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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alexandre Avelino da Costa Martins


Alexandre Avelino da Costa Martins

O fato de a História ser reconstituída a cada momento é que faz com que, em algum momento, se possa fazer justiça, com alguns dos seus personagens. Muitos ficam durante anos e até séculos sem nenhum mérito perante a humanidade.
Nunca tinha ouvido falar no meu trisavô, Alexandre Avelino da Costa Martins. O nome que me passaram era outro. Somente a pesquisa genealógica que estou empreendendo repôs a verdade sobre isso. No livro Angicos de Aluizio Alves, há uma referência sobre ele, pelo fato de ser o pai do Cadete José Avelino. Há referência a Alexandre Avelino Bezerra que ergueu a capela de Nossa Senhora da Conceição em Carapebas no ano de 1894, mas esse é um dos seus filhos.
Os poucos livros da Câmara Municipal  de Angicos que encontrei traz várias referências a ele. Os livros não são completos e só pudemos ver pedaços de informações referentes aos anos de 1855 e 1856. Em primeiro lugar, nessa legislatura que foi de 1853 até 1856, ele aparece como vereador da Câmara. Pela análise das sessões se verifica uma participação muito efetiva de Alexandre Avelino da Costa Martins nas discussões, nas observações e nas votações. Conhecido na Câmara por Costa Martins, sempre que era voto vencido tinha que assinar o nome completo e ao lado era colocado vencido. Por isso, conheci a sua assinatura completa. É notável suas intervenções a todo o momento.
Uma das discussões que participou foi já no fim do mandato e era referente à eleição para Juiz de Paz. Na data de 17 de novembro de 1856 a Câmara examinou a apuração da eleição realizada em 7 de setembro do mesmo ano. Os resultados para Juiz de Paz traziam os seguintes nomes e votação: Vicente Ferreira Xavier da Cruz, pela sorte, 238 votos, José Alexandre Solino da Costa, pela sorte, 238,  João Miguel da Trindade com 236 e Gonçalo José Barbosa, 234. Os outros candidatos na seqüência obtiveram votos iguais ou  inferiores a 78 votos. Alexandre Avelino e o vereador João Teixeira dos Santos deixaram de assinar os Diplomas por entenderem que houve falsificação na votação do cidadão José Alexandre Solino da Costa, e que este tinha obtido na verdade duzentos e quarenta votos. Reclamava Alexandre ainda, que mesmo os votos sendo iguais teria que ser desempatado através do voto. Pelo que se observa na ata o desempate era pela sorte. Do que resultou Vicente Ferreira Xavier da Cruz em primeiro. Os três primeiros tomaram posse.
Os personagens desse fato Alexandre Avelino, Vicente Ferreira Xavier da Cruz e João Miguel da Trindade eram meus trisavós e José Solino era tio de Anna Francisca Bezerra, esposa de Alexandre Avelino. Tempos depois, Claudiana filha de Solino casou em 1871, com José Avelino, filho de Alexandre Avelino. Miguel Trindade Filho, bisneto de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e de João Miguel da Trindade casou, em 1942, com Dalvanira bisneta de Alexandre Avelino.
Alexandre Avelino ocupou depois o cargo de Juiz de Paz, em 1861 e Delegado de Polícia em 1862. Informações anteriores a 1855 de sua vida profissional  não foi possível localizar.
Era filho de Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’ e Joaquina Maria do Rosário. Era casado com Anna Francisca Bezerra, filha do Tenente Coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa. Descendia de João Barbosa da Costa e de Antonio Lopes Viégas. Registramos os filhos, Francisco Avelino da Costa Bezerra, Manoel Avelino da Costa Bezerra, José Avelino Martins Bezerra, Alexandre Avelino Martins Bezerra, Joaquim Avelino Martins Bezerra, Agostinha Maria Martins Bezerra, Joanna Martins Bezerra, Maria da Conceição da Costa Bezerra, Anna Jovina da Costa Bezerra, Maria Alexandrina Martins Bezerra, Vicente Maria da Costa Avelino e Guilherme Avelino.
Entre os seus descendentes em linha direta destaco os seguintes: o Jornalista Pedro Avelino, o ex-deputado estadual Emygdio Avelino, o senador Georgino Avelino, o poeta Edinor Avelino, o cadete e herói da guerra do Paraguai José Avelino, o cardiologista e ex-deputado estadual Teódulo Avelino, o Diplomata Vicente Avelino, o senador Carlos Alberto e filha deputada estadual Micarla de Sousa, o poeta Gilberto Avelino e sua esposa Gildegerce Avelino,  o escritor Afonso Bezerra, o Monsenhor Lucilo Machado, os escritores José Bartolomeu Correia de Melo e Paulo de Tarso Correia de Melo, os Promotores de Justiça Pedro Avelino Neto e Afonso Ligório, o  Procurador de Estado  Vital Luiz, o Monsenhor Júlio Bezerra, Jacob Avelino, a poeta Isolina Avelino Waldvogel, Maria Albertina Avelino Leite, o pintor Roosevelt  Avelino Trindade, o comerciante  Vicente Avelino e o bancário Valdemar Avelino Trindade.
Não encontrei a origem desse sobrenome Avelino entre os ascendentes de Alexandre. A outra personagem da região que tinha esse sobrenome era João Avelino Lopes Viégas. Acredito que foi acrescentado ao nome sem nenhuma origem familiar. Fica aqui, para conhecimentos de todos os seus descendentes, o registro da participação de Alexandre Avelino na região de Angicos e Carapebas.

