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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Barão de Serra Branca e seus irmãos

O Barão de Serra Branca e seus irmãos

Quando escrevemos, anteriormente, um artigo sobre os Alves Fernandes, transcrevemos o registro do casamento de Antonio da Silva de Carvalho com Maria da Silva Velosa. Eles eram os pais do Barão de Serra Branca. Na época não tínhamos localizado o batismo de Felippe Nery de Carvalho e Silva.
Os registros da Igreja não seguem, necessariamente, uma ordem cronológica. O livro principal, sempre localizado na matriz, além  de receber os registros dos atos realizados na própria, recebia também, os das filiais, capelas, sítios fazendas e oratórios particulares. Esses chegavam até a matriz sempre com atraso, as vezes, de muitos meses. Com isso, encontramos uma certa desordem na ordem cronológica dos assentamentos.
Pela sua importância, sabíamos a data de nascimento do Barão, e pesquisamos seu registro em torno dessa data que foi dois de maio de 1829. Seu pai tinha  casado em 26 de Fevereiro de 1827, na Fazenda Conceição, da freguesia de Santa Anna do Mattos.
Estávamos revendo,  pausadamente,  os registros de batismo de Santana do Matos, quando encontramos, estranhamente,  em uma única página, os batismos de cinco filhos de Antonio da Silva de Carvalho  e Maria da Silva Velosa, realizados no período de 1828 até 1834. Para facilitar a vida dos pesquisadores, transcrevemos aqui todos esses registros:
A primeira é Anna Joaquina da Silveira que  casou com João Antonio de Sousa, neto de João Martins Ferreira, um dos fundadores de Macau. Nesse casamento estavam presentes Felippe Nery ainda solteiro e o português Balthasar de Moura e Silva, do Clã de João Martins Ferreira. No batismo de Anna os padrinhos eram avós de Anna.
"Aos quinze de Fevereiro de mil oitocentos, e vinte e oito nesta Matriz da Senhora Santa Anna do Mattos, o Reverendo Senhor Vigário da mesma João Theotonio de Souza e Silva, batizou solenemente, e pôs os Santos Óleos a Anna, branca, nascida a vinte oito do mês passado, filha legitima de Antonio da Silva Carvalho e de sua mulher Maria da Silva Veloza brancos moradores nesta Freguesia; foram Padrinhos Joaquim da Silveira Borges, e sua mulher Anna Joaquina da Trindade; do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei Ignácio Damazo Corrêa Lobo. Coadjutor Pro Parocho.
Vejamos agora o batizado de Felippe Nery da Silva Carvalho, Barão de Serra Branca. O nome completo de Felippe aparece com as mais diversas grafias, dependendo do documento.
"Aos dezessete de Maio de mil oitocentos, e vinte nove nesta Matriz da Senhora Santa Anna do Mattos, o Reverendo Vigário Senhor Vigário desta Freguesia João Theotonio de Souza e Silva batizou solenemente, e pôs os Santos Óleos a Felippe, branco, nascido a dois deste mês filho legitimo de Antonio da Silva de Carvalho, e de sua mulher Maria da Silva Veloza, brancos moradores nesta Freguesia: foi Padrinho o Tenente Estevão Joze Dantas; do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Paróco Damazo Corrêa Lobo."
O terceiro filho do casal Antonio e Maria foi Adolfo. Os padrinhos eram tios do batizado.
"Aos trinta de junho de miloito centos, e trinta nesta Matriz da Senhora Santa Anna do Mattos, o Reverendo Senhor Vigário da mesma João Theotonio de Souza, e Silva batizou solenemente, e pôsos Santos Óleos a Adolfo branco, nascido a quatro deste mês, filho legitimo de Antonio da Silva de Carvalho, e de sua mulher Maria da Silva Veloza, brancos moradores nesta Freguesia; foram Padrinhos João da Silveira Borges, e Izabel Veloza; do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Paróco Ignácio Damazo Corrêa Lobo."
Genuíno foi o quarto registro encontrado. Não tenho maiores referências sobre o padrinho Francisco Ribeiro Dantas, como não tinha sobre o Tenente Estevam José Dantas. Há referências a um Cônego com esse mesmo nome de Estevam, filho de Miguel Ribeiro Dantas.
"Aos trinta de Setembro de mil oitocentos e trinta e hum Matriz da Senhora Santa Anna do Mattos o Reverendo Senhor Vigário da mesma João Theotonio de Souza, e Silva, batizou solenemente, e pôs os Santos Oleos a Genuíno, branco, nascido, nove deste mês filho legitimo de Antonio da Silva de Carvalho, e de sua mulher Maria da Silva Veloza brancos moradores nesta Freguesia; foram Padrinhos Francisco Ribeiro Dantas, e Rita Maria da Conceição; do que para constar fiz este assento e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Parocho Ignácio Damazo Corrêa  Lobo."
Por fim o último registro que é de Irinêo. O padrinho foi o tio Manoel da Silveira Borges que era casado com uma filha de Luiz da Rocha Pitta, Maria Genérica.
"Aos trinta de Outubro de mil oitocentos, e trinta e quatro nesta Matriz de Santa Anna do Mattos o Reverendo Senhor Vigário da mesma João Theotonio de Souza, e Silva batizou solenemente, e pôs os Santos Óleos a Irineo, branco nascido a doze deste Mês, filho legitimo de Antonio da Silva de Carvalho , e de sua mulher Maria da Silva Veloza, brancos moradores nesta Freguesia; foram Padrinhos Manoel da Silveira Borges, e Bertoleza Baptista da Cunha; do que para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Paróco Ignácio Damazo Corrêa Lobo.

Descendentes de Thomaz de Araújo Pereira em Florânia

Alexandre Garcia da Cruz
Descendentes de Thomaz Araujo Pereira em Florânia
Quando escrevi o livro "Servatis ex more Servandis"  não tinha visto os registros da Igreja relativos à Florania. A parte referente ao meu bisavô Alexandre Garcia da Cruz retirei, como dito lá, do livro editado, em 1982, pela Fundação José Augusto, cujo título é "Florânia". Agora, fui surpreendido por um  colega de pesquisa  com novas informações que ele descobriu nos arquivos da Igreja, lá em Florania. Vejam o que estava escrito no livro da Fundação e que transcrevi para meu livro.
"Ainda no século passado, chegava a Florânia, vindo de Bananeiras (Pb), Lourenço da Rocha. Casou-se com Dona Maria Rosa da Rocha. Não foi possível saber todos os filhos nascidos do casal, apenas os quatro que cresceram, casaram e continuaram desenvolvendo a Família". Cita quatro filhos do casal: Manoel Rodrigues da Cruz, Joaquim Theodoro da Cruz, Pacífico Theodoro da Cruz e Alexandre Theodoro da Cruz.
Pois bem, há novas informações a partir de registros  encontrados lá em Florânia. Vejamos os novos dados.
Joaquim Teodoro da Cruz casou, em 28 de novembro de 1848, com Rita Joaquina de Medeiros. Ele nasceu em 9 de novembro de 1828 e foi batizado aos 13 do mesmo mês e ano, sendo seus padrinhos Manoel Batista dos Santos e sua mulher Maria Madalena de Jesus. Era filho de Thomaz Lourenço da Cruz e de sua mulher Maria Rosa do Nascimento. Rita Joaquina nasceu e foi batizada no ano de 1832, sendo os padrinhos Inácio José Ribeiro e Josefa Carolina de Medeiros. Era filha de Alexandre Garcia do Amaral, nascido por volta de 1801 e falecido em 24 de julho de 1887, com a idade de 86 anos, e de Maria Angélica do Rosário, nascida por volta de 1809 e falecida em 21 de setembro de 1887, com a idade de 78 anos.
Assim, no lugar de Lourenço da Rocha e Maria Rosa da Rocha, temos agora, Thomaz Lourenço da Cruz e Maria Rosa do Nascimento, como os pais de Manoel Rodrigues da Cruz, Joaquim Theodoro da Cruz, Pacífico Theodoro da Cruz e Alexandre Theodoro da Cruz.  Do livro "Velhas famílias do Seridó", de Olavo Medeiros Filho,  tiramos algumas informações complementares.
Thomaz Lourenço da Cruz era filho de José Garcia de Sá Barroso e de Ana Gertrudes de Santa Rita, neto paterno do Coronel Antonio Garcia de Sá Barroso, natural do Recife, e de Ana Lins de Vasconcelos, do Estado da Paraíba, e neto materno de Tomaz de Araújo Pereira (2º do nome), e de Tereza de Jesus Maria.
Maria Rosa do Nascimento era filha de Manoel Rodrigues da Cruz e de Tereza Maria José, neta paterna de Francisco Cardoso dos Santos e de Tereza Lins de Vasconcelos, e neta materna de Tomaz de Araujo Pereira (2º do nome), e de Tereza de Jesus Maria, bisneta materna através do avô, do casal Tomaz de Araújo Pereira, o 1° do nome, natural de Portugal, e de Maria da Conceição de Mendonça, e bisneta materna, através da avó, do casal Rodrigo de Medeiros Rocha, natural de Portugal, e de Apolônia Barbosa, natural da Freguesia de Mamanguape.
Meu bisavô, Alexandre Garcia da Cruz, que veio de Florânia para Angicos, era filho de Manoel Rodrigues da Cruz, e Inácia Maria da Conceição (1ª esposa). Manoel, pelas novas informações era  filho de Thomaz Lourenço da Cruz e Maria Rosa do Nascimento. Portanto, Alexandre Garcia da Cruz, também, descendia de Thomaz de Araujo Pereira. A seguir, a partir de registros encontrados,  os batismos de Manoel Rodrigues da Cruz e mais 4 irmãos: Thereza, Thomas, Claudina e Guilhermina.
Manoel nasceu em 7 de fevereiro de 1830, e foi batizado em 10 do mesmo mês e ano, pelo padre Manoel Cassiano da Costa Pereira, na Fazenda Quimporó; Thereza  nasceu em 8 de julho de 1815 e foi batizada em 16 de agosto do mesmo ano, na Fazenda Mulungu; Thomaz nasceu em 23 de fevereiro de 1818 e foi batizado em 19 de abril do mesmo ano, na Fazenda Mulungu; Claudina  nasceu em 6 de junho de 1825, e foi   batizada em 24 de julho do mesmo ano, na Matriz; Guilhermina nasceu em 27 de abril e foi batizada em 24 de maio de 1827, na Matriz.
Foi encontrado outro filho de Thomaz Lourenço da Cruz  e Maria Rosa do Nascimento,  Ignácio Rodrigues da Cruz que casou, em 22 de setembro de 1843, com Izabel Francisca de Medeiros, viúva de José Pereira Bolcont.
O Tenente Laurentino, que dá nome a um município do Rio Grande do Norte, era filho de Joaquim Theodoro da Cruz e Maria Rosa do Nascimento, portanto descende de Thomaz de Araujo Pereira. Ana Olindina Bezerra Cavalcante (tia Nana, que morava aqui no Barro Vermelho), 3ª esposa de Pacífico Clementino de Medeiros, era filha de Manoel Rodrigues da Cruz com Umbelina Bezerra Cavalcante (2ª esposa). Ana Olindina descendia também de Thomaz de Araujo Pereira.

