segunda-feira, 23 de abril de 2012

A filha de João Machado de Miranda e Rogério de Olanda



João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
As informações genealógicas, muitas vezes, se escondem e reaparecem em outros momentos. A partir de um batismo, encontrei mais uma tia-pentavó, irmã do meu pentavô Antonio Dias Machado, lá de Utinga. Vamos conhecê-la através do batismo encontrado, já com algumas correções. Alguns Holandas do Rio Grande do Norte descendem dela.
Joachim, filho legítimo de Rogério de Olanda, natural da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Várzea, e de sua mulher Anna Maria (da Conceição), natural, e moradores ambos desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, neto por parte paterna de Mascal  Pires e Branca da Costa, naturais da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Várzea, e por parte materna de João Machado (de Miranda), e de sua mulher Leonor Duarte (de Azevedo), naturais desta Freguesia; foi batizado com os Santos Óleos aos quatro de abril de mil setecentos e sessenta e dois anos, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, desta dita Freguesia, pelo Reverendo Padre Lourenço Gracy de Mello, de licença minha; foram padrinhos Manoel Rodrigues Santiago, solteiro, e Dona Custódia do Sacramento, viúva, fregueses e moradores todos desta Freguesia; e pela certidão que veio do dito Reverendo Padre, fiz este assento em que por verdade, me assinei. João Freyre de Amorim.
A Capela de Nossa Senhora do Rosário da Várzea data de 1612. Hoje ela é Matriz com a mesma invocação, em Várzea, bairro de Recife. Na Igreja Matriz há uma placa que informa que foi sepultado, em 1648, o bravo Dom Antonio Filipe Camarão, governador dos Índios, que com seus arcos e flechas, defendeu a fé e a pátria contra o batavo inimigo. Escavações recentes, na sacristia, demonstram que os mortos das duas batalhas de Guararapes foram enterrados lá, nessa Igreja. Esse sobrenome Olanda, talvez venha dessa época.
Joachim, que se tornou Joaquim de Olanda Machado, casou aos dezoito de dezembro de 1803, na Capela da Senhora Santa Anna, do Engenho Ferreiro Torto, onde eram moradores, com Maria José da Conceição, natural da Paraíba, filha de André Dias Sargado e Francisca Antonia. Foram testemunhas o tenente-coronel Manoel Álvares Correa, viúvo, e João de Araújo Correa, casado.
A irmã de Joaquim de Olanda Machado, de nome Antonia Maria de Olanda, casou no dia treze de janeiro de 1774, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, com Manoel Pereira de Jesus, filho de Lino das Chagas Ferreira e de Agostinha Moreira, naturais da Freguesia de São José, da Capitania do Rio Grande. Estavam presentes como testemunhas o capitão Francisco da Costa de Vasconcellos e o sargento-mor Lourenço de Góis de Vasconcellos, solteiros. Nessa época o pai de Antonio, Rogério de Olanda, já era falecido, pois seu óbito ocorreu aos vinte e cinco de outubro de 1763, pouco tempo depois do nascimento de Joaquim. Era morador do Sítio Várzea.
Outra filha de Rogério e Anna Maria, de nome Fidélis Maria de Santa Anna, casou em 17 de junho de 1767, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, com Pedro Coitinho de Mattos, filho de Jorge de Mattos Camelo e de Dona Maria do Prado, sendo natural da Freguesia de Taipú, da Paraíba, tendo como testemunhas Joaquim de Morais Navarro e Manoel Álvares Correa.
Vejamos alguns netos de Rogério de Olanda e Anna Maria da Conceição, que encontramos até agora.
Manoel, filho de Pedro Coitinho e Fidélis, nasceu em 7 de maio de 1768, tendo sido batizado, por necessidade, no mesmo dia por João de Araújo, tendo em dois de junho recebido os santos óleos, na Capela de Jundiaí. Seu casamento, já com o nome de Manoel Coitinho de Mattos, foi aos 19 de maio de 1801, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, com Anna Maria, filha natural de Ignácia Maria, escrava de Salvador Maria da Trindade, sendo presentes, como testemunhas, o alferes Antonio José Luiz e Alexandre da Circuncisão, ambos casados.
Pedro, filho de Pedro Coitinho e de Fidélis, nasceu aos 30 de janeiro de 1776, tendo sido batizado aos dois de abril, do mesmo ano, tendo como padrinhos Antonio Rodrigues Santiago, solteiro, e Córdula Rodrigues, filha de Victoriano Rodrigues.
Adrianna, filho de Pedro Coitinho e de Fidélis, nasceu ao 4 de fevereiro de 1773, foi batizada na Capela de Jundiaí aos 29 de junho do dito ano, sendo seus padrinhos Bento do Rego Bezerra, e Bernarda Correa de Araújo, mulher do sargento-maior Rodrigo Álvares Correa.
Bernarda Correa, Antonio Rodrigues Santiago, Salvador Maria da Trindade, Manoel Álvares Correa, João de Araújo Correa, Manoel Rodrigues Santiago, que aparecem acima, são descendentes de Estevão Machado de Miranda e Antonio Vilela Cid, mártires de Uruassú. Dona Custódia do Sacramento era casada com o sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, outro descendente dos mártires. Córdula (ou Córdova) Rodrigues era bisneta de João Machado de Miranda. Há uma forte ligação dos meus hexavós, João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, com a família dos mártires. Não encontrei, ainda, o elo.

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