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domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Escrivão da Fazenda Real, Manoel Gonçalves Branco

É nos artigos do Barão de Studart, na Revista Trimensal do Instituto do Ceará, sobre Moraes Navarro, que encontramos uma certidão de Manoel Gonçalves Branco, como escrivão da Fazenda Real, Alfândega e Almoxarifado, matrícula na Cidade do Natal do Rio Grande do Norte, passada no Arraial do Assu, em 1699.

Encontramos no livro de registros de batismos da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, nove filhos de Manoel Gonçalves Branco e Dona Catarina de Oliveira e Mello. Dona Catarina, como citamos em artigo anterior, era irmã de Dona Suzana de Oliveira e Mello, sogra de Manoel Raposo da Câmara.

Nesse livro de registros não há a data do nascimento, mas somente a de batismo. Do período que vai de 1689 até 1709, aparecem batizados os seguintes filhos de Manoel Gonçalves e Catarina de Oliveira, e seus respectivos padrinhos; Antonio, tendo como padrinhos Domingos Madeira Diniz e Antonia Tavares de Melo; Gregório, tendo com padrinhos Manoel Rodrigues Santiago e Domingas Gomes, filha do capitão Pedro da Costa Faleiros; Maria, cujo padrinho foi Bernardo Vieira de Melo; Caetano, sendo padrinhos Padre Manoel de Jesus e Catarina Leitão; Francisco, cujos padrinhos foram Alberto Pimentel e Suzana de Oliveira de Melo, mulher de Antonio da Silva Carvalho; João, tendo como padrinhos Jerônimo Gonçalves e Francisca de Oliveira, mulher de Alberto Pimentel; Manoel, cujos padrinhos foram o coronel Manoel Gomes Torres e Maria da Silva; Valentim, tendo como padrinhos Padre Antonio Rodrigues Fontes e Tomas de Brito Ferras; Eugenia, cujos padrinhos foram Manoel Lopes Machado e Dona Antonia da Sylva, casada com Manoel Raposo da Câmara; Miguel, cujos padrinhos foram o Padre Antonio Rodrigues Fontes e Joana de Barros Coutinho, esposa de Manoel Rodrigues Taborda.

Procurando a trajetória desses filhos em outros livros, dos que sobraram, encontramos os seguintes registros que descrevo resumidamente. É interessante observar que a maioria carrega o sobrenome da mãe, Catarina de Oliveira e Mello.

A primeira é Maria. Ela aparece, com o nome de Maria da Conceição, no livro citado acima de batismo, sendo madrinha junto com o pai em duas ocasiões. Uma em 1706 e outra em 1708. Vamos encontrar Maria da Conceição Oliveira, novamente, em um casamento do filho Manoel Gonçalves Branco, mesmo nome do avô, em 1755. Manoel casou na Capela da Senhora Santa Ana da Missão de Mipibu, com Rosa Maria da Encarnação, filha legitima de Antonio Cardoso Batalha e Anna Maria da Apresentação. Por esse registro, observamos que Maria da Conceição de Oliveira casou com o português de Arrifana de Sousa, Bispado do Porto (Penafiel), José Pinheiro Teixeira.

Valentim Tavares de Melo, outro filho do Escrivão Manoel Gonçalves Branco e de Dona Catarina de Oliveira e Melo, casou, em 18 de Julho de 1735, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com Angélica de Azevedo Leite, filha legitima do coronel Carlos de Azevedo do Vale e de sua mulher Izabel de Barros. Nessa data, dona Catarina esteve presente e já era viúva. Em 1740, Valentim aparece casado com Luiza de Albuquerque. Em 1748, essa Luiza, já viúva, casa com o viúvo Manoel Gomes da Silveira.

Miguel de Oliveira e Melo que foi batizado 29 de setembro de 1711, casou, em 23 de novembro de 1729 , na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com Ângela Correa da Costa, filha do Coronel Fradique Correa da Costa, e de sua mulher Paula Pereira. Estiveram presentes como testemunhas, o sargento-mor Gregório de Oliveira e Mello, o tenente Francisco de Oliveira Banhos, morador em Recife, Maria da Conceição, mulher de José Pinheiro Teixeira, Maria de Abreu, mulher do capitão João Fernandes. Nesse registro, o escrivão Manoel Gonçalves Branco aparece como "homem do Reino, já falecido.

A filha Eugenia de Oliveira e Mello, que foi batizada em 6 de outubro de 1709, casou em 10 de novembro de 1734, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com o sargento-mor Dionísio da Costa Soares, filho de Manoel Borges Soares e de sua mulher Jacinta da Costa Prodiga. Ele era natural de Lisboa. Estiveram presentes como testemunhas o capitão-mor da Capitania João de Teive Barreto de Menezes e o que foi João de Barros Braga, Dona Plácida, mulher do sargento- mor Hilário da Costa Rocha, e Antonia Sylva Freire mulher do capitão Francisco Lopes de Macedo.

Dionísio da Costa Soares e Eugenia de Oliveira e Melo tiveram uma filha de nome Jacinta Prodiga da Costa que casou com Manoel de Araújo Correa, filho de João Rodrigues Seixas e Joana Rodrigues Santiago. Em  1785,  foi batizado Ignácio, filho desse último casal, na Capela de Nossa Senhora do Socorro de Utinga.

O sargento-mor Gregório de Oliveira e Mello, que foi batizado em 17 de junho de 1692, foi padrinho, junto com a irmã Maria da Conceição, de Ana, filha de Manoel Raposo da Câmara e Antonia da Silva (prima de Gregório), em 1710. Vamos encontrá-lo como testemunha no casamento de Luciano Pinto de Araújo com Liandra Gomes da Costa, em 24 de novembro de 1727. Em vinte e seis de novembro de 1739, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Catherina de Oliveira e Mello, uma filha natural de Gregório de Oliveira e de Suzana Brito Palhano, casou com João da Costa de Almeida, filho legitimo do capitão Manoel Correa Pestana e de sua mulher Joana de Freitas, com a presença do capitão José Pinheiro Teixeira, do sargento-mor Valentim Tavares de Mello e Ângela Correa Mello.

Esses foram alguns registros que consegui recompor de alguns descendentes do Escrivão da Fazenda Real, Manoel Gonçalves Branco.

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