terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um belo quadro

Por João Felipe da Trindade

Não sei quem fez o quadro abaixo. Mas, é um belo desenho. Parabéns para o autor.
Celebridades

1881, descrição de Angicos (I)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
Nos Anais da Biblioteca Nacional, encontramos algumas informações sobre Angicos, escritas pela Câmara Municipal, em sessão de 2 de maio de 1881, após ouvir pessoas idôneas daquela localidade. Essas informações tinham sido requeridas pela Biblioteca Nacional, mediante formulário próprio. Assinaram o documento os seguintes vereadores: Manoel Fernandes da Rocha Bezerra, presidente, José Avelino Martins Bezerra, José Mathias Xavier da Costa, Trajano Xavier da Costa e Manoel Paulino da Costa Pinheiro. Segue a descrição feita pela Câmara. Havia uma forma própria de escrever que às vezes não é fácil de ler.

Esta Vila de São José dos Angicos foi primeiramente uma Fazenda de criar gados pertencente ao abastado tenente Antonio Lopes Viégas, cujo nome Angicos tirou de uma porção de árvores do mesmo nome, que naquele tempo existia na circunferência do Olho d’Água, que se acha encravado no riacho denominado Olho d’Água, poucos metros abaixo da mesma Vila.

Observa-se que o referido tenente Antonio Lopes Viégas casou-se em uma família denominada Costa Xavier, sendo ele de outra família, cuja ramificação era Dias Machado. Pelo correr dos tempos, isto é, em 1813, lembrando-se um filho do sobredito tenente Lopes, com a mais família, de edificar uma capela, que a consumaram em breves tempos, a fim de celebrarem, quando necessário, os ofícios divinos.

Em 1816, achando-se no Rio de Janeiro, o tenente-coronel José Correia de Araújo Furtado requereu, em nome dos Angicanos ao Ministro do Reino, naquela época, ser a mesma capela elevada a Freguesia Paroquial, como ponto central; cuja súplica mandou o Ministro não só informar ao Vigário da Freguesia do Assú, a que pertencia, como a respectiva Câmara, hoje Municipal, informando esta a favor de Angicos, e aquele, por despeito a favor de Santa Ana do Upanema, atualmente Vila do Triunfo. Com semelhantes informações, seguiu para Corte o fundador da capela, tenente Antonio Lopes Viégas Filho, que chegando ali ficou infelizmente maníaco, encontrando o Reverendo Padre João Theotonio de Sousa e Silva, que lhe disse procurar a Freguesia para Angicos, e vir nela colado, recebendo por isso os mesmos papéis.

O Ministro, deferindo favoravelmente a súplica, colou ao referido Padre João Theotonio, trazendo a sua Provisão e Comissão de declarar a sede da Matriz, em um dos dois lugares qual deles fosse o mais central, Angicos, ou Santa Ana, sem trazer a cláusula, do Upanema.

Em 1824, chegando o mencionado Vigário João Theotonio a Santa Ana do Matos (que não fez parte das informações) aí, a empenhos, declarou a sede da Freguesia, ficando a capela desta Vila, filial àquela, assim como a de Guamaré.

Pelo correr do ano de 1834, o Conselho de Província propôs ao Governo Geral a criação de cinco Vilas, e este aprovando ordenou ao Presidente, que então era o finado Manoel Lobo de Miranda Henriques, de saudosa memória, a criação das mesmas em Conselho do Governo, foi nesta ocasião elevada esta Povoação à Vila, ainda assim com o voto de qualidade daquele distinto Presidente; por que três conselheiros votaram para Santa Ana do Matos, e dois para Angicos, sendo nesta ocasião o sobredito Presidente Lôbo orientado de todo o ocorrido pelo conselheiro José Fernandes Carrilho, que unido ao conselheiro finado, capitão-mor André de Albuquerque Maranhão, votaram para Angicos.

Semelhante ato de justiça desafiou as iras do finado Vigário João Theotonio de Sousa e Silva, que, em virtude do Ato adicional de 12 de agosto de 1834, foi ele eleito membro à Assembleia Provincial, e em sua reunião em 1835, pôde suprimir a mesma Vila, por Lei Provincial nº 26, de 28 de março de 1835. Nesta época correram os negócios tão agitados, que por pouco, esteve a ponto de tremular o Estandarte Sangrento da guerra civil; e tomando conta da Presidência o conselheiro João José Ferreira de Aguiar e reunindo-se a mesma Assembleia, em sua fala de abertura, nada deixou a desejar, mostrando a inconveniência de semelhante Lei, toda caprichosa e até odiosa.

Com efeito, a referida Assembleia meditando a revogou, instaurando esta Vila, como fez pela Resolução Provincial nº 9, de 13 de Outubro de 1836.

Ainda no ano de 1847, sofreu esta vila, uma supressão, toda caprichosa, que teve lugar sob a influência do finado coronel Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, sendo a mesma instaurada pela segunda vez em 1850, em cuja categoria ainda permanece.

Antes de continuar com as informações da Câmara Municipal de Angicos, o que faremos no próximo artigo, complemento com alguns dados.
O tenente Antonio Lopes Viégas era casado com Anna Barbosa da Conceição, que, segundo vários autores, era filha do português João Barbosa da Costa. Ele, tenente Antonio Lopes Viégas, foi testemunha do casamento, na Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres e São Miguel da Vila de Extremoz, no ano de 1774, de Francisco Xavier da Cruz e Lourença Dias da Rosa, ele filho do referido João Barbosa da Costa e Damásia Soares, e ela de Antonio Dias Machado e Francisca Lopes Xavier, primos.


A mais antiga referência, de um Antonio Lopes Viégas, data do ano de 1706. Lourença Lopes, filha dele, foi madrinha de Luiz, filho de Sebastiana, escrava do coronel Bento Correa da Costa. É interessante obsevar que Francisca Lopes Xavier, esposa de Antonio Dias Machado, era filha de Luiz Duarte de Azevedo e de Lourença Lopes Xavier, esta, talvez a madrinha de Luiz, em 1706. É possível que o tenente fundador de Angicos seja filho de Luiz Duarte de Azevedo e Lourença Lopes. Alguns descendentes de Antonio Lopes Viégas e Anna Barbosa da Conceição têm sobrenomes Duarte e Azevedo.
Igreja de São José de Angicos
Cadete José Avelino Martins Bezerra
Pós-escrito
No Dicionário dos Municípios Brasileiros - IBGE, encontramos a seguinte informação complementar: Abaixo do Rio Pataxó, havia ainda uma parte de terra, assim distribuída: seis quilômetros do capitão-mor Balthazar da Rocha Bezerra; seis quilômetros do coronel Miguel Barbalho Bezerra; dezoito quilômetros do coronel Antonio da Rocha Bezerra. Essas posses estão registradas nos "Autos de medição de Terras" de 1756. Não é conhecido se todos esses proprietários ocuparam  e dirigiram seus domínios no território do município, cuja denominação, segundos alguns autores, vem de angico, árvore de grande aspecto, muito comum no Norte.
Quando Aluízio Alves escreveu Angicos transcreveu o documento de venda e compra da Fazenda Angicos de Miguel Barbalho Bezerra para o tenente Antonio Lopes Viégas.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Exupéry e Pinto Martins


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Se Exupéry esteve aqui em Natal, não sei dizer, mas, com certeza, Natal não esteve nele, como se vê dos vários livros que escreveu, mesmo nossa cidade sendo parte estratégica da travessia aérea do Atlântico. Com vários colegas transitando por aqui, é estranho que nenhuma importância teve esta cidade para ele, nos seus escritos. Muitos estrangeiros que por aqui passaram ao longo dos anos da existência de Natal, quando escreveram, fizeram algum comentário, favorável ou desfavorável. Será que ele esteve aqui e ficou traumatizado por algum acontecimento?

O piloto Euclides Pinto Martins é considerado herói do primeiro raid aéreo Nova York - Rio de Janeiro, 1922/1923. Ele nasceu em Camocim, foi batizado em Macau, mas alguns dos seus irmãos nasceram aqui em Natal, depois que sua família veio para cá, por volta de 1900. Aqui, ele estudou, trabalhou e, foi aqui, também, que nasceu sua filha Céres. Vamos conhecer os registros, aqui encontrados, dos seus irmãos.

Aos trinta de outubro de mil novecentos e quatro, na Igreja Bom Jesus, de minha licença, Pe. Manoel de Carvalho batizou solenemente Esther, nascida a vinte e um de julho deste ano, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo de Araújo Martins, padrinhos Dr. Francisco Gomes do Valle Miranda e D. Maria Amélia do Valle Miranda. Do que faço e assino este termo. O Pároco João Maria Cavalcanti de Brito (Pe. João Maria).

