quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ferreiro Torto, Santo Antonio do Potengi e Uruaçu

Ferreiro Torto, Santo Antonio do Potengi e Uruaçu.

De volta de Utinga, resolvemos fazer uma visita ao Solar do Ferreiro Torto. O Engenho, de mesmo nome, também sofreu nas mãos dos Holandeses. Na chegada, e a primeira vista, parecia uma coisa mais bem cuidada. Logo na entrada, nos avisaram que estava havendo uma reforma por conta de um casamento que ia ser realizado ali. Estranhamos, mas, resolvemos entrar. Lá dentro, o passado real estava sendo afastado para dar lugar a vaidade de um presente irreal. O busto de Augusto Severo, a um canto, parecia transmitir certa estupefação.
Havia uma zoada de reforma. Alguém furava o teto para colocar vários candelabros para o casamento. Indignados, continuamos nossa visita. Uma moça atenciosa se ofereceu para mostrar a parte de cima do Solar.
Já em cima, ela nos mostrou o cafuá e o quarto de mama. Depois foi dando os nomes dos vários personagens que não conseguíamos reconhecer. Faltava identificação e um pouco de historia em cada uma daquelas imagens. Nenhum folder, nenhum livro e nenhuma revista sobre aqueles personagens.
Já em Natal, fui identificar em um mapa os locais por onde passei. Foi aí que vi que existia uma localidade em São Gonçalo de nome Santo Antonio do Potengi. Anteriormente, toda vez que via um registro da Igreja, sobre a Capela de mesmo nome, pensava que era nossa Igreja do Galo. Pura ignorância, ledo engano. Como pretendia visitar Uruaçu, resolvi também passar por Santo Antonio e ver se localizava aquela Capela.
Dia 10 de fevereiro saí para fazer minhas visitas. Em São Gonçalo me informaram onde era a Capela, ai fui até lá. Era perto e, chegando, fui logo tirando umas fotografias. No frontispício da Igreja a data de 1885, uma data muita mais recente que a idade real, basta ver que em 1796, Padre Bonifácio da Rocha Vieira batizou Francisco da Rocha Bezerra Junior, neto de Marianna da Rocha Bezerra e bisneto do Coronel da Ribeira do Açu, Antonio da Rocha Bezerra.
Enquanto tirava fotos dessa Igreja, cujas paredes têm mais de meio metro de largura, se aproxima uma jovem de nome Etienne, que faz parte daquela Igreja e nos presta algumas informações. Segundo ela, o pároco dali é o Padre Felipe. Depois, nos mostrou em que direção fica Uruaçu.
Quando entrei na Internet para saber de mais dados sobre Santo Antonio do Potengi, encontrei a informação que existia ali o Engenho Potengi, de propriedade de Estevão Machado de Miranda, genro de Antonio Vilella Cid, dois mártires de Uruaçu.
Parti em direção a Uruaçu, passando antes pela igreja de São Gonçalo. Em 1688, batizou-se na Capela de São Gonçalo, Leocádia, filha de Manoel de Abreu Frielas e sua mulher Isabel Dornelas, esta última descendente de João Lostau de Navarro, sacrificado pelos holandeses..
Em todo esse percurso é visível o verde que toma conta das margens do Potengi. É por isso que muitos tinham suas moradas e engenhos em Santo Antonio do Potengi, Ferreiro Torto, Utinga e Igreja Nova. Pelos relatos da época da invasão holandesa, o meio de transporte entre essas localidades era através do rio Potengi.
Cheguei, finalmente, em Uruaçu e fui até o Santuário dos Mártires. A principio, nenhuma alma viva por ali. Comecei a tirar minhas fotos do local. Logo apareceu seu Sebastião que foi me orientando sobre as pinturas com as imagens dos martírios. Ali, também, senti a falta de material para subsidiar os visitantes que devem vir de todos os lugares. Nenhum folder e nenhum livro.
Seu Sebastião estava preocupado com a nova administração municipal. Não sabia o que seria do futuro dele. Expliquei para ele porque estava fazendo essa peregrinação por Santo Antonio do Potengi, Uruaçu, Ferreiro Torto e Utinga. Quando falei sobre a possibilidade de ser um descendente de Estevão Machado, apontou na direção de um morro onde se via algo parecido com uma pirâmide. Disse-me que era onde residiu a viúva Machado, tão conhecida da minha infância. Sai dali já me perguntando se a dita viúva não seria membro da família de Estevão. Vou verificar e qualquer dia desses passo por aquele local apontado por seu Sebastião.
Saí de Uruaçu e, estando a meio caminho entre São Gonçalo e Macaíba, fui em  direção desta última. De Macaíba segui na direção de Utinga, pensando dar uma esticada até Igreja Nova. Lá em Utinga rodei um pouco mais para verificar a proximidade com o Rio. Muitos caminhões trafegavam naquela estrada carregando areia do leito do Rio, e no seu trajeto iam vazando água, que escorria da areia, até Macaíba.
Em Utinga, aproveitei e entrei no estábulo onde Ojuara achou a botija. Estranho que um filme financiado pelo poder público não fizesse nenhuma menção a uma das localidades mais ricas da nossa história.
Meus amigos Gotardo Emerenciano e Bartola (Bartolomeu Correia de Melo) quando leram o artigo anterior sobre Utinga, informaram que seus avós falavam nessa localidade e no Engenho de Utinga. Eles tinham ascendentes por lá.
Antes de sair de Utinga, entrei em uma Escola Municipal, pensando em obter mais informações, principalmente, do Engenho de Utinga. A escola estava sem funcionar a certo tempo, disse uma senhora que morava lá e que já foi professora da dita escola. Nenhuma informação substancial. Perguntei pela distancia até Igreja Nova, e por ser pouco distante me mandei para lá.
Não encontrei nada de relevante em Igreja Nova. Fui lá porque li que Joris Garstman, que comandou o forte dos Reis Magos no tempo dos holandeses, morava por lá nessa localidade que se chamava Magalhães.

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