terça-feira, 27 de abril de 2021

Notícias de Bento da Fonseca, Domingos Fernandes Aires e Damião da Rocha Pimentel

 Por João Felipe da Trindade

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Vamos começar nosso artigo sobre Bento da Fonseca com o batismo de uma neta dele: Maria, nasceu aos 14 de julho de 1764, filha de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, neta paterna de Bento da Fonseca, homem de Portugal, e de Josefa, preta, escrava do dito Bento, e materna de Domingos Fernandes Aires, natural de Pernambuco, e Inez Faleiros, tendo sido batizada, na Matriz da cidade do Natal,  aos 3 de agosto do dito ano, sendo padrinho Francisco Álvares de Melo, filho do ajudante Alexandre de Melo Pinto. Continuamos com três bisnetos: José, filho de Bento da Fonseca e Maria Teresa de Jesus, neto paterno de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materno de Francisco Martins e Valentina Maria, nasceu aos 26 de abril de 1788, e foi batizado, na Matriz, aos 8 de maio do dito ano, sendo padrinhos Salvador de Araújo Sousa e sua mulher Antônia Francisca de Oliveira; Maria, filha de Bento da Fonseca e de Maria Teresa de Jesus, nasceu aos 20 de setembro de 1790, e foi batizada, na Igreja de Santo Antônio, aos 3 de outubro do dito ano, sendo padrinho o ajudante Sebastião Antônio de Melo, solteiro; Jerônima, filha de Pedro Fernandes da Fonseca e Maria da Conceição, neta paterna de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materna de Manoel Gonçalves e Antônia Maria, nasceu aos 30 de setembro de 1790, e foi batizada, aos 24 de outubro do dito ano, sendo padrinhos Manoel da Costa e Ana de Tal, mulher (como estava escrito).

Extrato de um assentamento de praça: Luiz da Fonseca, natural desta Freguesia do Rio Grande, filho de Bento da Fonseca, de idade de 26 anos, casado, pardo, de estatura ordinária, cara comprida, olhos grandes e sobrancelhas abertas, cabelo acastanhado, crespo, sentou praça de soldado pago e raso, por sua vontade, por Manoel Curado Garros, na Companhia do Capitão Luiz Bernardes de Moraes, e por ordem do senhor capitão-mor e governador desta capitania, Francisco Xavier de Miranda Henriques, e por intervenção do Vedor Geral de Gente de Guerra, Inácio de Sousa Rocha Branco, aos 27 de setembro de 1749; Albino da Fonseca, natural desta capitania do Rio Grande, filho de Bento da Fonseca, de idade de 13 anos, cara redonda e trigueira, olhos e cabelos negros e corredios, sentou praça de soldado, desde 1 de julho de 1717.

Em 22 de dezembro de 1779, nesta cidade do Natal,  foram mandados sentar praça Manoel Januário Dias, Bento da Fonseca, Alexandre Borges da Fonseca, e Manoel da Costa Bandeira, na Companhia que foi do capitão Pedro Tavares Romeiro, uma das duas da Guarnição da Fortaleza da Barra desta Cidade, em virtude da nova ordem do Excelentíssimo Senhor General de 7 de dezembro do corrente ano, para se preencherem as duas companhias deste Presídio. Nessa mesma data de 22 de dezembro de 1779, sentou praça voluntário, por portaria dos senhores capitães-mores interinos, José Batista Freire e José Pedro de Vasconcelos, como mandado acima,  Bento da Fonseca, solteiro, filho legítimo de Luiz da Fonseca, natural desta Freguesia, de 16 anos, pouco mais ou menos, de estatura baixa, seco de corpo, rosto algum tanto comprido, de cor morena, sem ponta de barba, boca algum tanto grande, nariz ordinário, com todos os seus dentes, olhos azuis, testa grande, cabelo louro, e corredio.

Na relação dos pagamentos, aparece Bento da Fonseca, como cirurgião das companhias a que ficou reduzido o terço paulista, de 1725 a 1728.

Em 10 de fevereiro de 1744, na Capela de Santo Antônio do Potengi, João de Deus da Fonseca, filho de Bento da Fonseca e Maria Barbosa, tapuia, escrava de Antônio Barbosa de Aguiar, se casou com Maria da Rocha Pimentel, filha de Damião da Rocha Pimentel e Bárbara da Rocha, tapuia, escrava de Margarida da Rocha, sendo testemunhas o capitão Bonifácio da Rocha e o coronel João Pereira de Veras. Em 3 de fevereiro de 1802, faleceu Damião da Rocha, solteiro, filho de Maria da Rocha, viúva, moradores no lugar Santo Antônio, 50 anos, pouco mais ou  menos.