Esther Pinto Martins, que usou o nome de Sóror Maria Armanda Pinto Martins, da Congregação Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, faleceu em 1939. Uma irmã de Ester, de nome Guiomar Pinto Martins, entrou para essa mesma Congregação, em 1927, usando o nome de irmã Ester Pinto Martins. Foi professora laureada pela Escola Normal de Natal, e, em 1913, aparece como professora em Currais Novos. Faleceu em São Paulo, no ano de 1945.

Aos dezesseis de abril de mil novecentos e nove, foi por mim solenemente batizada, nesta Matriz, Lucarda, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo de Araújo Martins, nascida aos vinte e três de outubro deste mesmo ano, foram padrinhos Avelino Alves Freire e Antonia de Medeiros Freire; do que mandei fazer este que assino. Vigário Moysés Ferreira do Nascimento.

Lucarda Pinto Martins, em 1931, foi aprovada em um concurso de datilografia da Escola Royal, em 1936 era nomeada como servente de 2ª classe das escolas elementares do Departamento de Educação do Distrito Federal. Foi membro do Partido Proletário do Brasil, e por esse partido foi candidata a vereadora no ano de 1941. Em 1948, encontramos Lucarda como Diretora do Departamento Social e Cultural da Federação Brasileira de Escolas de Samba.

Aos quatro de outubro de mil novecentos e três na Matriz de Natal, batizei, solenemente, Raymundo, nascido em três de fevereiro do corrente, filho de Antonio Pinto Martins, e Maria do Carmo de Araújo Martins, padrinhos Francisco Justiniano Cascudo e D. Anna Maria da Conceição Cascudo. Do que faço e assino este termo, o pároco João Maria Cavalcanti de Brito.
Raymundo foi assistente técnico do Núcleo de Serviço Técnico de Aviação, cargo que abandonou. Em 1959 aparece como capitão da Marinha de Guerra. Em 1960 como Comandante da Marinha Mercante. Em 1968 era superintendente geral da Frota Comercial Marítima e de Cabotagem do Brasil S/A.

Maria, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo Martins, nasceu aos nove de setembro de mil novecentos e cinco e foi pelo Coadjutor Reverendo José solenemente batizada, na Igreja Bom Jesus, desta Freguesia, aos seis de janeiro do ano seguinte; foram padrinhos Dr. Arnobio Marques e Maria do Carmo Marques. Do que mandei fazer este que assino. Vigário Moyses Ferreira do Nascimento. Não sei o destino dessa Maria.Sei que em 1917, partindo de Natal, chegava a Recife, Antonio Pinto Martins, sua esposa, suas filhas Dina Pinto Martins, Esther Pinto Martins, Maria de Lourdes Pinto Martins (Em 1929, ela casou no Rio de Janeiro com Dr. Antonio Henrique José Gatti Edler Von Campofiore), Maria do Carmo Pinto Martins, Antonieta Pinto Martins e mais cinco filhos menores.

Um filho de Antonio e Maria do Carmo, que não encontrei o registro, foi Christalino Pinto Martins. Era escrevente da Prefeitura do Distrito Federal, participou do raid Rio de Janeiro/Maranhão/Rio de Janeiro, em um pequeno barco, com dois amigos. Casou em 1929 com Rosa Carlos Magno, irmã do Embaixador Pascoal Carlos Magno. Faleceu em 1932. Um dos filhos de Christalino e Rosa foi Armando Nicolau (homenagem a um tio e a um avô) Pinto Martins, que teve um relacionamento com Bibi Ferreira. Deste casal, Armando e Bibi, nasceu, em 1954, Teresa Cristina Ferreira Pinto Martins (atriz e diretora Tina Ferreira). Como Bibi, Armando casou várias vezes. Com Vera Greenhalgh teve Lu Martins (Luciana Martins).

Outro, do qual não encontrei registro de batismo foi Armando. No Jornal do Brasil, de 7 de abril de 1927, encontro a notícia: faleceu ontem, nesta capital o preparatoriano Armando Pinto Martins, de 13 anos, irmão do aviador brasileiro Pinto Martins.

Antonio Pinto Martins faleceu, subitamente, em 1931. Segundo o jornal “A Batalha” era um patriota exaltado que muito trabalhou pela revolução, sendo um dos membros proeminentes da Legião Brasil Novo. Deixou órfãos dois filhos. Quando morou em Macau foi tesoureiro da Loja Maçônica “Amor e Serenidade”.
Maria do Carmo Pinto Martins, que faleceu em 1950, em 16 de janeiro de 1945, mandou celebrar missa pelo óbito de sua neta, filha de Euclydes, Céres Pinto Martins Kenney e marido Edward T. Kenney, falecidos no desastre de Clipper, em 8 de janeiro de 1945 em Port Spain.

O piloto Euclydes Pinto Martins tem muito mais relação com Natal do que Exupéry.





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Isolina Alves Avelino Waldvogel e seus irmãos


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Foi no livro “Angicos”, de Aluízio Alves, que tomei conhecimento dos filhos do jornalista Pedro Avelino e D. Maria das Neves. Eram eles Georgino Avelino, Vicente Avelino, Maria Albertina Leite, Isolina Avelino e Camilo Avelino.

Nos livros de batismo de Angicos, inicialmente, só encontrei o batismo de uma filha de Pedro Avelino. Estava lá: aos quatro de janeiro de 1888 batizei, solenemente, a Maria, natural desta Freguesia, sendo padrinhos José Francisco Alves de Souza e sua mulher Maria Ignácia Alves da Silva (de Souza), nascida a 4 de dezembro de 1887, e filha legítima de Pedro Celestino da Costa Avelino e Maria das Neves Alves Avelino, livres, brasileiros, moradores nesta Freguesia, do que mandei fazer este assento, em que assino. O vigário Felis Alves de Sousa. Os padrinhos acima eram os avós maternos de Maria Albertina, que casou, em Natal, conforme registro abaixo.

Aos nove ou dez (como está escrito) de novembro de mil novecentos e sete, presentes as testemunhas Jayme Lopes do Canto e Dr. Affonso Barata, depois das canônicas habilitações, assistiu, de minha licença, o Reverendo Cônego Irineu Joffily ao recebimento matrimonial dos nubentes Dr. José Rodrigues Leite Junior e Maria Albertina Alves Avelino; ele filho legítimo de José Rodrigues Leite e Júlia Esberard Leite; e ela filha legítima de Pedro Celestino da Costa Avelino e Maria das Neves Alves Avelino. Do que mandei fazer e assino. O vigário Moyses Ferreira do Nascimento.

Dona Maria Albertina foi aluna e professora do Colégio Americano (na Av. Rio Branco, fundado em 1897, presbiteriano). Faleceu em Niterói, onde morou por muitos anos, em 1943. Seu marido, conhecido como Dr. Leite Junior, era engenheiro e foi funcionário da Diretoria de Obras da Prefeitura de Niterói.
Não encontrei, nessa busca inicial, o batismo de José Georgino Alves de Sousa Avelino, pois, todas as informações que tinha diziam que ele nasceu em 1888. Mas como já dito, em outro artigo deste jornal, encontrei, depois, o registro, onde descobri que o senador tinha nascido, na verdade, em 31 de julho de 1886, também em Angicos, sendo, portanto, o primeiro filho do casal Pedro Avelino e Maria das Neves.

Percorrendo os livros de batismos aqui da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, onde o jornalista Pedro Avelino viveu um tempo, encontrei o batismo de mais três de seus filhos: Isolina, Pedro e Camilo.
Aos dois de fevereiro de mil oitocentos e noventa e três, batizou solenemente, na Igreja Bom Jesus das Dores, o Padre Constâncio, Isolina, nascida a dezesseis de maio de mil novecentos e dois, filha legítima de Pedro Avelino, e Maria das Neves; foram padrinhos José da Penha Alves de Sousa (tio materno da batizada) e Maria Clara Martins dos Santos, na procuração que apresentaram Francisco de Moura Cabral e Cândida Gondim Cabral. Do que faço este termo e assino. O pároco João Maria Cavalcanti de Brito.

Na internet, encontro informações do Centro de Pesquisas Ellen White, das quais extraí: que ela, Isolina, era poetisa, tradutora (espanhol, inglês, francês e italiano), além de redatora da Casa Publicadora Brasileira. Diz mais que casou em 3 de abril de 1923, no Rio de Janeiro, com Luiz Waldvogel, obreiro da CPB, em Santo André, São Paulo, e que dessa união nasceu  Heloisa. Faleceu aos 6 de julho de 1980, com 88 anos de idade, em São Paulo.  Isolina foi rebatizada, na religião adventista, no Rio de Janeiro, no ano de 1915.

Outro filho do jornalista Pedro Avelino, que nasceu aqui em Natal, foi Pedro: Aos vinte e um de novembro de mil novecentos, na capela da Fábrica de Tecidos, nesta cidade, batizei solenemente Pedro, nascido a vinte oito de agosto do corrente ano, filho legítimo de Pedro Avelino e D. Maria das Neves Alves Avelino; padrinhos Juvino César Paes Barreto e D. Ignez Augusta Paes Barreto. Do que faço e assino este termo. Pároco João Maria Cavalcanti de Brito. Não encontrei mais informações sobre Pedro. Os padrinhos eram donos da fábrica de tecidos, onde hoje funciona o Salesiano.

