João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do
IHGRN e do INRG.
Este ano de 2015 é o centenário do
nascimento de Djalma Maranhão. Há certo tempo, tenho recebido muitas indagações
sobre a ascendência dele. Infelizmente, não tenho encontrado documentos que
possam comprovar os elos entre ele e a família Albuquerque Maranhão. Há
indícios dessa ligação mas não tive acesso aos registros que indiquem quem é o
pai de Luiz Ignácio Maranhão, avô de Djalma e de Luiz Ignácio Maranhão Filho.
Nada encontrei sobre isso nos trabalhos do incansável Câmara Cascudo. Enquanto
isso, continuo pesquisando. Agora, trago alguns registros encontrados sobre
alguns membros da família Albuquerque Maranhão e da família de Djalma.
De início, lembramos de dois
filhos famosos de Jerônimo de Albuquerque Maranhão: Antonio de Albuquerque
Maranhão e Mathias de Albuquerque Maranhão, ambos contemplados, duas vezes, com
sesmarias aqui no Rio Grande do Norte, pelo pai, uma nas Salinas do Norte, 40
léguas de Natal, e a outra na Várzea de Cunhaú. Nessa família, ao longo dos
tempos, muitos nomes se repetiram, gerando algumas confusões. Nas genealogias
já escritas temos que Mathias gerou Affonso e Affonso gerou Gaspar.
Dos registros mais antigos da
Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, encontramos as informações que se
seguem.
Aos três de outubro de 1693, em
a Capela de Nossa Senhora da Purificação, batizou o Padre Jerônimo de
Albuquerque, da Companhia de Jesus, a Mathias (mesmo nome do avô) filho do
capitão Affonso de Albuquerque Maranhão, e de sua mulher D. Izabel Pacheca.
Foram padrinhos Pedro de Albuquerque e D. Apolônia. Do que fiz este assento, em
que me assino. Basílio de Abreu e Andrade.
O capitão Affonso de Albuquerque
Maranhão aparece como padrinho, aos 10 de junho de 1688, na Capela de Santo
Antonio, de Bonifácio da Rocha Vieira, filho do capitão Theodósio da Rocha e de
sua mulher D. Antonia; Em 3 de dezembro de 1690, na Capela de Cunhaú, o Mestre
de Campo, Antonio de Albuquerque da Câmara e D. Apolônia, foram padrinhos de um
filho de Lúcia de Barros; e a 30 de setembro de 1694, na Capela de Cunhaú, João
de Albuquerque Maranhão foi padrinho de Domingos, filho de André Soares e de
sua mulher Helena Lima.
Já no século XVIII, encontramos
que: Luiza, filha legítima de Mathias de Albuquerque Maranhão, natural da
Freguesia de Goianinha e de Antonia Lopes Ribeiro, natural da cidade da
Paraíba, neta pela parte paterna de Feliciano de Albuquerque Maranhão, natural
da Paraíba, e de Francisca Mendes da Sylva, natural da Freguesia Nossa Senhora
dos Prazeres de Goianinha e pela materna de Francisco Moreira da Sylva e de
Maria Páscoa de Souza, naturais da cidade da Paraíba, nasceu aos treze de março
do ano de 1770, e foi batizada com os Santos Óleos, de licença minha, nesta
Matriz, pelo Padre Coadjutor Bonifácio da Rocha Vieira, aos cinco de maio do
dito ano; foram padrinhos o Sacristão Francisco Álvares de Mello, solteiro, e
Thereza Antonia de Aguiar, filha de Cosma Damiana. Do que mandei fazer este assento em que me
assinei. Pantaleão da Costa de Araújo. Vigário do Rio Grande.
Na parte das patentes vamos
encontrar outras informações que confirmam elos entre membros da família
Maranhão.
Aos 23 de outubro de 1750, foi
passada pelo capitão-mor Francisco Xavier de Miranda Henriques a Gaspar de
Albuquerque Maranhão, fidalgo de Sua Majestade, neto do grande Mathias de
Albuquerque Maranhão, como consta da carta, a patente de capitão-mor das
Ribeiras de Cunhaú e Goianinha.