A Noiva da Revolução, a Ilha de Manoel Gonçalves e minha trisavó

A Noiva da Revolução, a ilha de Manuel Gonçalves e minha trisavó.

 "A NOIVA DA REVOLUÇÃO" é o título de um romance do jornalista Paulo Santos de Oliveira, que descreve o movimento patriótico de 1817 com total fidelidade aos acontecimentos. Essa grande aventura, apaixonada e romântica, é narrada pela ótica de Domingos Martins, o principal líder revolucionário, e complementada pela  filha de portugueses Maria Teodora da Costa, que viveram um amor proibido e fizeram o casamento talvez mais importante já realizado no País", segundo o site do livro acima.
Quando comecei minhas pesquisas genealógicas, João Batista de Melo Pinto, meu primo, me escreveu que, Miguel Trindade Filho, meu pai, em carta para ele, falava em um cidadão chamado Bento José da Costa, um português, residente em Recife, grande proprietário de terras, cuja filha Maria Teodora se casou com o chefe da Revolução de 1817, Domingos José Martins, era tio de minha trisavó portuguesa Josefina Maria Ferreira. Fomos, então, eu e Batista atrás de documentos que pudessem comprovar essa afirmação. A primeira referencia que encontrei foi na "Escritura de Venda que Faz D. Francisca Rosa Fonseca, de todos os terrenos e fazendas de gados que possui no Sertão do Assú, a Domingos Afonso Ferreira e ao Tenente-Coronel Bento José da Costa" no livro de Olavo Medeiros Filho, Ribeiras do Assú. Lá encontrei entre as terras, a fazenda Cacimbas do Viana, local onde nasceu minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, neta de Josefina Maria Ferreira. Em seguida encontrei no livro 1º Centenário da Ordenação Sacerdotal do Monsenhor Joaquim Honório da Silveira, que os portugueses capitão João Martins Ferreira, seu filho José, seus quatros genros, José Joaquim Fernandes, Manoel Antonio Fernandes, Manoel José Fernandes e Antonio Joaquim de Souza mudaram-se definitivamente para ilha de Macau, abandonando a pequena ilha de Manuel Gonçalves, tragada pelo mar, e que fazia parte das terras adquiridas pelo Tenente Coronel Bento José da Costa. O sobrenome Martins Ferreira me chamou a atenção por ser o mesmo do meu trisavô José Martins Ferreira, esposo da portuguesa Josefina. Constava ainda no livro do Monsenhor Honório, parte da escritura das terras de Bento, citada ali por Nestor Lima. Havia uma pequena divergência entre a citação de Olavo e a de Nestor. Era quanto ao nome do Administrador das terras de Bento. Na primeira constava como sendo João Alves Ferreira e na segunda como João Moz Ferreira. Já familiarizado com tantas abreviaturas, depois de muitas leituras de livros de casamento, suspeitei de imediato que o João que estavam citando nem era um nem outro, mas João Martins Ferreira. Fui ao Instituto Histórico conferir e lá estava a abreviatura Miz que tanto conhecia. Nas abertura das atas da Câmara Municipal de Angicos do ano de 1855, constava sempre o nome Costa Miz, se referindo ao meu trisavô vereador Alexandre Avelino da Costa Martins. Parece óbvio que o Administrador das terras de Bento era o mesmo que morava na ilha Manuel Gonçalves de sua propriedade e que se mudou para a Ilha de Macau com genros e filhos. Em seguida encontrei o batizado de quatro filhos naturais de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres que nasceram entre 1830 e 1835, José, Manoel, Josefa e Joaquim e que são reconhecidos como filhos na forma que foi declarado pelo vigário João Teotônio de Souza e Silva: "o qual disse em minha presença reconhecia o dito parvulo por seu filho e me pediu fizesse essa declaração para a todo tempo constar". Foram padrinhos Silvério Martins de Oliveira com Joanna Nepomucena, Pedro Álvares Ferreira, Francisco Martins Ferreira, Antonio Joaquim de Souza com Thomásia Martins Ferreira e Manoel José Fernandes com Anna Martins Ferreira. Thomásia e Anna eram filhas de João Martins Ferreira e por isso acredito que José Martins Ferreira fosse o filho José, de João Martins. Silvério foi o primeiro Administrador da Mesas de Rendas Estaduais de Macau. Em seguida encontrei o batizado de dois filhos legítimos de José Martins Ferreira com Josefina Maria Ferreira. Todos esses batizados em Macau, em 06 de junho de 1842. O primeiro era do meu bisavô Francisco Martins Ferreira que nasceu em sete de outubro de 1841. Foram padrinhos Tenente Coronel José Ramos de Oliveira e sua mulher Maria da Costa por seus procuradores em Macau. Esse Tenente Coronel é citado em um artigo sobre a Ponte D' Uchoa, no Sítio das Jaqueiras, da pesquisadora do Instituto de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco, Samira Adler, que escreve: "da residência de Bento José, não sobrou qualquer vestígio. A última noticia oficial vem de 1858, data em que o Sr. Manoel José da Costa – tutor dos órfãos do comendador José Ramos de Oliveira, o derradeiro dono daquelas terras - manda demolir a construção, loteia a propriedade e vende os terrenos a vários compradores". O cidadão Manuel José da Costa (1809-1885) a que Samira se refere é o Barão das Mercês, filho de Bento que se casou com Caetana Cândida Gomes, Baronesa das Mercês, prima paterna do mesmo (Mística do Parentesco, Edgardo Pires Ferreira). O outro batizado, no mesmo dia, foi de João Martins Ferreira que nasceu em 22 de junho de 1840. Os seus padrinhos foram Pedro Alves Correa e, João Martins Ferreira, por procuração que apresentou de Maria Teodora da Costa Pires da Praça de Pernambuco. As escrituras citadas anteriormente foram feitas em 1897 e nessa época João Martins Ferreira já era o Administrador das terras de Bento. Todas essas relações confirmam como disse Miguel Trindade, que Bento era tio de Josefina Maria Ferreira e que, portanto Maria Teodora, a noiva da revolução era sua prima. No mínimo comadre.

