quarta-feira, 2 de março de 2011

Balthazar de Moura e Silva, de Macau para Macau

No mês de Dezembro, apareceu no meu blog o seguinte comentário de Luciano Pinheiro Klein Filho: estou pesquisando sobre o meu trisavô paterno Balthazar de Moura e Silva. Ele era Tenente-Coronel (creio da Marinha portuguesa). Serviu em Macau (colônia portuguesa) e posteriormente mudou-se, curiosamente, para Macau no Rio Grande do Norte. Por fim, transferiu-se para a cidade de Aracati, no Ceará, onde deixou descendência. Pesquisando no Google cheguei a este site. Haveria alguma informação sobre ele? Infelizmente, aqui no Ceará, não há quase nenhuma informação sobre ele e qualquer dado seria de grande valia.
Na verdade, em um dos artigos postados no blog citei o nome de Balthazar. Assim, entrei em contato com Luciano e mandei, de saída, duas informações relativas ao seu trisavô que transcrevo para cá.
Aos vinte dias do mês de Março de mil oitocentos e cinqüenta e quatro foi sepultado na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Vila de Macau, filial desta Matriz, de cima das grades, o cadáver de Josefa Martins de Sousa, casada que era com Balthazar de Moura e Silva, moradora nesta Freguesia, falecida de estupor, com os sacramentos da Penitência e Extrema Unção, na idade de vinte e cinco anos, foi amortalhada em preto e encomendada, de minha licença, pelo Reverendo Ignácio Damazo Correa Lobo; do que fez este assento e pelo qual faço, para constar este termo, que assino. O Vigário Félis Alves de Sousa.
Balthazar voltou a casar quatro meses depois conforme registro a seguir.
Aos vinte e três dias do mês de Julho de mil oitocentos e cinqüenta e quatro, às seis horas da tarde, na Vila de Macau, desta Freguesia, em oratório privado, tendo precedido dispensa de afinidade lícita e as canônicas denunciações, confissão e exame de Doutrina, em presença do Reverendo Ignácio Damazo Correa Lobo, de minha licença, e das testemunhas (ilegível) e Manoel Alves da Silva, casados, moradores nesta Freguesia, se uniram em matrimônio, por palavras de presente e receberam as bênçãos nupciais os meus fregueses Balthazar de Moura e Silva, e Maria Petronilla Fernandes, naturais, ele do Reino de Portugal, e ela desta Freguesia, onde são moradores: ele viúvo que ficou por falecimento de sua mulher Josefa Martins de Sousa, ela filha legítima de José Joaquim Fernandes e Maria Martins Ferreira. Do que fez o dito Reverendo este assento e pela qual, para constar, faço este termo em que me assino. O Vigário Felis Alves de Sousa.
A dispensa de afinidade lícita se deu por ser Maria Petronilla Fernandes prima legítima de Josefa Martins de Sousa. Essa última era filha de Antonio Joaquim de Sousa e de sua mulher Thomásia Martins Ferreira. Maria Martins Ferreira e Thomásia Martins Ferreira eram filhas do Capitão João Martins Ferreira, administrador da Ilha de Manoel Gonçalves.
No dia vinte e dois de novembro de mil oitocentos e cinqüenta e dois, Balthazar de Moura e Silva e Felipe Nery de Carvalho (futuro Barão de Serra Branca) foram testemunhas, na Freguesia de Santa Anna do Mattos, do casamento José Antonio de Sousa e Anna Veloza. O noivo era irmão de Josefa Martins de Sousa, mulher de Balthazar, e a noiva irmã do Barão.
No dia 25 de Agosto de mil oitocentos e cinqüenta e seis, Balthazar de Moura e Silva e Manoel Antonio Fernandes Junior foram testemunhas do casamento de João Alves Fernandes e Maria Rosa Fernandes. O noivo era irmão de Maria Petronilla, segunda esposa de Baltazar. A noiva e a outra testemunha eram filhos de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza. Os nubentes eram primos legítimos, pois, Maria Martins Ferreira e Maria Martins de Pureza eram irmãs, filhas do Capitão João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa. Esse Manoel Antonio Fernandes Junior casou aos doze de agosto de mil oitocentos e cinqüenta e nove, na Vila de Macau, com Maximina Amália da Silveira Borges, filha de Joaquim Ignácio da Silveira Borges e Anna Joaquina de Jesus, tendo como testemunhas José de Borja Caminha Raposo da Câmara e João Alves Fernandes.
Agora o casamento de uma filha de Balthazar e Josefa. Aos vinte e três de Julho de 1871, de minha licença, o Padre Elias Biserra Barbalho, em casa de Balthazar de Moura e Silva, nesta Vila de Macau, receberam-se em matrimonio os meus paroquianos = Manoel Alves Fernandes filho legítimo de José Joaquim Fernandes, e Dona Maria Martins Ferreira, com Anna Rosa de Moura e Silva, filha legítima de Balthazar de Moura e Silva, e sua primeira mulher Dona Josefa Martins de Sousa, dispensados do 3º grau atingente ao 2º de sanguinidade, que os ligava, depois de examinados na Doutrina Cristã, e confessados, e lhes deu as bênçãos nupciais = servatis servandis de jure, sendo testemunhas Carlos Antonio de Araújo, e Braz Marcolino de Andrade e Mello. Para constar fiz este assento e assino. O Vigário Joaquim Manoel de Oliveira Costa.
No casamento acima, esse 3º grau era porque Manoel era primo legítimo de Josefa, mãe de Anna Rosa. Lembramos, ainda, que Manoel era irmão da segunda esposa de Balthazar, Maria Petronilla.

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