Capitão Damião da Rocha Pimentel, filho do capitão Teodósio da Rocha, de idade de 19 anos, natural desta Capitania do Rio Grande, olhos pardos, cabelo reto, alvarinho de rosto, e dele comprido, de boa estatura, é soldado desta Companhia de 5 de janeiro de 1699; João da Rocha Pimentel, natural da Capitania do Rio Grande, filho de Damião da Rocha Pimentel, de idade de 17 anos, pouco mais ou menos, homem solteiro, alto de corpo, e seco, ainda sem barba, trigueiro, cabelo preto corredio, olhos pardos, sobrancelhas delgadas e abertas, cara comprida, senta praça de soldado raso, por sua vontade, em 27 de agosto de 1735, nesta Companhia do capitão Francisco Ribeiro Garcia, por mandado do Senhor Governador capitão general de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor e Vedor de Gente de Guerra Timóteo de Brito Quinteiro.

Bento da Fonseca e Maria Teresa de Jesus, tinham se casado em 2 de dezembro de 1786,  sendo dispensados no 2º grau de consanguinidade, presentes o Doutor Provedor Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim e o capitão Manoel Pinto de Castro. Esse dispensa se dava porque Gertrudes Pedrosa e Francisco Martins eram irmãos, ambos filhos de Domingos Fernandes Aires e Inez Faleiros; Francisco Martins se casou com Valentina Maria de Jesus, esta exposta em casa de Antônio Álvares Gandarela, aos 8 de fevereiro de 1756, na Matriz da cidade do Natal, sendo testemunhas o capitão Manoel de Oliveira Miranda e o tenente Manoel da Silva Vieira, e nessa data os pais do nubente, Domingos e Inez, eram defuntos.

No registro seguinte o nome da mulher de Pedro Fernandes tem uma alteração, além de não constar o nome dos pais dela: Vicente, filho de Pedro Fernandes e Maria da Apresentação, neta paterna de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, e materna de avós ignorados, nasceu aos 2 de setembro de 1793, e foi batizado, na Matriz, aos 8 de outubro do dito ano, sendo padrinhos Joaquim Felício e Joana Maria da Câmara, solteiros.

Outro registro que merece destaque é o que se segue, pois tem informações contraditória com outros registros no que diz respeito às naturalidades dos avós: Ana, filha de Luiz da Fonseca e Gertrudes Pedrosa, ambos naturais e moradores desta Freguesia, neta paterna de Bento da Fonseca, desta Freguesia, e Josefa da Fonseca, escrava do dito, e do gentio da Guiné, e materna de Domingos Fernandes, das Ilhas, e Inez Faleiros, foi batizada aos 18 de janeiro de 1761, na Matriz, sendo padrinhos o capitão de Infantaria Pedro Tavares Romeiro e sua mulher Dona Ana Marreiros da Silva.

Em outro registro, temos mais uma naturalidade para Domingos Fernandes: Mateus, com dois meses ao que parece, filho de Antônio de Araújo e Bernarda Faleiros, neto paterno de Matias de Araújo e Teresa de Jesus,  e materno de Domingos Fernandes Aires, natural do Rio de Janeiro, e Inez Faleiros, foi batizado aos 13 de março de 1769, sendo padrinhos Antônio Dias e Córdula Rodrigues, filha de Victoriano Rodrigues.

É importante salientar que mesmo os documento primários tem erros, equívocos ou omissões, como se vê na naturalidade de Domingos: Maria, filha de Francisco Martins Faleiros e Valentina Maria, exposta em casa do tenente Antônio Álvares Gandarela,  neta  paterno de Domingos Fernandes Aires, cuja naturalidade se ignora, e Inez Faleiros, foi batizada na Matriz aos 30 de abril de 1764, sendo padrinhos o licenciado Manoel Pinto de Castro e sua mulher Francisca Antônia Teixeira (pais do Padre Miguelinho). No registro a seguir, aparece uma mãe para  Valentina: Leonor, filha de Francisco Martins Aires e Valentina Maria, neto paterno de Domingos Fernandes Aires, natural do Rio de Janeiro, e Inez Faleiros, e materno de avô incógnito e Teresa de Jesus, nasceu aos 17 de maio de 1772, e foi batizada, na Matriz, aos 25 de junho do dito ano, sendo padrinho José Joaquim Soares, filho de Dona Eugênia de Oliveira e Melo.