O Cadete José Avelino, o nosso herói da Guerra do Paraguai

Cadete José Avelino, o nosso herói da Guerra do Paraguai (1845-1890)
 
Maria Alice assumiu a direção das Escolas Reunidas Cadete José Avelino, em Afonso Bezerra, com uma disposição muito grande para trabalhar por aquela instituição. Esta semana, dentro daquilo a que ela se propõe, ocorrerá uma programação de homenagem ao Cadete José Avelino, no momento que completa 117 anos de sua morte, que ocorreu em 20 de maio de 1890. José Avelino embarcou, como voluntário, para guerra do Paraguai em nove de maio de 1865. Segundo Aluízio Alves, no livro Angicos, "Classificado no 36º Batalhão de Voluntários, comandado pelo General Osório, tomou parte no combate de Curuzú, a três de setembro de 1866, e na batalha de Curupaití, a 22 do mesmo mês e ano. Nesse último encontro sangrento, recebeu um ferimento no braço, sem gravidade, e outro, mais sério, na perna, que o prostrou, numa depressão do terreno. Dali foi retirado, já quando as forças deixavam o campo, agarrado á coronha do fuzil de um companheiro dedicado." Condecorado, voltou para sua terra e não se escorou na glória que adquiriu. Foi o fundador da feira semanal de Carapebas em 1886. Dedicou-se a política tendo sido eleito para Câmara Municipal de Angicos para o período de 1883 a 1886, assumindo sua Presidência nesse último ano. No Livro das Velhas Figuras, diz Cascudo: "Era com manso orgulho sereno que o mestre-escola da povoação de Carapebas, nos dias solenes, punha ao peito sua medalha de bronze, com a efígie imperial. Naturalmente existem outras reluzentes, de ouro, com fitelhos bonitos, esmalte espelhante. Nenhuma é mais significativa. Nem mesmo o colar da Imperial Ordem da Rosa, que somente o Marquês de Barbacena e o Duque de Caxias possuíram, vence, em valor simbólico, esse disco de bronze que se ostentava, na altura do coração, no Cadete José Avelino Martins Bezerra. É a medalha mandada cunhar pelo decreto de 23 de março de 1868, com nobre dístico: - Recompensa à bravura militar." Conta Cascudo ainda que teve na mão a bala que atravessou o braço, no terço superior. Era de chumbo e pesava 30 gramas. No livro Ensaios, Contos e Crônicas há um artigo de Afonso Bezerra, sobrinho neto do cadete, que diz: "Morando placidamente em terras da família, a mais conceituada no lugar, prestes a desposar D. Claudiana Barbosa com quem se casou ao regressar da guerra, nem o seu sentimentalismo bairrista, nem a sensibilidade de seu coração de noivo, nem ainda o amor de filho obediente detiveram-no, no momento em que centenas de patriotas outros iam hipotecar á pátria magoada o preito de seu acendrado amor e o consolo de seu apoio em todas as ocasiões, e afirmar que aquele mesmo Brasil que, no século XVII, quando ainda não tinha delineada a sua entidade política, já conseguira expulsar de seu território os invasores flamengos, também naqueles dias, guiados pela sabedoria e patriotismo de D. Pedro II, não haveria de curvar-se humilhado ante a ousadia louca de um governo institucional. Lá no âmago da luta, foi sempre um destemido, um patriota, com menos arrodeios, um brasileiro autentico." Durante programação de homenagem ao Cadete, que vai de 15 a 19 de maio, será inaugurado um busto de José Avelino. Haverá, ainda, durante a referida semana, a exibição de dois filmes sobre a Guerra do Paraguai e uma homenagem aos diretores, professores e funcionários que passaram pela Escola.  Parabéns Afonso Bezerra pela homenagem que presta ao seu herói, neste ano do centenário de nascimento do escritor que dá nome a cidade.

Os habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (III)