Camilo, filho de Pedro Avelino e Maria das Neves Avelino, nasceu aos dez de março de mil novecentos e sete, e foi solenemente batizado aos dezenove de maio do dito ano; padrinhos Augusto Leite e Maria Leite. Do que mandei fazer e assino. Vigário Moysés Ferreira do Nascimento. Camilo Lutero Avelino casou com Maria Angelina dos Santos Amaral. Desse casal nasceram Íris Amaral Avelino e Lígia Amaral Avelino.

Quanto a Vicente Avelino não localizei seu batismo. Em 1915, na estação de Olaria, Rio de Janeiro, foi inaugurado o Externato Avelino, sob a direção mental de Pedro Avelino, tendo como professores Isolina e Vicente, que além das aulas normais, oferecia curso especial de francês, inglês, alemão e italiano. Encontro informações, em antigos jornais da Hemeroteca Nacional, que ele, Vicente Avelino, serviu no consulado brasileiro em Nova York e Paris, e foi cônsul do Brasil em Calcutá. Quando esteve em Paris (onde o pai morou 9 meses para tratamento de saúde) publicou um livro com o título “Ideário”, que recebeu criticas desfavoráveis, no “Gazeta de Notícias”, em 1927.

Dos jornalistas do Rio Grande do Norte, Pedro Avelino foi um dos mais importantes. Merece uma boa biografia!
Isolina e Luiz Waldvogel



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Concurso Nacional Novos Poetas

Concurso Nacional Novos Poetas. Prêmio Poetize 2014


Estarão abertas as inscrições para o Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Poetize 2014.  
Podem participar do concurso, todos os brasileiros natos, ou naturalizados, maiores de 16 anos.
Cada candidato pode inscrever-se com até dois poemas de sua autoria, com texto em língua portuguesa.
O tema é livre, assim como o gênero lírico escolhido. Serão 250 poemas classificados.
A classificação das poesias resultará no livro, Prêmio Poetize 2014. Antologia Poética
Concurso Literário e uma importante iniciativa de produção e distribuição cultural,
alcançando o grande público, escolas e faculdades.
Inscrições gratuitas de 01 de novembro a 05 de dezembro de 2013, pelo site: www.premiopoetize.com.br

Realização: Vivara Editora Nacional

Apoio Cultural: Revista Universidade

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os nossos ilustres Peregrinos

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Pelo menos, do meu conhecimento, cinco filhos de João Peregrino da Rocha Fagundes se destacaram nacionalmente: general Umberto Peregrino, que foi diretor da Biblioteca do Exército e do Instituto Nacional do Livro, e autor do livro “Crônica de uma cidade chamada Natal”; médico, jornalista e escritor Peregrino Junior, imortal da Academia Brasileira de Letras; engenheiro José Crisanto, que foi Superintendente do Porto do Rio de Janeiro, diretor comercial da Fábrica Nacional de Motores e Ministro Interino dos Transportes; médico e professor Armando Peregrino; e o jurista Miguel Seabra. Por isso, abrimos um artigo especial com essa família que juntou Rocha Fagundes com Seabra de Mello. Começaremos com casamento de João Peregrino e D. Cornélia.

Aos dezenove de junho de mil oitocentos e noventa e sete, nesta Matriz, precedido os proclamas, servatis servandis, assisti a celebração do sacramento do matrimônio de João Peregrino da Rocha Fagundes e Cornélia Seabra de Mello, presentes as testemunhas João Baptista de Caldas e Padre Manoel Luiz de Caldas Sobrinho. Os contraentes são filhos legítimos: ele de Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes e Leonor Miquelina de Vasconcellos Fagundes, e ela de Miguel Augusto Seabra de Melo e Anna Leonor Seabra, e ambos são moradores e naturais desta Freguesia. Do que para constar mandei lavrar este que assino. O pároco João Maria Cavalcanti de Brito.

Dona Leonor, mãe de João Peregrino, faleceu no ano de 1878. Joaquim Peregrino era irmão do Reverendo Bartolomeu da Rocha Fagundes, que faleceu em Recife no ano de 1877, com 62 anos, e que foi Vigário da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Encontramos, na Gazeta de Notícias, do ano de 1888, o seguinte aviso do professor: Joaquim Peregrino da Rocha Fagundes explica mediante uma indenização cômoda, aritmética, geometria e álgebra, de acordo com o programa adotado pelo governo geral para os exames gerais de preparatório no império. Natal, 21 de março de 1888.

Do casal João Peregrino e Cornélia encontramos os registros de alguns filhos, sendo o mais velho deles: João Peregrino da Rocha Fagundes Junior, que  nasceu aos 12 de março de 1898, e foi batizado na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, aos 27 do mesmo mês e ano, tendo como padrinhos Capitão Miguel Augusto Seabra de Mello e D. Anna Leonor Seabra, avós do batizado. Ficou conhecido por Peregrino Junior.

Anna nasceu aos dezenove de outubro de 1900, e foi batizada aos vinte e dois de janeiro de mil novecentos e um, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, tendo como padrinhos Leocádia da Rocha Fagundes e Maria da Rocha Fagundes. Há uma anotação no registro que ela casou, em 30 de agosto de 1941, com Roderico Valeriano de Moraes, na Igreja Nossa Senhora da Paz, do Rio de Janeiro.

José Crisanto Seabra Fagundes nasceu aos 26 de novembro de 1902 e foi batizado aos 27 de dezembro do mesmo ano, na Catedral, sendo seus padrinhos Alfredo Augusto Seabra de Mello e Aurélia Aurora Seabra de Melo.
Miguel Seabra que nasceu no dia 30 de junho de 1910,  foi batizado na Igreja Matriz pela Padre José Calazanas, sendo seus padrinhos Dr. Antonio China e Pocidonia Fagundes. Segue o casamento dele.

Aos trinta de maio de 1935, pelas dez horas, em oratório particular, à Rua João Pessoa, 263, desta paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, por autorização do Exmo. Snr. Bispo Diocesano, depois de feitas as denunciações canônicas e demais formalidades prescritas, não aparecendo impedimento algum, quer canônico quer civil, como se vê do processo que fica arquivado nesta Freguesia, por palavras de presente, nas formas do ritual romano, em minha presença e na das testemunhas – os pais do nubente como abaixo se declara, por parte do nubente, Afonso Rique por procuração de Alberto Gentile, solteiro, funcionário publico e Hercilia Gentile, solteira, de afazeres domésticos, ambos naturais da Paraíba do Norte e residentes respectivamente na Bahia e nesta capital, por parte da nubente, todas pessoas muito de mim conhecidas, receberam-se em matrimonio Dr. Miguel Seabra Fagundes e Bemvinda Gentile, ambos solteiros, residentes e domiciliados nesta Freguesia, às ruas Duque de Caxias, 225 e João Pessoa, respectivamente, - ele magistrado, com 25 anos de idade, nascido a 30 de junho de 1910, nesta capital onde se batizou em tenra infância, filho legítimo de João Peregrino da Rocha Fagundes e Cornélia Seabra Fagundes, ambos já falecidos nesta cidade a 4 de setembro de 1934 e a 15 de outubro de 1916; e ela, de afazeres domésticos, com 20 anos de idade, nascida a 11 de abril  de 1914, em “João Pessoa” da Arquidiocese da Paraíba, onde foi batizada em tenra infância, filha legítima de Américo Gentile, casado, industrial, com 61 anos, e de sua esposa D. Carmela de Libero Gentile, de afazeres domésticos, com 54 anos, ambos naturais da Itália, casado a 31 de outubro de 1901, em São Paulo, residentes e domiciliados nesta Freguesia à Rua João Pessoa, 237; e em seguida, dei-lhes a benção nupcial, conforme o ritual. A nubente passa a assinar-se após o casamento: Bemvinda Gentile Seabra Fagundes. E para constar lavrei este termo que assino com os contraentes e as testemunhas.

Humberto Peregrino Seabra Fagundes nasceu aos 3 de novembro de 1911 e foi batizado (com H) aos 2 de dezembro do mesmo ano, sendo seus padrinhos Apolônio Augusto Seabra de Mello e Cecília Pinheiro.

Não encontrei o batismo de Armando Peregrino Seabra Fagundes, médico, professor da UFRJ. Mas, encontrei o batismo de um filho de Miguel Seabra.

