sábado, 26 de fevereiro de 2011

Eliziário Antonio Cordeiro

Outro português que vivia na Ilha de Manoel Gonçalves e está na lista dos fundadores de Macau era Elisiário Antonio Cordeiro. Ele era casado com Antonia Silvéria de Oliveira. Desconfio, por uma série de registros, que Antonia tinha algum parentesco, talvez filha, com o Capitão Silvério Martins de Oliveira, primeiro administrador da Mesa de Rendas Estaduais de Macau, criada em 1836. Na eleição de 3 de Dezembro de 1821, para Junta Constitucional do Rio Grande do Norte, o Capitão Silvério foi um dos três representantes de Apodi, no colégio eleitoral de 43 eleitores de paróquia. No registro a seguir poderemos conferir a naturalidade do casal.
"Manoel, branco, filho legitimo de Elisiário Antonio Cordeiro, e Antonia Silveria de Oliveira, naturais, ele da cidade de Lisboa, ela da Serra de Martins, e moradores nesta Freguesia, nasceu aos trinta de Outubro de mil oitocentos e trinta, e foi batizado com os Santos Óleos na Ilha de Manoel Gonçalves, da Freguesia de São João Baptista do Assu, pelo Reverendo Vigário da mesma Joaquim José de Santa Anna, de minha licença, aos cinco de Dezembro do dito ano: foram Padrinhos Francisco José da Costa e Anna Joaquina das Neves: do que para constar mandei fazer este assento que por verdade assinei. O Vigário João Theotonio de Sousa e Silva."
O padrinho é, na verdade, Francisco José da Costa Coentro, outro português que veio da ilha para povoar Macau, segundo Câmara Cascudo. A madrinha era a esposa dele. Outro filho que nasceu na Ilha foi Joaquim. Vejamos seu registro.
"Joaquim, filho legitimo de Elisiário Antonio Cordeiro, e de sua mulher Antonia Silveria de Oliveira, moradores nesta Freguesia, nasceu a dois de Setembro de mil oitocentos, e trinta e dois, e foi batizado solenemente com os Santos Óleos na Capela da Ilha de Manoel Gonçalves, aos vinte quatro do mesmo mês e ano pelo Reverendo Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, de licença; foram Padrinhos Silvério Martins de Oliveira, e sua mulher Joanna Nepomucena: do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. Ignácio Damaso Correa Lobo, Coadjutor Pro Parocho."
O batismo de João,filho de Eliziário foi em Guamaré. Vejamos:
 "Aos vinte de Maio de mil oitocentos e trinta e cinco na Capela de Guamaré, filial a esta Matriz de Santa Anna do Mattos de Assu, de licença do Reverendo Senhor Vigário da mesma João Theotonio de Sousa e Silva, o Reverendo Senhor David Martins Gomes Delgado Freires batizou solenemente e pôs os Santos Óleos a João nascido aos sete deste filho legitimo de Elisiário Antonio Cordeiro e sua mulher Antonia Silveria de Oliveira moradores nesta Freguesia: foram Padrinhos Silvério Martins de Oliveira, e Joanna Nepomucena de Jesus solteira, do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O coadjutor Pro Parocho Ignácio Damaso Correa Lobo."
Silvério foi padrinho, novamente, desse outro filho de Eliziário. Acredito que a Joana, madrinha, era filha do casal Silvério e Joana Nepomucena. Em um batismo, na Ilha, de um filho de Francisco Vieira de Mello, aparecem como padrinhos Eliziário e Joana Nepomucena, revelando, mais uma vez, uma relação entre eles. Outra observação é que, naquela época, os batismos das pessoas que tinham algum vínculo com a Ilha, ocorriam em locais variados como Guamaré, Oficinas, e Macau.
Outro fato interessante foi o falecimento de uma filha de Eliziário em Natal, no período em que ele vivia na Ilha. Na seqüência, o óbito de um filho com 9 anos.
"Aos treze de Maio de 1833, faleceu da vida presente a menor Maria filha de Eliziario Antonio Cordeiro, branca, foi sepultada na Capela da Ribeira. Para constar fis este assento. Bartholomeu da Rocha Fagundes. Vigário Collado."
"Aos 9 de Abril de 1846 foi sepultado na Capela de Nossa Senhora da Conceição, o adultero (adulto) Guilherme filho de Elisiário Antonio Cordeiro, branco, de idade de 9 annos envolto em hábito de São Francisco e encomendado pelo Reverendo Frei Antonio de Jesus Maria. Do que para constar mandei fazer este assento em que me assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Collado de Angicos."
No livro, "Questão de Limites", de Vicente Lemos e Tavares de Lira, encontramos dois itens referentes à Eliziário Antonio Cordeiro. Vejamos, primeiro, o casamento de um filho dele de mesmo nome. Havia um parentesco com a noiva.
"Aos doze de novembro de mil oitocentos e sessenta e nove, na Barra de Mossoró, pelas quatro horas da tarde, tendo precedido dispensa de sanguinidade e canônicas denunciações sem impedimento, exame de doutrina,confissão e comunhão ,de licença minha, em presença do Reverendo João Urbano de Oliveira, e das testemunhas Alexandre Soares do Couto e Alexandre Manoel de Souza, casados e moradores desta freguesia se receberam em matrimonio por palavras de presentes e tiveram as Bênçãos Nupciais os contraentes Elisiario Antonio Cordeiro e Antonia Cordeiro de Carvalho naturais da freguesia de Macáo e nesta moradores, filho legítimos, ele de Elisiário Antonio Cordeiro e Antonia Joaquina Cordeiro, falecida, e ela de Gorgonio Ferreira de Carvalho e Anna Joaquina Cordeiro, do que fez o dito Padre assento e assinou com as testemunhas, o qual reduzi ao presente termo e as assino. Antonio Joaquim Rodrigues, paróco colado de Mossoró."
Alguns registros alteram o nome dos personagens. No caso presente, Antonia Silvéria de Oliveira teve seu nome escrito como Antonia Cordeiro de Carvalho.
velame e mastreação do Lugre Norueguense "Solcha" os mestres calaphates e carpinteiros  Manoel Joaquim do Valle e Elisiário Antonio Cordeiro". Acredito que se trata, pela data, de Eliziário, o filho.

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