo
que era seu (do mundo ausente ou distante?),
e entre nós, os Trindade,
Francisco é sempre presente em todas as gerações.
Como admiro Francisco!
Tenho o sentir de que Francisco é o resumo de tudo,
de toda a formidável inevitabilidade da sucessão.
Somos tantos, hoje, absurdamente lúcidos e sãos.
entretanto, sem piedade de mim, sou racionalmente
FRANCISCANO.

Postado por João Felipe da  Trindade