Em 20 de maio de 1785, foi
passada, em Lisboa, foro de Fidalgo Escudeiro para André de Albuquerque, da
capitania da Paraíba do Recife de Pernambuco, filho de Gaspar de Albuquerque
Maranhão e neto de Affonso de Albuquerque Maranhão. Este André de Albuquerque
Maranhão gerou um filho de mesmo nome, que participou da Revolução de 1817,
tendo sido assassinado nesse mesmo ano quando estava à frente do governo do Rio
Grande do Norte.
Em 1785, encontramos André de
Albuquerque Maranhão como administrador dos títulos de cobrança das miunças da
Ribeira de Apodi.
Em 22 de abril de 1859, nascia
Firmina, filha do Doutor Antonio Felippe de Albuquerque Maranhão e Firmina
Leopoldina de Albuquerque Maranhão, moradores em Belém, tendo sido batizada aos
9 de abril de 1860 em Papari, tendo como padrinhos o Comendador André de
Albuquerque Maranhão e Dona Felippa de Albuquerque Maranhão Junior.
Em 27 de abril de 1860, em
Papari, encontramos como padrinhos Ignácio de Albuquerque Maranhão Junior,
juntamente com Dona Firmina Leopoldina de Albuquerque Maranhão.
Da família de Djalma, já
encontramos os registros que se seguem.
Aos dezesseis de maio de mil
novecentos e dezoito, na Sé, de minha licença, o Padre Antonio Ramalho batizou,
solenemente, Cloves (Clóvis), nascido a 21 de dezembro de 1917, filho de Luiz
Ignácio Maranhão e Maria Salomé Maranhão. Foram padrinhos Antonio Moreira Silva
e Adélia Augusta Moreira Silva. Do que mandei fazer este termo que assino.
Mons. Alfredo Pegado, encomendado da Freguesia.
Aos 12 de agosto de 1923, nascia
em Ceará-mirim, Cândida de Carvalho Maranhão, filha de Luiz Ignácio Maranhão e
Maria Salomé de Carvalho, tendo sido batizada
aos 25 de março de 1924, na Catedral, sendo padrinhos João Severiano da
Câmara e Maria Gomes da Câmara, por seus procuradores Josué Felismino de
Albuquerque Maranhão e esposa. Sobre esse Josué não encontrei maiores
informações.
Aos 25 de janeiro de 1921,
nascia em Natal, Luis Ignácio Maranhão, filho de Luis Ignácio Maranhão e Maria
Salomé Maranhão, tendo sido batizado na Catedral aos dois de janeiro de 1922,
tendo com padrinhos Dr. Alfredo Lyra e Nethercia Maranhão. Segundo esse
registro, ele casou em 1956, na Igreja Santa Terezinha, com Odette Rosalli de
Amorim Garcia.
Não encontrei o batismo de
Djalma, nem o de Netércia. Até agora só encontrei um registro de filho de
Djalma Maranhão: A dezoito de novembro de mil novecentos e quarenta e cinco,
nesta matriz de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, o Reverendo Coadjutor
Padre Benedito Basílio Alves batizou solenemente Lamarck, nascido a oito de
agosto de mil novecentos e quarenta e cinco, à rua Jundiaí, 690, residência dos
pais, filho legítimo de Djalma Maranhão e de sua esposa Dária Cavalcanti
Maranhão, ele funcionário público, ela doméstica; avós paternos Luz Ignácio
Maranhão e Maria Salomé de Carvalho Magalhães; e materno de Augusto de Souza e
Leopoldina Galvão de Souza, padrinhos Rui Moreira Paiva, comerciante, e esposa
D. Maria do Carmo Almeida Paiva, Av. Rodrigues Alves, 410, e para constar
mandei lançar este termo que assino. Monsenhor José Landim.
Na publicação “Personalidades da
História do RN”, aparece, como um avô de Djalma, um importante senhor de
engenho de São José, Joaquim Felismino
de Albuquerque Maranhão, mas nada encontrei até agora sobre esse senhor.
Este artigo será atualizado
sempre que encontramos mais informações sobre os familiares de Djalma Maranhão
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