Eduardo Gentile Seabra Fagundes nasceu aos 6 de maio de 1936, e foi batizado aos 30 do mesmo mês e ano, na Igreja Santo Antonio, filho legítimo do Desembargador Miguel Seabra Fagundes e Bemvinda Gentile Seabra Fagundes, sendo seus padrinhos Américo Gentile e Genoveva Gentile. Observem que em 1936, Miguel Seabra já era Desembargardor.
Batismo de Miguel Seabra Fagundes



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Gente do nosso tempo (IV)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
Nosso artigo de hoje começa com o mestre Cascudo. Ele nasceu, com o nome de Luis, aos 30 de dezembro de 1898, e foi batizado aos 27 de maio de 1899, na Capela de Bom Jesus das Dores, filho legítimo de Francisco Justino d’Oliveira Cascudo e D. Ana Maria da Câmara, tendo como padrinhos Dr. Joaquim Ferreira Chaves e sua esposa D. Alexandrina Barreto Ferreira Chaves.  Luis da Câmara Cascudo casou, em 21 de abril de 1929, na capela do Colégio Conceição, com D. Dhália Freire, filha legítima do Dr. José Theotônio Freire e Maria Leopoldina Freire.

Fernando Luiz, que faleceu recentemente em Recife, filho de Luis da Câmara Cascudo e de Dona Dhália Freire, nasceu aos 9 de maio de 1931, e foi batizado na Catedral, aos 2 de agosto do mesmo ano, tendo como padrinhos Francisco Cascudo e Maria Leopoldina Freire, um avô de cada lado. Consta, como informação, no registro, que casou com Marly Maria da Silva, em 22 de outubro de 1960.

Dr. Carlos Roberto de Miranda Gomes, colega da UFRN, do IHGRN e do INRG, nasceu aos dez de dezembro de mil novecentos e trinta e nove, e foi batizado na Catedral aos 17 de março do ano seguinte, filho de José Gomes da Costa e de sua esposa D. Maria Lígia de Miranda Gomes, neto paterno de João Gomes da Costa e Bernardina Rodrigues da Costa, e materno de Jerônimo Xavier de Miranda e Aline Maranhão de Miranda. Foram padrinhos João Virgilio de Miranda e Olívia Fernandes de Miranda. Consta na lateral do registro que ele casou com Terezinha Rossi, em 16 de março de 1963. Teresinha nasceu em 21 de julho de 1936 e foi batizada aos 21 de fevereiro de 1939, filha de Rocco Rossi e Rosina Lovisi Rossi, tendo como padrinhos Francisco de Assis Costa e Ana Augusta Cavalcanti.

A família Romano Guerreiro morava em frente ao Colégio Maria Auxiliadora.  Fernando Romano Guerreiro nasceu aos 8 de fevereiro de 1939, e foi batizado no Santuário do Tirol, aos 14 de maio do mesmo ano, filho legítimo de Valdemar Tavares Guerreiro e Maria de Lourdes Romano Guerreiro, sendo padrinhos Cristovão Romano e d. Nair de Melo Romano. O registro informa que casou com Eleika de Sá Bezerra (atualmente, vereadora), em 27 de dezembro de 1965. O registro de casamento dos pais de Eleika é muito rico em informações. Dele extraímos o que se segue.

Aos nove de maio de 1935, no Santuário do Tirol, na presença das testemunhas Ezequiel Xavier Bezerra, casado, agricultor, e de sua esposa Maria Amélia Bezerra, ambos naturais de Currais Novos, da parte do nubente; Dr. Francisco Xavier Soares Olavo Montenegro, solteiro, médico, e a senhorinha Ivone Carrilho de Sá, solteira, ambos naturais de Ceará Mirim, pela parte da nubente, se receberam em matrimônio Dr. José Bezerra de Araújo e Ivete Carrilho de Sá, ele, engenheiro agrônomo, com 26 anos, nascido aos 4 de agosto de 1908, em Currais Novos, onde foi batizado, filho legítimo de Antonio Bezerra de Araújo, agricultor com 46 anos de idade, nascido aos 7 de abril de 1890, e de sua esposa Rita Maria de Araújo, doméstica, com 40 anos, nascido a 5 de maio de 1890 (deve ser 1895), ambos nascidos em Currais Novos; ela, de prendas domésticas, com 17 anos, nascida aos 9 de outubro de 1917, em Ceará Mirim, onde foi batizada, filha legítima de Valdemar Dias de Sá, comerciante, com 39 anos, nascido aos 23 de março de 1896, e de sua esposa Dulce Carrilho de Sá, doméstica, com 36 anos, nascida a 13 de junho de 1899, ambos naturais de Ceará Mirim.

Há poucos dias, no aniversário de Lúcia Caldas, reencontrei com Guga (Augusto Coelho Leal), que escreve neste mesmo jornal, e relembramos do pai dele, Seu Cloro, que tinha a farmácia Natal, no centro da cidade. Um irmão de Guga, Luiz Jorge, nasceu aos 19 de dezembro de 1938, e foi batizado na catedral, aos 30 de abril do mesmo ano, sendo filho de Clodoaldo Marques Leal e Maria José Leal, neto paterno de Luiz Marques Leal e Petronila Tertulina Leal, e materno de Jorge Coelho Leal e Maria Elisa da Silva, tendo como padrinhos Paulo Mesquita e Ilnah Pereira Mesquita. O registro informa que casou com Iris Bandão de Araújo, em 2 de abril de 1966.

Jurandyr Navarro foi presidente do nosso Instituto Histórico. Segue o casamento dos seus pais. No dia 19 de novembro de 1925, em oratório privado, à Rua Voluntário da Pátria, 709, na presença das testemunhas Sandoval Pinheiro Avelino e Fernando Tinoco, Jurandyr Sytaro da Costa desposou Almira Torres Navarro, ele com 25 anos, filho legítimo de Rodrigo Afonso da Costa e de Ana Sytaro da Costa, e ela, com 16 anos, filha de José Doze de Moraes Navarro, falecido, e de Josefa Torres Navarro.  Uma irmã de Jurandyr Sytaro era Aracy Sytaro da Costa, que casou com Carlos Homem de Siqueira.

Sandoval, que testemunhou o casamento de Jurandyr Sytaro, veio da terra do sal, para casar aqui em Natal. Descendente do professor Matheus da Rocha Bezerra e do rábula Vicente Avelino, ele, Sandoval, era irmão do poeta Edinor Avelino e primo legítimo do senador Georgino Avelino.

Sandoval Pinheiro Avelino desposou em 8 de setembro de 1925, Ana Almeida Tinoco, ele, filho legítimo de Emygdio Bezerra da Costa Avelino e de Maria Irinéia da Costa Pinheiro, natural de Macau, e residente em Natal, ela, filha legítima de João Juvenal Barbosa Tinoco, e de Constância de Almeida Tinoco, natural e residente em Natal. Foram testemunhas Dr. Francisco Albuquerque e Edinor Avelino.

Batizado de Custódia de Manoel Tavares Guerreiro- 1705




terça-feira, 8 de outubro de 2013

Gente do nosso tempo (III)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor de Matemática da UFRN, membro do INRG e do IHGRN

O famoso piloto que dá nome ao aeroporto de Fortaleza, Euclides Pinto Martins, nasceu, segundo seus biógrafos, em Camocim, Ceará, em 1892, e foi batizado nesse mesmo ano em Macau, mas passou um tempo em Natal onde estudou no Colégio Americano e, também, no Atheneu. Formado em Engenharia Mecânica nos Estados Unidos, aqui trabalhou na Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas e na Estrada de Ferro. Uma de suas filhas nasceu aqui em Natal, conforme registro a seguir. Aos oito de março de mil novecentos e quatorze, nesta cidade, em casa particular, o Reverendo Padre Joaquim Honório da Silveira, de minha licença, batizou solenemente a Céres, filha legítima de Euclides Pinto Martins e D. Maria Gertrudes MacMullan, nascida a dezoito de janeiro do mesmo ano, sendo padrinhos Antonio Pinto Martins e D. Maria do Carmo de Araújo Martins (avós paternos da batizada). Do que mandei fazer este assento que assino. O vigário, Cônego Estevam José Dantas.

A família Pinto Martins tem muitos descendentes no Rio Grande do Norte, e, talvez descenda daquele que levou a indústria da carne de charque para o Rio Grande do Sul. Faremos um artigo sobre aqueles que encontramos por aqui. Há uma rua, aqui em Natal, chamada de Pinto Martins.

O professor e historiador Cláudio Galvão tem contribuído, em muito, para a cultura do nosso estado, com a publicação de mais de 18 livros.  Ele merece nosso apreço e homenagem. Cláudio Augusto Pinto Galvão nasceu aos 28 de agosto de 1937 à Rua Ulisses Caldas, 39, e foi batizado aos 3 de abril de 1938, filho legítimo de Augusto Carlos Galvão, funcionário público, com 32 anos, e de Claudina Pinto Galvão, com 32 anos; neto paterno de Inácio Carlos Galvão e de Josefa Adelaide Galvão, e neto materno de João Batista Ferreira Pinto e Umbelina Ferreira Pinto. Foram padrinhos João Cláudio de Vasconcelos Machado, solteiro, e sua tia D. Amélia Machado, viúva.

