João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
No artigo sobre o Ajudante Alexandre de Mello Pinto
apresentamos D. Josefa Maria de Jesus como filha natural de Brázia Tavares da
Fonseca, mas que em um batismo é dada como filha de Alexandre.
Seu marido, Domingos da Rocha, era filho do capitão Domingos
Dias e de sua mulher Antonia Borges. Dos seus filhos só localizamos dois:
Antonio Dias Ribeiro e Alexandre Borges da Fonseca, que seguem, através dos
assentamentos de praças e casamentos.
Antonio Dias Ribeiro, filho de Domingos da Rocha, natural
desta cidade, de idade de quatorze anos, de estatura pequena, rosto algum tanto
redondo, alvo, olhos grandes pardos e rasgados, testa larga de cantos, nariz
mediano, boca algum tanto rasgada, com todos os dentes, a cabeça grande, o
cabelo acastanhado e estirado, senta praça por despacho do capitão-mor desta
capitania Joaquim Felix de Lima e intercessão do Vedor Geral Doutor Antonio
Carneiro de Albuquerque Gondim, por sua vontade, em seis de maio de 1772 anos,
e vence de soldo e farda, como os mais, e uma quarta de farinha de dez em dez
dias. Passou a cabo de esquadra em 24 de março de 1781.
Alexandre Borges da Fonseca, solteiro, filho legítimo de
Domingos da Rocha, natural de Goianinha, de idade de dezesseis anos, pouco mais
ou menos, de estatura baixa, cheio de corpo, rosto quase redondo, cor alva, com
buço, sem ponta de barba, boca pequena, nariz ordinário, sem falta de dentes,
olhos pardos, testa de cantos, cabelos acastanhados e corredios, senta praça
voluntário, por portaria dos senhores capitães-mores interinos, José Baptista
Freyre, e José Pedro de Vasconcellos, e intercessão do Vedor Geral, o Doutor Antonio Carneiro de
Albuquerque Gondim, em 22 de dezembro de 1779, e vence de soldo e farda por
mês, dois mil e quatrocentos reis e uma quarta de farinha de dez em dez dias.
O registro de batismo de Alexandre está muito estragado, mas
deu para tirar algumas informações; Ele nasceu por volta de 1761, e teve como
padrinhos o Ajudante Alexandre de Mello Pinto e esposa Brázia Tavares da
Fonseca.
Do registro de casamento anotamos que: em primeiro de
novembro de mil setecentos e oitenta e três, na Matriz de Nossa Senhora da
Apresentação, na presença do padre Francisco de Souza Nunes, e das testemunhas,
sargento José da Costa Pereira e o cabo de esquadra Antonio Dias Ribeiro (irmão
do nubente), moradores nesta cidade, se receberam por palavras de presente
Alexandre Borges da Fonseca, filho legítimo de Domingos da Rocha (Ribeiro) e de
sua mulher Josefa Maria (de Jesus), já defunta, com Anna Caetana de Jesus,
exposta em casa de Francisco Pinheiro, no Jundiaí.
De Antonio Dias Ribeiro, só encontramos o segundo casamento,
do qual extraímos o que segue: Aos dez de novembro de mil oitocentos e um, na
capela de São Gonçalo do Potigi (sempre do Potengi, nunca do Amarante), em
presença do Padre Antonio Pedro de Alcântara, de minha licença, e sendo
presentes por testemunhas o alferes João Pedro de Sá Bezerra e o alferes
Paschoal Gomes de Lima, ambos brancos, casados e moradores nesta Freguesia, se
casaram em face da Igreja, Antonio Dias (Ribeiro), branco, viúvo que ficou de Águida
Maria, falecida nesta Freguesia, com Luiza Figueira da Costa, branca, filha
legítima de Antonio José de Lemos, e sua mulher D. Anna Maria Bezerra, já
falecida. Feliciano José Dornelles.
Aos dezesseis de janeiro do ano de mil oitocentos e sete,
faleceu Luiza Figueira, casada com Antonio Dias Ribeiro, moradores na Guanduba,
desta freguesia, de idade de quarenta e cinco anos, pouco mais ou menos, foi
sepultada na capela de São Gonçalo, e encomendada, de minha licença, pelo Padre
Antonio Pedro de Alcântara, Feliciano José Dornelles.
As idades que constavam nos registros de óbitos ou assentamentos
de praça nem sempre eram verdadeiras. Era comum expressões como: “que parecia
ter” e “que dizia ter”.
Dona Luiza, na verdade, nasceu aos dezoito de janeiro de
1768, e foi batizada, na Matriz de São Miguel, e Nossa Senhora dos Prazeres da
Vila de Extremoz, aos vinte três de março do mesmo ano, sendo seus padrinhos
José de Araújo (Pereira), e Dona Thereza de Jesus, filha de Prudente de Sá. Seu
pai era natural de Porto Calvo. Eram seus avós paternos Roque Jacinto de Lemos,
natural de Lisboa, da Freguesia de São Julião, e de Luiza Figueira, natural de
Porto Calvo, e pela materna de Hipólito de Sá Bezerra, natural da Vila de
Vianna, e de Dona Joanna Bezerra de Albuquerque.
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