João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Dona Maria Ignácia Teixeira do Carmo, que nasceu em 28 de
fevereiro de 1846, e casou, em 1864, com José Francisco Alves de Sousa, foi mãe
de José Felix Alves de Sousa, em 30 de junho de 1890. Tinha 44 anos.
José Felix, que aparece no livro “Poetas do Rio Grande do
Norte”, é autor de Coroa de Espinhos. Há, também, um artigo dele no jornal “Diário do Natal”,
de 29 de dezembro de 1909, intitulado “Estadistas Hodiernos”. Sua atuação,
diferentemente dos seus irmãos José Anselmo e do capitão José da Penha, se deu
mais no sul do país. Trabalhou em vários jornais e em vários órgãos públicos,
entre eles o Hospital Central do Exército, o Tribunal Regional Eleitoral de São
Paulo e o Tribunal de Contas da União. Mas, em 1916, veio até Natal, somente
para casar. Nos livros da catedral encontramos o registro desse casamento.
Aos cinco de maio de mil novecentos e dezesseis, em oratório
privado, nesta cidade, depois de habilitados canonicamente e não constando
impedimento algum, presentes as testemunhas Dr. João Gurgel e coronel Alexandre
de Vasconcellos, assisti ao recebimento matrimonial dos contraentes José Felix
Alves de Sousa e Cynira Lima de Vasconcellos, dando-lhes as bênçãos nupciais
extra missam; ele solteiro, com 26 anos de idade, filho legítimo de José
Francisco Alves de Sousa, falecido, e Maria Ignácia Alves de Sousa, natural de
Angicos, e residente no Rio de Janeiro, ela solteira, com dezenove anos de
idade, filha legítima de Cyrineu Joaquim de Vasconcellos e Annita Lima de
Vasconcellos, natural e paroquiana desta Freguesia de Natal. Do que para
constar, mandei fazer este termo que assino. O vigário, Pe. Celso Cicco.
O pai da noiva foi personagem de um artigo de Câmara
Cascudo, intitulado “O Velho Cirineu”. Diz Cascudo que ele nasceu em
Canguaretama, e que escreveu discreta, misteriosa, quase clandestinamente. Diz
mais que nasceu oposicionista e oposicionista morreu. Amigo íntimo de Pedro
Avelino e do capitão José da Penha, viveu num clima de reação, de inconformismo
e rebeldia.
Cynira foi uma das diretoras da Liga Feminina pró-Penha. “A
Época”, jornal do Rio de Janeiro, datado de 31 de janeiro de 1916, traz a
seguinte notícia: Recebemos e agradecemos a linda Polka intitulada “Travessa”
de autoria da inteligente senhorita Cynira de Vasconcellos, do Estado do Rio Grande
do Norte.
A vida de Cynira foi interrompida logo cedo. No jornal “O
Imparcial”, de 22 de fevereiro de 1917, saiu a seguinte notícia: foi sepultada
ontem, no cemitério de São Francisco Xavier, Cynira de Vasconcellos Alves de
Souza.
José Felis voltou a casar, somente em 28 de outubro de 1925,
conforme o seguinte registro do jornal “O Imparcial”: Realizou-se ontem o
casamento do nosso colega de imprensa Dr. José Felix, diretor do Rio-Jornal,
com a senhorita Cyrenne Castello Branco, filha da Exma. viúva José Gil Castello
Branco. Os atos civil e religioso marcados para 2 e 3 horas da tarde,
efetuaram-se à rua Mariz e Barros, 474, em Icarahy (casa da noiva), na vizinha
capital fluminense. Foram padrinhos, do noivo no ato religioso, o deputado
Georgino Avelino (sobrinho do nubente) e sua Exma. Senhora, D. Maria Astengo
Avelino; no civil, o engenheiro Leite Junior e sua Exma. Senhora D. Albertina
Avelino Leite (irmã de Georgino). Paraninfaram a noiva, no religioso, o Dr.
Fábio Carneiro de Mendonça e Exma. Senhora D. Gilda Carneiro de Mendonça; no
civil, o Senhor Antonio Castello Branco e sua progenitora D. Francisca Leite
Castello Branco.
Encontrei notícia do
casamento de Maria Thereza, filha de
José Felix e Cyrenne, no jornal “A Noite”, de 8 de janeiro de 1954.
Com a Senhorita Maria Thereza Castello Branco Alves de
Sousa, filha do Senhor José Felix Alves de Sousa, casou-se no dia 5, o Senhor
Ênio Duarte de Oliveira, filho do Sr. e Sra. João Batista Carvalho de Oliveira.
O ato civil foi realizado na residência dos pais da noiva, presidida pelo Juiz
da 3ª Circunscrição senhor Ferreira da Cunha, e testemunhado pelo senhor Rubens
Castello Branco, e senhora Francisca Leite Castello Branco pela noiva, e pelo
Senhor e Senhora Crezo Queiroz, pelo noivo. A cerimônia religiosa, realizada na
Igreja Santa Luzia, foi oficiada por monsenhor Benedito Marinho, que fez bela
saudação alusiva ao ato. Foram paraninfos da noiva o senador e senhora Georgino
Avelino e, do noivo, o pai da noiva senhor José Felix Alves de Sousa e a mãe da
noiva senhora João Batista Oliveira de Carvalho (aqui uma inversão no
sobrenome).
A viúva José Gil Castello Branco que aparece nos registros
acima é a mesma D. Francisca Leite (Pinto) Castello Branco, isto é, Cyrenne era
filha de José Gil Castello Branco e D. Francisca Leite Castello Branco. José
Gil, natural do Piauí, era filho de Mariano Gil Castello Branco e de Cândida
Burlamaqui Castelo Branco (Barão e Baronesa de Castello Branco).
De Laila Vils, divorciada, em 1989, de José Francisco Castelo Branco Alves de
Sousa, outro filho de José Felix e Cyrene, recebo a informação que este casal
teve quatro filhos, dos quais três são vivos. Laila e José Francisco têm duas
filhas Tatiana Vils Alves de Souza e Laila Cristina Vils Alves de Souza.
meu tio avo morava em Copacabana
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