terça-feira, 12 de março de 2013

Joaquim Felício Pinto de Almeida Castro




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Câmara Cascudo, em “Velhas Figuras”, traçou, com o título “A família do Padre Miguelinho”, uma excelente genealogia, começando com os três irmãos Manoel Pinheiro Teixeira, José Pinheiro Teixeira e Francisco Pinheiro Teixeira, naturais de Arrifana do Souza, atualmente Penafiel, Bispado do Porto, em Portugal. O primeiro registro que encontrei foi do Padre Manoel Pinheiro Teixeira, em 1706, sendo padrinho de Alberto, filho de Alberto Pimentel e de Francisca de Oliveira Banhos. Já Francisco Pinheiro Teixeira, casado com Maria da Conceição, batizou em 1711, Leonardo, cujo padrinho foi o tio, Padre Manoel Pinheiro Teixeira, e Maria de Carvalho. Leonardo Pinheiro casou com Maria de Borges da Rocha Bezerra e são tetravós maternos de Luis da Câmara Cascudo, segundo o próprio.
Nessa genealogia traçada por Cascudo, ele escreveu sobre Joaquim Felício Pinto de Almeida Castro, filho de Manoel Pinto de Castro e Francisca Antonia Teixeira: Nasceu a 28 de maio de 1776. Residiu sempre no Recife e participou do movimento de 1824. Em janeiro de 1831 continuava solteiro. Nada mais consegui.
Hoje com mais facilidades oriundas do mundo informático, consegui mais complementos que trago para cá. Vejamos, inicialmente, o batismo de Joaquim Felício: Joaquim, filho legítimo do capitão Manoel Pinto de Castro, natural de São Veríssimo de Valbon, arcebispado do Porto, e de Francisca Antonia Teixeira, natural desta Freguesia, neto paterno de Francisco Pinto de Castro, e de Izabel Pinto de Almeida, naturais da mesma Freguesia, de São Veríssimo de Valbon, e materno do capitão Francisco Pinheiro Teixeira, e de Bonifácia Antonia de Mello, naturais desta cidade, nasceu aos vinte e oito de maio do ano de mil setecentos e sessenta e seis e foi batizado com os santos óleos, nesta Matriz, de licença minha, pelo Padre Coadjutor Bonifácio da Rocha Vieira, aos onze de junho do dito ano; foram padrinhos o Padre Alexandre Dantas Correa, por procuração que apresentou do Padre Miguel Pinheiro Teixeira, do que mandei lançar este assento em que me assino. Pantaleão da Costa de Araújo, Vigário do Rio Grande. Esse padre Miguel era irmão do capitão Francisco Pinheiro Teixeira, avô materno do batizado.
Fernando Câmara, tetraneto do coronel Joaquim Felício proferiu uma palestra no dia 20 de outubro de 1987, com o título “A família do Padre Miguelinho no Ceará”, onde a figura central era seu tetravô, esquecido no Rio Grande do Norte.
Segundo Fernando Câmara, que conhecia o trabalho de Cascudo, Joaquim Felício fez parte da Junta Governativa do Ceará, durante a Confederação do Equador, em 1824. Diz, que em 1802, ele já era casado e no dia 22 de agosto de 1803, batizava em Quixeramobim, onde residia, o primogênito Manoel Felício. Era casado com Maria Francisca do Espírito Santo, filha do opulento fazendeiro, o tenente-general Vicente Alves da Fonseca, e de sua esposa Maria Francisca do Espírito Santo. O coronel Joaquim Felício faleceu em Quixeramobim, em 20 de fevereiro de 1833.
Além de Manoel Felício, Fernando Câmara encontrou outro filho de Joaquim e Maria Francisca. Era Joaquim Felício de Almeida Castro, que casou em 1834, com sua cunhada Maria do Rosário de Lima, viúva de Manoel Felício.
Esse Manoel Felício teve um filho de nome Miguel Joaquim de Almeida Castro (mais um com o nome de Miguelinho), que gerou Maria Olindina de Castro Câmara, casada com Manoel Fenelon da Silva Câmara. Deste último casal nasceu Miguel Fenelon Câmara, pai de Fernando Câmara.
A repetição de nomes na família Pinheiro Teixeira é muito grande, gerando equívocos por parte dos genealogistas. Lembramos que o coronel Joaquim Felício era irmão de Padre Miguelinho, Clara de Castro, e do tenente Francisco Pinheiro Teixeira, sogro de Clara. Ignácio, esposo de Clara tinha um irmão que se chamava, também, Joaquim Felício. Este nasceu aos 7 de fevereiro de 1805, batizou-se no mesmo mês e ano, e teve como padrinhos seu tio Joaquim Felício Pinto de Almeida Castro e D. Bernardina de Oliveira Leite. Segundo Cascudo, Joaquim Felício, irmão de Ignácio, casou com Cosma Rodrigues Veras. Daí nasceu Maria Joaquina que casou com o tio, quando ele enviuvou de Clara de Castro.
Dona Maria Joaquina, já viúva do tenente-coronel Ignácio, foi envolvida no assassinato de uma sua escrava de nome Henriqueta, como conta Eduardo Campos, no seu trabalho intitulado “Revelações da condição de vida dos cativos do Ceará”.
Miguel Joaquim de Almeida Castro (Miguel Castro, nome de uma das nossas avenidas), que foi o primeiro governador eleito do Rio Grande do Norte, em 1891, era irmão de Dona Maria Joaquina, filho que era desse outro Joaquim Felício e de Cosma.
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