quinta-feira, 7 de novembro de 2019

No rastro de Manoel Antônio de Medeiros

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com


Em “Velhas Famílias do Seridó, Olavo de Medeiros Filho lista Sebastião de Medeiros Rocha como filho de Sebastião de Medeiros Matos e de Antônia de Moraes Valcácer. Diz que ele foi casado com Maria Leocádia da Conceição (falecida em 1800), filha de Antônio Paes de Bulhões e de Ana de Araújo Pereira, e, que em segundas núpcias, casou-se com Vitorina Maria da Conceição, filha de Cosme Fernandes Freire e Sebastiana Dias de Araújo. Vejamos um registro referente a essa última esposa - Lá na Capela de Santa Luzia, filial de Patos, em 7 de março de 1843, foi sepultada o cadáver de Vitorina Maria da Conceição, casada que foi com Sebastião de Medeiros Rocha, já falecido, moradores na Fazenda Cachoeira, da Freguesia de Patos, com a idade de 62 anos. Vitorina deve ter nascida por volta de 1781.
Na lista dos filhos de Sebastião está Manoel Antônio de Medeiros, que segundo Olavo foi casado com duas irmãs, Córdula (1ª) e Inácia (2ª), ambas filhas e João de Moraes Camelo e Antônia de Moraes Severa.
Segundo Hermes Medeiros Costa, filho de Silvino da Costa de Medeiros, e neto de Félix Antônio de Medeiros, o pai deste último era Manoel Antônio de Medeiros, não lembrando o nome da mãe. Perpétua Medeiros Galvão, uma irmã de Hermes, foi homenageada com um livro onde consta que os pais de Félix Antônio de Medeiros eram Manoel Antônio de Medeiros e Inácia Maria Córdula. Severina Farias de Medeiros Lula, filha de Flávio Miguel de Medeiros, e neta de Félix Antônio de Medeiros, deixe anotado que Félix Antônio de Medeiros era filho de Manoel Antônio de Medeiros e de Maria de Araújo de Medeiros. Assim, não há muita clareza com relação a mãe de Félix Antônio de Medeiros.
Félix Antônio de Medeiros se casou com Teresa Duquesa de Faria, em novembro de 1857, no lugar Santo Antônio, da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Nova Cruz, nas presenças do Reverendo Vigário Manoel Jácome Bezerra Cavalcante e das testemunhas João Cavalcante da Rocha e Antônio Galdino da Luz. Infelizmente não constavam os nomes dos pais. Aos 9 de maio de 1900, Félix Antônio de Medeiros faleceu de inflamação, com a idade de 68 anos, casado que era com Teresa Duquesa de Farias, tendo sido sepultado no Cemitério da Vila de Santa Cruz. Não localizamos seu testamento, nem seu inventario, onde poderia constar maiores informações.

Em um registro de Santa Luzia do Sabugi, danificado por água, encontramos o óbito que transcrevemos – Aos 24 de maio (é o que parece), de 1864, no cemitério desta Matriz, foi sepultado o cadáver de Manoel Antônio de Medeiros, falecido de uma dor, sem os sacramentos, envolto em hábito preto, com 76 anos de idade, encomendado pelo Padre Gil Braz de Maria Santíssima, solenemente, que mandou fazer este assento – Gil Braz de Maria Santíssimo. Manoel Antônio de Medeiros deve ter nascido por volta de 1788, e, portanto,  é filho da primeira mulher de Sebastião de Medeiros Rocha, Dona Maria Leocádia da Conceição. Por outro lado, esse registro não fala do estado civil de Manoel Antônio de Medeiros, falha do padre Gil Braz de Figueiredo (como assinava antes).
Outro registro, de  Santa Luzia,  diz que Isabel, branca, filha de Antônio José de Araújo e de Córdula Maria de Jesus, naturais da Freguesia de Patos, nasceu aos 4 de julho de 1849, e foi batizada no Saco, aos 5 de julho do mesmo mês e ano, sendo padrinhos Manoel Antônio de Medeiros e sua mulher Maria Inácia de Jesus, sendo o padre batizante Manoel Teixeira da Fonseca, conforme registrado pelo vigário Antônio Dantas Correia. Por esse registro, temos uma informação verdadeira de uma esposa de Manoel Antônio de Medeiros.
Noutro registro de Santa Luzia, tomamos conhecimento do nome de um dos filhos de Manoel Antônio - Maria, filha de José Alves de Medeiros e de Vicência Maria de Jesus, nasceu aos 5 de novembro de 1845, e foi batizada na Capela de Santa Luzia aos 21 de novembro do mesmo ano, sendo padrinhos Manoel Antônio de Medeiros, casado, e Maria Leocádia da Conceição, viúva, por procuração daquele, que apresentou seu filho Joaquim Fidiel (Fidiê, em outros documentos) de Medeiros.
Esse Joaquim Fidiê (como está escrito no assento) de Medeiros, foi representado por Manoel Rufino de Medeiros, como padrinho de Amélia, filha de João Nepomuceno de Medeiros e de Maria Espínola Cabral, naturais da Freguesia de Patos, que foi batizada aos 7 de agosto de 1855, tendo nascido aos 20 de junho do mesmo ano, sendo a madrinha Inácia Maria de Jesus; noutro registro de  Santa Luzia,  Joaquim Fidiê foi padrinho junto com Maria Madalena da Conceição, ambos solteiros, em 1849, de José, branco, filho de Manoel Fabrício da Silva e de Vicência do Amor Divino.

