Um colega de Genealogia me avisa que encontrou um assentamento de praça de Cosme Teixeira de Carvalho no IHGRN, e me enviou um resumo. Como sabia que esses registros continham um pequeno perfil do assentado, fui ao IHGRN em busca do dito registro.
A maior parte das informações que tinha sobre Cosme Teixeira de Carvalho era proveniente dos casamentos das suas filhas Rita Teixeira de Carvalho e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira. Por esses casamentos descobrimos que Cosme foi casado, inicialmente, com Aldonsa da Fonseca Pita, mãe de Rita, e que posteriormente foi casado com Maria Ignácia da Conceição, mãe de Rosalinda Brasileira. Em 1827, Aldonsa era falecida. Dona Maria Ignácia, faleceu em 1865, com a idade aproximada de 84 anos. Ela deve ter nascido por volta de 1781.
Agora, temos novas informações sobre Cosme Teixeira de Carvalho, bisavô do Capitão José da Penha, a partir desse assentamento de praça em Açu, no ano de 1789. Diz o registro:
Cosme Teixeira de Carvalho, filho de João Pereira e Silva (ou da Silva, como aparece em outros registros), natural da Freguesia de Caicó e morador nesta Freguesia do Assú, branco, casado, de estatura alta, barba fechada, testa grande, cabelo corredio, robusto de membros, de idade de trinta e cinco anos, assenta praça em revista de 27 de Julho de 1789. Passou para Cabo de Esquadra desta Companhia.
Pelas informações acima, Cosme nasceu por volta de 1754, e no ano de 1789 já era casado. Pelos registros encontrados, até agora, descobrimos que, em 1838, Cosme ainda era vivo, mas, em 1840, no casamento de Rosalinda Brasileira, já era falecido. Portanto, deve ter falecido com a idade de aproximadamente 85 anos de idade, entre 1838 e 1840.
Rita Teixeira, em 1827 tinha contraído núpcias com José Thomaz Pereira, tendo havido dispensa de segundo grau de consanguinidade, denunciando parentesco entre os nubentes. As minhas experiências com os graus de consanguinidade são péssimas, pois em alguns casos não conferem. Cosme tinha um irmão com o mesmo nome do marido da filha Rita, como podemos ver no assentamento abaixo.
José Thomaz Pereira, filho de João Pereira da Silva, natural e morador nesta Ribeira do Assú, branco, casado, de estatura ordinária, cor trigueira, olhos fundos, sobrancelhas fechadas, corpo refeito, cabelo preto corredio, de idade de vinte e oito anos, praça em revista de 27 de Julho de 1789. Passou a Cabo de Esquadra da Companhia do Capitão Francisco de Sousa Oliveira.
Há uma contradição com relação à cor de José Thomaz, no mesmo registro aparecem as cores branca e trigueira.
É interessante observar que José Thomaz Pereira já nasceu em Açu. Assim, seu pai deve ter vindo para Açu pouco depois de Cosme ter nascido. Esse José Thomaz assentado em 1789, também era casado. Assim, não poderia ser o mesmo que casou com Rita. O que reforça também essa informação era o fato do pai do marido de Rita ser o alferes Antonio Thomaz Pereira. Pelos nomes e pela consanguinidade, acredito que Antonio era irmão de Cosme, e, portanto, o marido de Rita era primo dela. Em 1846, nascia Maria Ignácia, filha de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira. Os padrinhos foram o Padre Felis Alves de Sousa, por procuração dada a José Thomaz Pereira, e Rita Teixeira de Carvalho, tia da batizada. A afilhada do Padre Felis Alves de Sousa contraiu núpcias, em 1864 com o sobrinho dele, José Francisco Alves de Sousa. Eles geraram, em 1875, o Capitão José da Penha Alves de Sousa.
Mas Cosme tinha outros irmãos pelo que podemos ver em outros assentamentos. Vejamos.
Manoel Thomas de Carvalho, filho de João Pereira da Silva, natural da Freguesia da Senhora Santa Anna de Caicó, casado e morador nesta Ribeira do Assú, cor escura, feições grossas, sem falta de dentes, cabelo corredio, estatura ordinária, refeito de membros, de idade de trinta e sete anos, assenta praça em revista de 27 de julho de 1789. Passou para Cabo de Esquadra desta Companhia.
