segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Saúde e Genealogia: diálogos do além

O Tenente Cirurgião Francisco Martins Ferreira acompanha, lá de cima, a carreira médica de seu trineto Thiago. Ele, quando na terra, viveu um período curto de vida. Nasceu em 7 de outubro de 1841, em Macau e faleceu no dia 5 de outubro de 1877, de hidropisia, com menos de 36 anos. Os recursos da Medicina  eram parcos.
 Um dia desses Francisco Martins conversava com outros ascendentes de Thiago sobre a carreira médica, hoje em dia. Dizia: cada época tem as suas vantagens e desvantagens. Não parece existir uma melhor do que a outra e o que se ganha de um lado se perde do outro. Sei que se vivesse hoje, lá na terra, não teria morrido tão cedo, em virtude do avanço da medicina. Minha primeira esposa Francisca Paula morreu de parto, aos vinte e cinco anos, quando  teve seu segundo filho. Do segundo casamento com Antonia Lourença Dias da Rosa, sobreviveu apenas um filho. Vicente Ferreira Xavier da Cruz,  primeiro sogro de Francisco, entrou na conversa: Eu também tive meus percalços na vida. Fiquei viúvo da minha primeira mulher Maria Francisca Duarte e perdi meu filho Vicente Ferreira Xavier de Azevedo que faleceu de febre amarela com apenas 30 anos de idade. Depois, alem da perda de  Francisca Paula citada acima, minha outra filha Maria Ignácia teve 21 filhos, dos quais sobreviveram apenas 6. Ainda bem que não sobrevivi para ver as mortes trágicas de meus netos, José da Penha, assassinado, e José Anselmo, envenenado.
João Felippe da Trindade, cunhado de Francisco Martins e, depois, sogro de Maria Josefina, filha do Tenente, entrou na conversa. Vejam, morri de picada de cobra, aos 75 anos. Vi, durante minha vida, muitas mulheres jovens morrerem de parto. Muitos morriam tísicos, como meu pai João Miguel da Trindade, que faleceu com 75 anos de idade. Meu irmão Manoel Jacinto casou, em 1866, com Josefa Francisca que  faleceu três anos depois, de hemorragia. Em 1870, ele casa com Ana Maria da Conceição, minha cunhada. A  filha deles, Maria, morreu de garrotilho com a idade de 2 anos e três meses. Em 1871, Manoel Jacinto morre tísico, com 38 anos de idade. Em 1877, Ana casa com Manoel Olímpio Cavalcante. Este último, por sua vez fica viúvo e casa com Emygdia Avelino em 1888. Miguel Francisco da Costa Machado, irmão de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e sogro de João Felippe  e de Francisco Martins, diz: eu tive mais sorte que vocês quanto ao tempo de vida na terra, pois morri com a idade de 94 anos. No meu registro de óbito consta que a causa morte foi velhice. Entretanto, passei por outras dificuldades já citadas acima, como a morte de minha filha Anna Maria, dos meus genros Francisco Martins e Manoel Jacinto. Minha esposa Anna Barbosa, faleceu antes de mim, com a idade de 50 anos, de moléstia interior. Outra filha Theresa de Jesus  ficou viúva de seu  primeiro marido Francisco Pedro Xavier da Costa  com quem  casou, em 1855. Em 1864, casou com Juvêncio Tassino, casamento que durou 5 anos, pois,  faleceu antes de completar 40 anos de idade, em 1869. Meu filho Antonio Francisco da Costa Machado casou três vezes, por conta dos falecimentos de suas esposas.
O Tenente Cirurgião Francisco Martins  retoma a palavra, dizendo: Hoje em dia a Medicina avançou muito e as pessoas vivem mais. Entretanto, em sua grande maioria, os médicos estudam mais tempo e adquirem maiores experiências, embora, nem sempre sejam reconhecidos nos seus trabalhos no serviço público. Vejam o percurso que fez meu trineto Thiago. Passou no vestibular, com apenas 16 anos de idade. Ao terminar o curso de Medicina foi aprovado em 4 concursos para Residência Médica, no Brasil, tendo optado por Porto Alegre. Por convocação da Marinha, adiou a sua ida. Após um ano de serviço como 2° Tenente Médico RNR, casou e partiu para Porto Alegre, onde já se encontrava sua esposa, Dúcia, fazendo pós-graduação em Odontologia.
Lourença Dias da Rosa, mãe de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Miguel Francisco da Costa Machado, oriunda aqui de São Gonçalo, contribui com mais informações. Em Porto Alegre, meu pentaneto, Thiago, fez Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Especializou-se em Curso de Formação  Terapia Familiar e de Casais no Instituto de Família em Porto Alegre,  fez Mestrado em Epidemiologia e pagou créditos de Doutorado, na UFRGS.
O Tenente Coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa informou que seu pentaneto foi aprovado como médico da Prefeitura de Gravataí onde trabalhou por mais de 2 anos, tendo, inclusive, exercido interinamente a Secretaria Municipal de Saúde daquele Município. Foi, posteriormente, aprovado e contratado como professor substituto da UFRGS, em Porto Alegre. Fez, ainda,  concurso para prestar serviço como médico do PSF da Prefeitura de Porto Alegre.
Alexandre Avelino da Costa Martins, tetravô,  explicou que Thiago tinha passado pela segunda vez em um concurso da Prefeitura de Natal, tendo assumido em outubro de 2008, o cargo de médico, e, atualmente, serve em um posto de Felipe Camarão. Thiago vem lutando para conseguir uma gratificação de atenção básica sem sucesso. Recebe liquido por seu trabalho, menos de R$ 1100,00 e a única gratificação que recebe é uma produtividade, com todo o currículo que tem.
 Doutor Téodulo Avelino, fundador da cadeira de Cardiologia da UFRN, primo carnal do bisavô de Thiago e da Trisavó da Prefeita de Natal  lembra que a mesma prometeu se dedicar de corpo e alma a questão da saúde, mas não consegue resolver uma questão tão primária para a qualidade da saúde que é a atribuição de uma gratificação inerente ao cargo.
 Maria Josefina Martins Ferreira contou que seu bisneto já tinha ido várias vezes a SMS, tendo inclusive conversado com o Secretário anterior. Seis meses sem solução, Thiago enviou uma correspondência para a Prefeita com cópia para o Secretário de Administração e outra para o Secretário da Saúde e não tinha até o presente resposta de coisa alguma.
Vicente Ferreira da Costa e Mello do O' contou que o pai de Thiago já tinha conversado com o Secretário de Administração, o Adjunto da Saúde e o Adjunto da Casa Civil, todos prometendo empenho, mas nada até agora. Mais ainda, João Felipe foi até o Palácio Felipe Camarão tentar agendar uma audiência com a Prefeita desde 21 de maio de 2009 e até agora não obteve nenhuma promessa de reunião.
Por fim, os ascendentes de Thiago suspenderam a reunião para fazer uma concentração espiritual a favor da saúde de Natal.

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