segunda-feira, 8 de junho de 2015

Genealogia Seridoense

Por Fernando Antonio Bezerra 
O Seridó é terra fecunda em dissertações, artigos, publicações de livros, enfim uma significativa e qualitativa produção literária. Dentre vários temas abordados, a genealogia se apresenta com destaque. O Seridó gosta de falar sobre genealogia, o que é muito bom! A genealogia é a ciência do parentesco. É um ramo auxiliar da história que se dedica a estudar a origem e as várias gerações de uma família e seus ramos paralelos.
 
A pesquisa genealógica não é fácil. Exige um esforço pessoal dos interessados no que se refere a frequentar arquivos de cartórios, secretarias paroquiais e de outras instituições. Algumas vezes, infelizmente, os arquivos estão desorganizados e ilegíveis pela ausência de cuidados ou, simplesmente, foram destruídos pela insensibilidade dos que não acalentam respeito à memória. Com a internet, evidentemente, os pesquisadores ganharam nova ferramenta, entretanto, existem muitos dados incompletos ou equivocados que somente as fontes primitivas elucidam. Também, na genealogia, sobretudo no passado, existia a transmissão oral de informações. Os mais velhos, de fato, conheciam e ministravam verdadeiras aulas de genealogia para os mais moços que, por sua vez, reconheciam e respeitavam os parentes, mesmo os mais distantes. Hoje, infelizmente, alguns sequer sabem os nomes de seus avós... Mas, este tema é para outro dia e sob a luz de outras investigações sociais.
 
Mesmo assim, o Seridó é a mais estudada, das regiões potiguares, em relação à sua genealogia. Das obras importantes que tratam do tema, seguramente, “Famílias Seridoenses”, de José Augusto Bezerra de Medeiros, “Homens e Fatos do Seridó Antigo”, de Dom José Adelino Dantas, “Velhas Famílias do Seridó”, de Olavo Medeiros Filho” e “Os Álvares do Seridó e suas ramificações”, de Sinval Costa, são fontes obrigatórias de pesquisas. 
Outros livros também se referem a genealogia, alguns dos quais já publicados por novos escritores que, mesmo em menor número, também se dedicam a pesquisar as origens e ramos do parentesco. Seria um grande risco mencionar um ou outro nome pela possibilidade de uma involuntária omissão, mas, em torno do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia, do Encontro anual de Genealogia realizado em Caicó e das pesquisas do Departamento de História do Centro de Ensino Superior do Seridó-UFRN, muitos dos novos pesquisadores e autores serão encontrados.

Em todas as lições, contudo, uma é muito presente: Tomaz de Araújo Pereira é o “Adão do Seridó”. Não foi o primeiro desbravador, mas é considerado um dos primeiros a construir uma família a partir do Seridó. Tomaz de Araújo Pereira (1º.), natural de Viana, Portugal, recebeu a sua primeira data de terra no Brasil em 1734. Tomaz era casado com a brasileira Maria da Conceição Mendonça e, com ela, gerou 08 filhos: Thomaz de Araújo Pereira, João Damasceno Pereira, Cosme Soares Pereira, José de Araújo Pereira, Josepha de Araújo Pereia, Joanna de Araújo Pereira, Helena de Araújo Pereira e Ana de Araújo Pereira. José Augusto diz que “entre as famílias que povoaram o Seridó, e ai se fixaram, a família Araújo, se não é a mais antiga, é das mais antigas, e certamente a que mais proliferou, sendo hoje a mais numerosa dentre quantas se contam radicadas naquele trecho do território norte-rio-grandense. Não é exagero afirmar que raro será o seridoense que não tenha sangue de Araújo.”

Outros muitos ramos são estudados pela genealogia seridoense: Dantas Correia; Azevedo Maia; Batista; Medeiros; Lopes Galvão; Fernandes Pimenta; Bezerra; Pereira Monteiro; Faria; Garcia; Alves dos Santos; Gonçalves Melo; Teixeira; Fontes Rangel; Silva e Souza, dentre outros. Em todos, versões comuns que dignificam os que fizeram a história de superação, resistência e trabalho do Seridó de todos nós!