domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quem eram os pais de José de Borja

Em belíssimo artigo, publicado na "Revista  Cincoentenário (Poliantéia)", sob a direção de Manoel Rodrigues de Melo, comemorativa ao cinqüentenário de Pendências, com o título de "O advogado José de Borja", Luis da Câmara Cascudo pergunta sobre os pais de José de Borja Caminha Raposo da Câmara. Embora tenha, ele mesmo respondido que eram Francisco de Borja Raposo da Câmara e Ana Maria dos Milagres Caminha, ainda restava uma dúvida. "Por essa filiação o nosso homem não é primo dos Cabrais do Assú, colegas e chefes do Partido Conservador na Província, Otaviano, Leocádio, Jerônimo e Gabriel...". Cascudo aventava, ainda,  a hipótese de José de Borja ser filho de José Barbosa Caminha Raposo da Câmara. Veja o artigo completo no blog: http://www.trindade.blog.digi.com.br.
José de Borja Caminha Raposo da Câmara nunca casou. Por isso, ficou mais difícil encontrar o nome de seus pais, coisa comum nos registros de casamento. Entretanto, por outras vias, fica comprovada a primeira hipótese de Cascudo. Encontramos dois registros de casamento, da Freguesia de Angicos, que explicita o nome do pai de José Borja, eliminando por completo a segunda hipótese. Vejamos,inicialmente, o casamento de Thomas Vieira de Mello.
"As oito horas da noite do dia 12 d'Agosto de 1852, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Vila de Macao uni, e logo abençoei em Matrimonio, aos contraentes, meus Fregueses, Thomas Vieira de Mello, viúvo, e Floriana Francisca das Mercês, moradores no Sitio Canafistula, d'esta Freguesia, na presença das testemunhas conhecidas, Francisco de Borja Suares Raposo da Câmera, e seu filho, José de Borja Caminha Raposo da Câmera, solteiro. As denunciações, e a hora em que foi celebrado este casamento, foram dispensados pelo Reverendo Vigário Visitador da Província, Manoel José Fernandes por despacho de 11 d'Agosto do dito ano. Do que para constar faço este assento em que assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado d"Angicos."
Após o sol se por, tinha que haver autorização para se fazer o casamento. Daí a observação. Vejamos, agora, a revalidação do casamento de Francisco Martins de Miranda Junior.
"As 12 horas do dia 17 de Agosto de 1852, na Vila de Macao, na casa de morada de Francisco de Borja Soares Raposo da Camara, revalidei o Casamento nulo de Francisco Martins de Miranda Junior, filho legitimo de Francisco de Miranda , e de Felisberta Maria do Espírito Santo, com Anna Francisca da Silveira, filha legitima de Faustino José da Silveira, e de Margarida Maria da Rocha, meus fregueses, moradores na Praia de Barreiras, desta Freguesia d'Angicos, na presença das testemunhas Francisco de Borja Raposo da Camara e seu filho José de Borja Caminha Raposo da Camara, solteiro, por estarem dispensados pelo Reverendissimo Senhor Visitador Manoel José Fernandes, por despacho de 9 do referido mês e ano, do parentesco de afinidade ilícita com que estavam ligados, o que anulou o casamento dos ditos meus fregueses, celebrado aos 8 de 8bro de 1848, pelo Reverendo Vigário da Freguesia do Assu, Manoel Januário Bezerra Cavalcante, de quem eram então fregueses; do que para constar faço este assento, em que assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado d'Angicos."
Em quase todos os registros que encontrei, o nome da esposa de Francisco de Borja era Anna Francisca dos Milagres. Não aparecia o sobrenome Caminha como cita Cascudo.
Nestor Lima quando escreveu sobre Angicos, disse que Guilherme Lopes Viégas casou na família de D. Maria Cunha, ascendente dos Gabrieis ou Cabrais Raposo da Câmara. Não deu maiores detalhes. No próximo artigo vamos dar mais informações da vida de Francisco de Borja Soares Raposo da Camara, pai de José de Borja.

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