João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Francisco Xavier de Menezes, que presidiu a Câmara Municipal
de Angicos no período que vai de 1853 até 1855, era casado com Dona Maria
Antonia Fontes Taylor. Segundo Aluízio Alves, no livro “Angicos”: angicano dos
mais esforçados, e que, na época, desempenhou notável influencia,
político-social no município. Filho de Francisco Alexandre Xavier, a quem não
eram tão minguados os recursos financeiros, pôde cursar a Faculdade de Medicina
da Bahia, até o 4º ano, deixando de concluir o curso por motivos ignorados. Foi
ainda, segundo Aluízio, secretário da Câmara, Escrivão Público Judicial de
Notas, Professor, Agrimensor, Vacinador Oficial, Capitão-cirurgião-mor do
Comandante Superior da Guarda Nacional, em Angicos e Macau, e finalmente
licenciou-se advogado pela Relação da Província.
Há um registro de batismo, faltando partes, onde encontramos
a naturalidade de Maria Antonia. Nele estava escrito: Gerôncio, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes e de Maria
Antonia de Fontes Taylor, falecida, naturais, ela do Reino da Inglaterra, e
ele, desta freguesia de Angicos, aqui falta a parte baixa do registro, mas
no verso continua com, foi por mim
batizado com os santos óleos nesta matriz de São José de Angicos, aos vinte e
oito do mesmo ano; foram padrinhos Jerônimo Cabral Pereira de Macedo por seu
procurador Antonio Bernardo Alves, casado, e Damásia Lopes Viégas, solteira,
moradores nesta mesma freguesia. Do que para constar faço este assento que
assino. O vigário Felis Alves de Sousa.
Pelos registros próximos, isso se deu no ano de 1854. Como
no batismo, Dona Antonia já não existia, suspeitei logo, que tivesse falecido
de parto, e fui atrás do seu óbito nesse ano, o que encontrei: aos dez dias do mês de maio de mil
oitocentos e cinquenta e quatro, foi sepultado nesta Matriz do Glorioso São
José de Angicos, acima das grades, o cadáver de Maria Antonia Fontes Taylor,
falecida de parto, sem sacramentos, na idade de quarenta e seis anos, foi
envolta em branco, por mim encomendada, do que para constar faço este termo e
assino, o vigário Felis Alves de Sousa.
Pela informação acima, se não houve erros, Maria Antonia
teve o filho com mais de 40 anos. Vejamos que outros filhos ela teve. Comecemos
com os gêmeos João e Manoel.
João, branco, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes
e de Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado,
na matriz, a 27 de dezembro do dito ano, sendo padrinhos José Alves da Costa
Machado e Constância Maria da Conceição, casados; Felis Alves de Sousa, vigário
Colado de Angicos.
Manoel, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes, e de
Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado,
na matriz, a 27 de dezembro do dito anos, sendo padrinhos Alexandre Xavier da
Costa e Joanna Maria da Conceição, casados; Vigário Felis Alves de Sousa,
vigário Colado de Angicos.
João Domício Xavier de Menezes, um dos gêmeos, casou, em 26
de agosto de 1876, com Anna Francisca de Azevedo, filha de Vicente Ferreira
Xavier de Azevedo e Francisca Rosalina de Vasconcelos. Esse Vicente, meu tio
bisavô, era filho de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e da sua primeira esposa
Maria Francisca Duarte. Vicente, pai de Anna, faleceu moço, com apenas 30 anos,
de febre amarela.
Adelaide, filha legítima de Francisco Xavier de Menezes, e
D. Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu aos nove de agosto de mil oitocentos
e quarenta e cinco, e foi batizado a vinte e um de dezembro do mesmo ano, em
oratório privado, na cidade do Assú, sendo padrinhos o reverendo Vigário Manoel
Januário Bezerra Cavalcanti, e Francisca Rodrigues da Costa por procuração que apresentaram
aquele do capitão Jacinto João da Ora, e esta de D. Rita Virginia de Santa Ana.
Adelaide Angélica Xavier de Menezes foi a primeira esposa de José Paulino
Teixeira de Sousa, filho de José Vitaliano Teixeira de Sousa e Urbana Teixeira
de Sousa. Eles casaram em 12 de janeiro de 1874.
Emília, branca, filha legítima de Francisco Xavier de
Menezes, e D. Maria Antônia de Fontes Taylor, nasceu a vinte e dois de junho de
mil oitocentos, e quarenta e sete, e foi batizada, a vinte e três do dito mês pelo
padre Francisco Theodósio de Seixas Baylon, in articulo mortis, recebeu os
santos óleos, que lhe impôs, a dois de abril de quarenta e nove; foram
padrinhos, o mesmo padre Baylon, e por procuração de José Joaquim Bezerra
Cavalcanti. Emília Victorina Xavier de Menezes casou com Francisco Germano da
Costa Ferreira, filho de Florêncio Octaviano da Costa Ferreira e Ignez Lucania
da Costa Ferreira. O casamento foi em 31 de maio de 1874.
O Professor, Juvêncio Tassino Xavier de Menezes, natural da
Vila de Imperatriz, outro filho do casal Francisco Xavier e Maria Antonia, casou,
em 18 de setembro de 1864, com Theresa Maria de Jesus, viúva de Francisco Pedro
Xavier da Costa. Dona Theresa faleceu de parto em 1869, com a idade de 36 anos.
Com um mês faleceu a filha do casal, Maria. Thereza era
irmã da minha bisavó, Francisca Rita Xavier da Costa. Em 7 de janeiro de 1855,
o pai de Juvêncio, viúvo de Maria Antonia, tinha se casado com Bernarda
Francisca da Costa, irmã de Theresa.
Juvêncio casou outras vezes. Eu conheci na Fazenda de Paulo
Leitão de Almeida, em Lagoa Salgada, Maria da Conceição Tassino de Araújo, mais
conhecida por Mary, filha de Luiz Tassino, e neta paterna de Juvencio Tassino e
Marcolina Gouveia Varela. Dona Mary é a mãe de Marcos, Márcio e Maurício
Tassino.
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