Vicente Maria da Costa Avelino, o pai de Pedro Avelino.
No livro Angicos, diz Aluízio Alves de Pedro Avelino “nascido em Angicos, a 19 de maio de 1861, entre as paredes humildes de um lar pobre, soube ele conquistar, pelo vigor da inteligência, uma posição definida e triunfante nos círculos literários brasileiros. Nunca a riqueza lhe bafejou a vida. Seus pais, Vicente da Costa Avelino, e D. Ana Bezerra Avelino, viveram dos parcos subsídios da advocacia provisionada, ou das magras rendas dum cartório sertanejo.”
Quando das minhas pesquisas genealógicas, a grande dificuldade que tive foi descobrir a relação de parentesco de Georgino Avelino, neto de Vicente, com o meu avô Cícero Avelino. Todo Avelino que encontrei se orgulhava de um ascendente que era primo de Georgino, mas ninguém conseguia demonstrar onde estava o elo desse parentesco. Por sua vez Georgino chamava a todos de primo. Era da natureza dele. Boa parte das minhas dificuldades advinha da forma alternada como apareciam, em vários documentos, os nomes de uma mesma pessoa. Havia inversões de sobrenomes, acréscimos ou supressões. Do lado paterno foi fácil descobrir, pois, a mãe de Georgino era prima legítima de minha avó Maria Josefina Martins Ferreira. Mãe Sinhá perdeu a mãe logo nos primeiros anos e foi criada pela tia, Maria Ignácia, mãe do capitão José da Penha e de Maria das Neves esposa de Pedro Avelino. A vida de Vicente, já no inicio foi muito atribulada. A primeira surpresa que tive foi descobrir, a partir do casamento de Vicente, que ele era filho natural de Alexandre Avelino da Costa Ferreira (Martins) e Maria Rodrigues da Costa. Segundo José Nazareno, membro da família, duas tias de Vicente convenceram Alexandre a reconhecer o filho antes de se casar com minha trisavó Anna Francisca Bezerra. Em 1857, com aproximadamente 18 anos, Vicente Ferreira da Costa Avelino, como era conhecido nessa época, já aparecia na Câmara Municipal fazendo arremates de diversos tipos de impostos, por um período de um ano, recebendo títulos e para isso assinando letras para pagar de duas vezes. Nesse inicio teve algumas dificuldades para pagamento das mesmas. Quis até devolver os títulos e receber as letras de volta alegando que as autoridades não policiavam como deviam o referido imposto. A Câmara não aceitava as alegações de Vicente que voltava inquirindo sobre o indeferimento e ponderando, ainda, que a mesma não deveria ter colocado em leilão um ramo de imposto que estava em dúvida de ser paga pelos Municipianos. A Câmara voltava a indeferir. Vicente pediu prazo a Câmara para pagar as letras em virtude de moléstias. Foi concedido. Noutra ocasião, pede para pagar uma letra que estava para se vencer, depois que voltasse de uma viagem que precisava fazer. A Câmara nega. Mais adiante, a Câmara solicitou que o procurador apresentasse as letras vencidas de Vicente ao fiador. Nessa época, Vicente com aproximadamente 18 anos, tinha dificuldades advindas, com certeza, da inexperiência. Nesse mesmo ano de 1857, Vicente se casou com Anna da Natividade Bezerra, filha de Matheus da Rocha Bezerra e Ana Angélica Bezerra. Raptou a moça, segundo José Nazareno. Já em novembro de 1860 a Câmara despachou requerimento do Juiz Municipal substituto José Teixeira de Souza pedindo que atestasse qual a conduta civil e moral de Vicente Ferreira da Costa Avelino e quais as habilitações para os lugares de Escrivão de Órfãos, Civil, Judicial e Notas e da mesma forma do escrivão interino Joaquim Antonio d’Albuquerque. No primeiro quesito atestou a Câmara que Vicente não tinha conduta regular e mesmo habilitações para os lugares de Escrivão Capítulo Judicial e Notas, votando contra Miguel Francisco da Costa Machado Junior que achava o contrário. Ainda aí, deve ter pesado a idade de Vicente. Já para a legislatura que começara em 1861, Vicente obteve a terceira suplência e chegou a ser convocado, várias vezes, por conta das ausências sistemáticas de alguns vereadores. Em uma das sessões, ele aparece já na condição de Tabelião Público. Em certo momento, passou a usar o nome Maria no lugar de Ferreira que usava até então. Aliás, os companheiros de Câmara pediram que se oficiasse ao Governador da Província informando que alguns vereadores mudaram o sobrenome. Verifiquei, depois disso, que esses vereadores acrescentaram ao nome, o sobrenome Maria. Não encontrei razões para isso. Em 1858 nasce seu primeiro filho Emygdio Avelino, pai de Edinor e avô de Gilberto Avelino. Em 1859, nasceu Emygdia e em 1861, Pedro Avelino, pai de José Georgino Avelino Alves de Souza, do Diplomata Vicente Avelino e de Camilo Lutero Avelino. Outras filhas são Ana dos Prazeres (Donana), Luiza (Biluca), Balbina e Maria Clara. Vicente teve 21 filhos nos 22 anos casado. Segundo José Nazareno, Vicente se associou a um certo Borja lá em Pendências, comprando muitas terras. Chegou a morar por lá. Morreu com apenas 40 anos de idade de febre maligna. Lutou muito, ficou no anonimato, mas deixou uma descendência ilustre. Era ainda irmão do cadete José Avelino, tio do Cardiologista Téodulo Avelino, tio avô do escritor Afonso Bezerra e meu tio bisavô.
Vicente, como consta na dedicatória da fotografia acima, feita ao Dr. luiz Gonzaga de Brito Guerra, nasceu aos 23 de janeiro de 1837
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