segunda-feira, 12 de maio de 2014

Familiares de José da Penha




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG

Hoje completa 139 anos do nascimento, em Angicos, do capitão José da Penha. Neste ano, por conta dos cem anos da sua morte, no Ceará, ele tem recebido várias homenagens de seus admiradores. Jarbas Martins publicou versos na revista da nossa Academia de Letras, Wandyr Vilar está reeditando o livro “O Espiritismos e os Sábios”, e Vicente Serejo, publicou por toda semana que passou, neste jornal, seis artigos sobre o valoroso capitão.

Na Hemeroteca Nacional, encontro que o alferes José da Penha Alves de Souza fez, em 1901, o registro de um filho, na 7ª Pretoria na Capital Federal. Com essa informação entrei no site dos mórmons para encontrar esse documento. Lá não encontrei Pretoria, mas sim Circunscrição. Por isso pedi ajuda ao grupo de Genealogia na Internet. E quem me atendeu foi Pedro Auler do grupo Geneal, que me mandou o link do site dos mórmons, que abriu exatamente no registro procurado. Lá estava escrito:

Aos oito de maio de mil e novecentos e um, nesta Capital Federal e em  Cartório, compareceu José da Penha Alves de Souza, natural do Estado do Rio Grande do Norte, de vinte e seis anos de idade, casado, alferes do Exército, morador a Rua São Clemente, Avenida Dona Maria Clara, casa dezesseis, e na presença das testemunhas abaixo assinadas, declarou que sua esposa Dona Altina Alves de Souza, natural do Estado da Bahia, de vinte e quatro anos de idade, deu a luz na casa acima referida, onde residem, ontem a uma hora da madrugada, a uma criança branca de sexo feminino, que se deverá chamar, Guiomar, neta paterna de José Francisco Alves de Souza, falecido, e Dona Maria Ignácia Alves de Souza, e materno de Francisco Pedro dos Santos, e Dona Josepha Pessoa dos Santos, que ele declarante casou-se aos vinte de fevereiro de mil oitocentos e noventa e seis, no Estado do Ceará, civilmente, e mais não disse  e assinou com as testemunhas, o alferes do Exército Raphael Benjamim da Fonseca e Maria de Souza Maia. Eu Francisco José Pinto de Macedo, escrivão subscrevo.
Foi nesse documento acima, que tomei conhecimento, pela primeira vez, do nome da mãe de Altina, bem como da existência dessa filha de José da Penha. Mas, ao lado desse registro, havia a informação do óbito de Guiomar. Fui atrás dele, e encontrei o seguinte registro:

Aos dezoito de fevereiro de mil novecentos e dois, nesta Capital e Cartório, compareceu o alferes do Exército João Augusto César da Silva e exibindo atestado do Doutor Antonio Rogério Gouvêa Freire, declarou que faleceu ontem, as onze horas da noite, de infecção gastrointestinal aguda, na casa numero vinte e quatro, da Rua Fernandes Guimarães, onde residia a menor Guiomar, de cor branca, natural desta Capital Federal, com nove meses de idade, filha legítima do alferes do Exército, José da Penha Alves de Souza e Dona Altina Alves de Souza. Vai ser sepultada no Cemitério de São João Baptista, e mais não disse e assinou. Eu Francisco José Pinto de Macedo, escrivão que subscrevo.

Sabendo que José da Penha casou em 1896, fui atrás do seu registro no Ceará, buscando, novamente, pelo site dos mórmons. Registro pobre de informações, que não continha a naturalidade dos nubentes, mas que vale a pena transcrever.
Aos dezenove de fevereiro de mil oitocentos e noventa e seis, o Reverendo José Barbosa de Jesus, de licença minha, assistiu o casamento de meus paroquianos – José da Penha Alves de Souza, alferes aluno, e D. Altina Pessoa dos Santos, filha legítima do capitão Francisco Pedro dos Santos e D. Josepha Pessoa dos Santos Cabral; sendo testemunhas José da Silva Bonfim e Dr. Raymundo de Farias Brito. Para constar fiz este que assino in fide parochi. O Cura, Pe. Pedro Leopoldo d’Araújo Feitosa.

Francisco Pedro dos Santos, sogro do capitão José da Penha, veterano da guerra do Paraguai, era natural de Sobral, tendo lá nascido, em 15 de agosto de 1838, filho de Pedro Alves dos Santos e Helena Maria do Espírito Santo.

Nas cartas do capitão José da Penha para as filhas, lá no Ceará, ele sempre se referia à comadre Zefinha. Acredito que era a sogra dele, Josepha Pessoa dos Santos. Acredito, ainda, que foi ela e o marido que criaram Zaíra, Maria Annita e Murilo Penha, pois em 1916, o Ministro da Fazenda negou o pedido de revisão das pensões, feito pelo avô deles, Francisco Pedro dos Santos, para seus tutelados Maria Annita e outros filhos do finado capitão José da Penha.

Raymundo Farias de Brito, testemunha do casamento de José da Penha e Altina, foi o prefaciador do livro “O Espiritismo e os Sábios”. Mais recentemente fui procurar o nascimentos dos outros filhos do capitão, na antiga Capital Federal e encontrei dois registros civis.

Zaira nasceu no Rio de Janeiro, aos 17 de março de 1899, tendo sido registrado pelo pai José da Penha Alves de Souza, na 7ª Pretoria ou 5ª Circunscrição, com testemunhos de Raphael Arcanjo da Fonseca e Raphael Benjamim da Fonseca. Casou com Luis Pinheiro Filho, que foi dono da Fazenda Santa Cruz, aos pés do Cabugi.

Murilo Penha Alves de Souza nasceu, também, no Rio de Janeiro, aos 14 de fevereiro de 1900, sendo registrado na mesma circunscrição acima, e com as mesmas testemunhas, ambos alferes. Não descobri com quem casou. Era militar do Exército e foi nomeado, em 1944, chefe da 25ª Circunscrição, em Fortaleza.

Não encontrei o registro de Maria Annita Penha Alves de Souza, mas encontrei notícias de seu casamento, em Fortaleza, com Manoel Sadoc Cysne, em 1923.
 
Casamento de José da Penha e Altina