De um assentamento de praça, temos que: Domingos Fernandes Aires, soldado artilheiro que foi da Fortaleza da Barra desta cidade, morador na cidade e nela casado, natural do Recife de Pernambuco, filho de Manoel dos Santos, de idade que disse ser de cinquenta e oito anos, pouco mais ou menos, alto de corpo, cabelo solto e branco, olhos azuis, sobrancelhas largas, seco, cor branca, senta praça  nesta Companhia do capitão Francisco Ribeiro Garcia, de solda raso, em 3 de maio de 1735, por sua vontade, mandado do senhor governador  e capitão general de Pernambuco Duarte Sodré Pereira, e intervenção do Doutor Provedor da Fazenda Real Timóteo de Brito Quinteiro.

Ainda sobre Domingos Fernandes Aires, o casamento de um filho que herdou o nome do avô: Aos 26 de abril de 1747, pelas 10 horas da noite, pouco mais ou menos, por ordem e licença, do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador Manoel Machado Freire, que se achava atualmente de visita nesta cidade, cuja ordem se me apresentou in scriptis, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, da Cidade do Rio Grande do Norte, dispensados no banhos para serem corridos depois de recebidos os contraentes, o Reverendo Coadjutor, o licenciado João Gomes Freire assistiu ao matrimônio que entre si contraíram Manoel dos Santos Fernandes, filho legítimo  de Domingos Fernandes Aires, já defunto, e sua mulher Inez Faleiros, e Maria de Jesus Melo, filha do capitão Matias de Araújo e sua mulher Dona Teresa de Jesus Maria, naturais e moradores desta dita Cidade, e freguesia, sendo presentes por testemunhas o Reverendo licenciado João Pereira de Sá, secretário de visita, e meirinho dela, João Bernardes, e o sacristão desta Matriz João Tavares da Fonseca, pessoas conhecidas, com os quais  juntamente foi  o Reverendo Coadjutor assistente a casa de Antônio Tavares, morador nesta cidade, onde depositou a dita Maria de Jesus Melo, enquanto se corriam os banhos, impondo-lhes as penas que  mandam as Constituições e saindo-se com impedimento de inocente se purgou judicialmente diante do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador que o deu por não provado, julgado por válido, e (...) o dito matrimônio contraído com eles ditos Manoel do Santos Fernandes e Maria de Jesus de Melo por sentença sua a qual me apresentou extraída, e juntamente mandado do dito Senhor, para se lhe darem as bênçãos de noite, cujos documentos todos ficam em meu poder, e logo o dito Reverendo Coadjutor, de noite nesta Matriz, aos dez de maio do sobredito ano lhes deu as bênçãos conforme os ritos matrimoniais da Santa Madre Igreja, e em tudo mais observando a forma do Concílio Tridentino, sendo presentes o sacristão João Tavares da Fonseca e  Francisco Pinheiro, Clérigo Tonsurado, pessoas conhecidas e moradores nesta cidade, do que tudo mandei fazer este assento, em que por verdade assinei. Manoel Correa Gomes. João Tavares da Fonseca e Francisco Pinheiro Teixeira.

José, filho de José dos Santos e Joana Quitéria, neto paterno de Manoel dos Santos e Maria de Jesus, e materno de Félix José e Luiza Inácia, foi batizado na Capela de São Gonçalo aos 1 de novembro de 1891, sendo padrinhos Teodósio da Rocha e Teresa de Jesus.  No casamento, há um equívoco com relação ao nome dos pais de José dos Santos: aos 20 de novembro de 1783, na Matriz desta Cidade do Natal, presentes o capitão Antônio José de Sousa e Oliveira, e o capitão Manoel Pinto de Castro, se casaram Joana Quitéria de Amorim, filha de Félix José e Luiza Inácia, com José dos Santos, filho de José dos Santos, falecido, e Maria de Jesus e Melo.

 

 

domingo, 11 de abril de 2021

Cascudo e o Revolucionário Misterioso de 1817.

