sábado, 24 de julho de 2021

Teresa Rodrigues de Sirqueira e Dionísio Soares da Costa Bittencourt- lógica genealógica

 Por João Felipe da Trindade

jfhipotensua@gmail.com

 Nos assentamentos religiosos de Angicos, um registro me chamou a atenção: Dionísio Soares da Costa Bittencourt, filho de Francisco Lopes Viegas e Maria Josefa de Oliveira, se casou, na Matriz de Angicos, aos 29 de novembro de 1860, com Maria Francisca Laurinda de Azevedo, filha de Francisco Lopes de Azevedo e Manoela Maria de Oliveira, na presença de Francisco Lopes de Azevedo Junior, casado, e José Francisco Alves de Sousa, solteiro, tendo havido dispensa de consanguinidade.

O sobrenome Bittencourt e o nome Dionísio Soares da Costa, que lembra quase o nome do Provedor da Fazenda Real, Dionísio da Costa Soares, me fez ir  atrás do batismo do nubente: Dionísio, filho legítimo de Francisco Lopes Viegas, e sua mulher Maria Josefa, moradores nesta Freguesia de Santa Ana de Matos nasceu no 1º de janeiro de 1836, foi batizada, aos 14 do dito mês e ano na Capela de São José de Angicos, filial a esta Matriz por Padre Manoel Antônio dos Santos Moraes Pereira Leitão de minha licença; foram padrinhos João Batista da Costa, e Ana Francisca dos Milagres, por procuração que apresentou Teresa Rodrigues de Sirqueira, casada. O Vigário João Teotônio de Sousa e Silva. Quem era Teresa Rodrigues Sirqueira? 

Encontro dois registros que parecem relacionar os personagens de Angicos:  José Francisco de Paula Câmara, viúvo de Joaquina Soares da Câmara, se casou, em 26 de agosto de 1836, na Matriz, com Inácia Francisca Soares da Câmara, filha do capitão Dionísio da Costa Soares e Teresa Rodrigues da Sirqueira, presentes Joaquim Soares Raposo da Câmara e Inácio Soares Raposo da Câmara. Em 26 de agosto de 1831, em Santo Antônio, Manoel Francisco Soares Raposo da Câmara, natural e morador em Extremoz, filho do capitão Dionísio da Costa Soares e Teresa Rodrigues de Sirqueira, se casou, com Maria Rosa de Oliveira, filha de Gaspar Rebouça Malheiros e Rosa Maria de Oliveira, falecida, sendo testemunhas José Francisco de Paula e Francisco de Paula.

No testamento de José Teixeira da Silva  do ano de 1779, feito no Sítio de sua propriedade, denominado Capim, constava o seguinte: Francisco Antônio Teixeira e sua mulher Adriana Rodrigues de Siqueira receberam de José Teixeira da Silva e de   sua mulher Ana Maria da Conceição doação de 200 braças de terras no Sítio Capim. Noutro documento constava que em 1813, foi passada uma carta patente de terras, a Dionísio da Costa Soares, que ficava entre as terras do seu sogro Francisco Antônio Teixeira e as do finado João Soares, na Ribeira de Ceará-mirim denominada Capim. Com essas informações, deduzimos Francisco Antônio Teixeira e Adriana Rodrigues da Sirqueira eram os pais da mulher de Dionísio da Costa Soares, dona Teresa Rodrigues de Sirqueira. 

Indo mais adiante encontro  um testamento, datado de 20 de agosto de 1777, feito no Sítio Bupe, onde Dona Marcelina de Abreu Soares declarou que era filha de capitão Antônio Simões Moreira e de  Dona Adriana de Siqueira, e que foi casada com José Rodrigues Santiago, já falecido, e deste casamento teve três filhos: Antônio Rodrigues Santiago, Adriana Rodrigues de Siqueira e Catarina Duarte de Azevedo, casados respectivamente, com Inácia Francisca de Melo, Francisco Antônio Teixeira da Silva e Francisco Xavier dos Santos, tendo esses genros e mais seu filho sido os testamenteiros.

Um registro de casamento confirma o testamento acima: José Rodrigues Santiago e Marcelina de Abreu Soares se casaram em 10 de maio de 1748, na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, sendo ele filho do sargento-mor Salvador de Araújo Correia, falecido, e Isabel Rodrigues Santiago, e ela do sargento-mor Antônio Simões Moreira e Adriana de Siqueira, sendo testemunhas o provedor da Fazenda Real, Inácio de Sousa Rocha Branco, o capitão Angelo Ferreira da Rocha. 

