quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Natal, 409 anos de fundação

Natal, 409 anos de fundação

Pode não parecer, mas esta cidade do Natal vai completar, agora, no final de 2008, seus 409 anos de idade. Qualquer visitante desconfiaria dessa informação. Nada aqui parece indicar que esta cidade é tão antiga. Eu acredito que muito tempo antes de sua fundação já houvesse uma boa movimentação por aqui. Muitas coisas ao longo do tempo contribuíram para dar a nossa cidade um ar de jovialidade.
Embora, Koster tivesse afirmado que nos primeiros anos do século XIX só houvesse por aqui em torno de 700 pessoas, a nossa freguesia já registrava uma boa atividade nas suas redondezas.
Como Secretário de Administração visitei muitas capitais brasileiras para participar do Fórum de Secretarias Municipais das Capitais e ouvi de pessoas de todo o Brasil elogios e mais elogios sobre a nossa cidade.
Aqui mesmo, realizamos, agora em Novembro, o 47º Fórum e, para surpresa nossa, batemos o recorde de participação, mesmo levando em conta que todos os secretários estavam envolvidos com o encerramento dos mandatos dos atuais Prefeitos e as transições em suas cidades. Mas vieram, e vieram por Natal. Boa parte já conhecia a cidade, pois já vieram muitas vezes e prometem vir muitas vezes mais.
Não vejo reclamarem de nada, tudo é elogio ao contrário de algumas figuras que vivem  por estas plagas. Figuras que falam de caos no trânsito por que não sentiram de perto o caos que existe em outras cidades; falam de falta de saneamento por que desconhecem o que ocorre em muitas cidades mais ricas que a nossa; falam da saúde por que não vivem o dia a dia das outras cidades; falam da educação por que só olham para a escola pública e não observam o volume enorme de escolas privadas de má qualidade de ensino desta cidade.
Temos os nossos defeitos é claro. Entre eles está a falta de participação de muitos na qualidade de vida de nossa cidade. Muitos vivem do poder público e só esperam alguma coisa dele. Ao poder público cabe uma parte da responsabilidade pela cidade, mas boa parte desta cidade é da responsabilidade de todos nós.
Olhando os códigos de conduta dos municípios do Rio Grande do Norte, no século XIX, observamos que se eles tivessem sido obedecidos nossas cidades seriam bem melhores. Cidadania não é só busca dos direitos, mas antes de tudo cumprimento de deveres que não carecem de formalizações legais, mas sim de educação.
Nas ruas encontramos a tradução da falta de compromisso de muitos com a nossa cidade. Os educados, com curso superior, inclusive, formados nas mais diversas profissões, não se comportam de acordo com os ensinamentos que tiveram. As calçadas são feitas da forma que querem; Na hora das reformas amontoam entulhos e materiais de construção nas calçadas, nas ruas ou nos canteiros; pagam, muitas  vezes, aos carroceiros para levar os materiais inservíveis de suas casas para os terrenos alheios e às vezes bem próximos de suas casas; de uma casa só saem três ou quatros carros, com uma pessoa só dentro deles, para congestionar o trânsito e os estacionamentos; muitos terrenos permanecem por muitos anos sem uso, não são cercados e não são mantidos limpos.
As ruas vivem constantemente sujas pelas mãos de seus habitantes. Garrafas, sacos plásticos, isopor e papeis se deslocam pelas ruas, entulhando as bocas de lobo. Muitos educados jogam os esgotos  de suas casas para as lagoas e, outros, as águas da chuva para os tubos de esgotos sanitários.
Está na hora de pensar a nossa cidade com o envolvimento de todos os seus habitantes. As campanhas educativas devem estar presentes o tempo todo nos meios de comunicação. Todos devem se envolver, inclusive, os jornais e as emissoras de rádio e de televisão. Os meios de comunicação devem sugerir mais e criticar menos. A Câmara Municipal deve ter um departamento ou Instituto que estude medidas que possam melhorar o funcionamento da nossa cidade. As escolas públicas e privadas precisam rever os seus programas e currículos. Não pode a cada  reclamação  enxertar uma matéria no currículo. Muitas ações podem ocorrer paralelamente. Os conselhos de bairros ou de comunidades, os conselhos tutelares, os conselhos municipais de educação e de cultura, as universidades, as associações de classe e todos os organismos presentes nesta cidade devem começar a pensar em uma forma de ajudar a cidade sem precisar cobrar do poder público.
Vamos cuidar do nosso patrimônio histórico, dos nossos museus, das nossas bibliotecas e das nossas ruas. A nossa cidade, pela idade, podia ser um grande museu. Já no aeroporto, o visitante  saberia quem foi Augusto Severo. Cada rua com nome de personagem da nossa história conteria um pequeno painel sobre aquela figura. Todas as ruas seriam estações de visita. Mermoz, Maryse Bastier, Palumbo, André de Albuquerque, Antonio Basílio, Nascimento Castro, Frei Miguelinho podiam ser revividos com tais painéis.
"Uma" Feliz Natal para todos e um ano de 2009, mais rico de proposta para a nossa cidade.

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