Umbelina = pequena sombra

Umbelina = pequena sombra
Quando comecei a procurar informações sobre os Umbelinos tive algumas dificuldades para encontrar um ponto de partida. Depois, sabendo que o Desembargador e Vice-Governador  Tomaz Salustino era da família, tentei localizar alguma coisa sobre ele. Na internet todas tentativas me levaram para a mina Brejuí ou mineração Tomaz Salustino. Além disso, como tinha encontrado muitas pessoas com o nome Umbelina nos registros da Igreja procurei saber o significado desse nome. Minha mente sugeria três hipóteses: uma santa, alguma coisa relacionada ao umbigo ou a palavra umbrella. Coisas da mente. Nessas primeiras tentativas não consegui nenhuma informação. Agora, após o artigo sobre os Umbelinos voltei a procurar. Desta vez tive mais sorte. Na internet, depois de muitas procuras, descobri que havia uma Santa Umbelina. Sua data era 21 de Agosto e ela era irmã de São Bernardo de Claraval. Com certeza ela deveria estar presente naqueles calendários com um bloco de folhinhas. Em cada folhinha do bloco havia os nomes dos santos do dia.
Em outros sites, de forma simples, havia a informação que era uma palavra latina que significava pequena sombra. Na verdade minha mente tinha dado uma dica, pois a palavra umbrella em inglês ou italiano é guarda-chuva ou sombrinha.
Quanto ao artigo sobre os Umbelinos recebi alguns comentários. Anderson reforça que o Capitão José Gomes de Melo era casado com Urcula Francelina de Jesus de Macedo, filha de Antonio Ferreira de Macedo e Tereza Maria da Conceição de Macedo e que o túmulo do casal ainda resiste impávido no Cemitério de Currais Novos.
O meu amigo jornalista e escritor Luiz Gonzaga Cortez Gomes de Melo informa que era filho de Manoel Genésio Cortez Gomes, filho de José Gomes de Melo Junior irmão de Manoel Salustino e Francisco Umbelino. Diz mais que conhece Uilame Umbelino que é filho de Francisco Umbelino Neto (Seu Pindoba) e os irmãos Roberto Umbelino e o finado Munheca filhos de João Umbelino. Informa, ainda, que José Xavier Gomes fez uma pesquisa sobre os Gomes nos Cartórios de Campo Redondo e Currais Novos e que teria deixado um livro inédito. Ele ficou de conferir com a viúva Diva, prima de José Xavier Gomes, que mora em Cidade Satélite. Cortez estranhou o Título do Livro de Sebastião de Sebastião Bastos. Para ele, o Título seria "No roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste". Ele está certo. Na verdade tirei o nome que escrevi no artigo anterior  de um livro cópia, cujo título anunciado naquele artigo foi equivocadamente colocado na capa encadernada. Cortez, por sugestão minha, ficou de entrar em contato com Ormuz que faz um trabalho sobre o Barão de Araruna (irmão de Antonio Ferreira de Macedo e seus familiares e precisa de maiores informações dos parentes do mesmo. Cortez avisa que vai visitar Araruna no início do próximo mês.

Francisco Umbelino Neto (Seu Pindoba) era um católico fervoroso, devoto de Santa Rita, e por isso colocou nas filhas nomes religiosos: Joana D' Arc, Maria das Graças, Tereza Neuma, Ruth e Raquel. Esta última pede para conferir os nomes das tias Nitinha e Elima. Segundo ela seus nomes eram respectivamente Rita de Cássia e Margarida Guilherme. Mas Fernando Paiva (Nando, filho de Tia Nitinha e Benedito Paiva)  informa que tia Nitinha era Rita no cartório e Rita de Cássia no  batismo. Quanto a tia Elima seu nome seria, na verdade, Margarida Elima, o que foi confirmado por Zizi e Terezinha filhas dela. A outra filha de José Umbelino  de Macedo Gomes seria Maria Elita e não Elita. Enfim, são as discussões que geram correções e  promovem as reconstituições com mais fidedignidade.

Os Umbelinos

Os Umbelinos
João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com
Professor da UFRN, membro do IHGRN, INRG

Boa parte das informações genealógicas que darei aqui, neste artigo, foi extraída do livro "No Roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste", de Sebastião de Azevedo Bastos. É um livro com mais de 700 páginas que trata de muitas famílias aqui do Rio Grande do Norte. Raro, está sendo oferecido no site da Estante Virtual por R$ 900,00. Por sua extensão, o livro de Sebastião chega a ser confuso em alguns trechos, troca nomes em outros, havendo necessidade de muita paciência para destrinchar algumas partes. Não tive, ainda, oportunidade de conferir as informações nele contidas com os livros de registros da Igreja. Pode, portanto, haver equívocos.

 Escreveu Sebastião em um dos capítulos: "Resumidamente, de acordo com minhas notas, descrevo aqui a árvore genealógica citada nas referidas publicações "O Município de Picuí – Subsídio histórico, em que Abílio César diz o seguinte: "No começo do século passado veio da região denominada Serra Branca, em Pedra Lavrada, um fazendeiro experimentado, de nome Antonio Ferreira de Macedo, casado com Tereza Maria da Conceição Macedo, destinado a explorar terras na bacia do Rio Picuí ou Acauã, onde se estabeleceu com fazenda de gado, constituindo um dos troncos da família Macedo, naquela zona, sendo irmão de Vicente Ferreira de Macedo e Estevão José da Rocha, este o Barão de Araruna, da história política de Bananeiras.

Como consta neste capítulo, esses três irmãos eram filhos do casal Antonio Ferreira de Macedo e Anna Arruda Câmara Ferreira de Macedo (informação não comprovada, até agora), netos de Manoel Ferreira de Macedo e de Rosa Maria Ferreira de Macedo e do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e de Maria Saraiva da Silva Arruda Câmara, deixando o casal Antonio Ferreira de Macedo e Tereza Maria da Conceição, os filhos com a descendência seguinte."

