João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
sócio do IHGRN e do INRG
Officinas |
Em 13 de dezembro de 1831, nascia Maria, filha de Lopo Gil
Fagundes, natural da Europa, e de Maria do O’ Pereira da Costa Fagundes, do
Assú, que foi batizada nas Oficinas, em 4 de abril do ano seguinte, tendo como
padrinhos João Martins Ferreira (meu tetravô), casado, e Josefa Maria da
Conceição, viúva. Em 1833 e 1836 nasciam mais duas filhas do casal, batizadas,
também, com o nome de Maria.
Pelos diversos registros que encontrei sobre o casal, Lopo
Gil e Maria do O’, que dá origem aos Pereira Fagundes, e pelas informações
contidas no livro de Antonio Soares de Macedo, sobre a família Casa Grande,
deduzo que Maria do O’, esposa de Lopo, era uma das filhas de capitão-mor Pedro
Pereira da Costa e de D. Josefa Maria da Conceição, neta por parte paterna de
Pedro Pereira da Costa e Rosa Thereza de Sousa, naturais da Freguesia de Santo
Antonio do Fayal, patriarcado de Lisboa; e, por parte materna de Jerônimo
Cabral de Macedo e D. Maria do O’ de Faria. Portanto, Lopo Gil Fagundes era
cunhado do comandante Jerônimo Cabral Pereira de Macedo. As diversas famílias
do Assú eram, comumente, associadas às fazendas que possuíam. Maria do O’ mais
seus irmãos constituíam a família do Morro, sendo seu membro mais destacado
Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, morador em Macau.
Os batismos, em geral, traziam somente o primeiro nome do
batizado, que algumas vezes se repetiam, em uma mesma família. Em 10 de
novembro de 1834, nascia Jerônimo, filho de Lopo e Maria do O’, batizado, nesse
mesmo ano, “no pé do Morro”, em Santana do Matos, tendo como padrinhos José
Correa de Araújo Furtado e D. Maria do O’ de Araújo Braga; em 1839, nascia
outro filho, batizado, com o mesmo nome Jerônimo, na capela de São José das
Oficinas e tendo como padrinhos o comandante superior Jerônimo Cabral Pereira
de Macedo e D. Josefa Maria da Conceição (avó).
Um registro de casamento, que cita os pais dos nubentes, diz
que em 20 de maio de 1852, na povoação das Oficinas, Josefa Maria Pereira
Fagundes, filha de Lopo Gil Fagundes e Maria do O’ da Costa Fagundes, casou com
José Manoel Fernandes, filho de José Fernandes Novo e de Francisca Sipriana de
Arruda, ambos falecidos, tendo sido testemunhas José Barbosa Pimentel e Pedro
Pereira Fagundes, ambos casados.
Encontramos diversos nomes que parecem ser de descendentes
de Lopo Gil, mas as descontinuidades dos registros, bem como a pobreza das
informações neles contidas, impossibilitam a comprovação. Vejamos alguns
exemplos: Vicente Gil Fagundes, casado com Maria Francisca Xavier das Chagas,
batizou em 13 de dezembro de 1840, Manoel, tendo como padrinhos José Francisco
Viera e Maria Joaquina da Conceição; em 27 de fevereiro de 1863, nascia
Leandro, filho de José Pedro Pereira Fagundes e Maria do O’ do Espírito Santo,
batizado no Rosário, em 5 do mês de
junho do mesmo ano, tendo como padrinhos Lopo Gil Fagundes e Anna Fragosa de
Medeiros (esta última concubina de Jerônimo Cabral Pereira de Macedo); em 28 de
setembro de 1860, nascia Manoel, filho de Manoel José Pereira Fagundes e Maria
Francisca Pimentel Fagundes, batizado aos 8 de janeiro de 1861, tendo como
padrinhos Lopo Gil Fagundes e Maria Rita Bezerra Pimentel; Uma das Marias,
filha de Lopo e Maria do O’, pode ser Maria dos Anjos Pereira Fagundes casada
com José Barbosa Pimentel Junior. Este último pode ser José, nascido em 1832,
filho de José Barbosa Pimentel e Maria Rita Bezerra (filha de Balthazar
Barbalho Bezerra).
Em vários registros encontramos Lopo Gil já viúvo. Não
encontrei um segundo casamento, entretanto encontro o seguinte registro: em 27
de novembro de 1865, nascia Maria, filha natural de Luiza Maria do Espírito
Santo e de Lopo Gil Fagundes, batizada na capela do Rosário, em 22 de janeiro
de 1866, tendo como padrinhos Nossa Senhora e Pedro José Pereira Fagundes.
Em 1855 há um batismo onde os padrinhos são Jerônimo Cabral
Pereira Fagundes e Maria da Glória Pereira Fagundes, ambos nessa época
solteiros. Ele deve ser um dos Jerônimos e ela uma das Marias, citadas no início.
Segundo Fábio Queiroz, sua sogra, Maria do Rosário Fagundes,
era filha de Francisca Lopo Fagundes e Roque Pereira Fagundes, primos. Os pais
de Francisca eram Manoel Fagundes e Ana Varela Barca, naturais do Assú.
Os descendentes de Lopo Gil, com as informações trocadas
entre si, poderiam reconstituir uma árvore mais precisa da família.