sábado, 29 de dezembro de 2018

Museu José Elviro, 60 anos de histórias

Museu José Elviro
60 anos de histórias
hoje 5 de novembro 20012
 gilson barbosa lima

Visitei  o  Museu José Elviro, em Macau. Quem me ciceroneava era nada menos que o popular João de Aquino (in- memoria). Dentro daquele velho depósito da antiga CCN, conheci uma outra Macau, empoeirada de lembranças, elevando no ar o incenso de décadas e séculos passados. Aqui as grades serradas por um preso no século XVIII. Ali a primeira pia batismal da cidade. Mais adiante os paramentos do saudoso Monsenhor Honório e o cálice com que ele celebrara sua última missa.. Estas fotos são da família do conde Pereira Carneiro e este sino avariado foi o que restou de um grande incêndio em Macau. E por aí passava o tempo. Restrito àquelas paredes rústicas que há muito tempo não sentiam o cheiro de tinta, com curiosidade arriscava algumas perguntas ao meu anfitrião: "seu João, quantas peças temos aqui?” E a resposta ; “Cerca de 5.000, em lamentável estado...”Estas palavras me transportaram a uma vigorosa reflexão sobre o papel dos Museus. Seriam os museus meros repositórios de vestígios do passado? Seriam os arquivos da memória coletiva de um povo, de uma cidade, e das circunstâncias deste povo desta cidade? Uma coisa pareceu-me bastante certa; um Museu é o elo de ligação entre os tempos passados e futuro. É o que une o traço de união puro e simples, encadeando vivencias humanas O que seria de um época chamada Renascimento, sem o David e a Pietá de Michelângelo, sem as pinturas da capela sistina? Como devemos ser grato por poder contemplar aquele sorriso enigmático da Mona Lisa a cativar os séculos, indecifrável. 
Um museu é um pouco de cada um de nós, retroagindo a nossos ancestrais que entesouravam dentro de si estes exemplares de preservação da espécie a ostentar seus nomes e sua individualidade. Ali, com o seu João de Aquino, pensava seriamente se a historia da raça humana não é a própria historia de sua estupidez, de seu non-sense. Em que tardes teria soado aqueles sino semi-derretido pelo incêndio? E que emoção teriam povoado o coração do nobre Monsenhor Honório naquela missa em particular na qual usara aqueles paramentos? Imaginava que ideia de liberdade teria aquele preso ao serrar aquelas grades há duzentos e poucos anos atrás!
Como não poderia faltar, podia ver aqueles fiapos auriverdes brasileiras dos pracinhas Macauenses que foram tomar Monte Castelo em meados desse século. Que expressões de heroísmo agitavam o pracinha a conduzir aquela bandeira? A noção me tocava. Um tempo que não o meu me traduzia sentimento e tocava em minha alma essas reverberações tão perfeitamente adequadas e indispensáveis à historia das civilizações. Em alguns momentos, deixara de observar as relíquias do museu José Elviro para me fixar naquele homem nobre, altivo, cheio de princípios e... radical na proteção dos mesmos. Esse sujeito magnífico ali estava integrado ao seu ideal, livre como um pássaro, usufruindo das expressões de meu contentamento ao ver diminuída, pouco a pouco, minha colossal ignorância.
Tratado como louco, visionário, com uns parafusos a menos ou algumas engrenagens a mais, como um ser em busca de fina sintonia. Diante de mim João de Aquino que em 1936, aos 18 anos começava a recolher fragmentos da historia  e homenageara seu pai Elviro dando seu nome ao museu. Queda da-me a pensar a falta de visão de nossos contemporâneos, indiferentes a este. Guardião do tempo, a este Vigilante da memória de uma cidade, a sua e a minha cidade, a cidade decantada nas poesias e no lirismo de um Edinor Avelino.
Quantos objetos seculares que pertenceram à família do conde Pereira Carneiro, o mesmo conde que fundou uma das referências emblemáticas da imprensa nacional :o jornal do Brasil. Ridicularizado como Galileu, escarnecido como Copérnico., esse sujeito de bigodes bem cuidados, formando um perfil de cavalheiro antigo me lembrava quão implacável era a historia; não se apreciam aqueles que ousam ultrapassar os limites do seu tempo. Antes do anoitecer, duplamente impressionado eu estava. Primeiro porque tantas relíquias aquele homem havia recolhido em um trabalho inglório (já que era e é tão menosprezado por seus conterrâneos) e depois por ver todo aquele acervo, semente do Louvre de Macau, em estado de deplorável destruição; sem estantes, sem espaço, sem apoio. E tudo isso contrabalançado pelo amor inquebrantável de um certo João de Aquino. Na memória de João de Aquino estavam todas as etiquetas de cada peça. Etiquetas bem detalhadas, com historia da procedência e a certeza da veracidade. “Não preciso mentir, pois posso muito bem viver sem mentir” dizia-me ele ao ver minha surpresa ante alguma informação dada. Quando os poderes públicos despertarão para a importância histórica do Museu J. Elviro? Quando as instituições com nomes pomposos que atuam na preservação do patrimônio histórico nacional descobrirão este Museu? O que anotei e passo a quem interessar também possa é que é urgente uma equipe de museólogos e de restauradores e também de um mínimo de mobiliário adequado para preservar Macau. Uma Macau de lutas e de sonhos de nossas antigas gerações. Assim como livro e disco são cultura, Millôr é cultura, museu também é cultura. O mais, é conversa fiada.