Dessa relação citada no livro, destaco Thereza de Barros Macedo e Úrsula de Macedo Gomes de Melo. Em outro trecho Úrsula é apresentada como filha de Vicente, irmão de Antonio Ferreira de Macedo, mas é corrigido por Sebastião.

Thereza era casada com Antonio Guilherme de Macedo, seu primo, filho do casal Vicente Ferreira de Macedo e Teodora  de Barros Macedo. Em outro trecho, Antonio aparece como filho de Vicente Ferreira de Vasconcelos e Mariana Ferreira de Vasconcelos, outra contradição. Teodora, por sua vez, era filha de Antonio José de Barros (Morgado) e de Isabel Ferreira de Mendonça Barros, neta do casal Antonio Paes de Bulhões e Anna de Araújo Pereira Paes Bulhões  e  bisneta do patriarca Thomaz de Araújo Pereira e sua esposa Maria da Conceição de Mendonça Pereira.

Entre os filhos de Thereza e Antonio Guilherme está Felismina Maria de Macedo Gomes que era casada com Francisco Umbelino Gomes de Melo, filho de José Gomes de Melo e Úrsula de Macedo Gomes de Melo. Portanto, Felismina e Francisco Umbelino Gomes de Mello eram primos legítimos.

José Gomes de Melo, esposo de Úrsula, é citado como filho de José Gomes de Melo e Anna Maria Gomes de Melo, primitivos proprietários da Fazenda São Miguel do município de Currais Novos. O nome Umbelino foi adotado como sobrenome por alguns dos descendentes de Francisco Umbelino.

Entre os filhos de José Gomes de Melo e Úrsula de Macedo Gomes de Melo estão Francisco Umbelino Gomes de Melo, citado acima; Luiz Gomes de Melo Lula,casado em primeira núpcias com Tereza de Melo e em segunda com Maria Idalina Rocha de Melo Lula; e  Manoel Salustino Gomes de Macedo casado com Ananília Regina de Araújo Gomes de Macedo, filha de Thomaz de Araújo Pereira e de Rita Regina de Albuquerque  Araújo Pereira. Manoel Salustino  e Ananília eram os pais do Desembargador Thomaz Salustino Gomes de Melo.

Os filhos de Francisco Umbelino e Felismina  Maria eram Francisco, José, Manoel, Antonio, Salvina, Maria, Tereza, Úrsula e Maria Santa de Macedo Gomes. José Umbelino de Macedo Gomes era casado com Maria do O' de Medeiros Gomes e desse casal nasceram os filhos, João Umbelino, Francisco Umbelino Neto (Pindoba), Fernando Umbelino, Miguel Umbelino, Balbino Umbelino (Medeiros), Tereza, Anita, Elita e Margarida Elima Umbelino.

 Salvina, uma das filhas de Francisco Umbelino e Felismina Maria,  casou com Francisco Rodrigues de Freitas. Desse casamento nasceu Felismina Rodrigues de Medeiros que casou com José Rodrigues de Medeiros (Zé Rodrigues do Bagé). Maria Stela Rodrigues de Medeiros, filha desse último casal, casou com Francisco Umbelino Neto (Pindoba), primo de Felismina. Seu Pindoba e Dona Maria, meus sogros,  eram os pais de Maria das Graças minha esposa.

Os Rocha Bezerra (III)

Os Rocha Bezerra (III)

Balthasar da Rocha Bezerra e Josefa Maria da Silva eram bisavós do Jornalista Pedro Avelino, trisavós de Edinor Avelino e do escritor Afonso  Bezerra. Aqui vamos fazer os  registros de alguns de seus descendentes. Nos diversos registros os sobrenomes de Balthasar e de Josefa são alterados. No caso de Josefa, uma variação que encontramos foi a substituição de Maria da Silva por Barbosa da Silva, mesmo sobrenome de um de seus filhos. É possível que, no caso de Josefa haja algum parentesco com Francisca Barbosa da Silva, filha de Antonio Barbosa da Silva e Maria Barbalho Bezerra, citados no artigo anterior.
As duas modificações aparecem juntas no casamento de um dos seus filhos, lá na Ilha de Manoel Gonçalves, como transcrevemos a seguir:
"Aos onze dias do mês de Outubro de mil oito centos e vinte e oito pelas des horas da manhan, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, tendo precedido as Canônicas Denunciações sem impedimentos, e os mais registros do costume, o reverendo Luiz Gonzaga da Costa Moreira, de licença minha, ajuntou em matrimonio e deo as bênçãos nupciaes aos meos Paroquianos Manoel da Rocha Biserra, e Josefa Jacintha de Vasconcelllos naturaes e moradores nesta Freguesia, elle filho legitimo de Balthasar da Rocha Silveira e Josefa Barbosa da Silva, ella filha legitima de Carlos de José Sousa e Maria Manoella Archangela dos Santos, sendo testemunhas o Capitão João Martins Ferreira, e o Capitão Silvério Martins de Oliveira, que com o sobredito padre assignão o assento, que me foi remetido, pelo qual fiz o presente, que assigno, o Vigário João Theotonio de Sousa e Silva."
Encontramos os registros de batismo de dois filhos de Manoel da Rocha Bezerra: Genuína, nascida em 11/9/1832, cujo padrinhos foram Antonio Barbosa Bezerra, e Josefa Maria de Sousa, por Procuração que apresentarão João Manoel da Costa e Josefa Cândida da Rocha Bizerra; Joaquim, nascido em 2/4/1835, cujos padrinhos foram José Martins Ferreira e sua mulher Josefina Maria Ferreira. Em um registro de casamento encontramos outro filho: era José Círiaco da Rocha Bezerra que casou com Maria da Natividade Martins das Flores em 2/10/1871, no Sítio Juazeiro. Ela era filha de  Agostinho Barbosa da Silva  e Sabina Martins dos Santos.
Agostinho Barbosa da Silva, que não contem Rocha Bezerra, era outro filho de Balthasar da Rocha Bezerra e Josefa Maria da Silva. Ele casou, em 30/6/1832, lá na Fazenda Carapebas, com uma filha de João Manoel da Costa e Anna Martins dos Santos, Sabina Martins dos Santos. Desse casal, Agostinho e Sabina,  nasceu Maria da Silva, mãe de Maria Monteiro, que por sua vez era mãe do escritor Afonso Bezerra. Outro filho de Agostinho e Sabina era Manoel Fernandes da Rocha Bezerra que casou com Maria Xavier da Costa Torres, em 29/6/1874. Ela era filha de Francisco Xavier Torres Junior e Maria Joaquina Lúcia da Costa. Agostinho Barbosa da Silva Junior foi testemunha. Ele era casado com uma filha de João Manoel e Josefa Cândida.
Josefa Cândida da Rocha Bizerra, que aparece como procuradora no batismo de Genuína, era uma das filhas de Balthasar e Josefa. Ela casou com João Manoel da Costa e Mello, em 4/8/1828. Era o terceiro casamento de João Manoel.
Outro filho de Balthasar da Rocha Bezerra e Josefa Maria da Silva era Matheus da Rocha Bezerra.
"Aos vinte e doito dias do mêsz de Agosto de mil oitocentos, e trinta e cinco, em Oratório Privado, da casa do Senhor Juiz de Paz, Antonio da Silva Carvalho, branco, casado, depois de feitas as deligenicias do estilo, do que não resultou impedimento algum Canônico ou Civil, confessados, examinados em doutrina Cristã pelas nove horas do dia, em minha presença, e das testemunhas Antonio da Silva Carvalho, e Mathias Macedo Cabral, casados, de Licença do Reverendo Senhor Vigário desta Freguesia, se receberam em Matrimonio, por palavras de presente, Matheus da Rocha Bizerra, com Anna Angélica Teixeira; aquele filho legitimo de Balthasar da Rocha Bizerra, e de sua mulher Josefa Maria da Silva; e esta filha legitima de Joze Joaquim Teixeira Pinto, e de sua mulher Antonia Francisca da Conceição, ambos Nubentes são naturais da Freguesia de São João Baptista de Assú e moradores nesta Freguesia; e logo lhes dei as Bênçãos do Ritual Romano, e para constar fiz este assento, e por verdade assinei. O Coadjutor Pro Parocho Ignácio Damazo Corrreia Lobo."
O professor Matheus lecionou em Macau. Entre os filhos do casal citamos Balthasar da Rocha Bezerra que casou em 12/2/1882 com Maria de São José Bezerra, filha de Agostinho Barbosa da Silva e Sabina Martins dos Santos;  Ana da Natividade Bezerra que nasceu em 14/7/1837. Anna casou com Vicente Maria da Costa Avelino em 24/2/1857. O casal Ana e Vicente tiveram mais de 20 filhos. Entre eles citamos o Jornalista Pedro Avelino, Emygdia Avelino, Emygdio Avelino, pai de Edinor Avelino, e Anna dos Prazeres.
 Citamos ainda como filhos de Balthasar e Josefa: Isabel Francisca Bezerra que casou com João Martins Pedroso (ou Pedroza) da Costa, um dos filhos de João Manoel da Costa e Mello e Anna Martins do Santos, citados acima; Antonio da Rocha Bezerra que casou em 19/12/1839, com Anna Joaquina de Souza, filha de Antonio Francisco de Azevedo e Joaquina Maria da Conceição.
 Uma das filhas de Matheus e Ana, Felisbela Maria da Rocha Bezerra casou com Antonio Rodrigues Ramos, em 21/1/1867. Ele era natural da Freguesia de São Pedro de Tendais do Reino de Portugal, morador em Bananeiras, Paraíba.

