quarta-feira, 2 de março de 2011

Deus Dará e os Pittas do Rio Grande do Norte (II)

No artigo anterior escrevemos sobre o Capitão Antonio da Rocha Pitta, Dona Aldonsa de La Penha Deus Dará, seus filhos e o neto Christovão da Rocha Pitta que tinham sesmarias aqui no Rio Grande do Norte e na Paraíba.
Nos livros de batismos de Santana do Mattos aparecem vários batizados de escravos do Pitta ou dos herdeiros dele, sem especificar que Pitta é esse. Mas, em 1839, três batizados fazem referência aos herdeiros do finado Christovão da Rocha Pitta. Um dos padrinhos é Manoel Varela Barca e outro é Thereza da Trindade Nobre. São dois batismos na fazenda Itu e outro na Fazenda Sacramento. Nesses diversos batismos de escravos não aparece, como padrinhos, qualquer membro da família Pitta. Essas terras de Christovão da Rocha Pitta ou seus herdeiros eram localizadas no Açu, e  confrontavam com as terras do português, morador no Recife,   Bento José da Costa.
Agora damos um salto, por falta de informações contínuas, para um membro da família que desconhecemos qual elo o ligava ao Capitão Antonio da Rocha Pitta. Trata-se de José Antonio da Fonseca Pitta. Vejamos o casamento de um filho dele que tinha o mesmo nome do Sesmeiro Simão da Fonseca Pitta.
Aos vinte nove dias do mês de Setembro de mil oitocentos e trinta, pelas quatro horas da tarde, nesta Matriz de São João Baptista do Assú, em minha presença, e das testemunhas abaixo nomeadas, Simão da Fonseca Pitta e Maria Jacinta de Sousa, meus fregueses: o esposo de vinte anos, filho legítimo de José Antonio da Fonseca Pitta, já falecido, e Maria Ludovina da Apresentação, natural e morador da Freguesia de Santa Anna do Mattos, donde apresentou banhos desimpedidos: a esposa de quinze anos, filha natural de Ignácia Joaquina de Jesus, natural e moradora neste Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais sem impedimento, e logo lhes dei as bênçãos matrimoniais, sendo antes confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas, o Alferes José Pegado de Sirqueira, casado, e Antonio Ferreira dos Santos, viúvo, este da Freguesia de Santa Anna do Mattos, e aqueles deste Assú: e para constar fiz este assento em que me assinei. José Joaquim de Santa Anna, Pároco do Assú.
Pelo registro acima, Simão deve ter nascido por volta de 1810 e seu pai, José Antonio da Fonseca Pitta, nasceu no século XVIII. Entre os filhos de Simão e Maria Jacinta, encontramos: Hermano, nascido em 25/3/1833, tendo como padrinhos de batismo, Manoel Antonio Jacinto de Sousa e Delfina Bernarda Cavalcante, solteiros; Manoel nascido em 6/01/1839, tendo como padrinhos de batismo Manoel Antonio Jacinto, solteiro e Maria Ludovina da Apresentação, viúva, representados por Francisco José Soares e sua mulher Izabel Joaquina; Ludovina, nascida em 1/3/1840, tendo como padrinhos de batismo Luiz da Rocha Pitta e sua filha Aldonsa Salvina Ludovina (em alguns registros Ursulina no lugar de Ludovina); e Simão cujo batismo transcrevemos para cá.
Simão, branco, filho de Simão da Fonseca Pitta, e Maria Jacinta da Fonseca, naturais e moradores nesta Freguesia, nasceu aos quinze de fevereiro de mil oitocentos e trinta e sete, e foi batizado com os santos óleos na Matriz, aos vinte de Agosto do dito ano pelo Reverendo Coadjutor desta Freguesia, Ignácio Damazo Correa Lôbo, de minha licença; foram padrinhos o Reverendo João Theotonio de Sousa e Silva e Maria da Silva Veloza, casada, do que para constar mandei fazer este assento, e por verdade assinei. João Theotonio.
Através do batismo do filho Manoel, em 1862, descobrimos que Simão da Fonseca Pitta Junior era casado com Carbiniana Natividade Pitta.
Outro membro da família que encontramos é Aldonsa da Fonseca Pitta. Ela parece ser uma das mais velhas da família Pitta, de Santana do Matos. Era casada com meu tetravô Cosme Teixeira de Carvalho. Pelo assentamento de praça de 1789, Cosme tinha 35 anos e já era casado. Rita Teixeira de Carvalho, filha do Cosme e Aldonsa, casou em 12/2/1827 com o primo José Thomaz Pereira, tendo como testemunhas Antonio da Silva Carvalho, solteiro, e João Tavares da Silva, casado. Nessa data Aldonsa já era falecida. Cosme casou a segunda vez com minha trisavó Maria Ignácia da Conceição. Esse casamento deve ter ocorrido antes de 1811, pois Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, filha desse segundo casal, nasceu por volta dessa data. Um outro filho de Cosme e Aldonsa era João Teixeira de Carvalho.  Ele casou com mais de 40 anos. Vejamos seu casamento.
Aos doze dias do mês de Janeiro de mil oitocentos e cinqüenta e dois nesta Matriz de Santa Anna do Mattos, pelas oito horas da noite, depois de obtida a dispensa do impedimento de consangüinidade, e dispensa dos proclamas, pelo Padre Mestre e Missionário Frei Sebastião de Messina, que se achava presente em Missão, depois de confessados, de minha licença, o Reverendo Coadjutor desta Freguesia Ignácio Damazo Correa Lôbo, uniu em matrimonio e deu as benções nupciais aos meus paroquianos João Teixeira de Carvalho com Cipriana Maria de Jesus, aquele filho legítimo de Cosme Teixeira de Carvalho, e sua mulher Aldonsa Maria, ambos já falecidos, e esta filha legítima de João Chrisóstomo e sua mulher Francisca Xavier, ambos os nubentes naturais e moradores nesta Freguesia. Foram testemunhas João Mendes de Sousa Guarim, casado e Manoel Elias de Alencar. Do que para constar mandei lançar este assento e por verdade assinei. O Vigário João Theotonio de Sousa e Silva.
Essa Cipriana devia ser parenta de João Teixeira, pois, Cosme tinha um irmão de nome João Chrisóstomo. No próximo artigo escreveremos sobre Luiz da Rocha Pitta, cuja descendência foi trabalhada por Manoel Américo em seu livro já citado em outro artigo.

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