Um irmão de Cláudio também se destacou na academia. Carlos Augusto Pinto Galvão, Doutor em Física, nasceu aos 11 de setembro de 1941 e foi batizado aos 8 de dezembro do mesmo ano, pelo padre Ulisses Maranhão, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Foram padrinhos Umberto Micussi e Maria Carneiro de Sousa.

Meu amigo e colega do Instituto de Genealogia, o jornalista Luiz Gonzaga Cortez, pesquisa os Gomes de Melo que se estabeleceram em Currais Novos e outros municípios deste país. Vamos ver alguns registros de familiares dele.
Margarida nasceu à Rua Felipe Camarão, 435, aos 18 de novembro de 1939, e foi batizada, aos 2 de janeiro de 1940, na catedral. Filha legítima de Manoel Genésio Cortez Gomes, industrial, de 40 anos, natural de Currais Novos, e de dona Maria da Natividade Cortez Gomes, de 25 anos, natural de Natal, neta paterna de José Gomes de Melo e Ana Gomes Cortez, e pela materna de Manoel Marcelino da Silva e Maria Gomes da Silva. Foram padrinhos Dr. Everton Dantas Cortez, advogado, natural de Currais Novos, e sua esposa D. Genura Ramalho Cortez, natural da Paraíba, residentes em Mossoró. Os padrinhos são os pais dos meus colegas da UFRN Ióris e Iéris.

Um irmão de Margarida, Dr. Cleóbulo Cortez, nasceu aos 28 de maio de 1932, e foi batizado aos 31 de julho do mesmo ano, na Catedral, sendo seus padrinhos José Borges de Oliveira e Maria Vieira Borges de Oliveira.

Outro irmão, Cleando, nasceu aos 14 de março de 1931 e foi batizado, na Igreja de Bom Jesus das Dores, aos 31 de maio do mesmo ano, tendo como padrinhos José Gomes de Melo e Ana Gomes Cortez. Cleando casou com Maria Salete Simonetti em Assú.

Os pais de Luiz Gonzaga Cortez, Manoel Genézio e Maria da Natividade, casaram aqui em Natal, no dia 18 de maio de 1930. Nessa data Manoel tinha 31 anos e Nati, 16.

Alguns batismos são realizados em datas bem posteriores ao nascimento das crianças. Um exemplo disso aconteceu com filhos de João Fernandes Campos Café e Florência Amélia Café, pais de Café Filho. Alzira nasceu aos 23 de abril de 1904 e, foi batizada somente aos 28 de Junho de 1931, na catedral, pelo monsenhor Alfredo Pegado, tendo como padrinhos Dr. José Ignácio de Carvalho e D. Noêmia Tinoco de Carvalho; já Jessé, que nasceu aos 22 de fevereiro de 1908, foi batizado nessa mesma data de Alzira, mas pelo padre Luiz Wanderley, tendo como padrinhos Sandoval Wanderley e Nossa Senhora.

Outro exemplo vem de filhos de Vicente Mesquita e Nair Furtado. Eider Mesquita nasceu aos 8 de novembro de 1928 e, só foi batizado aos 22 de maio de 1931, na catedral, tendo como padrinhos Theóphilo Furtado e Maria Arruda Furtado; Wilma, que nasceu aos 22 de novembro de 1929, foi batizada na mesma data de Eider, tendo como padrinhos Alfredo Mesquita Filho e Amélia Mesquita Meira. No registro de Wilma há uma correção do local, sendo informado que ela foi batizada em Oratório privado. Eider Mesquita era sogro do meu cunhado Uilame Umbelino, que descende em linha direta de Francisco Umbelino de Macedo Gomes, irmão de José Gomes de Melo Filho, citado acima.
o batismo de Céres




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Gente do nosso tempo (II)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
Ana Carmelita Gomes Neto faleceu na Rua Jundiaí, Natal, no dia 20 de agosto de 1943, deixando viúvo Dr. Arnaldo Gomes Neto. Diz o genealogista Antonio Luis, vendo uma foto onde aparecem Maria Felentina de Medeiros Rocha e algumas irmãs dela, que o padre Esmerino, que está no centro da imagem, era tio de Manoel Neto Gaspar. Pelo Facebook, Nel confirmou que o padre era irmão do seu avô paterno, Arnaldo Gomes Neto. Segundo monsenhor Severino Bezerra, o padre Esmerino nasceu em Itaporanga, PB, a 1º de setembro de 1881, filho de Josino Gomes Pereira da Silva e Maria Silvina da Silva.  Em 1944, o padre Esmerino faleceu em Santa Cruz.

Em 1946 era batizada, no Santuário do Tirol, Ana Maria, nascida nesse mesmo ano, filha legítima do Dr. José Arnaud Gomes Neto, advogado, natural de Santa Cruz, e de sua esposa Elza Câmara Gomes Neto, doméstica, natural de Baixa Verde, neta paterna do Dr. Arnaldo Gomes Neto e Ana Carmelita Gomes Neto; e materna de João Severiano da Câmara e Maria Gomes da Câmara. Padrinhos Dr. Arnaldo Gomes Neto e Tereza Gomes da Câmara.

Fernando Umbelino Gomes, primo legítimo de Ana Carmelita, morava na Av. Deodoro, e batizou um dos seus filhos, em Natal. Cleiber Moreira Dias Gomes nasceu em 1948, e foi batizado no mesmo ano, na Catedral. Era filho de Fernando Umbelino Gomes e Lúcia Maria Dias Moreira Gomes, neto paterno de José Umbelino Gomes de Macedo e Maria do O’ de Medeiros Gomes (filha de Felix Antonio de Medeiros), e materno de Odorico Moreira Dias e Marieta Bigois Moreira Dias. Foram padrinhos Francisco Umbelino Neto, tio do batizado, e sua esposa Maria Stela Rodrigues de Medeiros, meus sogros.

Do capitão João Martins Ferreira e do seu filho major José Martins Ferreira, fundadores de Macau, nasceu e foi batizado, aqui em Natal, um descendente. Paulo de Tarso Fernandes, que foi deputado estadual, nasceu no ano de 1949, e foi batizado no mesmo ano, na Catedral, pelo Padre José Pereira Neto. Filho legítimo de Aristófanes Fernandes e Silva, comerciante, e de sua esposa d. Maria do Céu Pereira Fernandes, neto pelo lado paterno de José Fernandes Silva e Jesuína Fernandes Silva, e pelo materno de Vivaldo Pereira de Araújo e Olindina Cortez Pereira. Foram seus padrinhos Monsenhor Paulo Herôncio de Melo e Eunice Pereira de Araújo, residentes em Currais Novos. Jesuína era filha de Josefina Emília Martins Ferreira, prima legítima de minha avó, ambas netas do Major José Martins Ferreira.

Olindina Coeli, irmã de Paulo de Tarso, nasceu em 1946, à rua Mossoró, 359,e foi batizada no mesmo ano no Santuário do Tirol, pelo mesmo padre  José Pereira Neto, sendo seus padrinhos José Cortez Pereira de Araújo (foi governador do Rio Grande do Norte), solteiro, e Jesuína Fernandes da Silva, casada, aquele  residente em Currais Novos, e esta em Santana do Matos.

Ainda na av. Deodoro, 736, onde moravam seus pais, nasceu Militão Chaves Filho, no ano de 1949, e foi batizado no mesmo ano. Filho legítimo de Militão Chaves, comerciante, natural de Pau dos Ferros, e de sua esposa d. Elza de Paiva Chaves, de prendas domésticas, natural de São José de Mipibú, neto paterno de Benedito Antonio Chaves e Leopoldina de Sousa Chaves, e pelo materno de Amaro Marques e Anísia de Paiva Marques, sendo padrinhos o deputado federal Aluízio Alves e sua esposa d. Ivone Lira Alves, residentes à rua Silveira Martins, 156, apt. 803, Rio de Janeiro.

Dessa família Chaves tem Maria das Graças nascida à Rua Princesa Isabel, residência dos pais, em 1948, e batizada na Catedral nesse mesmo ano. Filha legítima de Garibaldi Alves, agricultor, e D. Maria Vanice Chaves Alves, neta paterna de Manoel Alves Filho e Maria Fernandes Alves; e materna de Francisco Quinho Chaves e Natércia Pinheiro Chaves. Padrinhos João Pinheiro de Melo, comerciante, e D. Francisca Fernandes Pinheiro.

Quem morava na Hermes da Fonseca, em frente ao Colégio Maria Auxiliadora, era Zezé (José Idalino), que nasceu em 1942, em São José de Mipibú, onde moravam os pais. Filho legítimo de Orlando Teixeira de Carvalho, funcionário público, com 31 anos, natural de Canguaretama, e de sua esposa D. Aliete Soares de Carvalho, com 27 anos, natural de Baixa Verde, neto paterno de Idalino Teixeira de Carvalho e Elvira Teixeira de Carvalho, e pela materna de João Frutuoso Soares e Joana Teixeira Soares. Foram padrinhos João Nesi, solteiro, funcionário público, natural de Natal, e sua irmã D. Adélia Nesi Simonetti, funcionária pública, residentes em Natal.