Os Rocha Bezerra (II)

Os Rocha Bezerra (II)

Francisco da Rocha Bezerra Junior e Maria Egiciaca de Moraes foram dispensados de terceiro grau de sangüinidade atingente ao segundo. Eram parentes, portanto. Na verdade, a mãe de Francisco,  Bernardina Josefa de Moraes tinha o mesmo nome da mãe de Vito Antonio de Moraes e Castro. Por isso, acredito que Bernardina e  Vito eram irmãos. Além disso, a esposa de Vito, Anna Poderosa de Moraes, era filha do Capitão Mor Joaquim Moraes de Navarro, neta de José de Moraes Navarro e bisneta de Manuel Alves (Álvares) Murzello e Anna Poderosa de Moraes. Os irmãos José de Moraes Navarro e Manuel Álvares de Moraes Navarro chefiaram o Terço Paulista aqui no Rio Grande do Norte. Posteriormente, como vimos no artigo anterior, Francisco da Rocha Bezerra Junior foi para o Pará. Seus descendentes têm no sobrenome Rocha Bezerra e Moraes.
Encontramos um batismo, do ano de 1782,  rico em dados que transcrevemos a seguir, de Manoel Barbalho Bezerra.
"Manoel filho legitimo do Tenente Coronel Antonio da Rocha Bezerra e de Dona Joanna Ferreira natural desta Freguesia, neto Paterno do Coronel Antonio da Rocha Bezerra natural da Paraiba, e de Josefa de Oliveira Leite natural desta Freguesia; e Materno do Sargento Mor Manoel Antonio Pimentel de Mello e de Anna Maria da Conceição naturais desta Freguesia, nasceu a quatorze de Agosto de mil sete centos e oitenta e dois, e foi batizado a quatorze de 8bro do dito ano de licença do Reverendo Vice Vigário Francisco de Sousa (parece Vasconcelos) pelo Padre Vigário de San José Francisco Manoel Maciel de Mello com os Santos Óleos na Capela da Soledade; foram Padrinhos Anselmo José de Faria e sua mulher Marianna da Rocha desta Freguesia; e não constava do assento mais do que mandei fazer este, e por verdade me assino. Pantaleão da Costa Araújo. Vigário do Rio Grande."
Aos vinte e hum de Agosto de 1820, Manoel Barbalho Bezerra, acima, casou com D. Ignes Maria de Araújo, filha do Capitão José Dantas Correa e Anna Maria da Conceição. Em 1831 casou uma filha de Antonio da Rocha Bezerra, como a seguir registrado. Os nubentes eram parentes como demonstrado na dispensa de consangüinidade.
"Aos sete de janeiro de mil oitocentos e trinta e um, nesta Matriz feitas as denunciações, sendo dispensados no terceiro grau atingente ao segundo duplicado de sangüinidade, em presença de Padre Manoel Pinto de Castro de minha licença, se receberam  por palavras de presente Gonçalo Francisco da Rocha, e Maria Bezerra Cavalcanti Rocha, naturais desta Freguesia, onde é moradora a nubente, filha  legitima de Leonardo Bezerra Cavalcante, e Bernardina Josefa de Moraes Navarro, e o nubente morador na Freguesia de Extremoz filho legitimo de Antonio da Rocha Bezerra, e de Dona Joana Ferreira de Mello já falecidos; e receberam as Bênçãos; sendo testemunhas o Reverendo Felis Francisco Corrêa  Barros, vigário de Extremoz e o Comandante das Armas Pedro José da Costa Pacheco, casado do que fiz este termo que assinei. Antonio Xavier Garcia de Almeida. Vigário Interino."
Na Revolução de 1817, fazia parte do Governo Provisório, instalado por André de Albuquerque Maranhão, o capitão Antonio da Rocha Bezerra.  Com o assassinato de André Maranhão, o Capitão Antonio da Rocha Bezerra foi preso. Somente em 1818 foi anistiado. Posteriormente, chegou a assumir a Presidência da Província do Rio Grande do Norte.
A seguir um registro de Batismo na família Barbalho Bezerra.
"Maria filha legitima de Antonio da Costa e Seyxas, de sua mulher Francisca Barbosa da Silva natural da Freguezia de San João Baptista do Assú, neta por parte paterna de Teodosio da Costa Seixas natural de Olinda, e de Marcelina Barbalho Bezerra natural de Assú, e pela materna de Antonio Barbosa da Silva natural de Pao de Arco( é o que consegui ler), e de Maria Barbalho Bezerra natural de Assú, nasceu no primeiro de Novembro de mil setecentos e oitenta, e foi baptizada de licença minha com os Santos Óleos Pelo Padre Bonifácio da Roxa Bezerra, digo Vieira na Capela de Nossa Senhora da Soledade desta Freguesia, a, os vinte e quatro do dito mês e anno foram padrinhos o Capitão Antonio da Roxa Bezerra, e Joanna Ferreira de Mello sua mulher e não continha mais no dito acento e por verdade ausente o Reverendo Vigário me assinei. Pe,. Joaquim Pereira. Pr Vigário"
Os nomes se repetem em vários lugares, sem que possamos definir quem é quem com precisão. De qualquer forma façamos o registro.  Em Açu, na data de 29/6/1826, morre com 24 anos de idade, Balthasar da Rocha Bezerra, esposo de Maria Farto. Em 21/2/1830, casa-se, na idade de 46 anos,  Balthasar da Rocha Bezerra, viúvo de Maria Joanna,  com Mariannna Francisca de Oliveira, filha de Manoel Alves de Oliveira e Archangela Martins Barbosa.
Em onze de janeiro de 1827 Ponciano Barbalho Bezerra Junior casa-se com Anna Apolônia de Nazareth, ele filho legitimo de Ponciano Barbalho Bezerra e Joanna Maria da Silva e ela de José Anastácio Coutinho e Maria Joaquina Ezequiel. Ponciano morreu, oito anos depois em 1835, com a idade de 40 anos. Em vinte e dois de outubro de 1829 casa-se Joana da Rocha Bezerra, filha de Ponciano e Joana, com Felis Antonio
No próximo artigo, continuaremos com os Rocha Bezerra, com ênfase nos descendentes de Balthasar da Rocha Bezerra e Josefa Maria da Silva, presentes na região de Angicos, Santana do Matos, Afonso Bezerra e Macau.

