Sargento-mor João Rodrigues de Seixas e descendências
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do INRG e do IHGRN
A primeira referência que encontrei ao sargento-mor João Rodrigues de Seixas foi em um dos livros de batismos, da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, depositado no Instituto Histórico de Pernambuco. Está lá escrito: aos 25 de março de 1713 anos nesta Paroquial de Nossa Senhora da Apresentação, de minha licença, batizou o Padre Coadjutor, Reverendo Antonio de Andrade de Araújo, a Anastácia, filha legítima de Thomaz Rodrigues de Amorim, e de sua mulher Dona Maria da Conceição; foram padrinhos o sargento-mor João Rodrigues Seixas e Maria da Conceição, filha do capitão Manoel Gonçalves Branco, tem os santos óleos. Simão Rodrigues de Sá.
Posteriormente, encontro nos livros de casamento da nossa freguesia vários registros onde ele e a esposa aparecem como testemunhas. Em 27 de abril de mil setecentos e quarenta e quatro casou, na Capela de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga, Maria Rodrigues da Silveira, filha do sargento-mor João Rodrigues de Seixas e Joanna da Silveira, com João Rabello da Costa, filho de Antonio Rabello de Carvalho e Serafina da Costa Lial, ambos de Santa Maria de Ayres, arcebispado de Braga. Nessa data, o sargento-mor João Rodrigues já era defunto.
Outro filho do casal Seixas, de bastante destaque nos registros da Igreja, tinha o mesmo nome do pai. Era o capitão João Rodrigues de Seixas, que casou, em dez de agosto de mil setecentos e quarenta e um, na Capela de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, com Joanna Rodrigues Santiago, filha do sargento-mor Salvador de Araújo Correa, já defunto, e de sua mulher Izabel Rodrigues Santiago. As denunciações foram feitas nas partes necessárias da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, como também, por conta do contraente, na Matriz do Corpo Santo do Recife de Pernambuco, e na Igreja de Nossa Senhora do Livramento de Santo Antonio do Recife.
Lembramos que Dona Izabel Rodrigues Santiago, era filha de Manoel Rodrigues Santiago e Catherina Duarte de Azevedo, esta última, neta do mártir Estevão Machado de Miranda e Dona Bárbara Vilela Cid, uma das filhas de Antonio Vilela Cid e Ignez Duarte.
Thereza Duarte de Jesus, uma das filhas do casal João Rodrigues Seixas e Joanna Rodrigues Santiago, foi batizada em 23 de abril de mil setecentos e cinqüenta e cinco, na capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí (que destino teve essa Capela?), tendo como padrinhos o sargento-mor Francisco de Araújo Correa, e sua irmã Ignez Duarte, filhos de Elena Duarte, esta última, irmã de Izabel Rodrigues Santiago. Em 23 de novembro de 1764, Thereza casou, na mesma Capela onde se batizou, com o português do Arcebispado de Braga, José Teixeira da Silva, filho de João Teixeira da Silva e Maria Joanna.
Nos livros de assentamento de praça, do ano de 1776, encontramos os seguintes filhos do capitão João Rodrigues Seixas: Manoel de Araújo Correa, com vinte e sete anos; Alexandre Rodrigues Santiago, com 24 anos; Salvador de Araújo Correa, com 23 anos; e Antonio Rodrigues da Silveira (Santiago, algumas vezes), com 30 anos.
Alexandre foi batizado em 3 de setembro de mil setecentos e cinqüenta e três, tendo como padrinhos Antonio Rodrigues Santiago e Izabel Rodrigues, filhos de Izabel Rodrigues e, portanto, tios de Alexandre
Manoel de Araújo Correa casou com Maria Jacinta Pródiga da Costa, filha, do português de Lisboa, Dionísio da Costa Soares e D. Eugenia de Oliveira. Um dos filhos de Manoel e Maria Jacinta, que tinha o nome do avô Dionísio, nasceu em 30 de abril de 1784, e foi batizado em 4 de maio de 1784.
No livro sobre a família Casa Grande, do Assú, encontramos que Antonio Rodrigues Santiago (ou Silveira), casou com Maria Ignácia Cabral de Macedo, filha de Antonio Cabral de Macedo e Josefa Martins de Sá; Outra informação, que consta lá, é que Izabel Costa, filha de João Rodrigues Seixas e Joanna (lá está escrito João Francisco Seixas) casou com Mathias Cabral de Macedo, também filho de Antonio Cabral de Macedo e Josefa Martins de Sá. Embora, Joanna Rodrigues da Santiago pudesse ter colocado o nome de Isabel, em homenagem a sua mãe, não encontrei nenhum registro de filha com esse nome, nem tampouco nas memórias das famílias de Utinga, escrita por um neto dela.
Escreveu Cascudo, em uma das suas Actas Diurnas, que a segunda esposa de Agostinho Leitão de Almeida, Josefa Maria de Macedo, era filha de Mathias Cabral de Macedo e Izabel Ferreira da Costa, acredito que os mesmos citados acima. Essas informações sobre Izabel me deixam mais dúvidas por conta do sobrenome Costa que aparece no nome dela. Acredito que deve ter ocorrido algum erro nas informações de Antonio Soares de Macedo sobre os pais de Izabel, esposa de Mathias Cabral de Macedo. Ademais, Agostinho foi padrinho de crisma, em 1820, de Manoel Maurício, o memorialista de Utinga, e por isso, não escaparia na sua relação o nome de uma tia.