segunda-feira, 18 de março de 2013

O General Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Marca de Ferro de Leonardo Bezerra Cavalcanti,1691
João Alves de Melo, no seu livro “Natureza e História do Rio Grande do Norte”, traça uma pequena biografia de Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti, incluindo uma genealogia dos seus descendentes. Logo no início do trabalho escreveu: nasceu a 20 de maio de 1837 no município de São Gonçalo, (Rêgomoleiro) Rio Grande do Norte e faleceu no Rio de Janeiro em 18/11/1898, com 61 anos de idade. Filho legítimo de Manuel Bezerra Cavalcanti e de D. Josefa Lourença Cavalcanti Rocha.
Aqui vamos fazer o contrário, vamos escrever sobre os ilustres ascendentes de Antonio, usando registros de casamentos ou de batismos. Por falta de espaço, faremos resumos dos originais, com algumas modificações, dando os nomes completos dos envolvidos, quando possível.
Aos vinte de abril de mil oitocentos e trinta e seis, em casa de morada de Antonia Zenóbia Bezerra, no Sítio Rego Moleiro, dispensados no 2º grau duplicado de sanguinidade em que se achavam ligados, se casaram Manuel Bezerra Cavalcanti, filho legítimo de João Cavalcanti Bezerra, falecido, e de Maria Madalena de Jesus, com Josefa Lourença Bezerra Cavalcanti, filha legítima de Leonardo Bezerra Cavalcanti e Bernardina Josefa de Moraes, falecidos; foram testemunhas Gabriel Soares Raposo da Câmara e Miguel Álvares Teixeira de Mendonça. Leonardo, pai de Josefa Lourença, era primo legítimo de Manuel Bezerra Cavalcanti, pois os pais deles eram irmãos, ambos filhos de João Cavalcanti Bezerra, mas de mães diferentes.
Seguem, agora, os registros dos avós de Manuel: Aos 10 de outubro de 1799, na capela do Senhor Bom Jesus, filial da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, os pais de Manuel, João Cavalcanti Bezerra e Maria Madalena de Jesus, se casaram, com dispensa de (ilegível) grau de sanguinidade e no segundo de afinidade por cópula ilícita; João Cavalcanti era filho de João Cavalcanti Bezerra e de Gertrudes Bezerra de Oliveira, falecida; Maria Madalena de Jesus era filha do tenente José Rodrigues Pinheiro e Thereza de Jesus Barbosa.
Não localizamos o casamento dos pais de Josefa Lourença, mas temos o registro de batismo de Francisco, seu irmão, onde se vê quem são os avós dela: Francisco foi batizado na capela de São Gonçalo, filho de Leonardo Bezerra Cavalcanti e Bernardina Josefa de Moraes, neto paterno do tenente Antonio Cavalcanti Bezerra, do Assú, e de Maria de São José, desta, e materno do capitão Vito Antonio de Moraes Castro e Anna Pedroza de Moraes; foram padrinhos o tenente Antonio Cavalcanti Bezerra e Anna Pedroza, por procuração que apresentou sua filha, Maria Egiciaca de Moraes.
Passemos agora aos bisavós de Manuel, através de um batismo: João, filho do capitão João Cavalcanti Bezerra, natural de Olinda, e Gertrudes Bezerra de Oliveira (ou Gertrudes Thereza  Ignácia de Oliveira), neto paterno de José Bezerra Cavalcanti e Genebra Luiza Bezerra Cavalcanti, naturais da Várzea, Pernambuco,  e neto materno de Francisco de  Sousa e Oliveira, e de Tecla Pinheiro Teixeira, nasceu aos 19 de novembro de 1779, e foi batizado aos 16 de dezembro do dito ano, na capela de Santo Antonio do Potengi, sendo padrinhos os avós Francisco e Tecla.
José Rodrigues Pinheiro e Thereza de Jesus Barbosa contraíram núpcias aos 24 de maio de 1762, na Matriz. Ele, filho legítimo de Manoel Pinheiro Teixeira e Úrsula do Monte, natural de Santo Antonio do Recife; ela, filha legítima do tenente José Barbosa Goveia (depois, capitão-mor interino), natural da Ilha de São Miguel e Quitéria Thereza de Jesus Bezerra, natural da Paraíba. Não localizei mais informações sobre Manoel Pinheiro Teixeira. Parece ser um dos filhos de Francisco Pinheiro Teixeira e Maria da Conceição de Barros. O sobrenome Rodrigues vem do pai de Maria da Conceição.
Vejamos os bisavós de Josefa Lourença: Aos 30 de janeiro de 1783, na capela de Nossa Senhora da Soledade, filial da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Antonio Cavalcanti Bezerra casou com Maria de São José de Mello. Ele, filho de João Cavalcanti Bezerra e Josefa Lourença Bezerra, falecida, e ela do sargento-mor Manoel Antonio Pimentel de Mello e Anna Maria da Conceição, falecida, presentes o tenente-coronel Antonio da Rocha Bezerra e Manoel Jordão da Silveira. Essa Anna era filha de Francisco Pinheiro Teixeira e Maria da Conceição de Barros.
Esse João Cavalcanti Bezerra casou com Gertrudes, em 1777, quando ficou viúvo de Josefa Lourença Bezerra. Gertrudes faleceu em 21 de novembro de 1783, com a idade aproximada de 30 anos. Dona Josefa Lourença era filha do Coronel Antonio da Rocha Bezerra e de Josefa de Oliveira Leite.
Não encontramos o casamento de Vito Antonio com Anna Pedroza. Mas vamos conhecer seus pais através do batismo de um dos seus filhos: Antonio, filho legítimo de Vito Antonio de Moraes e Anna Pedroza de Moraes, neto paterno do coronel Antonio Vaz de Oliveira e Bernardina Josefa de Moraes, e materno de Joaquim de Moraes Navarro e Maria Soares Correa, nasceu aos 14 de outubro de 1802, e foi batizado aos 21 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Antonio José dos Santos e D. Antonio Maria de Mello Uchoa, casados.
Segundo Marcos Pinto, Antonio Vaz era filho do capitão José Martins de Oliveira, neto de José de Oliveira Leite, e, portanto, bisneto de Antonio Vaz Gondim, que foi capitão-mor do Rio Grande do Norte.

