Em 19 de Novembro de 1739, foi concedida por João de Teive Barreto e Menezes, uma carta de data de Sesmaria, a pedido de Dona Mariana da Rocha Bezerra, que no seu pedido disse: Mariana da Rocha Bezerra, moradora nesta Capitania, para poder acomodar os seus gados e porque há as devolutas nas testadas do Sítio das Cacimbas correndo pela Ponta do Mel, na Ribeira do Assu, quer haver três léguas de terras contínuas pegando nas testadas da data das Cacimbas de Viana correndo com elas pela costa do mar, até entestar com a Ponta do Mel e uma légua de largura para o sertão excedendo no comprido com as ditas três léguas ainda que exceda da data de Ponta do Mel.
Foi em Cacimbas do Viana que nasceu minha avó paterna, Maria Josefina Martins Ferreira. Foi lá, também, que viveram outros descendentes do Major José Martins Ferreira, no século XIX. A curiosidade não me deixou em paz, até o dia que viajei para Cacimbas do Viana. Tentei localizá-la dentro de um dos Municípios do Rio Grande do Norte. Pelo mapa de Cândido Mendes, datado de 1868, a localização mais provável seria Porto do Mangue. Fui atrás da mapoteca do IDEMA em busca de informações. Como não encontrei ninguém, pedi ajuda a Leonel Leite que me sugeriu ir até a SEARA, pois deveria ter muitas informações sobre terras. Lá, estive com Canindé França, que, para minha surpresa, tinha entre seus livros o "Atlas do Brasil Império" de Candido Mendes, que tanto eu buscava. Das conversas com Canindé, surgiu a possibilidade de me encontrar com Luizinho, Prefeito de Carnaubais. A coisa estava prosperando.
Por fim, com a vinda de Luizinho a Natal, ficou combinado que iríamos até Carnaubais e de lá até Cacimbas do Viana. Depois de alguns desencontros, finalmente, no sábado, dia 20 de Março, partimos de Natal, eu e Graça, ao encontro de Toni Martins, assessor de comunicação da Prefeitura de Carnaubais que ia nos ciceronear nessa viagem.
Em Carnaubais, além de Toni, foi com a gente Carlos Augusto, Secretário de Esporte e Turismo, que se interessava pelo assunto. Pelo que disse Toni, já no começo da viagem, Cacimbas do Viana ficava mesmo em Porto do Mangue.
Em Porto do Mangue, após consultarmos alguns moradores, encontramos a entrada para a Fazenda de Cacimbas do Viana. Infelizmente, era uma estrada carroçável. Tentamos entrar com o carro que não tinha tração nas quatro rodas, mas não conseguimos. Logo no início o carro atolou. Recuamos daquela empreitada e fomos em direção a cidade de Porto do Mangue para conversar com algumas pessoas mais antigas sobre Cacimbas do Viana. Tínhamos a localização, mas não conseguimos ir até o centro da Fazenda para conhecê-la.
Em Porto do Mangue, conversamos com Manuel Alves do Nascimento, mais conhecido como Manuel Freire. No começo, ele disse que o nome, Cacimbas do Viana, era devido a um dos donos que era o Padre Viana que a adquiriu através de Sesmarias. Informou, também, que o atual dono era Francisco Ferreira Souto Filho. Falou, também, sobre alguns donos anteriores, como Manoel Lucas. Manoel Freire não tinha conhecimento sobre os Martins Ferreira, Alves Ferreira, ou Alves Martins que viveram por lá, quando saíram de Macau.
Conversamos, ainda, no Sindicato dos Pescadores e com seu Expedito em busca de outras pessoas, mas nada foi acrescentado de útil sobre nossos familiares. Resolvemos voltar, mas antes tirei uma foto da Igreja, e, também, do Rio das Conchas que banha a cidade, e é muito citado nos documentos de terras de Domingos Afonso Ferreira e Bento José da Costa.
No caminho de volta, paramos no local onde atolamos e batemos uma foto da entrada da Fazenda Cacimbas do Viana e do outro lado da estrada, onde se situa várias salinas. Queríamos marcar as proximidades daquela localidade, para um dia, com outras condições mais favoráveis, ir até o centro da Fazenda. Acredito que isso que chamam, hoje, de Cacimbas de Viana, seja só uma parte do que existiu mais para trás. É provável que Fazenda Velha e Fazenda Nova, nas circunvizinhanças, faziam parte da Fazenda como um todo.
Em alguns documentos, aparece, simplesmente, Sítio ou Fazenda das Cacimbas, em outros, praia das Cacimbas. Há menção ao Sítio das Mercês na Fazenda das Cacimbas. Foi lá que, em 26 de Novembro de 1855, se realizou o casamento de Joaquim José Martins Ferreira com Maria Izabel da Conceição, tendo como testemunhas João Martins Ferreira e Manoel José Martins, irmãos do noivo e filhos do Major José Martins Ferreira.
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