Os Habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (III)
Não sei até onde o mar tinha avançado, em 1841. Com certeza alguns moradores ainda tinham atividades naquela Ilha de Manoel Gonçalves, pois, naquele ano, foram realizados dois batismos. Foram os últimos registros que encontrei.
Vale registrar, aqui, o falecimento de um Frade que fez batismos na Ilha, o Reverendo Frei Antonio de Jesus Maria Lobo.
“Aos 23 de Agosto de 1846, foi sepultado, na Capela de N. Senhora da Conceição de Macau, o Reverendo Frei Antonio de Jesus de Maria, da Religião Franciscana, branco, com idade de 50 anos, sendo envolto em seu próprio hábito, e encomendado pelo Reverendo Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, do que para constar mandei fazer este assento, em que assigno. Felis Alves de Sousa. Vigário Colado de Angicos.”
Frei Antonio de Jesus de Maria batizou na Ilha de Manoel Gonçalves, do meu conhecimento, as seguintes crianças:
Joaquim, filho de Elisiário Antonio Cordeiro e Antonia Silvéria de Oliveira, em 24/9/1832; Justina de Manoel Francisco Monteiro e Ursula Maria das Virgens, em 30/12/1832; Manoel, de Francisco Vieira e Mello e Anna Maria dos Prazeres, em 24/2/1833; Silvéria, de Antonio Francisco Pereira e Ritta Maria da Conceição, em 20/5/1832; Martinha, filha de Antonio José de Deos e Joanna Francisca Bezerra, em 14/7/1833; Luiz, de Manoel Álvares Lessa e Maria Manoella da Costa, em 19/7/1834; e Josefa, filha natural, de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres, em 18/2/1833.
Em 31/7/1831, há o registro do batismo de Antonio, filho de Francisco Vieira e Mello e Anna Maria dos Prazeres, pelo reverendo Pedro de Tal. Depois, aparecem os seguintes registros, onde o batizante foi o Capellão frei José de Santo Alberto:
Mônica, filha de Daniel Pereira de Brito e Anna Maria da Silva, em 14/6/1835; Maria, filha de Caetano de Lemos da Fonseca e Maria Magdalenna, em 2/6/1835; Joanna, filha de Manoel Thomaz de Araújo e de Maria de Santa Anna, em 4/11/1836; Tertuliano , filho legitimo de Daniel Pereira de Brito e Anna Maria da Silva,em 4/11/1836.
O padre Joaquim José de Santa Annna batizou as seguintes pessoas na ilha: Leonarda, filha de Daniel Pereira de Brito e Anna Maria da Silva, em 18/12/1830; Jesuína, filha de Manoel Joaquim de Medeiros, da ilha de São Miguel, e Francisca de Paula, em 8/12/1830; Luisa, escrava de Carlos José de Sousa, em 7/12/1830
Os últimos registros que consegui, datam de 1841 e os batismos foram realizados pelo Reverendo Manoel Januário Bezerra Cavalcanti.
“Joze filho legitimo de Sabino Alves Pessoa, e Maria Antonia de Jesus, nasceu aos trinta de Abril de mil oitocentos e quarenta e um; foi batizado por mim com os S.S. óleos aos 5 de julho do mesmo ano na Ilha de Manoel Gonçalves. Forão P.P Izaquiel José Bazilio, e Maria Leandra de Farias, do que para constar, fiz este assento, em que me assino. Manoel Januário B. Cavalcanti.”