Por falar em Nesi, em 1938, nascia, no Hospital Miguel Couto, Mitsi Nesi Simonetti, que foi batizada na Catedral, em 1939, filha legítima de Absalão Simonetti, e de sua esposa Adélia Nesi Simonetti, ambos naturais do Rio Grande do Norte, domiciliados à Av. Rio Branco, 543, neta paterna de Américo Vespúcio Simonetti e Amélia Fausta Simonetti, e materno de João Nesi e Gabriela Nesi. Foram padrinhos João Nesi Filho e Gabriela Nesi.
Não devemos deixar nossos descendentes órfãos de informações sobre seus ancestrais. Vamos escrever para eles a história de nossas famílias.

 Veja os Medeiros na foto abaixo






terça-feira, 24 de setembro de 2013

Eduardo Frederico Guilherme Meyer e Maria Amélia de Carvalho d'Oliveira

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

O registro de casamento a seguir é de um protestante, natural da Alemanha. Por isso, merece um destaque, pois pode servir de fonte para familiares aqui no Brasil. Não tenho conhecimento do que Eduardo fazia no Brasil.

Aos cinco de maio de mil oitocentos e oitenta e três, no bairro da Ribeira, sendo testemunhas Filippe Linhas e Antonio Marques da Silva, havendo precedido os proclamas e dispensa de disparidade de cultos, o Reverendo Cônego Joaquim Antunes d'Oliveira, de minha licença, assistiu ao recebimento matrimonial de Eduardo Frederico Guilherme Meyer e Maria Amélia de Carvalho d'Oliveira, ele natural de Hamburgo, cidade do Império Alemão, e religionário protestante, filho legítimo de Guilherme Meyer e Margarida Carolina Cleidel, ela natural desta Freguesia, filha de João Henrique d'Oliveira Regueira e Maria Theresa de Carvalho d'Oliveira. Do que para constar mande fazer este termo que assinei. Padre João Maria Cavalcanti de Brito. Pároco da Freguesia.

Gente do nosso tempo (I)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
De costume, e por preferência, tenho pesquisado e publicado, neste jornal, registros genealógicos dos nossos povoadores mais antigos. Nossos leitores me contam que, mesmo desconhecendo as pessoas citadas, gostam de saber sobre o passado. Talvez, na intenção de encontrar um ascendente. Mas, necessitando buscar maiores informações sobre descendentes de antigos moradores da nossa Freguesia, pesquiso, muitas vezes, registros mais recentes. Aí, encontro gente do nosso tempo, que talvez nem saiba de onde vieram seus ascendentes. Por isso, vou trazer para este espaço, também, registro de pessoas conhecidas. Assim, talvez possamos melhorar o elo com o passado mais antigo. Como algumas dessas pessoas ainda são vivas, evitarei citar a data exata do nascimento.

Zé Eduardo, amigo de muitos anos, e colega, por diversas vezes, na UFRN, Governo do Estado e Prefeitura Municipal do Natal, é o primeiro da lista. José Eduardo de Almeida Moura nasceu, em Natal, no ano de 1947, e foi batizado nesse mesmo ano, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, pelo seu tio, o Reverendo Padre Pedro de Moura (autor de livros sobre o Rio Grande do Norte), no dia de Nossa Senhora da Conceição. Filho legítimo de Ezequiel Rebouças de Moura, comerciante, e de sua esposa D. Angélica de Almeida Moura, professora (foi diretora do Atheneu), neto paterno de Gonçalo Ismael de Moura e Josefa Rebouças de Moura e, materno de Heitor Góis de Almeida e Maria Alinda Lagrota de Almeida Bastos. Foram padrinhos Ângelo Lagrota de Almeida Bastos e Santa Inez Rebouças de Moura. Nessa época os pais residiam na Rua José de Alencar, 724, como também o padrinho Ângelo. Já Santa Inez residia na General Ozório, 256.

Tó, como era conhecido, amigo de infância, residia na esquina da Hermes da Fonseca com a Ezequias Pegado na casa de seus pais Seu Gaspar e Dona Aparecida. Do seu registro tiramos o que se segue: Antonio Neto Gaspar nasceu em Paulista, Pernambuco, no ano de 1943, e foi batizado nesse mesmo ano na Igreja do Tirol, pelo padre Esmerino Gomes da Silva. Filho legítimo de Henrique Marques Gaspar (português) e de sua esposa D. Maria Aparecida Neto Gaspar. Foram padrinhos, seu tio, José Arnaud Gomes Neto (foi Deputado Federal) e sua esposa D. Elza Câmara (filha do Senador João Câmara).

Zé Wilson, outro amigo de infância, que morava na Hermes da Fonseca, em frente ao Colégio Maria Auxiliadora, era primo de Tó. O pai de Zé era irmão da mãe de Tó. José Wilson Arnaldo nasceu, em Baixa Verde, no ano de 1946, e foi batizado no dito ano, no Santuário do Tirol, pelo monsenhor José Alves Landim. Filho legítimo de José (Wilson) Arnaldo Gomes Neto, funcionário público, natural de Santa Cruz, e de sua esposa D. Maria Terezinha da Câmara Gomes Neto, doméstica, natural de Baixa Verde, onde residiam, neto paterno de Dr. Arnaldo Gomes Neto (Recife) e Anna Carmelita Gomes Neto (Santa Cruz); e materno de Antonio Severiano da Câmara e Ana Soares da Câmara. Foram padrinhos Dr. Arnaldo Gomes Neto, magistrado, viúvo, e D. Ana Pereira da Cunha Mello, casada, residentes em Natal. Anna Carmelita era neta materna (através de Maria Felentina de Medeiros Rocha) de Felix Antonio de Medeiros (São João de Sabugi) e de Thereza Duquesa de Farias. Maria Felentina era irmã de Maria do O’, mãe do meu sogro Francisco Umbelino Neto.

Marco Aurélio, que lança um livro esta semana sobre o pai, Dr. Floriano Cavalcanti, nasceu em 1936, sendo batizado, em oratório privado, no mesmo ano. Filho legítimo de Dr. Floriano Cavalcanti e Dulce de Moura Cavalcanti, teve como padrinho Dr. Luiz Antonio Ferreira Souto dos Santos Lima. Alguns registros são pobres em informações, como é o caso deste de Marco Aurélio.

O deputado estadual Agnelo Alves nasceu em Ceará-mirim, no ano de 1932, mas foi batizado, na Catedral, no ano de 1933. Filho legítimo de Manoel Alves Filho e Maria Fernandes Alves teve com padrinhos Francisco (Quinho) Chaves e Natércia Pinheiro Chaves. Este último casal batizou, em 1933, na Catedral, Elói Chaves, nascido em 1932, sendo os padrinhos Militão Chaves e Britalda Chaves.

Um dos meus professores, no curso de Bacharelado em Matemática, foi Joaquim Elias de Freitas. Ele nasceu em 1941, mas foi batizado, somente em 1943, na Catedral. Era filho legítimo de Joaquim Pinheiro de Freitas, que faleceu em 1942, e de sua esposa D. Maria Carolina de Freitas, natural de São José de Mipibu, neto paterno de Rafael Arcanjo de Freitas e Francisca Ferreira de Freitas; pelo lado materno de Pedro Afonso de Barros e Josefa Rodrigues de Barros. Foram seus padrinhos Pedro José Lagreca, comerciante e sua esposa D. Ignez Freire Lagreca.

Gildecina (nome composto) nasceu aos 24 de outubro de 1932, e foi batizada na Catedral aos 8 de dezembro do mesmo ano. Era filha de Gildenor Monteiro Alves Bezerra e Gercina Henriques Bezerra. Teve com padrinhos João Baptista Alves Bezerra e Felisbella Diniz Henriques. A professora Gildecina Henriques Bezerra faleceu no ano de 1966. Era irmã de Gilda (Gildegerci, outro nome composto) Avelino, viúva do poeta Gilberto Avelino, e sobrinha do escritor Afonso Bezerra. Elas descendem de Ana Jovina da Costa Bezerra, minha tia-bisavó, e seu marido Antonio Pedro Alves Bezerra.
Padre Esmerino no Centro, Felentina, a segunda depois do padre, indo para a direita.






quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cordeiros e Carneiros


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
As mesmas águas, que fizeram submergir a Ilha de Manoel Gonçalves, expulsaram de lá seus habitantes e visitantes para diversas localidades, como Macau, Pendências, Oficinas, Rosário, Cacimbas do Viana, Curralinho e outras tantas. As coisas da natureza e a natureza das coisas vão tecendo o destino das pessoas, juntando-as e separando-as, tudo ao mesmo tempo. A cada instante, o mundo é redesenhado. O caos reordena a natureza.

