terça-feira, 29 de abril de 2014

Comissário José de Oliveira Velho




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
A primeira aparição do Comissário José de Oliveira Velho, nos meus apontamentos, é na data de 20 de janeiro de 1727, onde ele foi testemunha, na Capela de Nossa Senhora do O’, da Ribeira de Mipibu, do casamento de Antonio de Faria Landim, natural e morador de Mipibu, filho legítimo de Manoel de Faria Landim, defunto, e Maria Vieira Tavares, com Leonor Pereira de Requeixo, viúva, que ficou do defunto Leonardo Álvares de Carvalho, natural de Alagoa do Sul. Neste casamento estiveram, ainda presentes, o capitão-mor José Ribeiro de Faria, e Maria da Silva, mulher do coronel Manoel da Silva Queiroz.

Nos anos de 1733 e 1740, reencontro o Comissário, através dos casamentos das filhas Mariana e Felipa.

Em 25 de novembro de 1733, Mariana da Costa e Oliveira, filha do Comissário José de Oliveira Velho e de Bernarda de Barros, já defunta, casou, na capela de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga, com o português da Freguesia de São Nicolau, Arcebispado de Lisboa, o tenente-coronel José Nunes, filho de José Nunes Narvello e Maria D. Ferreira. Nesse casamento estavam presentes o capitão-mor João de Barros Braga, o Reverendo Padre Francisco Xavier de Barros, Izabel de Barros, mulher de Carlos de Azevedo do Vale e Antonia da Silva, mulher do capitão Francisco Lopes de Macedo.

Em vinte e dois de fevereiro de 1740, na Igreja de Nossa Senhora do O’, da Missão de Mipibu, na presença do Reverendo Padre Mestre, Frei Félix Maria, Superior desta Missão, de licença do Reverendo Licenciado João Gomes Freire, e sendo presentes por testemunhas, o tenente-coronel José Nunes, sargento-mor Hilário de Castro Rocha, D. Maria Madalena, mulher do dito, e Joana Gomes Freire, dona viúva, se casaram o capitão Diogo Malheiros Rebouças, filho legítimo de Diogo Malheiros Rebouças, já defunto, e de sua mulher Beatriz de Abreu, viúvo que ficou de sua mulher Dona Jacinta de Vasconcellos, com Felipa Rodrigues de Oliveira, filha do Comissário Geral José de Oliveira Velho e de sua esposa Bernarda de Oliveira, já defuntos, naturais e moradores da dita Freguesia.

Do casal, capitão Diogo e Jacinta, sua primeira esposa, encontro a filha Isabel de Barros Vasconcelos, que casou com Carlos Vital de Oliveira, filho de Domingos Ferreira da Cunha e Francisca Rodrigues.

Em 1735, o Comissário pediu e recebeu terras na Ribeira do Assú, no lugar chamado Caiçara, que disse possuir há mais de 40 anos. Em 1738, Felipa Rodrigues de Oliveira e José de Oliveira Velho requereram as terras, no lugar chamado Riacho do Tapuia, da Ribeira do Assú, que foram  adjudicadas nas partilhas, por falecimento do pai deles, o Comissário José de Oliveira Velho.
Os assentos de praça trouxeram mais informações sobre os Velhos.

José de Oliveira Velho, branco casado, natural e morador na Freguesia de São José, filho legítimo de José de Oliveira Velho, de idade que representa de trinta anos, pouco mais ou menos, seco de corpo, rosto comprido, olhos grandes, sobrancelhas grossas, cor morena, cabelo preto, pouca barba, com todos os seus dentes na frente, senta praça, por portaria dos sucessores do governo José Baptista Freire, e o alferes Salvador Rebouças de Oliveira e interseção do Vedor Geral o Dr. Antonio Carneiro de Albuquerque Gondim, aos 9 de março de 1776. 

João Batista de Oliveira, branco, solteiro, natural e morador da Freguesia de São José, filho legítimo de José de Oliveira Velho, de idade que representa, de vinte e três anos, pouco mais ou menos, de estatura ordinária, seco de corpo, rosto comprido, olhos grandes, sobrancelhas grossas, cor morena, pronto de barba, cabelo preto, com todos os seus dentes, senta praça, por portaria dos sucessores do governo, José Batista Freire e alferes Salvador Rebouças de Oliveira, e intervenção do Vedor Geral o Dr. Antonio Carneiro de Albuquerque Gondim, aos 9 março de 1776. Na lateral do registro a informação: baixa a este soldado por ter já dois filhos soldados, neste regimento, por despacho do senhor governador desta capitania e cumpra-se do Doutor Vedor Geral, em 28 de fevereiro de 1804.

Pelas datas acima, João Batista de Oliveira e José de Oliveira Velho não seriam filhos do Comissário, mas de José de Oliveira Velho(2º) que requereu as terras no Riacho do Tapuia . O pai dos dois assentados poderia ser o que aparece nos registros de batismos seguintes, de Luiza Maria e Bernarda Teresa.

Aos vinte e sete de dezembro de mil setecentos e cinquenta e três, de licença do Reverendo Padre Coadjutor, por vezes de Vigário, na Capela de Nossa Senhora de Santa Ana da Aldeia de Mipibu, batizou e pôs os santos óleos, o Reverendo Padre Frei Juvenal de Santo Albano, capuchinho, a Luiza Maria, filha de José de Oliveira Velho e Joana Batista. Foram padrinhos Lourenço Ferreira e Luiza Maria. Do que mandou lançar este assento o mui Reverendo Senhor Doutor Visitador, que abaixo assina. Marcos Soares de Oliveira.

Aos quinze de junho de mil setecentos e cinquenta e sete, de licença do Reverendo Vigário, o Doutor Manoel Correia Gomes, na Capela da Aldeia de Mipibu, batizou e pôs os santos óleos, o Reverendo Padre Frei Fidélis de Parvanna, capuchinho, a Bernarda Teresa, filha legítima de José de Oliveira Velho e Joana Batista . Foram padrinhos Francisco de Lira e Isabel de Barros de Vasconcelos. Do que mandou lançar este assento o senhor Reverendo Doutor Visitador que abaixo assina Marcos Soares de Oliveira.

Observe que a madrinha de Bernarda foi Isabel de Barros de Vasconcelos, filha do capitão Diogo Malheiros e sua primeira esposa, Jacinta de Vasconcelos.

Uma filha do capitão Diogo e de Felipa Rodrigues, portanto neta do Comissário, de nome Mariana da Costa e Oliveira (mesmo nome de uma tia), casou com o capitão Francisco Lopes de Vasconcelos, filho de Antonio Carvalho de Vasconcelos e Isabel de Crasto Rocha, com dispensa de consanguinidade, em 1756. Em 1757, batizaram Diogo Félix, tendo como padrinhos os avós, Diogo e Felipa. Esse batizado deve ser Diogo Félix de Vasconcelos, que foi capitão-mor de Ordenanças de Natal e Vila de São José.
Diogo Félix