Felippa, filha legitima de Daniel Pereira de Brito, e Anna Maria da Silva, nasceu aos vinte, e seis de Maio de mil e oitocentos, e quarenta e um; foi batizada a m supra. Foram padrinhos Chistovão de Farias Leite Junior, e Julianna, digo, N.S.”
Daniel Pereira de Brito e Anna Maria da Silva, que aparecem várias vezes, eram naturais de Aracati, Província do Ceará. Felippa faleceu, em 1845.
Os quatro filhos naturais de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres tiveram vários registros repetidos, com informações diferentes. Há uma folha, no livro de registro, onde todos eles são registrados e reconhecidos como filhos. A única que é batizada na ilha é Josefa. Joaquim, o último deles, teve o seguinte registro que transcrevo pela sua originalidade:
“Joaquim, filho de Delfina Maria dos Prazeres, Casada, e José Martins Ferreira, solteiro, naturais e moradores nesta Freguesia, nascido párvulo aos oito de Abril de mil oito centos e trinta e quatro, foi batizado solenemente no Sítio de Macau, por Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, de minha Licença, aos 15 de Maio do dito ano; forão padrinhos Manoel José Fernandes, e Anna Martins Ferreira, do que para constar, mandei fazer este assento que assino. Luiz Teixeira da Fonseca, vigário Interino.”
Em julho de 1835, reaparece José Martins Ferreira, já casado com Josefina Maria Ferreira. Foram padrinhos de Joaquim, filho de Manoel da Rocha Bezerra e Josefa Jacinta Bezerra. Não obtive registro desse casamento. Acredito que o casamento pode ter ocorrido em Recife, pois, Josefina era sobrinha de Bento José da Costa. No registro do primeiro filho legitimo com Josefina, em 1837, a madrinha é a esposa de Bento, Anna Maria Teodora.
O comandante Eugenio de Castro, na obra incentivada por Câmara Cascudo, e intitulada “Ilha de Manuel Gonçalves”, escreveu ao final:
“Si o tempo chegar, - como o gênio de Selma Lageroff soube criar no coração do pequenino Nils Holgersson a certeza de uma cidade de Vineta submersa no Báltico e a ser desencantada – melhor poderá o archeologo tirar de tão inglorioso esquecimento a <Manoel Gonçalves>>, com reconstituir-lhe sua vida, sua geographiapraieiros potiguares, o mystico alvorecer de uma lenda brasileira.”

Os habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (II)


Os Habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (II)

Nestor Lima, no trabalho sobre Macau, diz o seguinte: “Desabitada, a princípio, quando outros pontos como Alagamar e a Ilha de Manoel Gonçalves eram povoados, Macau teve como primeiros habitantes e povoação os portugueses Capitão João Martins Ferreira, seus quatro genros, Antonio Joaquim de Sousa, José Joaquim Fernandes, Manoel José Fernandes e Manoel Antonio Fernandes, além de Manoel Rodrigues Ferreira, João Garcia Valadão, Francisco José da Costa Coentro, Elisiário Cordeiro e o brasileiro Jacinto João da Hora, que habitavam a Ilha de Manoel Gonçalves e de lá se mudaram para a incipiente povoação de Macau”.