Os Rocha Bezerra (I)

Os Rocha Bezerra (I)

No artigo anterior escrevemos sobre uma carta patente de capitão, que foi concedida para Antonio da Rocha Bezerra. Lá noticiamos sobre várias pessoas dessa que é considerada  uma das  "principais famílias desta Capitania", como disse Pedro de Albuquerque Mello, Capitão mor e governador da Cidade de Natal, Capitania do Rio Grande do Norte. Algumas de nossas Datas e Sesmarias  foram concedidas para membros dessa família como exemplificamos a seguir:
Balthasar da Rocha Bezerra, em 25 de junho de 1735. Terras no Rio dos Angicos. Ribeira do Assú. "Esse, irmão de José da Rocha Bezerra que casou com Antonia de Freitas Nogueira, fundadora do Apody. Outra mais nas terras da Ribeira do Paneminha no lugar chamado Adiquinon"; Coronel Antonio da Rocha Bezerra (morador no Assú), em 3 de julho de 1736, Terras no Assú, na Lagoa do Piató, no Lugar chamado de Saco Grande; Coronel Miguel Barbalho Bezerra, em 29 de julho de 1736, Terras no sitio "Pichoré", Ribeira do Assú. Estas terras foram adquiridas pelos Fernandes entrelaçados aos Alves de Angicos, cuja fazenda localiza-se atualmente no Município de Santana do Matos, conservando o nome Pichoré. Pertenceu ao ex-deputado estadual Asclepíades Fernandes; Joana da Rocha Bezerra, em 3 de março de 1742. Terras entre a Serra do Curralinho e data de Curicaca, Ribeira do Assú; Mariana da Rocha Bezerra, em 19 de novembro de 1739, Terras nos testados do sítio das Cacimbas correndo pela Ponta do Mel, Ribeira do Assú; Tenente-Coronel Antonio da Rocha Bezerra, em 22 de janeiro de 1737. Terras no Riacho pegando de Poços dos Porquinhos até o Poço de Juripari, Ribeira do Assú; Coronel Antonio da Rocha Bezerra (morador no Assú), em 8 de outubro de 1757. Terras na Ponta da Ilha, estrada que vai para o Sítio do Sacramento, Ribeira do Assú; Coronel Miguel Barbalho Bezerra (morador no Assú), em 3 de novembro de 1753. Terras pegando dos testados da data do sítio Pedra Grande e Curralinho acima, Ribeira do Assú.
No mesmo artigo, citado acima, falamos que Miguel Barbalho Bezerra era irmão de Balthasar da Rocha Bezerra, conforme consta nas Sesmarias 552.
De Brasília recebo uma mensagem de Demétrio Bezerra dizendo: Sou tetraneto do potiguar Francisco da Rocha Bezerra, que no Século XIX transferiu-se com a família para o estado do Pará, onde nasceram muitos descendentes. Depois complementa: Para facilitar as coisas, informo que meu tetravô Francisco da Rocha Bezerra era casado com Maria E. Moraes, ambos nascidos no Rio Grande do Norte. O casal teve pelo menos os filhos: Francisco Bezerra da Rocha Moraes (meu trisavô), Joaquim da Rocha Bezerra e Victor Antonio Moraes da Rocha (este nome pode conter alguma incorreção), ao que parece todos nascidos no Rio Grande do Norte. Pelo que encontramos em documentos no Pará, talvez a família tenha se radicado em Soure, Ilha de Marajó, onde adquiriu muitas propriedades a partir de 1845.
Com as informações acima, localizei o registro de casamento de Francisco da Rocha Bezerra e Maria E. de Moraes. Acontece que lá, o segundo nome de Maria está ilegível e, por isso, acredito, é que  o nome da nubente só tem a inicial. Inicialmente, pensei que era Egina, que segundo dados colhidos na internet era uma deusa grega e também o nome de uma das ilhas da Grécia. Posteriormente, encontrei um registro de batismo onde aparece o nome Maria Egiciaca. Conferindo, cheguei a conclusão que esse nome esquisito era o mais provável para representar o E. de Maria E.  Moraes. Na internet descobri que era o nome de uma santa espanhola, Egipciaca ou Egiciaca. Por fim, transcrevo o casamento  de Francisco da Rocha Bezerra Junior, que tempos depois foi morar no Pará. O documento de 1817 estava estragado e, portanto, pode haver equívocos na transcrição.
"Aos dez de outubro de mil oitocentos e dezassete pelas nove horas do dia na Capella de Santo Antonio do Potigi, desta freguesia depois de feitas as denunciações, nesta freguesia aonde ambos os nubentes são naturais e moradores;e não constando canônico ou civil impedimento com deve das sentenças   da dispensa de terceiro grau de sangüinidade atingente ao segundo e banhos que ficam no arquivo desta matriz em presença do Padre Manoel José Fernandes Barros de minha licença e das testemunhas Vito Antonio de Moraes e Francisco da Rocha Bezerra, brancos casados e moradores nesta Freguesia, se casarão em face da Igreja, solennemente Francisco da Rocha Bezerra Junior, filho legitimo de Francisco da Rocha Bezerra e D. Benardina Josefa de Moraes com D. Maria Egiciaca de Moraes filha legitima de Vito Antonio de Moraes, Castro, e D. Anna Poderosa de Moraes, e logo o dito Padre lhes deu as bençãos segundo os Ritos e   Ceremonias da Santa Madre Igreja; do que fiz este termo em que por verdade assignei. Feliciano José Dornellas, Vigário Colado".
Francisca de Moraes Castro, irmã de Maria Egiciaca, casou com Miguel Avelino do Rego Barros, em 1820. Outra irmã, Josefa Bernadina de Moraes, casou, em 8 de janeiro de 1818, com Manoel de Santo Antonio Álvares Beserra, de Aracati.
Francisco da Rocha Bezerra, pai, aparece registrando algumas cartas patentes, nos anos de 1752 e 1753 do governo de Pedro de Albuquerque Mello, por impedimento do Secretário do Governo. No próximo artigo, continuaremos a escrever mais sobre os Rocha Bezerra.

Felizarda Coelho Marinho e Manoel de Sousa Jardim (II)

Felizarda Coelho Marinho e os Sousa Jardim (II)

No artigo anterior, falamos nos seguintes  filhos de Manoel de Sousa Jardim e Felizarda Coelho Marinho: Leonor Duarte que morreu solteira, Ignácio de Sousa Jardim e Luisa de Sousa que casaram com filhos de Leandro Rodrigues de Sá. Vamos aos outros filhos que encontramos:
Manoel de Sousa Jardim que, em 17/9/1753, casou com Anna Gomes da Câmara, filha de Manoel Gomes da Câmara e Catherina Barbosa; Antonio de Sousa Jardim que, em 3/2/1757, casou com Antonia Maria Gomes, outra filha de Manoel Gomes da Câmara e Catherina Barbosa; Lourença Dias da Rocha que, em 23/10/1759, casou com Nicácio Nunes da Cunha, filho natural do português João Nunes da Cunha e Michaela Gomes, do sertão de Mossoró; Anna Maria dos Prazeres que casou com o viúvo João Rodrigues da Costa, filho de João Rodrigues da Costa e Quitéria Camello; Francisco Xavier de Sousa que, em 2/10/1760, casou com Januária Constantina filha de Gonçalo de Lira e Phelippa Antonia; Nicácia de Sousa que, em 18/5/1767, casou com Manoel Duarte de Azevedo, filho natural de Nicácio Duarte e Tereza Duarte; José Pedro de Alcântara que foi pai natural de Marcelina, em 1772; A última que encontramos, Maria da Conceição, terá seu casamento transcrito  a seguir, por conter mais informações úteis para nossa hipótese sobre Felizarda Coelho.
"Aos dez de junho de mil setecentos e setenta e seis ao meio dia na Capela de Sam Gonçalo do Potigy, em presença do Reverendo Padre Manuel Antonio de Oliveira e das testemunhas que vieram assinadas Gonçalo Gomes Barbosa, Manuel Duarte de Azevedo, casados, e moradores nesta Freguezia, de licença minha depois de dispensados no terceiro grau de consanguinidade simples pelo Reverendo Doutor Visitador Alexandre Bernardino dos Reyes, e corridos os banhos de suas naturalidades, e domicílios, sem se descobrir impedimento algum ate a hora de seu recebimento se casaram os nubentes Luiz Duarte filho legitimo de José Figueira e de Archangela Lopes, e Maria da Conceição, de Manuel de Sousa Jardim e Felizarda Coelho, todos naturais desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, e logo tomarão as Santas Bençãoes na forma do Ritual Romano, de que mandei lançar este assento em que em verdade me assino. Pantaleão da Costa de Araujo. Vigário do Rio Grande."
Essa Archangela Lopes, acima,  era filha de Luiz Duarte de Azevedo e Lourença Lopes. Archangela era, portanto, irmã de Francisca Lopes Xavier, esposa de Antonio Dias Machado filho de João Machado e Leonor Duarte. Francisca Lopes e Antonio Dias foram dispensados do 2º de consangüinidade quando se casaram.  Dessa forma, Archangela Lopes  tinha parentesco de 2° de consanguinidade, também, com Antonio Dias Machado. Assim, o parentesco de Maria da Conceição com Luiz Duarte, no casamento acima, só poderia ocorrer se Felizarda tivesse parentesco com Luiz Duarte de Azevedo ou Lourença Lopes. Isto é, Felizarda deveria ser irmã de Antonio Dias Machado. Com a falta de alguns documentos ou por conta de registros da Igreja com poucas informações, algumas relações de parentesco só podem ser estabelecidas através de um processo de dedução a partir de informações existentes nos diversos documentos da Igreja.
A título de informação, dois filhos de José Figueira, Francisco Xavier Duarte e Antonio Lopes de Azevedo, sentaram praça, em 1789, no Açu. Em treze de março de 1774, nasceu uma filha de José Figueira e Archangela Lopes, de nome Ana. José Figueira era filho de Luiz Mendes e Jeronima Nunes, naturais da Vila de Goiana. Acredito que os Duarte e Azevedo ligados a Antonio Lopes Viégas  são da  família de Luiz Duarte de Azevedo e Lourença Lopes.
O Sargento Mor Manoel de Sousa Jardim faleceu, em 1771, com a idade de 70 anos pouco mais ou menos.  Felizarda faleceu em 1801 como transcrevemos abaixo.
 "Aos dez de março de mil oitocentos e um, faleceu, com os Sacramentos da Unção, Felizarda Coelho, viúva, de idade de cento e dez anos pouco mais ou menos, moradora no lugar do ginipapeiro de Perituba, desta Freguezia, foi sepultada na Igreja de São Gonçalo em hábito de São Francisco, encomendada de minha licença, pelo Padre Antonio Pedro de Alcântara: e para constar mandei fazer este assento em que me assinei."
Com essa informação acima, ela deveria ter nascido por volta de 1691.No artigo anterior vimos que Felizarda, filha de João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, nasceu em 15 de Setembro de 1706. Nos registros de batismos que vão de  1688 até 1711, encontramos outras pessoas batizadas com esse nome: Felizarda  que era filha de Manoel da Costa Rego e Teodósia da Rocha; e,  Felizarda filha de Bartolomeu da Costa e Damasia de Araujo. Não encontrei nada que pudesse levar a hipótese de que uma dessas duas fosse Felizarda Coelho Marinho.
Assim, a única possibilidade que restava era que a filha de João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, até pelas referências encontradas acima, fosse, realmente, Felizarda Coelho Marinho. Mas uma vez, houve um erro no cálculo da idade no registro de óbito. Felizarda morreu na verdade com aproximadamente 95 anos de idade. Erro semelhante ocorreu com Antonia da Sylva, esposa de Manoel Raposo da Câmara. O registro de óbito diz 100 anos, mas ela morreu com aproximadamente, 89 anos.
Acredito, até por situações assemelhadas, que o sobrenome atribuído a Felizarda Coelho Marinho venha de ascendentes de João Machado de Miranda ou de Leonor Duarte de Azevedo. Continuo a procurar uma prova mais contundente. Por enquanto é só uma hipótese com muitos indícios.