Aquele porto, no meio do mar, onde tantas embarcações ancoravam e por onde tantas pessoas, das mais diversas nacionalidades e localidades circulavam, com seus negócios e afazeres, jaz submerso no oceano e esquecido pelas autoridades. Nem um farol e nem um marco está presente onde foi a nossa Atlântida. Por onde andam os remanescentes daquele povo que transitava ou residia na Ilha esquecida? Quantos sabem que seus antepassados passaram por lá?

Pesquisando em velhos livros da Cúria, vou repassando a antiga história do nosso povo e dos nossos heróis esquecidos. Vez por outra encontro, através de seus descendentes, velhos conhecidos. Em uma dessas viagens, nos livros da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, encontro o batismo de Eliziário, que me fez recordar o lisboeta Eliziário Antonio Cordeiro, lá da Ilha de Manoel Gonçalves. Paro e vou examinar o registro, em busca de algum elo com o povo que lá vivia.

Aos vinte e três dias de junho de mil oitocentos e setenta e três, o Reverendo Coadjutor Pro-Pároco Joaquim Francisco do Nascimento batizou solenemente Eliziário, nascido a seis de maio do mesmo ano, filho legítimo de Manoel Martins de Oliveira e Rita Xavier Bezerra. Padrinhos, o Reverendo Padre Francisco Constâncio da Costa e Francisca Jeracina Cordeiro. E para constar fiz este assento. José Herôncio da Silveira Borges, Coadjutor Pro-Pároco.

Esse Manoel, acima, deve ser o filho de Eliziário Antonio Cordeiro e Antonia Silvéria de Oliveira, ele de Lisboa, ela da Serra de Martins, que nasceu aos trinta de outubro de mil oitocentos e trinta, e foi batizado na Ilha de Manoel Gonçalves. Nas minhas hipóteses, Antonia Silvéria de Oliveira era filha do capitão Silvério Martins de Oliveira e Joanna Nepomucena. Dona Joana, que viúva residiu um tempo na Ilha, era filha do capitão Manoel Ignácio de Carvalho e Anna Josepha Joaquina de Albuquerque, residentes na Serra de Martins. Lembramos que o capitão Silvério e Dona Joana  foram sepultados na Igreja do Bom Jesus das Dores, aqui na Ribeira do Potengi.

Um dos filhos de Eliziário, com o mesmo nome, casou em 1869, na Barra de Mossoró, com sua parenta Antonia Cordeiro de Carvalho, filha de Gorgonio Ferreira de Carvalho e Anna Joaquina Cordeiro.

Em outro registro encontro que aos vinte e oito de dezembro mil oitocentos e três, era batizado Raymundo, que nasceu aos vinte e sete de novembro do mesmo ano, filho de José Martins Cordeiro e Victoriana Joaquina Pinheiro, tendo como padrinhos Pedro Liberato Bimont e dona Maximiana Synphronia da Costa. Esse José Martins deve ser, também, um dos filhos de Eliziário Antonio Cordeiro e Antonia Sivéria.

Raymundo, que virou Raymundo Rodrigues Cordeiro, casou em 30 de novembro de mil oitocentos e noventa e cinco, aqui na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com Francisca Viterbina Gomes Carneiro, filha de João Viterbino Gomes Carneiro e Maria Florentina Carneiro de Mello, perante as testemunhas Nicoalu Bigois e Luis Ferreira França.

Esses Carneiros são velhos conhecidos nossos. João Viterbino e Maria Florentina casaram em 1871, com dispensa de consanguinidade, ele filho de Manoel Gomes Carneiro e Francisca Xavier de Miranda Henriques, e ela filha de João Gomes Carneiro de Melo e Anna Joaquina Teixeira de Souza, que viveram um tempo em São Gonçalo e, depois, foram para Cacimbas do Viana. Francisca Bela, uma irmã de Maria Florentina, foi batizada em Macau, em 1848, e casou na Fazenda Conceição, em 1864, com meu tio-bisavô Cosme Teixeira Xavier de Carvalho. Maria Leocádia, outra irmã de Maria Florentina, casou em Angicos, em 1861, com José Odorico da Costa Ferreira, filho de Antonio Martins Wladislau da Costa e Antonia Teixeira de Sousa.

Em outro artigo já discutimos que João Gomes Carneiro de Melo descendia do lisboeta João Gomes Carneiro e de dona Anna Ferreira de Miranda.
Você que é Cordeiro ou Carneiro pode descender desses portugueses. Você já encontrou seus passos no passado?





terça-feira, 10 de setembro de 2013

A mãe e duas irmãs do padre Manoel de Arruda Câmara

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
A genealogia do polêmico capitão-mor de Pombal, Francisco de Arruda Câmara, ainda tem muitas lacunas e dúvidas. Era filho de Francisco de Arruda Câmara e de Clara Mendonça de Vasconcelos (ou Clara Espínola de Mendonça).

Fábio Arruda, lá das Alagoas, que descende de Vicência, irmã do capitão-mor, me enviou documentos inéditos sobre batismos de netos do capitão-mor e do óbito da esposa dele, Maria Saraiva da Silva.

Raquel foi batizada aos vinte e dois de janeiro de mil setecentos e noventa e dois, na capela de Santa Rita do Engenho Jardim, com vinte e dois anos de nascida. Era filha do Alferes Ignácio José Loyola e Dona Emerenciana de Arruda Câmara, neta paterna do tenente Feliciano Pereira de Lyra e Margarida Gomes da Anunciação, e materna do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva de Araújo. Foram padrinhos o capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Dona Margarida Gomes da Anunciação.

Amaro foi batizado aos vinte e quatro dias do mês de setembro de mil setecentos e noventa e três, na capela de Santa Rita do Engenho Jardim, com um mês e meio de nascido. Era filho do comandante Domingos de Abreu e Vasconcelos e Dona Maturniana (parece ser este o nome, no registro) de Arruda Câmara, moradores no Engenho Jardim, neto paterno do capitão João Dias da Silva Coutinho e Dona Maria José dos Prazeres, e materno do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva da Silva. Foram padrinhos, por procuração, o mestre de campo Amaro Gomes Coutinho e Dona Maria José dos Prazeres.

Como é comum nos registros da Igreja, houve variação no sobrenome de Dona Maria Saraiva da Silva. Com esses dois registros, acima, os nomes dos filhos do capitão-mor e de sua esposa, até agora reconhecidos documentalmente, são Dr. Francisco de Arruda Câmara, Padre Dr. Manoel de Arruda Câmara (botânico famoso), Maturniana de Arruda Câmara e Emerenciana de Arruda Câmara.

No Roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste, Sebastião de Azevedo Bastos cita, como uma das filhas do Capitão-mor Francisco de Arruda Câmara, a esposa de Antonio Ferreira de Macedo, D. Ana de Arruda Câmara. Diz mais, que filhos desse casal, netos, portanto, de Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva da Silva são Antonio Ferreira de Macedo, Vicente Ferreira de Macedo e Estevão Jose da Rocha (Barão de Araruna). Segundo Ormuz Barbalho, baseado em outros autores e em pesquisa própria, é filho, também, de Antonio e Anna, José Ferreira da Rocha Camporra.

Vejamos agora o óbito de Dona Maria Saraiva. Nesse documento consta que: aos dois dias do mês de setembro de mil setecentos e oitenta e quatro, faleceu na vida presente, sem sacramentos, por não dar tempo a enfermidade e a distância, em idade de trinta e oito anos, pouco mais ou menos Dona Maria Saraiva da Silva, mulher do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e, foi sepultada nesta Paróquia, Igreja de Nossa Senhora  do Bom Sucesso, do arco para dentro, solenemente, com ofício de corpo presente, acompanhada de todos os sacerdotes, encomendada por mim, que fiz este assento, que o escrevi, Francisco Xavier de Viveiros – Cúria de Pombal.

Wilson Seixas Nóbrega, no seu livro Velho Arraial das Piranhas, Pombal, expõe outros documentos sobre o padre Manoel de Arruda Câmara. No testamento do padre Antonio Saraiva da Silva, em 1754, ele deixou parte dos seus bens, incluindo metade da fazenda São João do Apodi, para sua sobrinha Maria Saraiva. Por esse documento e outros, Wilson conclui que nessa data, Dona Maria Saraiva ainda era solteira.

Outro documento, citado por Wilson, é um traslado de procuração, no qual Dr. Manoel de Arruda Câmara informa que o sítio de terras, denominado São João, na Ribeira das várzeas do Apodi, foi do seu avô, coronel Ignácio Saraiva de Araújo. Este último e o padre Antonio Saraiva da Silva eram irmãos de João Ferreira da Silva, primeiro sogro do capitão Manoel Varella Barca.

Na busca por detalhes sobre Anna de Arruda Câmara, temos pesquisado sobre seus descendentes.

De um registro encontrado por Isabel Pinto, extraímos que: aos 2 de fevereiro de mil oitocentos e quarenta e um, na casa de Estevão José da Rocha (futuro Barão de Araruna), e na presença das testemunhas major José Joaquim das Neves e o tenente-coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti, casaram, dispensados no segundo grau de consanguinidade, Antonio Cândido Tamaturgo de Farias, filho de João Ferreira de Farias e de Ana Joaquina da Conceição, e Maria Madalena de Jesus, filha do capitão Estevão José da Rocha e de Maria Madalena das Dores, ambos naturais da freguesia de Bananeiras.

