João Felipe da
Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN,
membro do IHGRN e do INRG
Câmara Cascudo, em “Velhas Figuras”, traçou, com o título “A
família do Padre Miguelinho”, uma excelente genealogia, começando com os três
irmãos Manoel Pinheiro Teixeira, José Pinheiro Teixeira e Francisco Pinheiro
Teixeira, naturais de Arrifana do Souza, atualmente Penafiel, Bispado do Porto,
em Portugal. O primeiro registro que encontrei foi do Padre Manoel Pinheiro
Teixeira, em 1706, sendo padrinho de Alberto, filho de Alberto Pimentel e de
Francisca de Oliveira Banhos. Já Francisco Pinheiro Teixeira, casado com Maria
da Conceição, batizou em 1711, Leonardo, cujo padrinho foi o tio, Padre Manoel
Pinheiro Teixeira, e Maria de Carvalho. Leonardo Pinheiro casou com Maria de
Borges da Rocha Bezerra e são tetravós maternos de Luis da Câmara Cascudo,
segundo o próprio.
Nessa genealogia traçada por Cascudo, ele escreveu sobre
Joaquim Felício Pinto de Almeida Castro, filho de Manoel Pinto de Castro e
Francisca Antonia Teixeira: Nasceu a 28
de maio de 1776. Residiu sempre no Recife e participou do movimento de 1824. Em
janeiro de 1831 continuava solteiro. Nada mais consegui.
Hoje com mais facilidades oriundas do mundo informático,
consegui mais complementos que trago para cá. Vejamos, inicialmente, o batismo de
Joaquim Felício: Joaquim, filho legítimo do capitão Manoel Pinto de Castro,
natural de São Veríssimo de Valbon, arcebispado do Porto, e de Francisca
Antonia Teixeira, natural desta Freguesia, neto paterno de Francisco Pinto de
Castro, e de Izabel Pinto de Almeida, naturais da mesma Freguesia, de São
Veríssimo de Valbon, e materno do capitão Francisco Pinheiro Teixeira, e de
Bonifácia Antonia de Mello, naturais desta cidade, nasceu aos vinte e oito de
maio do ano de mil setecentos e sessenta e seis e foi batizado com os santos
óleos, nesta Matriz, de licença minha, pelo Padre Coadjutor Bonifácio da Rocha
Vieira, aos onze de junho do dito ano; foram padrinhos o Padre Alexandre Dantas
Correa, por procuração que apresentou do Padre Miguel Pinheiro Teixeira, do que
mandei lançar este assento em que me assino. Pantaleão da Costa de Araújo,
Vigário do Rio Grande. Esse padre Miguel era irmão do capitão Francisco
Pinheiro Teixeira, avô materno do batizado.
Fernando Câmara, tetraneto do coronel Joaquim Felício
proferiu uma palestra no dia 20 de outubro de 1987, com o título “A família do
Padre Miguelinho no Ceará”, onde a figura central era seu tetravô, esquecido no
Rio Grande do Norte.
Segundo Fernando Câmara, que conhecia o trabalho de Cascudo,
Joaquim Felício fez parte da Junta Governativa do Ceará, durante a Confederação
do Equador, em 1824. Diz, que em 1802, ele já era casado e no dia 22 de agosto
de 1803, batizava em Quixeramobim, onde residia, o primogênito Manoel Felício.
Era casado com Maria Francisca do Espírito Santo, filha do opulento fazendeiro,
o tenente-general Vicente Alves da Fonseca, e de sua esposa Maria Francisca do Espírito
Santo. O coronel Joaquim Felício faleceu em Quixeramobim, em 20 de fevereiro de
1833.
Além de Manoel Felício, Fernando Câmara encontrou outro
filho de Joaquim e Maria Francisca. Era Joaquim Felício de Almeida Castro, que
casou em 1834, com sua cunhada Maria do Rosário de Lima, viúva de Manoel
Felício.
Esse Manoel Felício teve um filho de nome Miguel Joaquim de
Almeida Castro (mais um com o nome de Miguelinho), que gerou Maria Olindina de
Castro Câmara, casada com Manoel Fenelon da Silva Câmara. Deste último casal
nasceu Miguel Fenelon Câmara, pai de Fernando Câmara.
A repetição de nomes na família Pinheiro Teixeira é muito
grande, gerando equívocos por parte dos genealogistas. Lembramos que o coronel
Joaquim Felício era irmão de Padre Miguelinho, Clara de Castro, e do tenente
Francisco Pinheiro Teixeira, sogro de Clara. Ignácio, esposo de Clara tinha um
irmão que se chamava, também, Joaquim Felício. Este nasceu aos 7 de fevereiro
de 1805, batizou-se no mesmo mês e ano, e teve como padrinhos seu tio Joaquim
Felício Pinto de Almeida Castro e D. Bernardina de Oliveira Leite. Segundo
Cascudo, Joaquim Felício, irmão de Ignácio, casou com Cosma Rodrigues Veras.
Daí nasceu Maria Joaquina que casou com o tio, quando ele enviuvou de Clara de
Castro.
Dona Maria Joaquina, já viúva do tenente-coronel Ignácio,
foi envolvida no assassinato de uma sua escrava de nome Henriqueta, como conta
Eduardo Campos, no seu trabalho intitulado “Revelações da condição de vida dos
cativos do Ceará”.
Miguel Joaquim de Almeida Castro (Miguel Castro, nome de uma
das nossas avenidas), que foi o primeiro governador eleito do Rio Grande do
Norte, em 1891, era irmão de Dona Maria Joaquina, filho que era desse outro
Joaquim Felício e de Cosma.
.
O casamento de Joaquim Felício Pinto de Almeida e Castro foi em Aracati no dia 07 de janeiro de 1800 com Maria Francisca do Espírito Santo, f. de Vicente Alves da Fonseca Júnior e de sua mulher Maria Francisca do Espírito Santo, casados em 21 de outubro de 1776, np do Ten. Vicente Alves da Fonseca e de sua mulher Tereza Fragoso das Chagas, e nm do Ten. João Velho Gondim e de sua mulher Antônia do Espírito Santo.
ResponderExcluirCirilo Pinto de Almeida Castro nasceu por 1827, era f. de Joaquim Felício, e a sua mulher foi Umbelina Maria do Amaral, e seus filhos:
. Miguel de Almeida e Castro, a sua mulher foi Francisca Pinheiro Maia.
. Clara Pinto de Almeida e Castro, o seu marido foi João Mendes de Araújo, f. de outro de igual nome e de sua mulher Teodora Maria de Araújo
. Inácio Pinto de Almeida Castro, a sua mulher foi Maria Pinheiro Maia, e foi pai de:
- Adonis Pinheiro de Almeida Castro, que casou com Adélia Pinheiro de Almeida, sua prima carnal, f. dos já citados Miguel de Almeida e Castro e de sua mulher Francisca Pinheiro Maia.
Essas informações comentadas acima não faziam parte da palestra de Fernado Câmara. Seria interessante que o comentarista se indentificasse para dar fé ao que escreveu.
ExcluirEstudando minhas origens, me deparei com Joaquim FElicio sendo meu tataravô. Minha avó é de Manituba, distrito de Quixeramobim,
ResponderExcluirPois é, prima...vi esse texto hoje é minha mãe está certa de que é um relato sobre a nossa família, corresponde às histórias que vovô contava.
ResponderExcluirVamos escrever mais sobre o que sabemos, mesmo que as informações sejam de origem oral. Outras pessoas poderão comentar e acrescentar.
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