João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Marca de Ferro de Leonardo Bezerra Cavalcanti,1691 |
Aqui vamos fazer o contrário, vamos escrever sobre os
ilustres ascendentes de Antonio, usando registros de casamentos ou de batismos.
Por falta de espaço, faremos resumos dos originais, com algumas modificações,
dando os nomes completos dos envolvidos, quando possível.
Aos vinte de abril de mil oitocentos e trinta e seis, em
casa de morada de Antonia Zenóbia Bezerra, no Sítio Rego Moleiro, dispensados
no 2º grau duplicado de sanguinidade em que se achavam ligados, se casaram
Manuel Bezerra Cavalcanti, filho legítimo de João Cavalcanti Bezerra, falecido,
e de Maria Madalena de Jesus, com Josefa Lourença Bezerra Cavalcanti, filha
legítima de Leonardo Bezerra Cavalcanti e Bernardina Josefa de Moraes,
falecidos; foram testemunhas Gabriel Soares Raposo da Câmara e Miguel Álvares
Teixeira de Mendonça. Leonardo, pai de Josefa Lourença, era primo legítimo de
Manuel Bezerra Cavalcanti, pois os pais deles eram irmãos, ambos filhos de João
Cavalcanti Bezerra, mas de mães diferentes.
Seguem, agora, os registros dos avós de Manuel: Aos 10 de
outubro de 1799, na capela do Senhor Bom Jesus, filial da Matriz de Nossa
Senhora da Apresentação, os pais de Manuel, João Cavalcanti Bezerra e Maria
Madalena de Jesus, se casaram, com dispensa de (ilegível) grau de sanguinidade
e no segundo de afinidade por cópula ilícita; João Cavalcanti era filho de João
Cavalcanti Bezerra e de Gertrudes Bezerra de Oliveira, falecida; Maria Madalena
de Jesus era filha do tenente José Rodrigues Pinheiro e Thereza de Jesus Barbosa.
Não localizamos o casamento dos pais de Josefa Lourença, mas
temos o registro de batismo de Francisco, seu irmão, onde se vê quem são os avós
dela: Francisco foi batizado na capela de São Gonçalo, filho de Leonardo
Bezerra Cavalcanti e Bernardina Josefa de Moraes, neto paterno do tenente
Antonio Cavalcanti Bezerra, do Assú, e de Maria de São José, desta, e materno
do capitão Vito Antonio de Moraes Castro e Anna Pedroza de Moraes; foram
padrinhos o tenente Antonio Cavalcanti Bezerra e Anna Pedroza, por procuração
que apresentou sua filha, Maria Egiciaca de Moraes.
Passemos agora aos bisavós de Manuel, através de um batismo:
João, filho do capitão João Cavalcanti Bezerra, natural de Olinda, e Gertrudes
Bezerra de Oliveira (ou Gertrudes Thereza
Ignácia de Oliveira), neto paterno de José Bezerra Cavalcanti e Genebra
Luiza Bezerra Cavalcanti, naturais da Várzea, Pernambuco, e neto materno de Francisco de Sousa e Oliveira, e de Tecla Pinheiro
Teixeira, nasceu aos 19 de novembro de 1779, e foi batizado aos 16 de dezembro
do dito ano, na capela de Santo Antonio do Potengi, sendo padrinhos os avós
Francisco e Tecla.
José Rodrigues Pinheiro e Thereza de Jesus Barbosa
contraíram núpcias aos 24 de maio de 1762, na Matriz. Ele, filho legítimo de
Manoel Pinheiro Teixeira e Úrsula do Monte, natural de Santo Antonio do Recife;
ela, filha legítima do tenente José Barbosa Goveia (depois, capitão-mor
interino), natural da Ilha de São Miguel e Quitéria Thereza de Jesus Bezerra,
natural da Paraíba. Não localizei mais informações sobre Manoel Pinheiro
Teixeira. Parece ser um dos filhos de Francisco Pinheiro Teixeira e Maria da Conceição
de Barros. O sobrenome Rodrigues vem do pai de Maria da Conceição.