2 comentários:

  1. Olá Prof. João Felipe,
    Lendo este seu artigo sobre Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti, não pude deixar de notar que alguns sobrenomes relatados são comuns à família da minha avó materna. Minha avó que se chamava, quando solteira, Maria do Rosário Varela Barca, era filha de Luiz Varella de Souza Barca e Judith Bezerra Cavalcanti Varella Barca; eram seus avós paternos: José Varella de Souza Barca e Antonia da Rocha Varella Barca; e maternos: Euzébio Bezerra Cavalcanti e Antônia Narcisa Bezerra Cavalcanti. Nasceu em Natal - RN, mas cresceu no sítio Olho D'Agua dos Barcas, povoado de Sto Antonio dos Barreiros, Mun. de S G do Amarante- RN.
    Conforme o senhor citou no início este artigo, João Alves de Melo, no seu livro “Natureza e História do Rio Grande do Norte”, traça uma pequena biografia de Antonio da Rocha Bezerra Cavalcanti, incluindo uma genealogia dos seus descendentes. Pergunto: naquela relação de descendentes há registro de algum nome dos meus antepassados supracitados, ou seria apenas mais uma coincidência?

    ResponderExcluir
  2. "Conta Cascudo, ainda, que teve na mão a bala que atravessou o braço, no terço superior. Era de chumbo e pesava 30
    gramas." Professor, esta afirmação do Cascudo que o Sr. relata, chamou-me à atenção. Ora, naquela época os projetis eram disparados de armas mono tiro, em sua maioria. Imaginando que um projetil calibre .38, que é ogival, pesa 9 gramas, fico a imaginar qual seria o peso de um calibre cuja esfera tinha 3 centímetros de diâmetro, assim quero crer. Com a palavra o Professor de matemática, considerando que temos a massa, e a densidade do chumbo, 11,4 aproximadamente, qual seria o peso deste projétil.

    ResponderExcluir

Seu comentário ajudará na correção dos artigos e fotos, bem como na construção de novas informações.