Felizarda Coelho Marinho e Manoel de Sousa Jardim (I)

Felizarda Coelho Marinho e os Sousa Jardim (I)

Ainda restam muitas dúvidas com relação ao Massacre de Uruaçu, por conta dos diversos relatos. Curado, em sua carta para João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, informa que as viúvas e os órfãos foram levados para a Paraíba. Quem voltou e quem ficou por lá? Antonio Vilela Cid, o moço, tinha filhos? Estevão Machado de Miranda teve uma única filha, Margarida, como diz seu descendente Manoel Maurício ou mais como está escrito no livro  "Castrioto Lusitano", de Raphael de Jesus?  O livro "História de São Gonçalo" afirma que Helena da Cruz era o nome da filha de Estevão Machado de Miranda que foi trocada por um cão de caça. De onde Manuel Nazareno obteve essa informação? Hélio Galvão diz que duas filhas de Antonio Vilela Cid venderam terras para João Fernandes Vieira. De onde saiu essa informação?
Em outro artigo falei que meus hexa avós João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo tinham os mesmos sobrenomes do casal Margarida Machado de Miranda e Manoel Duarte de Azevedo. Até o presente momento, não encontrei um elo que garantisse que pelo menos um dos dois hexa avós descendia de Margarida filha de Estevão Machado e Barbara Vilela Cid.  Pelos registros de casamentos e batismos que encontrei, eles viveram todos nas diversas partes de São Gonçalo. Há a participação  de vários descendentes de Estevão Machado de Miranda no casamento dos filhos de João Machado de Miranda. Mas, por conta de não existir mais alguns livros da Igreja, não conseguimos, ainda, estabelecer uma descendência mais direta. Assim, tudo que se relaciona a João  Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, é, detalhadamente, examinado, em busca de encontrar uma relação entre essas famílias. Será que Manoel Maurício não se equivocou com relação  aos descendentes de Antonio Vilela Cid e Estevão Machado de Miranda? No caso de Catherina Duarte de Azevedo, ele não fez referência a uma filha chamada Bárbara. No caso de Lourença de Araújo Correa, ela cita como esposo dela apenas Bento José Taveira Viana, omitindo o nome do primeiro marido Luiz Soares Correa.
Um dos exemplos dessa busca é relativo à filha de João Machado e Leonor Duarte que se chamava Felizarda conforme transcrição abaixo:
"Em 15 de setembro de 1706 anos na Capella de São Gonçalo do Potegi de licença minha baptizou o Padre Francisco Bezerra de Gois a Felizarda filha legitima de João Machado e de Leonor Duarte sua molher, foram padrinhos Salvador Martins, e Isabel Duarte filha do Capitão João Martins de Sá."
Percorrendo os livros de batismo e casamento, só encontro uma pessoa que poderia ser candidata, apesar do sobrenome: é Felizarda Coelho Marinho. Ela era casada com o Sargento Mor Manoel de Sousa Jardim, natural de Igaraçu, Pernambuco. Vamos aos argumentos que levam a essa suspeita. Em 1749, Manoel de Sousa Jardim foi testemunha, na Igreja de Santa Anna da Aldeia de Mipibu do casamento celebrado pelo Padre Mestre Frei Juvenal de Santo Albano, religioso capuchinho, entre Luiz Machado  Duarte e Antonia Maria das Neves, filha de José Gomes Tissão e Rosa Maria Ferreira. Luiz era filho do casal João Machado e Leonor. Essa presença demonstra relacionamento entre as famílias de Manoel de Sousa Jardim e a de João Machado de Miranda.
Em vários batismos encontramos, como madrinha, Leonor Duarte, citada como filha de Manoel de Sousa Jardim. Esses registros eram posteriores ao falecimento de Leonor Duarte esposa de João Machado. Leonor Duarte, filha de Manoel de Sousa Jardim e Felizarda Coelho Marinho, morreu solteira, em 1784, com a idade de 50 anos. Minha hipótese é que esse nome foi dado à filha em homenagem a avó da batizada. O registro a seguir contém equívoco que fornece mais pistas para a hipótese de Felizarda ser, realmente, a filha de João Machado e Leonor Duarte.
"Ignacia filha legitima de Ignácio de Sousa Jardim e Anna Rodrigues de Sá, naturais desta Freguesia neta por parte paterna de Manoel de Sousa Jardim, natural da Vila de Iguarassu, e de Felizarda Coelho natural desta Freguesia e pela materna de Joam Machado e de Leonor Duarte naturais desta Freguezia nasceu aos vinte e oito de abril do ano de mil setecentos, e sessenta e nove, e foi batizado com os santos óleos, de licença minha na Capela de Jundiahy desta Freguesia pelo Padre Joam Tavares da Fonseca aos quatro de Maio do dito ano. Foram seus padrinhos Victoriano Rodrigues de Sá e Antonia Maria filhos de Victoriano Rodrigues de Sá. De que mandei lançar este assento em que me assino, Pantaleão da Costa de Araujo, vigário do Rio Grande."
O equívoco  cometido é justamente com relação aos pais de Anna Rodrigues de Sá. Em um registro de casamento de Ignácio de Sousa Jardim e Anna Rodrigues de Sá, bastante estragado, de onde pouca coisa se poder tirar, é possível ver que Anna Rodrigues de Sá é filha natural de Leandro Rodrigues de Sá. Acredito, dentro da minha hipótese, que no lugar de assentarem o nome dos pais de Anna, colocaram o nome dos pais de Felizarda. No batismo acima o Victoriano Rodrigues de Sá, pai, era irmão de Anna Rodrigues de Sá, pois, era também filho natural de Leandro Rodrigues de Sá. Victoriano casou, em 1753, com uma filha de Manoel e Felizarda, de nome Luisa de Sousa. Portanto, os padrinhos acima, Victoriano e Antonia, eram primos carnais de Ignácia, a batizada.
No próximo artigo, citaremos outros filhos do casal Manoel de Sousa Jardim e Felizarda Coelho Marinho, além desses dois que casaram com filhos de Victoriano Rodrigues de Sá. Em especial, transcreveremos o casamento de Maria da Conceição  com Luiz Duarte, filho de José Figueira e Archangela Lopes. Esse casamento traz novos indícios para nossa hipótese de Felizarda ser filha de João Machado e Leonor Duarte.