Felismina Sidalina de Jesus

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Já postamos aqui o batismo de Francisco Umbelino Gomes de Macedo, como também do seu filho José Umbelino Gomes de Macedo. Hoje, vamos postar o batismo de Felismina Sidalina de Jesus, esposa de Francisco Umbelino e mãe de José Umbelino, que encontramos na Freguesia de Cuité, via site dos Mórmons.

Felismina, branca, nascida aos 27 de julho de 1852, filha legítima de Antonio Guilherme de Macedo, e de Theresa Clementina de Jesus, moradores e naturais desta Freguesia, foi batizada com os santos óleos, pelo Reverendo Antonio Dias da Cunha, no lugar denominado Várzea, aos trinta do mesmo mês e ano, e foram padrinhos Bernardino José Ferreira e sua mulher Senhorinha Maria de Jesus, moradores desta Freguesia...Manoel Jácome Bezerra Cavalcante.

Assim, Dona Felismina era dois anos mais velha do que seu marido Francisco Umbelino.
Esse nome se repetiu em uma neta, que foi casada com José Rodrigues de Medeiros (Zé Rodrigues do Bagé)




O segundo marido de Maria Inácia Alves de Sousa.

Por João Felipe da Trindade


Quando Maria Josefina, minha irmã, dizia que Maria Inácia tinha casado duas vezes, não acreditei, pois quando casou a primeira vez, em 1864 não era viúva, e segundo Aluízio Alves, em seu livro “Angicos”, Maria Inácia e e sue marido José Francisco tiveram 21 filhos.
 Mas pesquisando no livro de óbitos do Cartório da Vila de Angicos, encontrei um registro, do qual extraiu que: Em 27 de maio de 1904, declarou José Anselmo Alves de Sousa, enteado do falecido, que na Vila de Angicos, faleceu, tísico, nas colinas, Virgínio Pedrosa, negociante, de 31 anos, natural de Santa Cruz, casado catolicamente com Maria Inácia Alves da Silva, e filho de José Pedrosa e de Maria Gomes Pedrosa, falecidos.
Dona Maria Inácia faleceu em 1927, com 80 anos de idade, como se vê da notícia a seguir do jornal "O Paiz".


Notícias do clérigo Leão Fernandes.

Por João Felipe da Trindade


Muitas vezes procuramos por pessoas, e não sabemos para onde elas se foram: Lá nos registros civis de Angicos, vamos encontrar referências do famoso padre Leão Fernandes, como segue:
Em 1 de dezembro de 1918, faleceu Francisco das Chagas Fernandes, de 66 anos, de lesão cárdio-venal, casado com Liberalina Gomes Queiroz Fernandes, e filho do capitão Antônio Vicente Chaves e de Maria José de Jesus, natural da Freguesia de Luiz Gomes, deixando um filho o clérigo Leão Fernandes de 35 anos, tendo sido declarante Domiciano Aires Monteiro.