 Por João Felipe da Trindade

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    Em um artigo, datado de 10 de junho de 1959,  publicado no "Livro das Velhas Figuras",  com o título "Um Misterioso Revolucionário de 1817" Câmara Cascudo escreveu: Na lista de pessoas do Estado que foram soltos no dia 26 de outubro de 1818 em virtude da lista que o Juiz de Alçada fez entrega ao Ilmo. Exmo. Sr. Conde Governador, para assim se executar, o terceiro é um Pe. Francisco Xavier Garcia, do Rio Grande do Norte. 

    Segundo Cascudo, o único Francisco Xavier Garcia que vivia então no Rio Grande do Norte não era sacerdote secular ou regular. Era um português, casado, pai de muitos filhos, morigerado, quieto no seu lugar e Professor Régio de Gramática Latina. Disse mais o mestre Cascudo, que ele, Francisco Xavier Garcia, não se meteu, de forma nenhuma, na revolução de 1817, embora fosse cunhado do Padre Miguelinho.

    Cascudo argumenta que o Professor Régio tinha um filho Padre, mas era Antônio Xavier Garcia de Almeida, e naquela data de 1817, tinha apenas 20 anos, e não podia ser sacerdote ainda.    

    Reabro aqui a discussão para uma nova pesquisa, por conta de uma possibilidade, que tem como partida a existência de um filho do Professor Régio com o mesmo nome dele: Francisco, filho legítimo de Francisco Xavier Garcia, natural de Lisboa e de Bonifácia Nolasco de Almeida, natural desta Freguesia, neto paterno de Francisco Xavier Garcia, natural da Cidade de Lisboa, e de Antônia Joaquina, natural de Lisboa, e pela materna do capitão Manoel Pinto de Castro, natural do Bispado de Penafiel, e de Francisca Antônia Teixeira, natural desta Freguesia, nasceu aos 29 de março de 1789, e foi batizado, com os santos óleos pelo Padre Bonifácio da Rocha Vieira; foram padrinhos  os avós, e não se continha mais em dito assento, do que mandei fazer este em que por verdade me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, Vigário do Rio Grande.

    Esse Francisco, do batizado, se vivo estivesse, em 1817, teria 28 anos, e pode ter seguido o caminho dos 4 tios padres. Alguns parentes de Miguelinho viveram em Pernambuco e no Ceará, havendo possibilidade desse sobrinho do Padre Miguelinho nunca ter voltado para cá, tendo permanecido incógnito para nós do Rio Grande do Norte. Clara, irmã do Padre Miguelinho, após a Revolução de 1817, foi para o Ceará, tendo se casado com um sobrinho, e por lá falecido, com testamento. Outro irmão do Padre Miguelinho já vivia no Ceará, em 1802.

terça-feira, 6 de abril de 2021

José Ildefonso Emerenciano e João Martins Ferreira, compadres, 1825

 João Felipe da Trindade

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    Alguns encontros no passado atiçam nossa curiosidade como o fato de José Ildefonso Emerenciano e Inácia Genoveva terem se tornado compadres de meu tetravós João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa, como se observa do batismo que segue: Aos 3 de outubro de 1825, nesta Matriz (Nossa Senhora da Apresentação) batizei e pus os santos óleos a Ana, parda, nascida nesta Freguesia, filha legítima de José Ildefonso Emerenciano e Inácia Genoveva Gomes, naturais e moradores desta Freguesia. Foram padrinhos João Martins Ferreira e sua mulher Josefa Clara Lessa, moradores na Freguesia do Assú, por procuração que apresentaram Bernardo de Tal e sua mulher Margarida Gomes. Celebrante Feliciano José Dornelles.

    

    Naquela data de 1825, meus tetravós ainda eram moradores na Ilha de Manoel Gonçalves. A povoação de Macau já tinha se iniciado, e lá meu tetravô tinha um Armazém. João Martins Ferreira era o administrador das terras do tenente-coronel Bento José da Costa, português, morador em Recife. Essa Ilha de Manoel Gonçalves estava em processo de extinção, pois o mar avançava sobre ela. O último registro que encontrei na ilha foi um batismo em 1843.