Uma visita ao município de Pedro Avelino

Uma visita ao município de Pedro Avelino

Qualquer município deste Estado deveria sentir orgulho se tivesse como nome o do Jornalista Pedro Avelino. Nascido em Angicos, em 19 de maio de 1861, batizou-se em 30 de maio do mesmo ano, tendo como padrinhos Luiz Gonzaga de Brito Guerra e Anna Teixeira de Sousa. Casou-se, em 27 de Outubro de 1885, com Maria das Neves Alves de Sousa, irmã do Capitão José da Penha. Participou da "Campanha da Salvação", em 1911, chefiada pelo cunhado, Capitão José da Penha. Em 1897 foi Administrador dos Correios em nosso Estado. Em 1912 foi nomeado para o cargo de Prefeito do Acre. Finalmente, depois de voltar de Paris, onde foi cuidar da saúde, foi nomeado Tesoureiro de Estrada de Ferro Central do Brasil. Faleceu em 20 de julho de 1923. No dia 19 de maio, completa 148 anos do seu nascimento.
Era patrono da cadeira de nº 6 da Academia Potiguar de Letras. No seu discurso de posse, na referida Academia, Antonio Alves de Oliveira, disse entre outras coisas do Patrono o que se segue:
"Pedro Avelino revelou desde cedo natural pendor para as lutas da imprensa, marco de sua carreira literária, ingressando na vida pública ao tempo em que o regime republicano vinha de ser inaugurado no Brasil, e cuja consolidação no Rio Grande do Norte havia sido confiada com muito acerto ao tino político  do notável brasileiro Dr. Pedro Velho de Albuquerque Maranhão."
Continua Antonio Alves, "em 1879, contando 18 anos de idade, órfão de pai, com o encargo da família, passou a residir no Recife, exercendo, ali, sua atividade no comercio até 1884. Regressando ao Estado no ano seguinte, recomeçou com maior decisão sua vida literária." Diz mais Antonio Alves, "Proclamada a República em 1889, a cuja propaganda dera também o seu contributo como jornalista comentando os fatos políticos da época pela imprensa, Pedro Avelino tomou a deliberação de fundar em 1892 o seu primeiro jornal, o seminário "O Caixeiro" de propaganda republicana, traçando no editorial sua linha de conduta: "O Caixeiro não é órgão de caixeiros, nem mesmo do comércio: aspira a mais dilatados horizontes na arena jornalística." Por sua vez, A Republica, diário oficial do novo regime no Estado, noticiando o aparecimento frisava: "E sério sem tristeza; altivo sem violência."
Conhecido, então, como um dos jornalistas mais completos, admirável na dialética com que analisava  os fatos, sobretudo porque não havendo freqüentado curso universitário (o cultivo do espírito apenas se resumiu nos rudimentos adquiridos em escola primária, na época mais necessária de sua formação intelectual) Pedro Avelino foi, por isso mesmo, a revelação de uma inteligência prodigiosa, de um espírito arguto, esclarecido e equilibrado e que facilmente aprendia os  motivos a serem analisados e combatidos."
Em janeiro de 2007 fui fazer uma visita à cidade de Pedro Avelino em busca de  informações, retratos ou bustos de Pedro Celestino da Costa Avelino. Tais informações ou as fotografias que pudesse obter fariam parte do meu livro e poderiam servir de subsídios para eu descobrir o elo que ligava Pedro Avelino e Georgino Avelino a minha família. Até então, só tinha pistas, mas nenhuma prova mais concreta.
Quando cheguei à cidade procurei, logo, por Sérgio Theodoro, o Prefeito na época que trabalhou comigo na Secretaria de Administração do Estado. Lá chegando perguntei, de saída, por um retrato ou busto do Jornalista Pedro Avelino. Não havia nada para espanto meu. Sérgio mandou buscar José Wilson pessoa que segundo ele poderia dar maiores informações. Quando ele  chegou expliquei meu intento e aproveitei para perguntar sobre documentos da Câmara Municipal, os mais antigos que houvesse.  Não havia, e a única coisa que ele me mostrou foi um livro de ata de instalação do município.
Soube, naquele momento da visita, que todo esse descaso com o homenageado vinha da insatisfação originada pela mudança no nome da cidade que já tinha se chamado Gaspar Lopes e depois Epitácio Pessoa, e que aquela nova mudança tinha sido imposição do Senador Georgino Avelino, filho de Pedro Avelino.
O livro de atas só continha aquela instalação e já estava corroído pela traça em algumas folhas. Sugeri que fizessem rapidamente uma microfilmagem, digitalização ou imagem do mesmo. Com um tempo depois recebi pelas mãos de Sérgio Teodoro uma cópia do documento.
O começo da ata trazia a data da instalação e as principais autoridades presentes, e por isso transcrevo para cá.
"Ao primeiro dia do mês de janeiro do ano de mil novecentos e quarenta e nove, as doze horas, no prédio da prefeitura municipal de Pedro Avelino a rua 15 de Novembro, presentes o Exmo. Snr. Governador José Augusto Varela, Exmo. Snr. Senador Federal Georgino Avelino, deputado Federal Deoclécio Dantas Duarte, deputado Estadual Manoel Varela de Albuquerque, deputado Estadual Antonio Pereira Dias, representando os deputados Pedro Soares Amorim, Claudionor Thelogio de Andrade e Antonio Soares Filho, prefeito  Francisco Torres Peres, do Município de Angicos, prefeito deste Município Capitão Luiz Gonzaga Cezar de Paiva, Diretor dos Correios e Telégrafos José Anselmo Alves de Souza, Snr. José Gabriel Avelino, vice-prefeito  de Angicos, João Fernandes de Mello representando o prefeito de Macau, Luiz Felipe Câmara , representante dos Snr. Jarino Tinoco, Francisco Pinheiro, Gonzaga Galvão, Wanderlinder Germano, Francisco Souza e José da Silva Bastos, Justino Xavier de Souza, representante do Snr. Deputado Federal Mota Neto, Arlindo da Rocha Bezerra, representante do Snr. Floriano Paulino Pinheiro, e grande número de amigos e correligionários e famílias."
Ainda estiveram presentes, conforme as assinaturas, entre outros: Afonso Avelino Dantas, José Vicente da Costa, Pedro Alves Bezerra, Gildenor Monteiro Bezerra e Anna Marfisa Trindade.
2011 é o sesquicentenário

