Luciano Pinheiro Klein Filho que solicitou informações sobre seu trisavô Balthazar de Moura e Silva, como escrito no artigo anterior, enviou mais notícias. Ele é historiador e professor do Colégio Militar de Fortaleza. Ele e Janote Pires Marques são autores do livro "O Casarão do Outeiro" que é uma memória do Colégio Militar de Fortaleza, desde sua criação como Escola Militar do Ceará (1889-1897). Foi nessa Escola que estudou o nosso Capitão José da Penha a partir de 1890. Nesse livro, que ele me enviou, há uma ilustração da Revista Evolução, onde um dos redatores é o próprio José da Penha.
Atualmente, Luciano faz um trabalho de pesquisa sobre o médico cearense Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, que segundo ele esteve em Martins entre 1842 e 1846.
O laço de Luciano com Balthazar se dá da seguinte forma: Seu pai, que tem o mesmo nome que ele, era filho de Luisa Pinheiro Klein (Luisa de Moura Pinheiro, nome de solteira), natural de Aracati. Luisa casou-se na década de 1920 com Henry Klein, natural de Estrasburgo (Alemanha-França), primo do célebre pianista Jacques Klein. Os pais de Luisa eram Antonio Francisco Pinheiro, Coronel da Guarda Nacional, e Rosa Viterbo de Moura Pinheiro. Rosa era filha de Balthazar de Moura e Silva e Maria Petronilla Fernandes, cujo casamento transcrevi no artigo anterior. Dona Rosa faleceu em 1944. Segundo Luciano, informações obtidas recentemente, Balthazar faleceu no ano de 1892 e foi sepultado no Cemitério São João Batista em Fortaleza. A partir daí ele vai tentar descobrir maiores informações sobre seu trisavô.
A partir dessas trocas de informações, descobri que um professor da UFCE, Marcelo Pinheiro Klein, que vinha semanalmente ministrar aula aqui na UFRN para alunos do curso de Matemática, meu professor, é irmão do pai de Luciano.
Vamos acrescentar aqui mais informações sobre Balthazar, começando com o casamento de um filho dele.
Aos vinte e cinco de Agosto de 1871, de minha licença, na Matriz de Macau, assistiu o Padre Elias Barbalho Biserra, receberem-se em matrimônio, os meus paroquianos = José Joaquim de Moura, filho de Balthazar de Moura (e Silva) e sua finada mulher D. Josefa Martins de Souza, e Antonia Leopoldina de Souza, filha legítima de Pedro Virgolino de Souza e Maria Rodrigues Ferreira, dispensados do 3º grau simples de sanguinidade, que os ligavam, depois de exame de Doutrina Cristã, e confessados; e lhes deu as bênçãos Nupciais = servatis servandis de jure; sendo testemunhas Manoel Alves Fernandes e Bras Marcolino de Andrade e Mello; e para constar fiz este assento e assino. O Vigário Manoel de Oliveira Costa.
Maria Rodrigues Ferreira era uma das filhas de Manoel Rodrigues Ferreira e Izabel Martins Ferreira, casal que migrou da Ilha de Manoel Gonçalves para Macau. Maria era, portanto, irmã de Felis Rodrigues Ferreira, lá de Pendências, e Joaquim Rodrigues Ferreira, lá do Alto dos Rodrigues.
Por conta das mudanças das Freguesias no século XIX, alguns registros da povoação de Macau aparecem nas Freguesias do Assu, Santana do Matos e Angicos. Em alguns casos alguns desses registros estão perdidos. Por isso, não encontramos todos os descendentes de um casal. Mas como a Genealogia é feita de pedaços, vamos incluir aqui aqueles que já encontramos.
Anna, filha legítima de Balthazar de Moura e Silva e de sua mulher Josefa Martins de Sousa, nasceu aos vinte e um de Fevereiro de mil oitocentos e quarenta e quatro, e foi batizada solenemente, em casa particular, no povoado de Macau, aos oito de março do dito ano pelo Reverendo David Martins Gomes, sendo padrinhos Antonio Joaquim de Sousa e Thomásia Martins Ferreira; e para constar fiz este assento por mim assinado. Felis Alves de Sousa, Vigário de Angicos.
No registro acima, os padrinhos são os avós maternos de Anna. Anna deve se Anna Rosa que casou com o primo Manoel Alves Fernandes em 1871, conforme registro no artigo anterior. Outro detalhe é que o Padre Felis já estava em Angicos no ano de 1844, ao contrário da afirmação que diz que ele chegou em 1845.
Em 13 de abril de 1845 nasceu José, filho de Balthazar e sua primeira esposa Josefa. A seguir um filho de Balthazar com a segunda esposa.
Alfredo, filho legítimo de Balthazar de Moura e Silva e de sua mulher Maria Fernandes de Moura, nasceu aos vinte e um de março de mil oitocentos e cinqüenta e nove, e foi batizado, aos vinte e três de Junho do mesmo ano, por mim, nesta Matriz, com os Sagrados Óleos; foram padrinhos João Alves Fernandes com procuração de Antonio Moura e Silva, viúvo. E para constar fiz este assento em que me assino. O Vigário Manoel Jerônimo Cabral.
Na lista dos migradores da Ilha de Manoel Gonçalves para Macau consta o nome de um Antonio de Moura e Silva. Tenho encontrado poucos registros sobre ele. Talvez tenha sido o dito Antonio que influenciou Balthazar para vir para Macau. Não foi possível detectar o vínculo entre os dois.
Outro filho de Balthazar e Maria era Ildefonso que nasceu em 7/11/1860. Um neto de Balthazar, filho de José Joaquim de Moura e Antonia Leopoldina, também recebeu o nome de Ildefonso. Ele nasceu em 1879.
Nesta semana, dia 13, às 19 horas, no SESC, tem o lançamento do livro de Jandir Candéas sobre Guamaré.
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