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Venceslau de Oliveira Belo e José Paulino de Almeida

 Por João Felipe da Trindade

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    Aos 18 de julho de 1827, nas casas de morada do Senhor Governador das Armas, batizei e pus os santos óleos a Florinda, branca, nascida nesta Freguesia, aos 26 de junho de 1827, filha legítima do Excelentíssimo Senhor Coronel e Governador das Armas da Província Venceslao de Oliveira Belo e sua mulher a Excelentíssima Senhora Dona Ana Flora de Oliveira Belo, neta paterna do Coronel Luiz Alves Frates (parece) Belo e Dona Quitéria Joaquina de Oliveira, e pela materna do sargento-mor André Alves Pereira Viana e Dona Florinda Flora de Oliveira Salgado; foram padrinhos o Excelentíssimo Coronel e Governador das Armas da Província de Alagoas Joaquim Mariano de Oliveira Belo por procuração que apresentou o Excelentíssimo Senhor Presidente desta Província José Paulino de Almeida e a mulher deste a Excelentíssima Senhora Dona Maria Alves de Almeida e Albuquerque. E para constar fiz este termo que assinei, Feliciano José Dornelles, Vigário Colado.

    Aos 29 de julho de 1827, em casa de residência do Excelentíssimo Senhor Presidente desta Província, o Padre Manoel Pinto de Castro, de minha licença, batizou e pôs os santos óleos a Manoel, branco, nascido nesta Freguesia, aos 15 de junho do dito ano, filho legítimo do Excelentíssimo Senhor Presidente José Paulino de Almeida e Albuquerque, natural da Freguesia do Santíssimo Sacramento, da Vila do Recife, e Excelentíssima Senhora Dona Maria Álvares de Almeida e Albuquerque, natural da cidade do Rio de Janeiro, neta por parte paterna do Ilustríssimo Manoel Caetano de Albuquerque e Dona Ana Francisca Eufêmia de Paiva (parece), e materna do Ilustríssimo João Álvares Ribeiro, natural da cidade do Porto, e Dona Ana de Jesus Maria de Mendonça, natural da Cidade do Rio de Janeiro, e os paternos de Santo Antônio da Vila do Recife, foram padrinhos o Excelentíssimos Senhores Marqueses do Recife Francisco Paes Barreto e Albuquerque, por procuração que apresentou o  Excelentíssimo Governador das Armas desta Província, o Coronel Venceslao de Oliveira Belo e Dona Teresa Lins Barreto, por seu procurador o Ouvidor da Comarca Cipriano José Veloso, do que para constar fiz este termo que assinei. Feliciano José Dornelles, Vigário Colado.

    Aos 21 de abril de 1828, em casa de morada do Excelentíssimo Presidente José Paulino de Almeida, o Reverendo Vigário de Extremoz, Félix Francisco Correia, de minha licença, batizou e pôs os santos óleos, a Ana, branca, natural desta Freguesia, filha legítima do Excelentíssimo Presidente desta Província José Paulino de Almeida, natural da Vila de Santo Antônio do Recife, e Dona Maria Alves de Almeida, natural do Rio de Janeiro, foram padrinhos Venceslao de Oliveira Belo, Governador das Armas que foi desta Província, e sua mulher Ana Flora de Oliveira Belo por procuração que apresentou o senhor Afonço, e Dona Emília, filhos do Excelentíssimo Presidente. e para constar fiz este termo que assinei. Feliciano José Dornelles, Vigário Colado.

sábado, 20 de março de 2021

Rebouças e Câmara na Freguesia de São José dos Angicos

     Em 16  de maio1836, na Capela de São José dos Angicos, Joaquim José da Câmara Junior, aqui da cidade do Natal, se casou com Ana Joaquina da Costa, filha do meu tio-trisavô, Antônio Francisco da Costa e sua mulher Verônica, presentes Luiz Teixeira de Sousa e Gonçalo José Barbosa, tio paterno da nubente. Ele, Joaquim José tinha ficado viúvo de Maria Inácia, com quem tinha se casado em 1826, em São Gonçalo,  ele, filho de Joaquim José da Câmara e Maria Antônia de Oliveira, neto paterno de Antônio da Câmara e Silva e Ana Maria de Torres, e ela, filha do capitão José Rebouça de Oliveira e Antônia Joaquina, neta paterna de Salvador Rebouça de Oliveira e Rosa de Oliveira, e materno de Antônio de Barros Passos e Bernarda de Assunção.