Câmara Cascudo, em uma nota inédita, no trabalho de Eugenio de Castro, “A Ilha de Manoel Gonçalves”, acrescenta, na relação acima, José (Martins Ferreira), filho de João Martins. Continuando, reclama, “os quatro genros têm nomes controvertidos. Noutras informações, deram-me gente diversa”. No artigo anterior  falamos sobre alguns desses personagens, dando-lhes mais vida, através de documentos sobre esposas e filhos. Vamos fazer o mesmo com os nomes restantes e outros mais que circulavam pela Ilha.

Jacinto João da Ora (grafia que aparece nos documentos), o brasileiro, era casado com Adrianna (de Jesus) Pereira dos Santos e morreu em 1853, viúvo, e com a idade de 70 anos. Os dois foram padrinhos de batismo, em 1845, de Elmira Perpetua (que casou em 1877, no Taboleiro Alto, com Manoel Correia de Melo Filho), filha de Francisco José de Mello Guerra (Professor de primeiras letras em Macau, em 1844) e Maria Francisca de Miranda. Foram padrinhos, também, de Targino, filho do Capitão e vereador Francisco Trajano Xavier da Cunha e sua mulher Senhorinha Clara dos Anjos, em 1832, em oratório particular.

Elisiário Antonio Cordeiro, português de Lisboa, era casado com Antonia Silvéria de Oliveira, e teve os seguintes filhos: João (padrinhos Silvério Martins de Oliveira e Joanna Nepomucena), Joaquim (padrinhos Silvério e Joanna, na Ilha de Manoel Gonçalves), Manoel (padrinhos Francisco Coentro e Anna Joaquina), Guilherme que morreu com 9 anos, em Macau e Maria . No ano de 1844, em Macau, foi padrinho de casamento de Luis Francisco de Melo e de Manoel Francisco Lima de Oliveira.

 Francisco José da Costa Coentro (Cuentro), português, casado com Anna Joaquina das Neves, teve os seguintes filhos: Cândida (padrinhos Silvério e Joanna), Francisco (padrinho Silvério e Joanna), Emygdio que morreu em 1848 e Horácio (padrinhos José Ignácio de Loyola e Francisca de Loyola).  O casal foi padrinho, em Macau, de Manoel, filho de Francisco Pereira de Santa Anna e Anna Francisca de Santa Anna.

João Garcia Valadão, português, era casado com Isabel Rodrigues de São José, que faleceu em 1830. Eles foram padrinhos do casamento de José Francisco Jorge e Maria Joana da Conceição, em Macau, em 1844. Há, também, registros de batismos de filhos de seus escravos Noberto e Anna, em 1832, na Ilha de Manoel Gonçalves.

Manoel Rodrigues Ferreira, português, era casado com Isabel Martins Ferreira. Os dois eram pais de Félix Rodrigues Ferreira (Fundador da Vila de Pendências) e de Joaquim Rodrigues Ferreira (fundador de Alto dos Rodrigues). Encontramos ainda o registro dos seguintes filhos: Josefa (1839), Luiz (1831), João (1836) que teve como padrinhos Manoel Rodrigues Ferreira Junior e sua irmã Maria Martins, lá em Boa Vista. Há ainda, Anna, que morreu em 1851 com 22 anos.
Sobre os genros obtivemos as seguintes informações que podem nos ajudar a recompor, aos poucos, mais dado sobre a nossa Ilha.
 José Joaquim Fernandes era casado com Maria Martins Ferreira . Eles foram padrinhos de Josefa, filha natural de José Martins Ferreira, em 1833 na Ilha.
 Manoel José Fernandes era casado com Anna Martins Ferreira. Foram padrinhos de Anna, filha de Manoel Alves da Silva e Josefa Martins Ferreira, em 1850, em Macau. Entre os filhos, citamos: Joanna (1851), Manoel (1846), José (1844), Maria Petronilla Fernandes que casou com o português Balthasar de Moura e Silva em 1854.
 Manoel Antonio Fernandes era casado com  Maria Martins de Pureza e os dois foram padrinhos de Joaquim, outro filho natural de José Martins Ferreira, em 1834. Ainda, em 1834, foram padrinhos, na Ilha, de Luiz, filho de Manoel Álvares Lessa (possivelmente, parente de Josefa Clara Lessa)
  Antonio Joaquim de Sousa era casado com Thomásia Martins Ferreira. Eram pais de Antonia que, em 1848, foi batizada tendo como padrinhos Pedro Alves Ferreira e Clara Maria Fernandes. Outro filho era João, que foi batizado em 1845, tendo como padrinhos Balthasar de Sousa e Maria Martins Ferreira.
Silvério Martins de Oliveira, que aparece como padrinho em vários batismos, também veio da Ilha. Foi o primeiro administrador da Mesa de Rendas Estaduais de Macau. Era casado com Joanna Nepomucena de Jesus.