Mais adiante, vamos encontrar nos registros civis de Santa Luiza, que José Antônio de Medeiros, com 30 anos, filho de Joaquim Fidiel (Fidiê) de Medeiros e de Lucinda Bezerra de Almeida, se casou, aos 3 de novembro de 1894,  com Maria Leocádia da Conceição, de 22 anos, filha de Francisco Sales de Medeiros e de Maria Joaquina do Sacramento, sendo testemunhas Joaquim Francisco de Medeiros, 41 anos (é que parece), e Antônio Venceslau de Medeiros, 62 anos, e mais já tinham três filhos – 1º, José Calazans de Medeiros de 2 anos: 2º, Maria das Dores da Conceição, 1 ano: e 3º, Manoel Maximiano de Medeiros, com 6 meses. 
 Temos ainda Isabel, filha de Joaquim Belisário de Araújo e de Maria Madalena da Conceição, da Freguesia do Seridó, nascida em 1837 e batizada em 1838, no oratório do Remédio, sendo padrinhos Manoel Antônio de Medeiros, casado, e Isabel Francisca de Medeiros, solteira.
Encontramos, em Santa Luzia,  vários batizados de escravos de Manoel Antônio de Medeiros, que listamos resumidamente aqui, por ano e padrinhos – De Claudino e Catarina, escravos de Manoel Antônio de Medeiros, temos Juvenal, da Freguesia de Patos, nascido e batizado em 1853, sendo padrinhos José Antônio de Medeiros e Custódia Joaquina das Mercês; Ana, nascida e batizada em 1854; Maria, nascida e batizada em 1856, sendo padrinhos José Alves de Medeiros e Nicácia Maria de Jesus; Maria, nascida e batizada em 1852, sendo padrinhos Francisco Antônio dos Santos e Maria Lourença; Rita, cabra, nascida e batizada em 1851, sendo padrinhos João Nepomuceno de Medeiros e Francisca Paulina de Medeiros, ambos solteiros; Manoel, nascido e batizado em 1850, no Saco, sendo padrinhos Francisco de Sales de Medeiros e Maria José da Anunciação; Ana, nascida e batizada em 1849, sendo padrinhos João Nepomuceno de Medeiros e Maria Rosa de Jesus, solteiros; Benedito, cabra, nascido e batizado em Santa Luzia, em 1848, sendo padrinhos Raimundo, escravo de Martinho de Medeiros, e Maria escrava de José Ferreira da Nóbrega. 
Depois da morte de Manoel Antônio de Medeiros, Claudiano e Catarina aparecem pertencentes a pessoas diferentes, como se pode ver do registro de óbito a seguir: Em 25 de maio de 1867, no Cemitério Público da Povoação de Santa Luzia do Sabugi, sepultou-se  o cadáver de um párvulo anônimo, filho de Claudiano, escravo de Joaquim Fidiê de Medeiros, (este filho de Manoel Antônio de Medeiros), e de Catarina, escrava de Maria Justina das Mercês,  criada por José Antônio de Medeiros, moradores nesta Freguesia de Santa Luzia do Sabugi, morreu de espasmo, com 3 horas de nascido, envolto em branco, e por mim encomendado. O Vigário Antônio Germano Barbalho Bezerra,
De outro casal de escravos, José e Joaquina, pertencente a Manoel Antônio de Medeiros, temos:  Isidro, nascido e batizado em 1849, na Capela de Santa Luzia, teve como padrinhos Antônio José de Araújo, casado, e Maria Luísa de Medeiros, casada; Jerônimo, nascido e batizado em 1853, na Capela de Santa Luzia, sendo padrinhos Antônio e José, escravos de Manoel Salustiano Dantas; José, nascido e batizado em 1856, sendo padrinhos João Timóteo da Nóbrega Junior e Maria Inácia de Jesus; Josefa, nascida e batizada em 1852, na Fazenda Saco, sendo padrinhos Manoel Eleutério de Medeiros e Maria do Espírito Santo de Medeiros, casados
Do casal de escravos de Manoel Antônio de Medeiros,  Joaquim e Maria, temos Bento, nascido e batizado em 1849, em Santa Luzia, sendo padrinhos José Alves de Medeiros, casado, e Francisca Paulina de Medeiros, solteira.
De Joaquina, temos Noberto, filho natural, nascido e batizado em1858, sendo padrinhos José Leandro Ferreira e sua mulher Ana Vicência de Jesus.
De Gertrudes, temos João, nascido e batizado em 1850, no Saco, sendo padrinhos João Manoel de Medeiros e sua mulher Córdula Maria.
Segue a procura.
Óbito de Manoel Antônio de Medeiros, 1864