    Entre os filhos de Joaquim José da Câmara Junior e Ana Joaquina Xavier da Costa ( da Costa Xavier) nomeamos: Maria, nascida em 1845 e batizada em 1847, tendo como padrinhos José Rebouças de Oliveira e Joana Xavier da Costa, sua mulher; José, nascido e batizado em 1844, tendo como padrinhos José Alves da Costa Machado e Josefa Francisca Xavier da Costa; João, nascido e batizado em 1843, tendo como padrinhos Alexandre Xavier da Costa e sua mulher Vicência Francisca da Silva; outro José, nascido e batizado em 1840, tendo como padrinhos José Vitaliano Teixeira de Sousa e Joana Xavier, por procuração de Ana Maria Soares; Manoel, nascido e batizado em 1839, tendo como padrinhos Antônio Bernardo Álvares e Ana Joaquina da Conceição.

    O pai de Joaquim José da Câmara Junior tinha um irmão de nome José Joaquim da Câmara, conforme se observa nos dados extraídos do seu casamento: em 3 de outubro de 1789, na Matriz da Cidade do Natal, José Joaquim da Câmara, filho do capitão Antônio da Câmara e Ana Maria de Torres, se casou, com Quitéria Teresa de Jesus, filha de Francisco Xavier Barbosa e Rita Maria da Conceição, presentes Francisco Machado de Oliveira Barros e Joaquim de Moraes Navarro. Os pais de Quitéria Teresa de Jesus, tinham se casado em 1776, ele filho de José Barbosa Gouveia e Quitéria Teresa de Jesus, e ela exposta em casa de Agostinho Gonçalves de Oliveira. Um irmão de Quitéria, de nome Vicente Ferreira Nobre, filho de Francisco Xavier Barbosa, tinha sentado praça, com 12 para 13 anos de idade, em 27 de março de 1789. Era de cor alva, cabelo corredio e pardo, olhos azuis. Outro irmão de Quitéria e Vicente era João, nascido e batizado, em 1781, tendo como padrinhos o capitão José Luiz e a viúva Ana Rita, filha do capitão-mor interino José Barbosa Gouveia.

    Joaquim, filho de José Joaquim da Câmara e Quitéria Teresa de Jesus, neto paterno do capitão Antônio da Câmara e Silva e Ana Maria de Torres, de Aracati, e materno do sargento Francisco Xavier e Rita Maria, nasceu aos 8 de outubro de 1792, sendo batizado na Matriz, não cita a data, tendo como padrinhos o avô paterno e a avó materna.   

     Um dos irmãos de Joaquim José da Câmara e de José Joaquim da Câmara era Francisco Pereira do Amaral, e no ano de 1800, batizava Antônio, filho dele com Maria Gomes da Conceição, sendo padrinhos o tenente José Lucas. A mulher de Francisco Pereira Cabral era filha de José Pedro de Melo e Francisca Félix da Conceição.  O tenente Francisco Pereira do Amaral, viúvo de Maria Gomes da Conceição, se casou em 18 de junho de 1801, na Capela de São Gonçalo, com Rosa Maria Josefa, filha do capitão Francisco Delgado, falecido, e Ana Maria Soares, presentes José de Moraes Navarro e João Soares Barbosa, casados.

    Esse Francisco Pereira Cabral, tinha um tio paterno, e avô paterno do mesmo nome. Francisco Pereira Cabral, filho do capitão Manoel Raposo da Câmara, sentou praça, em 26 de julho de 1727, na idade de 16 anos. Deve ter nascido por volta de 1711. 

   

   

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Antônio de Farias da Costa, da Ilha de São Miguel, e Ana Arruda

 Por João Felipe da Trindade

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As construções genealógicas são feitas com muita paciência, e leve um  tempo para você ter alguns ramos de sua árvore. A cada dia, novas informações vão surgindo, principalmente por conta das inovações tecnológicas e mais gente pesquisando. Os grupos e os amigos vão nos dando suporte quando descobrem algo de nossos ramos. Mais uma vez recebo ajuda de Fábio Arruda para mais um passo, desta vez na família Farias da Costa, com presença em Santa Cruz do Trairi. 

Segue o casamento de Antônio de Farias da Costa com Ana Arruda, na Freguesia de Mamanguape,

Ana era filha Silvestre Arruda e neto de Francisco de Arruda Câmara. 

