domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Capitão Silvério Martins de Oliveira

Professor da UFRN e membro do IHGRN
O Capitão Silvério Martins de Oliveira não está relacionado entre as pessoas que saíram da Ilha de Manoel Gonçalves para povoar Macau. Entretanto, era uma presença constante nos atos religiosos daquela Ilha, ora como padrinho, ora como testemunha, algumas vezes na companhia do Capitão João Martins Ferreira. Veremos aqui alguns registros para comprovar sua presença naquela região do Assu.
"Aos cinco dias do mês de Maio de mil oitocentos e vinte e nove, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre José Berardo e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por Esposos presentes Manoel de Sousa Monteiro e Anna Francisca Leça meus fregueses. O Esposo, de idade de vinte e um anos, filho natural de Leonor de Tal: A esposa, de idade de vinte e seis anos, filha natural de Anna Francisca da Conceição naturais e moradores na Freguesia do Assu onde se fizeram as Denunciações Nupciais, sem impedimento, e logo lhe deu as bênçãos matrimoniais sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas, o Capitão João Martins Ferreira e o Capitão Silvério Martins de Oliveira, casados, todos deste Assu, e para constar fiz este assento, em que me assino. Joaquim José de Santa Anna, Pároco do Assu".
Entre os apadrinhados de Silvério e Joana, está um neto do Capitão João Martins Ferreira ( administrador da terras de Bento José da Costa) e de sua mulher Dona Josefa Clara Lessa. Vejamos o registro.
"Manoel, branco, filho natural de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres, moradores nesta Freguesa, nasceu a dezenove de Abril de mil oitocentos e trinta, e foi batizado solenemente, com os Santos Óleos, aos vinte um de Maio do mesmo ano, em Macau, pelo Reverendo José Berardo de Carvalho, de minha licença; o qual disse, em minha presença, reconhecer o dito párvulo seu filho, e me pediu fizesse essa declaração para todo tempo constar; foram padrinhos o Capitão Silvério Martins de Oliveira e sua mulher Joana Nepomucena; do que para constar mandei fazer este assento, e por verdade assinei. O Vigário João Theotonio de Sousa e Silva."
Esse neto do Capitão João Martins Ferreira encontramos, posteriormente, em Cacimbas do Viana, com o nome de Manoel José Martins. Casou com Prudência Teixeira Martins.
Diz F.F Araújo, no artigo Fragmentos Históricos, publicado no livro 1º Centenário da Ordenação Sacerdotal do Monsenhor Joaquim Honório da Silveira, quando tratou da Mesa de Rendas Estaduais de Macau: "Foi Silvério Martins de Oliveira o seu primeiro administrador que, no período de Julho de 1837 a Junho de 1838, arrecadou a importância de 3:682$978, como se verifica  de documentos existentes no arquivo do Departamento da Fazenda".
Outra informação, já mencionado em artigo anterior diz: Na eleição de 3 de Dezembro de 1821, para Junta Constitucional do Rio Grande do Norte, o Capitão Silvério foi um dos três representantes de Apodi, no colégio eleitoral de 43 eleitores de paróquia.
Recebo de Marcos Pinto algumas informações sobre o Capitão Silvério Martins de Oliveira. Escreveu Marcos Pinto que a esposa de Silvério, Joana Nepomucena, era filha do Capitão Manoel Ignácio de Carvalho e Anna Josepha Joaquina de Albuquerque, residentes na Serra de Martins.
Diz ainda Marcos que no inventário de Anna Josepha (ano de 1830), em Martins, e nessa época viúva, consta informação de Silvério dando conta que a falecida sogra residia na Ilha de Manoel Gonçalves, de onde saiu em setembro de 1828. Silvério era Capitão de ordenanças da Vila de Portalegre e que, em outubro de 1826, se encontrava residindo na Ilha de Manoel Gonçalves.
Nos registros de óbitos da Catedral, encontramos os de Silvério e Joana, com uma diferença de menos de seis meses, que transcrevo para cá. Nessa época já morava em Natal como se pode ver.
"Aos vinte e dois de Agosto de mil oitocentos e quarenta e nove faleceu da vida presente com todos os Sacramentos D. Joanna Nepomuceno de Oliveira, branca, casada com o Capitão Silvério Martins de Oliveira, foi sepultada na Capela da Ribeira, envolta em habito branco, e para constar fiz este assento. Bartholomeu da Rocha Fagundes. Vigário Colado".
"Aos nove de março de mil oitocentos e cinqüenta faleceu da vida presente com todos os sacramentos Silvério Martins d'Oliveira, branco, viúvo, morador na Ribeira, com a idade de Setenta e cinco anos: foi sepultado na Capela do Senhor Bom Jesus das Dores com habito preto encomendado por mim. E para constar fiz este assento. Bartholomeu da Rocha Fagundes. Vigário Colado."
Pela informação acima, o Capitão Silvério deve ter nascido por volta de 1775. Suspeito que a esposa de Elisiário Antonio Cordeiro, Antonia Silvéria de Oliveira, era filha de Silvério e Joana. Acredito, também, que o casal tinha uma outra filha de nome Joana Nepomucena de Jesus. Por fim, mais um registro da presença do Capitão Silvério na região do Assú, bem como sua convivência com o Capitão João Martins Ferreira.
Aos 3 dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e seis pelas duas horas da tarde na Boca do Rio, em presença do Padre Frei José de Sam Gualberto Carmilitano e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por Esposos presentes João Baptista e Maria Gomes Leça, meus paroquianos. O Esposo de idade de vinte e seis anos, filho legitimo de João Rodrigues do Espírito Santo e Margarida Francisca de Oliveira; a Esposa de vinte e dois anos, filha legitima de Joaquim Álvares Leça, já falecido e Ana Gomes, naturais e moradores nesta Freguesia de São João Baptista do AssuAssu, e para constar fiz este assento, em que me assino. Joaquim José de Santa Ana, Pároco do Assu.

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