Manoel pelo que observamos, também nasceu em Caicó. Fazendo as contas, deve ter nascido por volta de 1752. Outro filho de João Pereira da Silva era Francisco Xavier, cujo registro de assentamento segue abaixo.
Francisco Xavier de Carvalho, filho de João Pereira da Silva natural e morador nesta Ribeira do Assú, branco, solteiro, de estatura ordinária, refeito de corpo, barba fechada, e sobrancelhas grossas e fechadas, olhos pretos e fundos, de idade de vinte e seis anos assenta praça em Revista de 27 de Julho de 1789. Passou a Cabo de Esquadra desta Companhia.
Assim, pelos registros acima, temos dois filhos de João Pereira da Silva nascidos em Caicó e dois em Açu. O sobrenome Teixeira de Carvalho pode ter vindo da esposa de João Pereira da Silva.
Agora precisamos dar mais um passo e tentar descobrir quem era esse João Pereira da Silva, meu pentavô, que vivia na Freguesia de Caicó, por volta de 1752.
Pós-escrito
Depois de certo tempo encontrei o óbito de Cosme. Aproveitamos para transcrever, também, o de sua esposa Maria Ignácia.
Aos vinte e nove de novembro mil oitocentos e trinta e oito, nesta Matriz de Santa Anna do Mattos do Assú, se deu a sepultura de grades acima ao cadáver do adulto Cosme Teixeira de Carvalho, branco, de idade de setenta e seis anos, casado com Maria Ignácia de Carvalho, como todos os sacramentos, envolto em hábito branco, e encomendado pelo Reverendo Coadjutor desta Freguesia, Ignácio Damazo Correa Lobo, de minha licença, do que para constar mandei fazer este assento, e por verdade assinei. O Vigário João Theotônio de Souza e Silva.
Aos dois de agosto de mil oitocentos e sessenta e cinco foi sepultado no Cemitério Público desta Vila, o cadáver de Maria Ignácia da Conceição, moradora nesta Freguesia, e viúva, que ficou por falecimento do seu marido Cosme Teixeira de Carvalho, falecida de uma constipação, com todos os sacramentos, na idade de oitenta e quatro anos, pouco mais ou menos, foi amortalhada em branco, e por mim encomendada; do que faço este termo em que assino. O Vigário Felis Alves de Sousa.
Pelos registros acima, Cosme deveria ter nascido por volta de 1762, e Maria Ignácia, por volta de 1787. Devemos lembrar, entretanto, que a maioria dos registros da igreja continha erros quando informava as idades dos falecidos. Pelo assentamento, ele nasceu em 1754.
Pós-escrito
Depois de certo tempo encontrei o óbito de Cosme. Aproveitamos para transcrever, também, o de sua esposa Maria Ignácia.
Aos vinte e nove de novembro mil oitocentos e trinta e oito, nesta Matriz de Santa Anna do Mattos do Assú, se deu a sepultura de grades acima ao cadáver do adulto Cosme Teixeira de Carvalho, branco, de idade de setenta e seis anos, casado com Maria Ignácia de Carvalho, como todos os sacramentos, envolto em hábito branco, e encomendado pelo Reverendo Coadjutor desta Freguesia, Ignácio Damazo Correa Lobo, de minha licença, do que para constar mandei fazer este assento, e por verdade assinei. O Vigário João Theotônio de Souza e Silva.
Aos dois de agosto de mil oitocentos e sessenta e cinco foi sepultado no Cemitério Público desta Vila, o cadáver de Maria Ignácia da Conceição, moradora nesta Freguesia, e viúva, que ficou por falecimento do seu marido Cosme Teixeira de Carvalho, falecida de uma constipação, com todos os sacramentos, na idade de oitenta e quatro anos, pouco mais ou menos, foi amortalhada em branco, e por mim encomendada; do que faço este termo em que assino. O Vigário Felis Alves de Sousa.
Pelos registros acima, Cosme deveria ter nascido por volta de 1762, e Maria Ignácia, por volta de 1787. Devemos lembrar, entretanto, que a maioria dos registros da igreja continha erros quando informava as idades dos falecidos. Pelo assentamento, ele nasceu em 1754.
Muito interessante. Esse João Pereira da Silva é meu heptavô.
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