terça-feira, 27 de abril de 2021

Notícias de Bento da Fonseca, Domingos Fernandes Aires e Damião da Rocha Pimentel

 Por João Felipe da Trindade

jfhipotenusa@gmail.com


Vamos começar nosso artigo sobre Bento da Fonseca com o batismo de uma neta dele: Maria, nasceu aos 14 de julho de 1764, filha de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, neta paterna de Bento da Fonseca, homem de Portugal, e de Josefa, preta, escrava do dito Bento, e materna de Domingos Fernandes Aires, natural de Pernambuco, e Inez Faleiros, tendo sido batizada, na Matriz da cidade do Natal,  aos 3 de agosto do dito ano, sendo padrinho Francisco Álvares de Melo, filho do ajudante Alexandre de Melo Pinto. Continuamos com três bisnetos: José, filho de Bento da Fonseca e Maria Teresa de Jesus, neto paterno de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materno de Francisco Martins e Valentina Maria, nasceu aos 26 de abril de 1788, e foi batizado, na Matriz, aos 8 de maio do dito ano, sendo padrinhos Salvador de Araújo Sousa e sua mulher Antônia Francisca de Oliveira; Maria, filha de Bento da Fonseca e de Maria Teresa de Jesus, nasceu aos 20 de setembro de 1790, e foi batizada, na Igreja de Santo Antônio, aos 3 de outubro do dito ano, sendo padrinho o ajudante Sebastião Antônio de Melo, solteiro; Jerônima, filha de Pedro Fernandes da Fonseca e Maria da Conceição, neta paterna de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materna de Manoel Gonçalves e Antônia Maria, nasceu aos 30 de setembro de 1790, e foi batizada, aos 24 de outubro do dito ano, sendo padrinhos Manoel da Costa e Ana de Tal, mulher (como estava escrito).

Extrato de um assentamento de praça: Luiz da Fonseca, natural desta Freguesia do Rio Grande, filho de Bento da Fonseca, de idade de 26 anos, casado, pardo, de estatura ordinária, cara comprida, olhos grandes e sobrancelhas abertas, cabelo acastanhado, crespo, sentou praça de soldado pago e raso, por sua vontade, por Manoel Curado Garros, na Companhia do Capitão Luiz Bernardes de Moraes, e por ordem do senhor capitão-mor e governador desta capitania, Francisco Xavier de Miranda Henriques, e por intervenção do Vedor Geral de Gente de Guerra, Inácio de Sousa Rocha Branco, aos 27 de setembro de 1749; Albino da Fonseca, natural desta capitania do Rio Grande, filho de Bento da Fonseca, de idade de 13 anos, cara redonda e trigueira, olhos e cabelos negros e corredios, sentou praça de soldado, desde 1 de julho de 1717.

Em 22 de dezembro de 1779, nesta cidade do Natal,  foram mandados sentar praça Manoel Januário Dias, Bento da Fonseca, Alexandre Borges da Fonseca, e Manoel da Costa Bandeira, na Companhia que foi do capitão Pedro Tavares Romeiro, uma das duas da Guarnição da Fortaleza da Barra desta Cidade, em virtude da nova ordem do Excelentíssimo Senhor General de 7 de dezembro do corrente ano, para se preencherem as duas companhias deste Presídio. Nessa mesma data de 22 de dezembro de 1779, sentou praça voluntário, por portaria dos senhores capitães-mores interinos, José Batista Freire e José Pedro de Vasconcelos, como mandado acima,  Bento da Fonseca, solteiro, filho legítimo de Luiz da Fonseca, natural desta Freguesia, de 16 anos, pouco mais ou menos, de estatura baixa, seco de corpo, rosto algum tanto comprido, de cor morena, sem ponta de barba, boca algum tanto grande, nariz ordinário, com todos os seus dentes, olhos azuis, testa grande, cabelo louro, e corredio.

Na relação dos pagamentos, aparece Bento da Fonseca, como cirurgião das companhias a que ficou reduzido o terço paulista, de 1725 a 1728.

