domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Capitão Bernardo Vieira de Mello

Uma das maiores avenidas de nossa cidade recebeu o nome de Bernardo Vieira. O homenageado nasceu na freguesia de Muribeca, atualmente Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Era filho do Capitão de Ordenanças Bernardo Vieira de Melo e de Dona Maria Camelo de Melo. Teve uma vida recheada de muitas lutas. Uma delas foi a participação na campanha de conquista do Quilombo de Palmares, juntamente com Domingos Jorge Velho e André Furtado de Mendonça. Dessa participação resultou sua nomeação para Capitão mor do Rio Grande do Norte, em 08 de janeiro de 1695. Aqui, fundou o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, em Açu, no ano de 1696.
Encontramos vários registros da presença de Bernardo Vieira de Melo e seus familiares, como padrinhos de batismos, aqui na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Vejamos esses registros.
Já em 8 de dezembro de 1695, mesmo ano que chegou aqui, foi padrinho de Manoel, filho de Manoel Gonçalves Branco e de Catarina de Oliveira. Dona Catarina era tia de Antonia da Silva, esposa de Manoel Raposo da Câmara.
No ano seguinte, em 30 de Janeiro, na matriz de Nossa Senhora da Apresentação, o Capitão mor Bernarda Vieira de Mello e sua mulher Catarina Leitão foram padrinhos de Ignez, filha de Domingos Carvalho e Catarina de Barros. Dona Catarina, segunda esposa de Bernardo Vieira, era filha do Capitão Gonçalo Leitão Arnoso.
No ano de 1698, no dia 27 de Janeiro, na Capela de Santo Antonio do Potengi, um dos filhos do Capitão Bernardo, de mesmo nome, foi padrinho junto com a mãe, Dona Catarina, de Theodosio, filho de Teodósio da Rocha e sua mulher D. Antonia de Oliveira, já defunta. Dona Antonia deve ter falecido de parto, pois,  em novembro de 1697 estava viva e era madrinha em um batismo.
Em dois de Junho de 1698, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Apresentação, outro filho do Capitão Bernardo, André Vieira de Mello foi padrinho de João, filho de Antonio Henriques de Sá e de Joanna de Abreu, juntamente com Dona Catarina de Oliveira, esposa de Manoel Gonçalves Branco.
Em 21 de Junho de 1698, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Apresentação, André Vieira de Mello e Antonia Tavares de Melo foram padrinhos de Antonia, filha de Jerônimo Gonçalves e de Ângela de Oliveira Mello.
Em 10 de Setembro de 1699, na Capela de Nossa Senhora do O' da Aldeia de Mipibu, o Capitão Bernardo Vieira de Melo e o filho Alferes Tenente André Vieira de Mello foram padrinhos de um filho do Sargento Mor Bento Teixeira Ribeiro e de sua mulher Joana Camelo Valcácer.
Em 9 de Novembro de 1699, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, o Capitão Bernardo e seu filho o Alferes Tenente André Vieira de Melo foram padrinhos de José filho do Ajudante Luis Real e de Violante Bezerra Barreto.
Por fim, no mesmo ano em que terminou sua participação como Capitão Mor do Rio Grande do Norte, em 28 de Março, sua esposa, Dona Catarina Leitão foi madrinha de Caetano filho do Provedor da Fazenda Real, o Tenente Manoel de Mello Albuquerque e Dona Eugenia Rodrigues de Sá.
Um dos filhos do Capitão Mor Bernardo Vieira, que não aparece nos registros acima, era Antonio Leitão Arnoso. Casou com uma prima de nome Maria Muniz de Melo filha de Cristovão Vieira de Melo e Úrsula Leitão. Dona Úrsula era irmã de dona Catarina Leitão.
Da Guerra dos Bárbaros extraímos um trecho escrito pelo Barão de Studart, na Revista Trimensal do Instituto  do Ceará,  falando da defesa feita por Pedro Lelou pró Moraes Navarro, Mestre de Campo do terço paulista: "A de Lelou toda recheada de períodos eruditos e de reminiscências históricas, refere-se claramente a inimizade de Bernardo Vieira contra Moraes Navarro, cujo posto de Mestre de Campo ambicionava; segundo ele, e nisso concordam os partidários do Mestre de Campo, o Capitão Mor do Rio Grande do Norte induzira os Janduins a se reunir aos Payacus e irem juntos se oferecer aos Paulistas para a guerra aos Icós e que quando vissem os Paulistas em campanha despercebidos os degolassem a todos".
Bernardo Vieira de Melo já está de volta a Pernambuco no ano de 1710 e participa ativamente da Guerra dos Mascates, escolhendo o lado dos donos de engenho de Olinda. Essa sua participação gerou, posteriormente, sua prisão e a do seu filho Andre Vieira de Melo. Foi enviado para a cadeia de Limoeiro, em Lisboa, onde veio a falecer em 10 de Janeiro de 1714. Em 14 de Abril de 1715, na mesma prisão morre seu filho André Vieira de Melo.
Outra história triste da vida do nosso Capitão Mor ocorreu em Ipojuca, Pernambuco. A suspeita de que Dona Ana de Faria Souza, esposa de André Vieira de Melo, estava tendo um caso com o proprietário do Engenho Velho, João Paes Barreto desencadeou dois assassinatos. O primeiro de João Paes Barreto, em 23 de maio de 1710, segundo uns por Andre Vieira de Melo, segundo outros por determinação do Capitão Bernardo Vieira de Melo. Quanto a Dona Ana de Faria Sousa foi poupada enquanto estava grávida. Passada a gravidez, foi obrigada a tomar veneno duas vezes. Para esse último assassinato os acusados foram dona Catarina e o próprio André.

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