No dia 6 de Setembro de 2009, vi publicado, no Diário de Natal, uma matéria cujo título era "Herói esquecido da Independência". Diz o artigo em um dos seus trechos: "o revolucionário André de Albuquerque Maranhão não é reconhecido como herói nacional, nem tampouco do estado e nem de Natal."
Em 6 de março de 1817 teve início, em Recife, a revolução republicana chefiada pelo capixaba Domingos José Martins que contou, também, com a participação do nosso Padre Miguelinho, ambos arcabuzados em 12 de junho de 1817, em Salvador.
Um dos documentos apresentado por Norbertino Bahiense, no seu livro "Domingos Martins e a Revolução Pernambucana de 1817", é uma carta dirigida por Domingos para André de Albuquerque Maranhão. Em um dos trechos da carta encontramos o seguinte: "minha consorte fiel patriota como eu vos envia seus cumprimentos, ela vos conhece como herói que faz apreciável o clima em que nascemos, e quando tiver a fortuna de vos avistar, recebereis de sua própria boca os mais elogios de que sois credor."
No passado encontramos diversas manifestações para homenagear nosso herói republicano. Vejamos uma delas.
Em 27 de Agosto de 1890, Joaquim Xavier da Silveira Junior, Governador do Estado do Rio Grande do Norte, assinou o decreto de número 47, que trata de feriados para homenagear vários personagens da nossa História, cujo texto integral transcrevi para o blog: http:// trindade.blog.digi.com.br. No considerando de letra c, encontramos os seguintes dizeres:
Que, entre os factos históricos do Rio Grande do Norte, bem merecem da veneração e do reconhecimento da posteridade:
"O governo republicano instituído em 1817 por André de Albuquerque, o legendário patriota norte-rio-grandense e glorioso martyr da Independência e da Republica, cujo heroísmo e cujas virtudes cívicas tão volumoso affluente representam para a immensa caudal das aspirações republicanas que já de tão longe vinha trabalhando a geographia moral da communhão brazileira;"
A data escolhida como feriado para homenagear André de Albuquerque Maranhão está expressa no decreto da seguinte forma:
"19 de Março, consagrado à commemoração do Governo de André de Albuquerque".
Por último vamos transcrever o óbito do nosso herói.Tenho visto diversos registros de óbitos nas minhas pesquisas genealógicas, mas não encontrei um registro mais insignificante, pelo que ele representou na nossa História, do que o de André de Albuquerque Maranhão.
Quem não conhece a nossa História não reconhecerá naquele registro uma pessoa importante para a nossa Independência. Vamos ao registro e alguns comentários.
"Aos vinte e seis de Abril de mil oitocentos e dezasete faleceo da vida prezente nesta freguesia tendo recebido os Sacramentos de Penitencia e Unção o Coronel André de Albuquerque Maranhão branco solteiro com a idade de quarenta annos, pouco mais ou menos. Foi sepultado nesta Matriz envolto em huma esteira depois de ser encomendado pelo Reverendo Coadjutor Simão Judas Thadeo de minha licença. E para constar fiz este termo que asignei. Feliciano José Dornelles, vigário Collado.
O padre Feliciano José Dornelles que assina o registro foi um dos Secretários do governo de André de Albuquerque. Foi preso e alegou em sua defesa que foi obrigado a aceitar o convite para ser Secretário. No registro, não fez nenhuma referencia maior ao motivo da morte, nem que Andre ocupou o cargo de Governador durante a Revolução de 1817.
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