Em 10 de fevereiro de 1744, na Capela de Santo Antônio do Potengi, João de Deus da Fonseca, filho de Bento da Fonseca e Maria Barbosa, tapuia, escrava de Antônio Barbosa de Aguiar, se casou com Maria da Rocha Pimentel, filha de Damião da Rocha Pimentel e Bárbara da Rocha, tapuia, escrava de Margarida da Rocha, sendo testemunhas o capitão Bonifácio da Rocha e o coronel João Pereira de Veras. Em 3 de fevereiro de 1802, faleceu Damião da Rocha, solteiro, filho de Maria da Rocha, viúva, moradores no lugar Santo Antônio, 50 anos, pouco mais ou  menos.

Capitão Damião da Rocha Pimentel, filho do capitão Teodósio da Rocha, de idade de 19 anos, natural desta Capitania do Rio Grande, olhos pardos, cabelo reto, alvarinho de rosto, e dele comprido, de boa estatura, é soldado desta Companhia de 5 de janeiro de 1699; João da Rocha Pimentel, natural da Capitania do Rio Grande, filho de Damião da Rocha Pimentel, de idade de 17 anos, pouco mais ou menos, homem solteiro, alto de corpo, e seco, ainda sem barba, trigueiro, cabelo preto corredio, olhos pardos, sobrancelhas delgadas e abertas, cara comprida, senta praça de soldado raso, por sua vontade, em 27 de agosto de 1735, nesta Companhia do capitão Francisco Ribeiro Garcia, por mandado do Senhor Governador capitão general de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor e Vedor de Gente de Guerra Timóteo de Brito Quinteiro.

Bento da Fonseca e Maria Teresa de Jesus, tinham se casado em 2 de dezembro de 1786,  sendo dispensados no 2º grau de consanguinidade, presentes o Doutor Provedor Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim e o capitão Manoel Pinto de Castro. Esse dispensa se dava porque Gertrudes Pedrosa e Francisco Martins eram irmãos, ambos filhos de Domingos Fernandes Aires e Inez Faleiros; Francisco Martins se casou com Valentina Maria de Jesus, esta exposta em casa de Antônio Álvares Gandarela, aos 8 de fevereiro de 1756, na Matriz da cidade do Natal, sendo testemunhas o capitão Manoel de Oliveira Miranda e o tenente Manoel da Silva Vieira, e nessa data os pais do nubente, Domingos e Inez, eram defuntos.

No registro seguinte o nome da mulher de Pedro Fernandes tem uma alteração, além de não constar o nome dos pais dela: Vicente, filho de Pedro Fernandes e Maria da Apresentação, neta paterna de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materna de avós ignorados, nasceu aos 2 de setembro de 1793, e foi batizado, na Matriz, aos 8 de outubro do dito ano, sendo padrinhos Joaquim Felício e Joana Maria da Câmara, solteiros.

Outro registro que merece destaque é o que se segue, pois tem informações contraditória com outros registros no que diz respeito às naturalidades dos avós: Ana, filha de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, ambos naturais e moradores desta Freguesia, neta paterna de Bento da Fonseca, desta Freguesia, e Josefa da Fonseca, escrava do dito, e do gentio da Guiné, e materna de Domingos Fernandes, das Ilhas, e Inez Faleiros, foi batizada aos 18 de janeiro de 1761, na Matriz, sendo padrinhos o capitão de Infantaria Pedro Tavares Romeiro e sua mulher Dona Ana Marreiros da Silva.

Em outro registro, temos mais uma naturalidade para Domingos Fernandes: Mateus, com dois meses ao que parece, filho de Antônio de Araújo e Bernarda Faleiros, neto paterno de Matias de Araújo e Teresa de Jesus,  e materno de Domingos Fernandes Aires, natural do Rio de Janeiro, e Inez Faleiros, foi batizado aos 13 de março de 1769, sendo padrinhos Antônio Dias e Córdula Rodrigues, filha de Victoriano Rodrigues.

É importante salientar que mesmo os documento primários tem erros, equívocos ou omissões, como se vê na naturalidade de Domingos: Maria, filha de Francisco Martins Faleiros e Valentina Maria, exposta em casa do tenente Antônio Álvares Gandarela,  neta  paterno de Domingos Fernandes Aires, cuja naturalidade se ignora, e Inez Faleiros, foi batizada na Matriz aos 30 de abril de 1764, sendo padrinhos o licenciado Manoel Pinto de Castro e sua mulher Francisca Antônia Teixeira (pais do Padre Miguelinho). No registro a seguir, aparece uma mãe para  Valentina: Leonor, filha de Francisco Martins Aires e Valentina Maria, neto paterno de Domingos Fernandes Aires, natural do Rio de Janeiro, e Inez Faleiros, e materno de avô incógnito e Teresa de Jesus, nasceu aos 17 de maio de 1772, e foi batizada, na Matriz, aos 25 de junho do dito ano, sendo padrinho José Joaquim Soares, filho de Dona Eugênia de Oliveira e Melo.