Os habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (I)

Os Habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves (I)

Laços familiares e os mistérios me levam de volta a Atlântida de Edgar Barbosa. A Ilha que mergulhou, para fazer crescer a Ilha de Macau, mereceu destaque por parte de várias pessoas ilustres e merece mais estudos sobre a sua existência. Depois do último trabalho, aqui mesmo publicado, surgiram mais informações que necessitam divulgação para os nossos estudiosos. O administrador das 13 léguas de terras de Bento José da Costa, e morador mais famoso da Ilha de Manoel Gonçalves, João Martins Ferreira, que deu início a povoação de Macau, é citado por Manoel Rodrigues de Melo, em um artigo sobre o Saque da Ilha, em 1818: “português rico e qualificado, escrevia diretamente ao Governante José Inácio Borges: Eu tenho aviso de Pernambuco do Coronel Bento Joze da Costa, que nas águas próximas da Lua nova, despedia a Sumaca Xica, e em Janeiro o Brigue São Manoel”.
É importante, para compreender melhor a história das duas Ilhas, algumas informações mais detalhadas da família de João Martins, e da relação dele com o Capitão Bento José da Costa. Iniciemos apresentando sua esposa através do batizado do filho do Capitão e Vereador da Câmara Municipal de Macau, Francisco Trajano :
“José, branco, filho legítimo de Francisco Trajano Xavier da Cunha, e de sua mulher Senhorinha Clara dos Anjos, moradores nesta Freguesia, nasceu aos oito de Setembro de mil oitocentos, e trinta e quatro, e foi baptizado solenemente com os Santos óleos aos dezesseis de mesmo mês e ano em um oratório privado, pelo Reverendo Frei Antonio de Jezus Maria Lobo, de minha licença; foram Padrinhos João Martins Ferreira, e sua mulher Josefa Clara Lessa por procuração que apresentou Antonia Bernarda Achyoles; do que para constar mandei fazer este assento; em que assino. O Vigário João Theotonio de Souza e Silva.”
Em 1832, Josefa Clara Lessa e seu filho, José Martins Ferreira foram padrinhos em um batismo na Ilha famosa:
“Felis, filho legítimo de Joze Felis, e de Francisca Ignácia, moradores nesta Freguesia, nasceu a vinte cinco de Maio de mil oitocentos, e trinta e dois, e foi batizado solenemente com os Santos Óleos, na Capela da Ilha de Manoel Gonçalves, aos dez de Junho do dito ano, pelo Reverendo Frei Antonio de Jezus Maria Lobo, de licença; foram Padrinhos Joze Martins Ferreira, solteiro, Josefa Clara Lessa, casada; do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Pároco Ignácio Damazzo Corrêa Lobo.”
Em 1837, José Martins Ferreira e Josefina Maria Ferreira, meus trisavós, batizaram o filho José, tendo como madrinha, a esposa do Capitão Bento José da Costa, Anna Maria Teodora:
“Joze, branco, filho legítimo de Joze Martins Ferreira e Josefina Maria Ferreira, moradores nesta Freguesia, nasceu a cinco de Março de mil oitocentos  e trinta e sete, e foi baptizado com os Santos óleos na Povoação de Macáo pelo Reverendo Frei Joze de Santo Alberto, aos quinze de Maio do dito ano, de minha licença; foram Padrinhos João Martins Ferreira, casado, e Anna Maria Theodora, por Procuração  sua que apresentou Josefa Clara Lessa; do que para constar mandei fazer este assento , e por verdade assinei.
Vigário João Theotonio de Sousa e Silva.”
Bento José da Costa era tio de Josefina e pai de Maria Theodora, esposa do Chefe da Revolução Pernambucana de 1817, Domingos José Martins. No próximo artigo faremos o registro de outros habitantes da Ilha.