João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Peguei carona com Dona Graça, que foi participar de um
evento da Mary Kay, em Recife, e fui visitar meu primo, João Batista de Melo
Pinto, dia 13 de maio próximo passado. Levei para eles os jornais com artigos
de Vicente Serejo sobre os irmãos José Anselmo e José da Penha. Serejo, Wandyr
Villar, Tarcisio Gurgel e Guaraci, entre outros, sempre me perguntam como vai
João Batista e quando ele vem a Natal. O mesmo está se tratando de um coágulo,
e completou, ontem, 19 de maio, 87 anos de idade.
João Batista foi
bastante importante para a construção da nossa genealogia, principalmente da família
Trindade e seus entrelaçamentos, com documentos, fotos e informações, anotadas
ao longo da sua vida. Sem intimidade com o computador, suas informações vinham
por carta ou através de sua esposa Lúcia Margarida, que, mesmo sem enxergar,
usava com habilidade o teclado para escrever e um sistema falado, adaptado ao
computador, para ler as mensagens que trocávamos.
Da família Mello Pinto encontramos pouca coisa, mesmo
pesquisando em velhos livros de Ceará-mirim. Mas, agora, resolvi fazer nova
investida a partir das informações que conhecia dessa família.
João Batista nasceu aos 19 de maio de 1927, filho de
Francisco de Mello Pinto (tio Chiquito) e Áurea Martins Trindade, e foi
batizado na Igreja de Bom Jesus das Dores, aos 21 de agosto do mesmo ano, pelo
monsenhor Joaquim Honório da Silveira, sendo seus padrinhos Miguel Trindade
Filho e Elvira de Melo Pinto, o primeiro irmão de Áurea e a segunda, irmã de
Francisco Pinto; neto paterno de João Baptista de Mello Pinto e Maria Rosa da
Trindade, que casaram em 18 de outubro de 1887, em Angicos; e materno de Miguel
Francisco da Trindade e Maria Josefina Martins Ferreira, que casaram em
Angicos, em 26 de abril de 1890. Miguel Francisco era irmão de Maria Rosa.
Outros filhos de João Baptista e Maria Rosa, irmãos de Francisco
de Mello Pinto (1892), eram Nestor de Mello Pinto (1889), Ulysses de Mello
Pinto (1890), Maria Pureza de Mello Pinto (1893), e Elvira de Mello Pinto (1895).
Encontrei, também, nos livros da Igreja, o batismo de
Murillo de Melo Pinto, irmão de João Batista. Em nove de maio de 1920, na
Igreja Bom Jesus das Dores, Padre José Scholl, batizou solenemente a Murillo,
nascido a 28 de março de 1920, filho legítimo de Francisco de Mello Pinto e Áurea
de Mello Pinto. Padrinhos João Baptista de Mello e Maria Rosa de Mello Pinto,
avós do batizado.
Segundo Batista, eram irmãos de seu avô paterno, João
Baptista de Mello Pinto (1860), de quem herdou o nome, os seguintes: José Gomes
de Melo Pinto (1863); Manoel de Melo Pinto (1864), que casou em 2ª núpcias com
Ana, irmã de Maria Rosa; e Francisco de
Melo Pinto (1866), todos filhos de Joaquim de Mello Pinto e Anna Joaquina de
Mello Pinto. Escreveu mais Batista, que sua bisavó era índia, e seu bisavô,
Joaquim de Mello Pinto, tinha falecido aqui em Natal, em 1868, no Hospital da
Caridade. Usando essas mesmas informações, já dadas anteriormente, fiz novas
pesquisas em busca dos ancestrais do meu primo.
Em 15 de novembro de 1894, os filhos de João Baptista de
Mello Pinto assinaram a ata da eleição estadual, em Ceará-Mirim. Encontro,
também, que em 1893, eles aparecem como oficiais da Guarda Nacional, da Comarca
de Ceará-Mirim: tenente-secretário João Baptista de Mello Pinto, tenente
Francisco de Mello Pinto, capitão Manoel de Mello Pinto, e tenente José Gomes
de Mello Pinto.
Entro no livro de óbitos, da cidade do Natal, e encontro o
seguinte registro: Aos sete de novembro de mil oitocentos e sessenta e sete
faleceu da vida presente, na Casa de Caridade, com todos os sacramentos, o
adulto Joaquim José de Mello Pinto, branco, casado, morador na freguesia de
Extremoz, foi sepultado no Cemitério Público, e encomendado por mim.
Bartholomeu da Rocha Fagundes, Vigário Colado. Com esse óbito, acredito que a
informação recebida por Batista era equivocada, sendo esse registro o mais
próximo da sua descrição, isto é, seu bisavô era na verdade Joaquim José de
Mello Pinto, que faleceu em 1867, e não em 1868.
Procuro, então, por um Joaquim José de Mello Pinto, e vou
encontrar o seguinte registro de casamento: Aos vinte e nove de novembro de mil
oitocentos e trinta e três, no Oratório do Retiro, da Freguesia de São José,
pelas duas horas da tarde, feitas as denunciações e dispensados os nubentes no
terceiro grau duplicado, e no terceiro atingente ao segundo de sanguinidade,
pelo Reverendo Visitador Francisco de Brito Guerra (aquele que foi senador), em
presença do Padre José Pereira da Ponte, de minha licença, se receberam por
palavras de presente Joaquim José de Mello Pinto, e Isabel Maria de Alexandria,
naturais e moradores desta Freguesia, o nubente filho legítimo de Alexandre de
Mello Pinto e de Josefa Maria da Conceição, já falecidos; e a nubente filha
legítima de Alexandre Manoel da Circuncisão e de Maria José de Jesus; receberam
as bênçãos, sendo testemunhas Alexandre Francisco de Carvalho e Francisco de
Freitas Costa, casado, desta Freguesia. Antonio Xavier Garcia de Almeida,
vigário interino.
Pelo ano de casamento, desconfio que esse Joaquim José não
era o bisavô do meu primo, João Batista, mas seu trisavô, que deve ter gerado um filho com
o mesmo nome. No próximo artigo vamos continuar com a família Mello Pinto, do
nosso Rio Grande do Norte, até chegar ao Ajudante Alexandre de Mello Pinto,
ascendente de todos eles, que casou em 1743 com Brazia Tavares da Fonseca.
Francisco, Ulysses e Nestor |