Em um documento de casamentos recuperados por Salvador Drumond, encontramos que: Antônio Simões Moreira, natural da Vila de São Paulo, viúvo de Francisca Gracês, se casou, em 23 de novembro de 1716, na Capela de São Gonçalo, com Adriana de Siqueira, filha do sargento-mor Manoel de Abreu Frielas e Isabel Dornelles, estando presentes o sargento-mor José de Moraes Navarro e o capitão José Porrate de Moraes Castro.  

O sargento-mor Manoel de Abreu Frielas era filho do capitão-mor, que foi desta capitania, Manoel de Abreu Soares e de Maria de Sirqueira. Dessa forma encontramos a origem de sobrenome Sirqueira, da madrinha de Dionísio lá de Angicos. 

Quanto ao marido de Teresa Rodrigues de Sirqueira, Dionísio da Costa Soares, acredito que seja o que aparece no registro: aos 17 de julho de 1774, nasceu Dionísio, filho de Gonçalo Soares Raposo da Câmara, natural da Paraíba, e de Ana Maria Soares de Melo, neto paterno de Vitorino Raposo da Câmara  e Joana Maria de Jesus, natural da Paraíba, e materno de Dionísio da Costa Soares, natural de Lisboa e Eugênia de Oliveira e Melo, que foi batizado aos 20 do dito mês e ano, e teve como padrinhos o Doutor Provedor Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim.  Essa dedução vem do fato dos filhos de Dionísio e Teresa virem com sobrenome Raposo da Câmara.

Havia um Dionísio da Costa Soares Bittencourt casado com uma Maria Jacinta, como se pode ver dos registros:

Em 4 de maio de 1846, foi batizado Antônio, filho de Dionísio da Costa Soares Bittencourt e Maria Jacinta, com 8 dias de nascida, tendo com padrinhos José Bonifácio de Paula Câmara e Angela Paulino Soares da Câmara. Felismina, filha de Dionísio e Maria Jacinta Pródiga do Livramento (observe as variações) nasceu em abril de 1844 e se batizou em setembro do mesmo ano, sendo padrinhos Manoel Paulino e Dionísia Romana. É importante observar que esse nome Maria Jacinta Pródiga se repete na descendência do Provedor Dionísio da Costa Soares.

 



3 comentários:

  1. Ótimo Trabalho justamente o que eu estava proucurando ja tinha tempo para avançar em um lado da minha árvore! mto obrigado!!

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  2. Excelente texto e dedução lógica, principalmente sobre Tereza Rodrigues de Sirqueira. As dúvidas persistem em relação a origem de Dionísio Soares da Costa Bittencourt (Meu TRISAVÔ),que morou na região de Ceará Mirim/Extremoz/São Gonçalo-RN. Sobre ele, podemos deduzir que não é o mesmo citado no registro de texto e nascido em 1836, visto que meu trisavõ teve filhos em 1844 (Filismina), 1846 (Antonio), 1848 (Octaviano) e 1849 (Basiliano, meu bisavô). Todos com Maria Jacintha do Livramento (Maria Jacintha Pródiga do Livramento, Maria Jacintha de Oliveira, Maria Soares da Costa Bittencourt). Esta, morreu de parto em 1849. Dionisio casou novamente com Thereza Geracina de Oliveira e tiveram filha em 1853 (Maria).
    Qual a relação entre ele (meu trisavô) e Dionisio da Costa Soares, também morador da mesma região? Qual a razão do nome dele completo constar no registro do Dionísio nascido em 1836?
    É inegável que havia alguma relação, visto que no casamento de seu filho Octaviano, consta como testemunha, José Paulino Raposo da Câmara. Os padrinhos de batismo de seu filho Basiliano foram Antonio Soares da Câmara (casado) e Isabel Soares da Cãmara (solteira). Percebi ainda, nos registros que encontrei, uma forte relação com as famílias , "de Paula Câmara", "Oliveira Cid".

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  3. O meu trisavô era Alexandre Dionisio da Câmara, em outro documento aparece como Raposo da Câmara no casamento e outro como Barbosa da Câmara no primeiro casamento. Estou precisando da ligação dele com Raposo da Câmara, em alguns sites aparece como sendo um ramo de Dionisio da Costa, mas não tenho evidencias. Eles são de Extremoz e foram depois para a região de Angicos/Caiçara do Rio do Vento. Alguém poderia ajudar?

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