De Antônio e Ana, o filho João de Farias da Costa, ascendente de Teresa Duquesa de Farias.





quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O Comissário Geral Baltazar da Rocha Bezerra como fiador de Manoel da Silva Lima, 1730

 Por João Felipe da Trindade

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Aos 18 de fevereiro de 1730, sendo Provedor da Fazenda Real, o capitão Domingos da Silveira, e Almoxarife da dita Fazenda Real, o capitão José Pinheiro Teixeira, o Comissário Geral Baltazar da Rocha Bezerra se apresentou como Fiador de Manoel da Silva Lima, que estava enviando 25 cavalos para as Minas de Ouro da Bahia, sendo testemunhas o capitão Manoel de Melo e Albuquerque e o sargento-mor Sebastião Cardoso Batalha, tudo segundo o escrivão da  Fazenda Real, Caetano de Melo e Albuquerque.



terça-feira, 18 de agosto de 2020

Notas - de Antônio Pereira Simões até Januário Cicco

 Por João Felipe da Trindade

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Aqui algumas contribuições para História do Dr. Januário Cicco

Do Almanaque de Pernambuco a notícia: Em viagem do Rio Grande do Norte para o Recife, no trem Great Western, faleceu, perto da estação de São José de Mipibu, o Dr. Antônio Pereira Simões que vinha acompanhado de seu irmão médico, Dr. Simões Barbosa, que ali o fora buscar. O morto, que contava 55 anos e era viúvo, ocupava o lugar de Engenheiro Chefe de Melhoramento do Porto de Natal. O falecimento foi em 31 de janeiro de 1908. Eram filhos dele e de Dona Rosa Amélia: Sóror Joaquina Coelho Simões, Sóror Ester Coelho Simões, Adalgisa Coelho Simões e Isabel Coelho Simões.

No Jornal do Recife, do ano de 1877, consta as denunciações para o casamento de Antônio Pereira Simões e Rosa Amélia Santos Coelho. Não constava nenhuma informação mais significativa, mas é uma pista para localização do casamento.

Pelo registro civil, consta que em 28 de outubro de 1937, faleceu, no Hospital Miguel Couto, Dona Isabel Simões Cicco, branca, filha de Antônio Simões, natural de Pernambuco, residente nesta cidade, sendo a causa morte, segundo atestado de Ernesto Fonseca, Amebíase Intestinal e Miocardite aguda, e que estava doente há vinte dias. O declarante não sabia escrever e a escrevente não colocou o nome do marido da falecida, que era Dr. Januário Cicco.

Dr. Januário Cicco, branco, viúvo, faleceu, na idade de 71 anos, ao  1 de novembro de 1952, de Infarto do miocárdio, Esclerose das coronárias, segundo Dr. Ernesto Fonseca, sendo natural de São José de Mipibu, filho de Vicente Cicco e de Ana Albuquerque Cicco. Do registro civil disponibilizado no Site dos mórmons. Há informações que Ana era dos Ferreiras de Arês. Não encontrei o batismo do Dr. Januário.

O Diário de Pernambuco noticiou que no dia 10 de fevereiro de 1911 se casaram Dr. Januário Cicco e Dona Isabel Simões, filha do falecido Antônio Pereira Simões, lá em Recife, na casa da tia da noiva, viúva Ermírio Coutinho (Joaquina Victória Simões Coutinho). Com essa informação fica mais fácil localizar o casamento religioso e civil do casal.

A única filha do casal, Ivete, nasceu aos 13 de novembro de 1911, e foi batizada, na Capela Episcopal,  aos 24 de maio do 1912, sendo padrinhos o Reverendo Celso Cicco e Joaquina Vitória Simões Coutinho (tia-avó da batizada), representada por Dona Maria do Carmo Cicco. Registro da Igreja. Ivete faleceu em fevereiro de 1937, e era noiva de Dr. Álvaro Vieira.

Segundo o jornal Ordem, Dona Isabel Simões Cicco, esposa do diretor do Hospital Miguel Couto, nasceu em 25 de maio de 1866, filha do Engenheiro Antônio Pereira Simões, ex-chefe do Melhoramento do Porto desta Cidade. Era irmã das religiosas Doroteias madres Joaquina Simões e Ester Simões, e de Ângela Simões Babini, esposa do Professo Tomas Babini.

Essa informação da idade de Dona Isabel está equivocada, pois os pais se casaram por volta de 1877.

O Jornal Província de Pernambuco noticiou que em 1 de abril de 1921 faleceu Dona Joana Maria Simões Barbosa, viúva do comendador Manoel Alves Barbosa. Segundo essa notícia, ela era avó de Dona Isabel Simões Cicco, esposa de Dr. Januário Cicco.