Já expomos aqui, em outro artigo, casamentos de filhos de Vicente Ferreira de Macedo e Antonio Ferreira de Macedo. Ainda, nos registros da Freguesia de Santa Cruz, encontramos dois casamentos de filhos de José Ferreira da Rocha Camporra e Anna Joaquina de Mello: em 1870, na Fazenda da Volta, Antonio Ferreira da Rocha casou com Thereza Avelina de Faria, filha de Francisco de Faria Costa e Anna Joaquina do Espírito Santo; e, em 1873, na Fazenda São Bento, Firmino Florentino da Rocha casou com Umbelina Hermelina de Faria, filha do finado(1870) José Ferreira de Faria e Balbina Francelina (Filonila) de Faria.

Observamos que na descendência de Antonio Ferreira de Macedo e Anna Arruda Câmara não encontramos ninguém, até agora, com o sobrenome Arruda Câmara.

Se você tiver documentos ou informações sobre velhas famílias, do Rio Grande do Norte, mande para o e-mail acima. 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lafaiete Pinheiro de Sousa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Aqui mesmo, neste jornal, fiz um artigo sobre a ascendência angicana de Micarla de Sousa. Entretanto, tínhamos poucas informações sobre Lafaiete, bisavô dela. Mais do que isso, escrevemos seu nome como Lafaiete Penha de Sousa, desconhecendo, ainda, que ele era descendente dos Teixeira de Sousa, de Angicos. Hoje, com mais documentos vamos corrigir essas falhas, começando pelo registro, na íntegra, do seu 2º casamento.

Aos quatro de maio de mil novecentos e trinta e cinco, pelas 16 horas e três quartos, no Santuário do Tirol (atual Igreja de Santa Terezinha), à Av. Rodrigues Alves, 725, desta cidade episcopal de Natal, depois de feitas as denunciações canônicas e demais formalidades previstas e tendo-se, também, habilitado civilmente no 1º Cartório Judiciário, sem que aparecesse impedimento algum, como se vê do processo que fica arquivado nesta paróquia, com palavras de presente, na forma do ritual romano, em minha presença, e na das testemunhas Francisco Pignataro, casado, funcionário público, natural de Nova Cruz, deste bispado, e sua esposa d. Emília Pessoa Pignataro, de prendas domésticas, natural desta cidade, onde ambos tem residência e domicilio; José Ulisses de Medeiros, casado, comerciante e sua esposa d. Guiomar Mesquita de Medeiros, de serviços doméstico, ambos naturais de Macaíba, e residentes nesta freguesia e todas pessoas muito de mim conhecidas, receberam-se em casamento Lafaiete Pinheiro de Sousa e Zilda de Mesquita Marinho, ambos domiciliados e residentes nesta freguesia. Ele, funcionário público estadual, viúvo de Maria Gonçalves de Sousa, ocorrido nesta cidade, a 30 de novembro de 1930, com 50 anos de idade, nascido a 10 de janeiro de 1885, em Angicos, deste bispado, onde se batizou em tenra infância, filho legítimo de José Paulino Teixeira de Sousa, falecido em 15 de janeiro de 1915, em Angicos, e de d. Ana Cândida de Sousa Pinheiro, viúva, de serviços domésticos, com 69 anos de idade, natural de Angicos, e residente em Macaíba; ela, solteira, modista, com 28 anos de idade, nascida a 29 de setembro de 1906, nesta freguesia, onde foi batizada, em tenra infância, e tem residência e domicilio, filha legitima de Luis Gomes Marinho, casado, agricultor, com cerca de 65 anos de idade, nascido em 16 de agosto de 1870, em Macaíba, e residente em Luis Gomes, do bispado de Mossoró, e de sua esposa Maria Emília de Mesquita Marinho, de serviços domésticos, com 58 anos de idade, nascida em Ceará-mirim, a 1º de novembro de 1877 e residente à rua Indaleto Freitas, 258, desta freguesia, e, em seguida dei-lhe a benção nupcial, conforme o ritual romano. A nubente passa assinar-se, de agora em diante, Zilda de Mesquita Marinho de Sousa. E para constar lavrei este termo que assino com os nubentes e as testemunhas. Seguem as assinaturas de Monsenhor Landim e das testemunhas.
José Paulino Teixeira de Sousa, que era filho de José Vitaliano Teixeira de Sousa e Urbana Maria da Conceição, foi casado duas vezes: a primeira (1874) com Adelaide Amélia Xavier de Menezes, filha de Francisco Xavier de Menezes e Maria Antonia de Fontes Taylor; e a segunda com Ana Cândida de Sousa Pinheiro, filha de José Irineu da Costa Pinheiro e Josefa Cândida de Azevedo Santos. Lafaiete era primo legítimo do poeta Edinor Avelino, pois a mãe deste, D. Irineia, era irmã de Anna Cândida.

Na sequência, o casamento de uma filha de Lafaiete e de sua primeira esposa, Maria Gonçalves, esta filha de Maria Jovelina Bezerra Torres e João de Deus Gonçalves, neta paterna de Francisco Avelino da Costa Bezerra e Josefa Maria da Costa Torres, e materna de João Felippe Teixeira de Sousa e Quitéria Olímpia de Deus Gonçalves.

Aos sete de setembro de mil novecentos e trinta e seis, pelas dezesseis e meia hora, em oratório particular da família da contraente à Rua Indaleto Freitas, 210, desta freguesia de Nossa Senhora da Apresentação e cidade episcopal do Natal, capital do Rio Grande do Norte, depois de feitas as habilitações canônicas e demais formalidades prescritas, tomada a justificação sumária de batismo do contraente, cuja certidão veio negativa do Caicó, não aparecendo impedimento algum, quer canônico quer civil, como se vê do processo, que, sob o nº 16.998, fica arquivado nesta freguesia, por palavras de presente, na forma do ritual romano, em minha presença e na das testemunhas Moacir Medeiros, solteiro, comerciário, e Joana Maria Medeiros, casada, de afazeres domésticos, Floriano Paulino Pinheiro, casado, funcionário público, e de Maria Adelaide Gurgel, viúva, de afazeres domésticos, todos naturais deste estado e residentes nesta capital, e pessoas de mim conhecidas, receberam-se em matrimônio Carlos Augusto de Medeiros e Maria Adelaide de Sousa, ambos solteiros naturais desta diocese e residentes nesta freguesia; ele funcionário público, com 20 anos de idade, nascido a 29 de dezembro de 1915, em São João do Sabugi (Serra Negra), onde se batizou, em tenra infância, residente com a família, filho legítimo de Ademar Romero de Medeiros, viúvo, comerciante, e de sua esposa d. Severina Monteiro de Medeiros, de prendas domésticas, residente a Av. Junqueira Aires, desta freguesia; e ela de prendas domesticas, com 20 anos de idade, nascida a 26 de janeiro de 1916, em Angicos, onde se batizou a 19 de março do dito ano, residente com a família, filha legítima de Lafaiete Pinheiro de Souza, casado pela 2ª vez, funcionário público, com 51 anos, natural de Angicos, e de sua 1ª esposa, D. Maria Gonçalves de Sousa, falecida, nesta freguesia a 30 de novembro de 1930, à rua Indaleto Freitas 210, onde reside Lafaiete, em seguida lhes dei a bênção nupcial com a formula extra missam. Neste mesmo dia, os contraentes se casaram, também, civilmente e a nubente passou a assinar-se, de agora em diante Maria Adelaide de Sousa Medeiros. E para constar, lavrei este termo que assino, Monsenhor José Alves Ferreira Landim. Vigário.

Lafaiete e Maria Gonçalves eram, também, os pais de José Paulino de Sousa que casou com D. Genemar Gomes de Sousa, de Santana do Matos. Este último casal batizou Carlos Alberto de Sousa (o senador), em 10 de março de 1946, nascido aos 26 de dezembro de 1945. Na lateral do registro a informação que Carlos casou com Miriam Garcia de Araújo aos 29 de março de 1969.

P.S.
Recentemente, encontrei o registro de casamento civil de Lafaiete, lá em Angicos, e para variar, os nomes se modificam. De lá extraímos: Em 9 de junho de 1914, em casa de Miguel Pinheiro Gonçalves, se casaram Maria dos Impossíveis de Deus Gonçalves, 19 anos, filha de Maria Jovelina e de João de Deus Gonçalves, com Lafaiete Paulino de Sousa, 31 anos, negociante, filho de José Paulino Teixeira de Sousa e de Ana Cândida de Sousa Pinheiro, tendo havido dispensa de parentesco, no 3º grau, foram testemunhas Joel de Oliveira e Genésio Tibúrcio da Costa Ferreira.