Vejamos os bisavós de Josefa Lourença: Aos 30 de janeiro de
1783, na capela de Nossa Senhora da Soledade, filial da Matriz de Nossa Senhora
da Apresentação, Antonio Cavalcanti Bezerra casou com Maria de São José de
Mello. Ele, filho de João Cavalcanti Bezerra e Josefa Lourença Bezerra,
falecida, e ela do sargento-mor Manoel Antonio Pimentel de Mello e Anna Maria
da Conceição, falecida, presentes o tenente-coronel Antonio da Rocha Bezerra e
Manoel Jordão da Silveira. Essa Anna era filha de Francisco Pinheiro Teixeira e
Maria da Conceição de Barros.
Esse João Cavalcanti Bezerra casou com Gertrudes, em 1777,
quando ficou viúvo de Josefa Lourença Bezerra. Gertrudes faleceu em 21 de
novembro de 1783, com a idade aproximada de 30 anos. Dona Josefa Lourença era
filha do Coronel Antonio da Rocha Bezerra e de Josefa de Oliveira Leite.
Não encontramos o casamento de Vito Antonio com Anna
Pedroza. Mas vamos conhecer seus pais através do batismo de um dos seus filhos:
Antonio, filho legítimo de Vito Antonio de Moraes e Anna Pedroza de Moraes,
neto paterno do coronel Antonio Vaz de Oliveira e Bernardina Josefa de Moraes,
e materno de Joaquim de Moraes Navarro e Maria Soares Correa, nasceu aos 14 de
outubro de 1802, e foi batizado aos 21 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos
Antonio José dos Santos e D. Antonio Maria de Mello Uchoa, casados.
Segundo Marcos Pinto, Antonio Vaz era filho do capitão José
Martins de Oliveira, neto de José de Oliveira Leite, e, portanto, bisneto de
Antonio Vaz Gondim, que foi capitão-mor do Rio Grande do Norte.
Olá Prof. João Felipe,
ResponderExcluirLendo este seu artigo sobre Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti, não pude deixar de notar que alguns sobrenomes relatados são comuns à família da minha avó materna. Minha avó que se chamava, quando solteira, Maria do Rosário Varela Barca, era filha de Luiz Varella de Souza Barca e Judith Bezerra Cavalcanti Varella Barca; eram seus avós paternos: José Varella de Souza Barca e Antonia da Rocha Varella Barca; e maternos: Euzébio Bezerra Cavalcanti e Antônia Narcisa Bezerra Cavalcanti. Nasceu em Natal - RN, mas cresceu no sítio Olho D'Agua dos Barcas, povoado de Sto Antonio dos Barreiros, Mun. de S G do Amarante- RN.
Conforme o senhor citou no início este artigo, João Alves de Melo, no seu livro “Natureza e História do Rio Grande do Norte”, traça uma pequena biografia de Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti, incluindo uma genealogia dos seus descendentes. Pergunto: naquela relação de descendentes há registro de algum nome dos meus antepassados supracitados, ou seria apenas mais uma coincidência?
"Conta Cascudo, ainda, que teve na mão a bala que atravessou o braço, no terço superior. Era de chumbo e pesava 30
ResponderExcluirgramas." Professor, esta afirmação do Cascudo que o Sr. relata, chamou-me à atenção. Ora, naquela época os projetis eram disparados de armas mono tiro, em sua maioria. Imaginando que um projetil calibre .38, que é ogival, pesa 9 gramas, fico a imaginar qual seria o peso de um calibre cuja esfera tinha 3 centímetros de diâmetro, assim quero crer. Com a palavra o Professor de matemática, considerando que temos a massa, e a densidade do chumbo, 11,4 aproximadamente, qual seria o peso deste projétil.