terça-feira, 21 de maio de 2013

Maria Antonia Fontes Taylor, matriarca dos Tassinos


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Francisco Xavier de Menezes, que presidiu a Câmara Municipal de Angicos no período que vai de 1853 até 1855, era casado com Dona Maria Antonia Fontes Taylor. Segundo Aluízio Alves, no livro “Angicos”: angicano dos mais esforçados, e que, na época, desempenhou notável influencia, político-social no município. Filho de Francisco Alexandre Xavier, a quem não eram tão minguados os recursos financeiros, pôde cursar a Faculdade de Medicina da Bahia, até o 4º ano, deixando de concluir o curso por motivos ignorados. Foi ainda, segundo Aluízio, secretário da Câmara, Escrivão Público Judicial de Notas, Professor, Agrimensor, Vacinador Oficial, Capitão-cirurgião-mor do Comandante Superior da Guarda Nacional, em Angicos e Macau, e finalmente licenciou-se advogado pela Relação da Província.

Há um registro de batismo, faltando partes, onde encontramos a naturalidade de Maria Antonia. Nele estava escrito: Gerôncio, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes e de Maria Antonia de Fontes Taylor, falecida, naturais, ela do Reino da Inglaterra, e ele, desta freguesia de Angicos, aqui falta a parte baixa do registro, mas no verso continua com, foi por mim batizado com os santos óleos nesta matriz de São José de Angicos, aos vinte e oito do mesmo ano; foram padrinhos Jerônimo Cabral Pereira de Macedo por seu procurador Antonio Bernardo Alves, casado, e Damásia Lopes Viégas, solteira, moradores nesta mesma freguesia. Do que para constar faço este assento que assino. O vigário Felis Alves de Sousa.

Pelos registros próximos, isso se deu no ano de 1854. Como no batismo, Dona Antonia já não existia, suspeitei logo, que tivesse falecido de parto, e fui atrás do seu óbito nesse ano, o que encontrei: aos dez dias do mês de maio de mil oitocentos e cinquenta e quatro, foi sepultado nesta Matriz do Glorioso São José de Angicos, acima das grades, o cadáver de Maria Antonia Fontes Taylor, falecida de parto, sem sacramentos, na idade de quarenta e seis anos, foi envolta em branco, por mim encomendada, do que para constar faço este termo e assino, o vigário Felis Alves de Sousa.
Pela informação acima, se não houve erros, Maria Antonia teve o filho com mais de 40 anos. Vejamos que outros filhos ela teve. Comecemos com os gêmeos João e Manoel.

João, branco, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes e de Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado, na matriz, a 27 de dezembro do dito ano, sendo padrinhos José Alves da Costa Machado e Constância Maria da Conceição, casados; Felis Alves de Sousa, vigário Colado de Angicos.

Manoel, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes, e de Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado, na matriz, a 27 de dezembro do dito anos, sendo padrinhos Alexandre Xavier da Costa e Joanna Maria da Conceição, casados; Vigário Felis Alves de Sousa, vigário Colado de Angicos.

João Domício Xavier de Menezes, um dos gêmeos, casou, em 26 de agosto de 1876, com Anna Francisca de Azevedo, filha de Vicente Ferreira Xavier de Azevedo e Francisca Rosalina de Vasconcelos. Esse Vicente, meu tio bisavô, era filho de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e da sua primeira esposa Maria Francisca Duarte. Vicente, pai de Anna, faleceu moço, com apenas 30 anos, de febre amarela.

Adelaide, filha legítima de Francisco Xavier de Menezes, e D. Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu aos nove de agosto de mil oitocentos e quarenta e cinco, e foi batizado a vinte e um de dezembro do mesmo ano, em oratório privado, na cidade do Assú, sendo padrinhos o reverendo Vigário Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, e Francisca Rodrigues da Costa por procuração que apresentaram aquele do capitão Jacinto João da Ora, e esta de D. Rita Virginia de Santa Ana. Adelaide Angélica Xavier de Menezes foi a primeira esposa de José Paulino Teixeira de Sousa, filho de José Vitaliano Teixeira de Sousa e Urbana Teixeira de Sousa. Eles casaram em 12 de janeiro de 1874.

Emília, branca, filha legítima de Francisco Xavier de Menezes, e D. Maria Antônia de Fontes Taylor, nasceu a vinte e dois de junho de mil oitocentos, e quarenta e sete, e foi batizada, a vinte e três do dito mês pelo padre Francisco Theodósio de Seixas Baylon, in articulo mortis, recebeu os santos óleos, que lhe impôs, a dois de abril de quarenta e nove; foram padrinhos, o mesmo padre Baylon, e por procuração de José Joaquim Bezerra Cavalcanti. Emília Victorina Xavier de Menezes casou com Francisco Germano da Costa Ferreira, filho de Florêncio Octaviano da Costa Ferreira e Ignez Lucania da Costa Ferreira. O casamento foi em 31 de maio de 1874.

O Professor, Juvêncio Tassino Xavier de Menezes, natural da Vila de Imperatriz, outro filho do casal Francisco Xavier e Maria Antonia, casou, em 18 de setembro de 1864, com Theresa Maria de Jesus, viúva de Francisco Pedro Xavier da Costa. Dona Theresa faleceu de parto em 1869, com a idade de 36 anos. Com um mês faleceu a filha do casal, Maria. Thereza era irmã da minha bisavó, Francisca Rita Xavier da Costa. Em 7 de janeiro de 1855, o pai de Juvêncio, viúvo de Maria Antonia, tinha se casado com Bernarda Francisca da Costa, irmã de Theresa.

Juvêncio casou outras vezes. Eu conheci na Fazenda de Paulo Leitão de Almeida, em Lagoa Salgada, Maria da Conceição Tassino de Araújo, mais conhecida por Mary, filha de Luiz Tassino, e neta paterna de Juvencio Tassino e Marcolina Gouveia Varela. Dona Mary é a mãe de Marcos, Márcio e Maurício Tassino.