De um assentamento de praça, temos que: Domingos Fernandes Aires, soldado artilheiro que foi da Fortaleza da Barra desta cidade, morador na cidade e nela casado, natural do Recife de Pernambuco, filho de Manoel dos Santos, de idade que disse ser de cinquenta e oito anos, pouco mais ou menos, alto de corpo, cabelo solto e branco, olhos azuis, sobrancelhas largas, seco, cor branca, senta praça  nesta Companhia do capitão Francisco Ribeiro Garcia, de solda raso, em 3 de maio de 1735, por sua vontade, mandado do senhor governador  e capitão general de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor da Fazenda Real Timóteo de Brito Quinteiro.

Ainda sobre Domingos Fernandes Aires, o casamento de um filho que herdou o nome do avô: Aos 26 de abril de 1747, pelas 10 horas da noite, pouco mais ou menos, por ordem e licença, do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador Manoel Machado Freire, que se achava atualmente de visita nesta cidade, cuja ordem se me apresentou in scriptis, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, da Cidade do Rio Grande do Norte, dispensados no banhos para serem corridos depois de recebidos os contraentes, o Reverendo Coadjutor, o licenciado João Gomes Freire assistiu ao matrimônio que entre si contraíram Manoel dos Santos Fernandes, filho legítimo  de Domingos Fernandes Aires, já defunto, e sua mulher Inez Faleiros, e Maria de Jesus Melo, filha do capitão Matias de Araújo e sua mulher Dona Teresa de Jesus Maria, naturais e moradores desta dita Cidade, e freguesia, sendo presentes por testemunhas o Reverendo licenciado João Pereira de Sá, secretário de visita, e meirinho dela, João Bernardes, e o sacristão desta Matriz João Tavares da Fonseca, pessoas conhecidas, com os quais  juntamente foi  o Reverendo Coadjutor assistente a casa de Antônio Tavares, morador nesta cidade, onde depositou a dita Maria de Jesus Melo, enquanto se corriam os banhos, impondo-lhes as penas que  mandam as Constituições e saindo-se com impedimento de inocente se purgou judicialmente diante do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador que o deu por não provado, julgado por válido, e (...) o dito matrimônio contraído com eles ditos Manoel do Santos Fernandes e Maria de Jesus de Melo por sentença sua a qual me apresentou extraída, e juntamente mandado do dito Senhor, para se lhe darem as bênçãos de noite, cujos documentos todos ficam em meu poder, e logo o dito Reverendo Coadjutor, de noite nesta Matriz, aos dez de maio do sobredito ano lhes deu as bênçãos conforme os ritos matrimoniais da Santa Madre Igreja, e em tudo mais observando a forma do Concílio Tridentino, sendo presentes o sacristão João Tavares da Fonseca e  Francisco Pinheiro, Clérigo Tonsurado, pessoas conhecidas e moradores nesta cidade, do que tudo mandei fazer este assento, em que por verdade assinei. Manoel Correa Gomes. João Tavares da Fonseca e Francisco Pinheiro Teixeira.

José, filho de José dos Santos e Joana Quitéria, neto paterno de Manoel dos Santos e Maria de Jesus, e materno de Félix José e Luiza Inácia, foi batizado na Capela de São Gonçalo aos 1 de novembro de 1891, sendo padrinhos Teodósio da Rocha e Teresa de Jesus.  No casamento, há um equívoco com relação ao nome dos pais de José dos Santos: aos 20 de novembro de 1783, na Matriz desta Cidade do Natal, presentes o capitão Antônio José de Sousa e Oliveira, e o capitão Manoel Pinto de Castro, se casaram Joana Quitéria de Amorim, filha de Félix José e Luiza Inácia, com José dos Santos, filho de José dos Santos, falecido, e Maria de Jesus e Melo.

 

 

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