Notícias Genealógicas

Notícias genealógicas

Hoje, coloco aqui, neste artigo, alguns comentários enviados por e-mail ou postados no meu blog.
Quando visitei Utinga, Fábio Arruda mandou vários mapas do Rio Grande do Norte do século XVII. Além disso, me apresentou a Onésimo Santos  do IPHAN para saber da possibilidade de tombamento da Capela de Utinga. Depois de alguns estudos Onésimo me enviou o seguinte e-mail: "Por aqui tenho uma excelente descoberta: De acordo com o Processo. n.º 02/1989/CEC/ 10.07.1989 e a Portaria nº 447/1989 da SEC/GS, publicada no Diário Oficial do Estado do RN em 30.08.1989 a Capela de Utinga, no Município de São Gonçalo do Amarante é tombada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte."
Na verdade, eu não sei as conseqüências de um tombamento, pois visitei a Capela de Utinga e as Ruínas de Pirangi e não vi nada, nem uma placa, que denunciasse que aqueles monumentos tenham sido tombados e o que está se fazendo para as suas preservações e o conhecimento dessas relíquias históricas por parte da população.
Por conta do artigo anterior intitulado "Comentários genealógicos" recebi de Isnard Dubeux Dantas o e-mail que transcrevo:
"Caro Professor, meu nome é Isnard Dubeux Dantas e acabei de ler seu artigo, publicado na edição do Jornal de Hoje, e, através dele fiquei muito satisfeito em saber que o Sr. Carlos Alberto Dantas de Moura está trabalhando na segunda edição do livro que discorre sobre nossa família.
Gostaria, se possível, que o Senhor me enviasse o e-mail do Sr. Carlos Alberto para contato visando o repasse de dados que poderão auxiliá-lo na revisão e atualização da obra."
Já cumpri com minha tarefa enviando o e-mail de cada um para o outro, a fim de que se estabeleça uma correspondência eletrônica entre eles que deverá resultar em uma edição melhorada do livro. Já coloquei, também, Carlos Alberto em correspondência com Dr. Toscano, grande pesquisador genealógico do Rio Grande do Norte, que tinha feito, por e-mail, algumas observações sobre o livro "Os Ribeiro Dantas de São José de Mipibu".
De Lauro Assunção recebi um e-mail dando as seguintes informações:
"Sou de Santana do Matos, e consultando o Google me deparei com seu blog, que por sinal é muito bom, no qual descobri muitas coisas. Lá vi fotos que constam no arquivo do meu bisavô, que hoje estão com minha avó. Estou fazendo um museu lá e essas informações me ajudarão". Continuando, escreve Lauro: "Vi essa informação:
Em quatorze de Fevereiro de 1827, na Matriz de Santa Anna do Mattos, casou Manoel Fidelis da Silva com Vicência Maria da Conceição. Ele filho de Fidelis da Silva e Josefa Maria da Conceição. Ela filha de José Antonio de Assumpção e Francisca Maria da Conceição. Foram testemunhas Carlos Nogueira da Cunha, casado e Jerônimo Francisco da Costa, solteiro. Dispensados do 1º grau de afinidade por cópula ilícita.
José Antonio de Assumpção era meu bisavô, mas creio não ser esse a que se refere. Como poderei me aprofundar nessa arte?
Minha avó tem fotos de Maria Inácia e o filho dela o capitão." No caso, Lauro se refere a Maria Ignacia Teixeira do Carmo e o filho famoso, Capitão José da Penha Alves de Sousa. Parabenizo Lauro pela iniciativa do museu.
Recebi, também, um e-mail do grande Luiz Gonzaga Cortez que escreveu: "Bom dia, Professor João Felipe. Conversei com o filósofo Francisco Martins de Souza, vice-presidente da Academia Brasileira de Filosofia, na semana passada, em Natal. Ele falou-me sobre uma família da região Central (Açu, Angicos e adjacências), cujo chefe tinha seis filhas e, por isso, viajou a Pernambuco para trazer 6 homens para casarem com elas. Trouxe os homens e casou-os todos em Angicos. Você sabia disso? Pois é, ele sabe muito sobre essa família Viégas. Você poderia falar com ele sobre outras famílias. Na matéria que publiquei sobre ele, eu escrevi que ele era natural de Angicos, mas é registrado em Baixa Verde/Rn, onde nasceu a mãe dele, da família Câmara. O pai veio da Paraíba. Parece que nasceu um irmão em Angicos. Ele tem boa memória e fala muito."
Por fim, um comentário postado no blog por Sirleide Lima:
"Olá. Fazendo uma pesquisa sobre a história da região encontrei esse blog riquí­ssimo de informações e não poderia deixar de parabenizá-lo pela contribuição no parâmetro histórico. Estou ingressando em um mestrado e busco vestí­gios históricos da cidade de Macau e antiga Ilha de Manuel Gonçalves para meu projeto e lendo as postagens dessa página pude perceber que tens fatos importantes e pouco conhecidos sobre Angicos e região, que me despertaram curiosidade. Parabéns!"

Manoel Maurício de Araújo Correa, o Genealogisa de Utinga

Manoel Maurício Correa de Sousa, o genealogista de Utinga
Manoel Maurício Correa de Sousa, 4º filho do Tenente Coronel Salvador de Araújo Correa Silveira e de sua mulher Dona Bernarda Dantas da Silveira Junior, é o autor do documento Memória da Família de Utinga, hoje nas mãos do Dr. Paulo Leitão de Almeida. Salvador era  filho de Joanna Rodrigues Santiago e João Rodrigues Seixas, portanto, neto de Isabel Rodrigues Santiago e Salvador de Araújo Correa. Bernarda era filha de Francisco Xavier de Sousa Junior e Bernarda Dantas da Silveira.  Francisco Xavier de Sousa Junior era filho de Teresa Duarte de Jesus, irmã de Salvador. Portanto Salvador casou com uma sobrinha neta.
 No referido documento, escrito em 8 de agosto de 1840, (Cascudo escreve 3 de Agosto) Manoel Mauricio dá as seguintes informaçõess seguintes informaçricio diz sobre ele, entre outras.
Nasceu em uma quarta-feira, às 9 horas da noite de 22 de setembro de 1802, foi batizado na Capela da Utinga (invocação de Nossa Senhora do Socorro), no mesmo dia do nascimento, pelo padre Antonio Caetano do Rego Barros, sendo seus padrinhos os tios Francisco Xavier de Sousa Jr. e Isabel Duarte Xavier. Escreve, ainda,  que o livro de batismo é de numero 6 da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação e foi lavrado o competente termo pelo Padre Feliciano José Dorneles. Hoje, nesse livro citado por Manoel Maurício, falta o período que inclui o ano de 1802. No referido livro da Igreja, a seqüência dos batismos é quebrada, faltando uma parte. Não pude pegar o documento original do batismo de Manoel Maurício.
Segundo, ainda, Manoel Maurício, iniciou-se nas primeiras letras, em Utinga, pelas mãos do Tenente Coronel Joaquim Leitão de Almeida, em 16 de Agosto de 1817. Crismou-se na Matriz da Cidade do Natal, em 25 de Setembro de 1820, sendo seu padrinho Agostinho Leitão de Almeida.  Assentou praça no Batalhão de Infantaria  de 1ª linha da Cidade do Natal, em 3 de julho de 1820. Passou para a Corporação de Caçadores de 2ª linha em 26 de novembro de 1821. Há outras informações sobre o próprio, mas, que em virtude do estado do documento fica difícil de entender.
Segundo Paulo Leitão, a mãe de Agostinho Leitão de Almeida, Francisca Xavier, esposa de José Leitão de Almeida, era filha do Mestre de Campo e depois Tenente Coronel Francisco Machado de Oliveira Barros que era pai, também,  de Joaquim José do Rego Barros e Miguel Francisco do Rego Barros. Segundo Hélio Galvão, Joaquim José do Rego Barros foi senhor de Utinga e morreu por lá.
Pergunta Paulo. Qual a relação dessas pessoas da família dele com a família de Manoel Maurício Correa de Sousa, como mostrado acima? Onde está o elo?
Manoel Maurício, pelo que vimos na "Memória da Família" trabalhou com base em alguns documentos. Ele cita registros da Igreja, decretos de governo e até testamentos. Entretanto, como acontece até hoje, algumas informações não chegaram até ele. Assim, alguns elos somente poderão ser encontrados ao longo do tempo, se alguns documentos não foram destruídos. No caso de João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, eles tiveram uma filha como o mesmo nome de uma descendente de Estevão Machado de Miranda, Catherina Duarte de Azevedo. No casamento de Catherina, boa parte da família dos descendentes de Estevão estava presente, mas não se encontra o elo, nem Manoel Maurício faz qualquer referência.
O avô de Gotardo Emerenciano, Montano Emerenciano, era filho de José Idelfonso Emerenciano e nasceu no Engenho Utinga em 1884. Segundo o livro de Personagens  Históricas do Rio Grande do Norte, a esposa de Jose Idelfonso, portanto, mãe de Montano,  era filha de Anna Vilela Cid, dizem, descendente de Antonio Vilela Cid, mas não encontro o elo. Bartolomeu Correa cuja avó Idalina Jacinta Emerenciano era irmã de José Idelfonso Emerenciano, também tem raízes em Utinga.
Uma informação interessante de Manoel Mauricio, é que  a Tereza Duarte de Jesus, filha de Isabel Rodrigues Santiago, coube a administração da Capela da Utinga, que foi instituída por Maria Duarte, filha de Antonio Vilela Cid e Ignez Duarte, em seu testamento de 30 de maio de 1636. Diz mais que Maria Duarte era casada com  Francisco Coelho. Segundo Olavo Medeiros, o dono do Engenho Potengi chamava-se Francisco Coelho. Seria o esposo de Maria Duarte? Outros livros citam Estevão Machado de Miranda como dono do Engenho Potengi  e Francisco Coelho como dono do Engenho do Ferreiro Torto. Hélio Galvão, no livro sobre a Fortaleza do Rio Grande, diz que duas filhas de Antonio Vilela Cid, Barbara e Maria, venderam terras herdadas do pai, em 16 de fevereiro de 1668. Há muita confusão ainda para ser esclarecida.
Por fim, não encontramos mais referências a Manoel Maurício a não ser no livro de Câmara Cascudo, História da Cidade do Natal, no capítulo sobre a pena de morte de Inácio José Baracho. Lá está escrito: "novo Júri a 13 de março de 1844. o Juiz de direito é: Dr. João Paulo de Miranda e o promotor, Bartolomeu da Rocha Fagundes. Escrivão Manuel Maurício Correia de Sousa."
Até a data que escreveu o documento, Manoel Maurício era solteiro.